"As dissensões se multiplicam em redor dos teus passos e quedas-te sem saber que rumo
tomar. Companheiros que te constituíam exemplos de equidade, de um para outro momento
desvelaram-se, e como se estivessem dominados por forças infelizes agridem, deblateram,
esgrimem o verbo acusador, e se não fossem as circunstâncias que os não favorecem, iriam
a vias de fato.
Amigos que se dividem, produzindo animosidade procuram conquistar adeptos para suas
posições, e, a ouvi-los, individualmente, sentes inquietação, face à força da argumentação
que usam e das ardilosas intrigas que destilam. Confrades antes gentis, agora se
anatematizam, porque se acreditam traídos, afastando-se uns dos outros e disseminando
bem urdidas acusações... Tudo se apresenta convulsionado. E nos arraiais em que laboras,
o clima é de perturbação. Uns desejam tua definição a fim de usar-te como arma de divisão;
outros impõem-te declaração de modo a te acumpliciares com eles, cada qual mais
fascinado pelas próprias paixões pessoais do que pela Causa em favor da qual asseveram
trabalhar. Define-te, porém, pelo Cristo e filia-te ao trabalho desenvolvido pelo Codificador do Espiritismo o preclaro Allan Kardec. Mais do que a definição, testemunha fidelidade a um e a
outro, mediante a operosidade que apliques no bem constante.
Situa-te, desse modo, em posição de neutralidade dinâmica. Enquanto outros discutem e se
acusam, age na caridade, na divulgação da Doutrina Espírita, na fraternidade para com
todos. Não te permitas colocar mais lenha na fogueira das divisões. Os ociosos ardem,
quando estimulados pelas discussões vazias. Os que trabalham, todavia, não dispõem de
tempo para a intemperança. Disputa, assim, a honra de ajudar, enquanto outros a buscam a
fim de se projetar...... A neutralidade dinâmica faz muita falta na atualidade, em muitos
setores da vida, porquanto é fácil discordar, agredir, separar. Difícil é conviver em paz
trabalhando pela ordem e perseverar sem os lamentáveis desperdícios de tempo,
oportunidade e realização.
Disse Jesus: "Toda Casa dividida contra si mesma não subsistirá." Enquanto os contendores
e acusadores gratuitos se comprazem nas atitudes negativas e nos comentários
dissolventes, convoca os espíritos resolutos à luta do Cristo e, não obstante possuírem
opiniões diferentes neste ou naquele conceito, a trabalharem unidos, ensinando que
“Trabalho, Solidariedade, Tolerância não são apenas uma lapidar trilogia kardequiana, mas
lição viva em que todos nos encontramos empenhados, realmente, por viver”."
("Celeiro de Bençãos", Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)
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