“Quem se julgar isento do pecado, atire a primeira
pedra”, palavras de Jesus aos acusadores da mulher adúltera que lhe foi levada
para julgamento.
Como sabem, era costume da época apedrejarem, em praça
pública, a mulher adúltera. Seus acusadores desejavam a aprovação de Jesus para
a sua atitude, mas ao ouvirem as palavras do Mestre, sabendo que Ele lia em seus
corações, reconhecendo que eram portadores de muitos pecados, foram se
afastando, um a um, ficando a mulher e Jesus. Perguntou-lhe Jesus: “— Que é dos
teus perseguidores? “ — Eles se foram, Senhor”, respondeu-lhe a mulher. “ — Se
ninguém te condenou, eu também não te condeno. Vai e não tornes a
pecar.”
Nenhum exemplo mais belo, mais nobre do que a atitude de
Jesus, reconhecendo que todos nós somos falíveis, temos pontos vulneráveis e
trazemos conosco resquícios de deformações morais que são corrigidos à medida
que a vida vai nos aperfeiçoando, fazendo-nos conhecer o que somos e como somos
e agimos, ainda que isso nos custe sofrimento, pois “cada um colhe o que
semeia”. À medida que a criatura vai se libertando lentamente, pelas
oportunidades que as reencarnações a todos oferece, por misericórdia de Deus,
vai também conquistando novos rumos e desenvolvendo sua consciência
moral.
Ninguém tem capacidade de julgar e muito menos de
condenar ninguém. As leis da Terra punem os culpados por crimes previstos por
essas leis, falíveis como o são seus representantes.
Injustiças são cometidas em nome dessas leis, mas,
quantas vezes aquele que é condenado por um crime que não cometeu está cumprindo
a pena de outras vidas, nas quais fugiu ao compromisso da lei, deixando um
inocente pagar por seus delitos.
A Lei de Deus penetra mais fundo. Vai ao recôndito de
nossa alma e analisa nossos sentimentos, e sabe que, se aparentemente somos
pessoas dignas de respeito e até de admiração, escondemos, às vezes, de nós
mesmos, sentimentos impuros, e nossas atitudes são mescladas de interesse, de
vaidade e até de certa malícia.
Esses crimes e fraquezas ninguém vê, as leis da Terra
não os punem, mas para Deus são importantes e figuram no registro do Livro da
Vida.
Quantas vidas destroçadas e lares desfeitos, quantos são
levados a cometer atos indignos, pela palavra leviana e hipócrita daqueles que
fazem parte de uma elite de criaturas aparentemente merecedoras de
respeito?
Assim, as criaturas que ainda perambulam no lodo dos
vícios, que escandalizam essa sociedade, às vezes tão vazia, merecem e precisam
de preces, não de condenação.
Não “atire a primeira pedra”, irmão. Ela poderá voltar
sobre você mesmo."
( “... A verdade e a Vida”, de
Cenyra
Pinto)
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