terça-feira, 7 de julho de 2015

"SE FOSSE"

"Perante alguém a condenar alguém,
Destacando algum mal que aconteceu,
Se te inclinas ao fogo da censura,
Dize contigo assim: “Se fosse eu...”

Passa a criança entregue à noite e ao vento,
Amargura, nudez, olhar sem brilho...
Se vais recriminá-la, indaga simplesmente:
“E se fosse meu filho?...”

Desditoso detento em não longe...
Vozes clamam: “Prendei!...Apedrejai!...”
Ao ver-lhe a humilhação, interroga a ti mesmo: “E se fosse meu pai?...”

Diante do acusado escarnecido,
Atento ao cerco de infeliz reclamo,
Fita-lhe a dor e pensa: “E se este pobre
Estivesse entre aqueles que mais amo...?

Quanta lágrima nunca surgiria,
Quanta força da treva, agindo em vão,
Se em cada coração, à luz da vida,
Houvesse mais amor e compaixão!...

Nosso irmão delinquente!... Junto dele,
Reflete antes de erguer a própria voz:
“Como seria tudo diferente,
Se ele fosse um de nós!...”

(Manoel Monteiro,  “Senda para Deus”, Francisco Cândido

Xavier – Autores diversos)

Sem comentários:

Enviar um comentário