segunda-feira, 20 de julho de 2015

"EVANGELHO E VIDA"

"No mundo de hoje, há boa vida e há vida boa.
Boa vida é bem-estar.
Vida boa é estar bem.

Por isso, temos criaturas de boa vida e criaturas de vida boa. As primeiras servem a si mesmas.
As segundas respiram no auxílio incessante aos outros.

A boa vida tem rastros de sombra. A vida boa apresenta marcas de luz.

A desordem favorece a boa vida. A ordem garante a vida boa.

Palavra enfeitada costuma escorar boa vida. Bom exemplo assegura vida boa.

Preguiça mora na boa vida. Trabalho brilha na vida boa.

Ignorância escurece a boa vida. Educação ilumina a vida boa.

Egoísmo alimenta a boa vida. Caridade enriquece a vida boa.

Indisciplina é objetivo da boa vida. Disciplina é roteiro da vida boa.

Vejamos as lições do Evangelho:
-Madalena, obsidiada, perdera-se nos encantos da boa vida, mas encontrou em nosso Divino Mestre a necessária orientação para vida boa.

-Zaqueu, afortunado, apegara-se em demasia às posses efêmeras da boa vida, entretanto, ao contato de Nosso Senhor, aprendeu como situar os próprios bens na direção da vida boa.

-Judas, o discípulo invigilante, procurando a boa vida, entregou-se à deserção, e sentindo extrema dificuldade para voltar à vida boa, foi colhido pela loucura.

-Simão Pedro, o apóstolo receoso tentando conservar a boa vida, instintivamente, negou o Divino Amigo por três vezes numa só noite, entretanto, regressando, prudente, à vida boa, abraçou o sacrifício pela própria ascensão, desde o dia de Pentecostes.

-Pilatos, o juiz dúbio, interessado em desfrutar boa vida, lavou as mãos quanto ao destino do Excelso Benfeitor, adquirindo o arrependimento e o remorso que o distanciaram da vida boa.

-Todos os que crucificaram Jesus pretendiam guardar-se nas ilusões da boa vida, no entanto, o Senhor preferiu morrer na cruz da extrema renúncia para ensinar-nos o caminho da vida boa.

Como é fácil observar, nas estradas terrestres, há muita gente de boa vida e pouca gente de vida boa, porque a boa vida obscurece a alma e a vida boa mantém a consciência acordada para o desempenho das próprias obrigações.

Estejamos alertas quanto à posição que escolhemos, porquanto, pelo tipo de nossa experiência diária, sabemos com segurança em que espécie de vida seguimos nós."


("Comandos do Amor", Scheilla/Francisco Cândido Xavier)

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