terça-feira, 14 de julho de 2015

"FINALIDADE DAS AFLIÇÕES"

"A aflição a respeito dos acontecimentos do dia-a-dia deve ceder lugar à confiança na execução salutar do teu programa renovador.

O trabalho é meio de progresso, eficiente instrumento de que dispõe a vida, para fomentar as riquezas.

O insucesso desse modo, em qualquer realização, é ocorrência normal, enquadrada na metodologia do processo realizador.
Constituindo técnica de aprendizagem valiosa, enseja mais segura conduta em relação aos futuros acontecimentos.

Assim, a aflição em torno do amanhã é destituída de fundamento, pois que ao homem cabe reformular, para melhor, conceitos e atos, armando-se de valor e coragem para lutar sempre.
A aflição deflui da insegurança pessoal, que tipifica o homem sem fé.

Quando te equipes com os recursos da meditação e da prece, a fé abrirá clareiras luminosas na tua noite íntima, brindando-te com equilíbrio diante de todas as circunstâncias, mesmo aquelas que se te apresentem aziagas.

O homem, que confia em Deus, não tem porque se afligir, porquanto sabe que está engajado no programa divino, acontecendo-lhe sempre o que se lhe torna melhor para a própria evolução.

Utilizando-te com lucidez do seu livre arbítrio, colhe o resultado dos seus investimentos, não desperdiçando os valores de que dispõe em aventuras infelizes.

A aflição é nuvem no céu do discernimento humano, produzindo dificuldades evitável.

Não que se deva enregelar os sentimentos, de modo a não experimentar aflições; mas sim, de entendê-las e comandá-las, retirando os lucros morais que tais dores propiciam.

Os aflitos se fazem precipitados ou se deixam cair nas depressões anestesiantes, negando-se uma conduta edificante.

Perturbam-se e atrapalham a ação positiva daqueles que se lhes acercam para ajudar.

Certamente, ninguém atravessa a existência corporal sem experimentar aflições. No entanto, recebê-las com discernimento e valor, é o dever que faculta ao aflito a bem-aventurança.

Desse modo, envida todos os esforços possíveis para solucionar os teus problemas e acalmar-te.

Além das tuas possibilidades surgem os recursos de Deus, que ignoras.

Ele sabe o que é de mais útil para ti, embora, na dor, te pareçam, tais providências, muito penosas.

O rio alcança o mar contornando, antes, os obstáculos, e seguindo o ligeiro declive do seu leito para avançar a largueza da meta que o aguarda à frente.

A árvore rompe a casca da semente onde dorme, abrindo brecha na crosta da terra, sofrendo as pragas e as intempéries, até lograr a plenitude a que se destina, desde quando a plenitude se encontrava na concha do grão.

O homem espiritual vencerá os atavismos a que se junge, lapidado pelas aflições que lhe constituem desafios da vida, mas que o fortalecem, etapa a etapa, até o acume da sua glória.

Aceita, pois, as aflições conforme a finalidade a que se destinam, com fé e paciência, vencendo-as, uma a uma, até o momento da libertação que te concederá o louro da vitória."

("Vigilância", Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)

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