"A aflição a respeito dos
acontecimentos do dia-a-dia deve ceder lugar à confiança na execução salutar do
teu programa renovador.
O trabalho é meio de progresso, eficiente instrumento de que dispõe a vida,
para fomentar as riquezas.
O insucesso desse modo, em qualquer realização, é ocorrência normal, enquadrada
na metodologia do processo realizador.
Constituindo técnica de aprendizagem valiosa, enseja mais segura conduta em
relação aos futuros acontecimentos.
Assim, a aflição em torno do amanhã é destituída de fundamento, pois que ao
homem cabe reformular, para melhor, conceitos e atos, armando-se de valor e
coragem para lutar sempre.
A aflição deflui da insegurança pessoal, que tipifica o homem sem fé.
Quando te equipes com os recursos da meditação e da prece, a fé abrirá
clareiras luminosas na tua noite íntima, brindando-te com equilíbrio diante de
todas as circunstâncias, mesmo aquelas que se te apresentem aziagas.
O homem, que confia em Deus, não tem porque se afligir, porquanto sabe que está
engajado no programa divino, acontecendo-lhe sempre o que se lhe torna melhor
para a própria evolução.
Utilizando-te com lucidez do seu livre arbítrio, colhe o resultado dos seus
investimentos, não desperdiçando os valores de que dispõe em aventuras
infelizes.
A aflição é nuvem no céu do discernimento humano, produzindo dificuldades
evitável.
Não que se deva enregelar os sentimentos, de modo a não experimentar aflições;
mas sim, de entendê-las e comandá-las, retirando os lucros morais que tais
dores propiciam.
Os aflitos se fazem precipitados ou se deixam cair nas depressões
anestesiantes, negando-se uma conduta edificante.
Perturbam-se e atrapalham a ação positiva daqueles que se lhes acercam para
ajudar.
Certamente, ninguém atravessa a existência corporal sem experimentar aflições.
No entanto, recebê-las com discernimento e valor, é o dever que faculta ao
aflito a bem-aventurança.
Desse modo, envida todos os esforços possíveis para solucionar os teus
problemas e acalmar-te.
Além das tuas possibilidades surgem os recursos de Deus, que ignoras.
Ele sabe o que é de mais útil para ti, embora, na dor, te pareçam, tais
providências, muito penosas.
O rio alcança o mar contornando, antes, os obstáculos, e seguindo o ligeiro
declive do seu leito para avançar a largueza da meta que o aguarda à frente.
A árvore rompe a casca da semente onde dorme, abrindo brecha na crosta da
terra, sofrendo as pragas e as intempéries, até lograr a plenitude a que se
destina, desde quando a plenitude se encontrava na concha do grão.
O homem espiritual vencerá os atavismos a que se junge, lapidado pelas aflições
que lhe constituem desafios da vida, mas que o fortalecem, etapa a etapa, até o
acume da sua glória.
Aceita, pois, as aflições conforme a finalidade a que se destinam, com fé e
paciência, vencendo-as, uma a uma, até o momento da libertação que te concederá
o louro da vitória."
("Vigilância", Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)
Sem comentários:
Enviar um comentário