sexta-feira, 31 de julho de 2015

"CIVILIZAÇÃO E SOLIDARIEDADE"

"Numerosos os companheiros que se creem modelos acabados de humanismo. São repositários vivos da cultura de todos os tempos. Descerram ilimitados horizontes à inteligência e, debruçados sobre publicações, falam de ciência e filosofia, dominando os mais altos conhecimentos.
*
          Entretanto, não toleram o mínimo contato com os sofrimentos do próximo.
*
          Nada sabem acerca das criaturas que se arrastam, em torno das peças primorosas que pronunciam.
          Supõem-se líderes de educação e progresso, mas admitem como sendo indignidade para eles o trato pessoal com o homem calejado no trabalho que o alfabeto ainda não alcançou; julgam impropriedade, na altura em que se encontram, qualquer atenção caridosa para com as mães abandonadas em telheiros de angústia; acreditam que lhes é inconveniente assumir responsabilidade na proteção à criança que abordou o plano físico pelo renascimento considerado ilegal e categorizam por marginais pobres irmãos que tombam na estrada, enfermos e subnutridos...
*
          Emitem conceitos profundos, em matéria de espiritualidade e religião, mas desconhecem totalmente os desesperados, os ignorantes, os obsessos, os toxicômanos, as vítimas do aborto, os desempregados, os descrentes, os velhos banidos do lar, os recalcados quase sempre no rumo de penitenciárias ou manicômios, os párias sociais de todas as procedências...
*
          Exaltemos a técnica e desenvolvamos o saber, sem os quais a vida terrena jazeria indefinidamente na selva, mas inclinemo-nos na direção dos que carregam fardos mais pesados do que os nossos, honorificando a solidariedade.
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          Penetremos os recessos da psicologia da nossa época, auscultemos os problemas, as aflições, as provas e as necessidades que nos rodeiam, oferecendo o concurso de que sejamos capazes à solução e ao amparo de que carecem nossos irmãos ainda infelizes.
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          Não somos chamados tão-somente a viver e aprender, mas também a conviver e auxiliar.
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          Civilização sem amor é subida espetacular para salto nas trevas.
          Cultura que não guia a retaguarda, por intermédio de compaixão e serviço, é comparável à indiferença do pastor que entrega o rebanho aos lobos da violência."


("Seguindo Juntos", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
     

quinta-feira, 30 de julho de 2015

"TRABALHO COM JESUS"


       "A tarefa por executar não espera.
       O trem a oportunidade não aguarda.
       O minuto precioso não se alonga.
       Mister utilizar-se da circunstância valiosa, aproveitando-a, positivamente.
       Nem mais tarde, ou depois, ou amanhã.
       Agora, porém, hoje, neste momento impõe-se que se realize o que se deve produzir.
       Nem tampouco adianta exclamar: “passou”, “perdi o ensejo”, foi ontem...”
       Quando se deseja recuperar a hora perdida, todo esforço, não obstante faculte resultados razoáveis, mui raramente logra produzir com o mesmo êxito, conforme fora no instante azado.
       Conveniente, portanto, realizar em intensidade, com método e frequência, cada atividade a seu tempo, no devido lugar.
       Amanhã, possivelmente, será tarde demais.
       Posteriormente, quiçá, não haverá ensejo.
       No futuro, talvez, não se repetirá propício o tempo.
       Nem a pressa estafante de agora, nem a indecisão perturbadora para depois.
       O trabalho, em clima de ordem e ritmo de execução, constitui o alvo que a “meta homem” deve desdobrar, especialmente quando engajado na disciplina do Evangelho.
       Atento e jovial, segui com Jesus, produzindo, na certeza otimista de que este é o vosso ideal momento de liberação espiritual."
(“INTERCÂMBIO MEDIÚNICO”, João Cléofas/Divaldo Pereira Franco)

quarta-feira, 29 de julho de 2015

"ESPIRITISMO E DIVULGAÇÃO"

" O excelente advogado Joaquim Mota, espírita de convicção desde a primeira mocidade, possuía ideias muito próprias acerca do pensamento religioso. Extremamente sensível, julgava um erro expor qualquer definição pessoal, em matéria de fé. “Religião – costumava dizer – é assunto exclusivo de consciência”. E fechava-se. Na biblioteca franqueada aos amigos, descansavam todos em percalina e dourados, reunindo escritores clássicos e modernos, em ciência e literatura. Conservava, porém, os livros espíritas isolados em velha cômoda do espaçoso quarto de dormir. Não agia assim, contudo, por maldade. Era, na essência, um homem sincero e respeitável, conquanto espírita à moda dele, sem a menor preocupação de militança. Espécie de ilha amena, cercada pelas correntes do comodismo. Encasquetara na cabeça o ponto de vista de que ninguém devia, a título algum, falar a outrem de princípios religiosos que abraçasse, e prosseguiu, vida a fora, repelindo qualquer palpite que o induzisse à renovação.

 Era justamente a esse homem que fôramos confortar, dentro da noite.

 Mota vinha de perder a companhia de Licínio Fonseca, recentemente desencarnado, o amigo que lhe partilhara vinte e seis anos de serviço no foro. Ambos amadurecidos na existência e na profissão, após os sessenta de idade, eram associados invariáveis de trabalho e de luta.

 Juntos sempre nos atos jurídicos, negócios, interesses, férias e excursões.

 Sem o colega ideal, baqueara Mota em terrível angústia. Trancava-se em lágrimas, no aposento íntimo, ansiando vê-lo em espírito... E tanto rogou a concessão, em preces ocultas, que ali nos achávamos, em comissão de quatro cooperadores, com instruções para levá-lo ao companheiro.

 Desligado cautelosamente do corpo, que se acomodara sob a influência do sono, embora não nos percebesse o apoio direto, foi Joaquim transportado à presença do amigo que a morte arrebatara.

 No leito de recuperação do grande instituto beneficente a que fora recolhido, no Mundo Espiritual, Licínio chorou de alegria ao revê-lo, e nós, enternecidos, seguimos, frase a frase, o diálogo empolgante que se articulou, após o júbilo extrovertido das saudações.

- Mota, meu caro Mota – soluçou o desencarnado, com impressionante inflexão -, a morte é apenas mudança... Cuidado, meu amigo! Muito cuidado!... Quanto tempo perdi, em razão de minha ignorância espiritual!!... Saiba você que a vida continua!...

- Mas eu sei disso, meu amigo – ajuntou o visitante, no intuito de consolá-lo -, desde muito cedo entrei no conhecimento da imortalidade da alma. O sepulcro nada mais é que a passagem de um plano para outro... Ninguém morre, ninguém...

- Ah! você sabe então que o homem na Terra é um Espírito habitando provisoriamente um engenho constituído de carne? Que somos no mundo inquilinos do corpo? – indagou Licínio, positivamente aterrado.

 - Sei, sim...

- E você já foi informado de que quando nascemos, entre os homens, conduzimos ao berço as dívidas do passado, com determinadas obrigações a cumprir?

- De modo perfeito. Muito jovem ainda, aceitei o ensinamento e a lógica da reencarnação...

- Mota!... Mota!... – gritou o outro visivelmente alterado – você já consegue admitir que nossas esposas e filhos, parentes e amigos, quase sempre são pessoas que conviveram conosco em outras existências terrestres? Que estamos enleados a eles, frequentemente, para o resgate de antigos débitos?

- Sim, sim, meu caro, não apenas creio... Sei que tudo isso é a verdade inconteste...

- E você crê nas ligações entre os que voltam para cá e os que ficam? Você já percebe que uma pessoa na Terra vive e respira com criaturas encarnadas de obsessão, entre os chamados vivos e mortos, raiando na loucura e no crime?!...

 - Claramente, sei disso...

 O interlocutor agarrou-lhe a destra e continuou, espantado:

- Mota! Mota! Ouça!... Você está certo de que a vida aqui é a continuação do que deixamos e fazemos? já se convenceu de que todos os recursos do plano físico são empréstimos do Senhor, para que venhamos a fazer todo o bem possível e que ninguém, depois da morte, consegue fugir de si mesmo?...

 - Sim, sim...

 Nesse instante, porém, Licínio desvairou-se. Passeou pelo recinto o olhar repentinamente esgazeado, fêz instintivo movimento de recuo e bradou:

 - Fora daqui, embusteiro, fora daqui!...

 O visitante, dolorosamente surpreendido, tentou apaziguá-lo:

- Licínio, meu amigo, que vem a ser isso? acalme-se, acalme-se... – Sou eu, Joaquim Mota, seu companheiro do dia-a-dia...

 - Nunca! Embusteiro, mistificador!... Se ele conhecesse as realidades que você confirma, jamais me teria deixado no suplício da ignorância... Meu amigo Joaquim Mota é como eu, enganado nas sombras do mundo... Ele foi sempre o meu melhor irmão!... Nunca, nunca permitiria que eu chegasse aqui, mergulhado em trevas!...

 Mota, em pranto, intentava redarguir, mas interferimos, a fim de sustar o desequilíbrio e, para isso, era preciso afastá-lo de imediato.

 Mais alguns minutos e o advogado reapossou-se do corpo físico. Nada de insegurança que o impelisse à idéia de sonho ou pesadelo. Guardava a certeza absoluta do reencontro espiritual. Estremunhado, ergueu-se em lágrimas e, sequioso de ar puro que lhe refrigerasse o cérebro em fogo, abriu uma das janelas do alto apartamento que lhe configurava o ninho doméstico.

 Mota contemplou o casario compacto, onde, talvez, naquela hora, dezenas de pessoas estivessem partindo da experiência passageira do mundo para as experiências superiores da Vida Maior e, naquele mesmo instante da madrugada, começou a pensar, de modo diferente, em torno do Espiritismo e da sua divulgação..."

("Cartas e Crônicas", Irmão X/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 28 de julho de 2015

"O BICO DE GÁS"

 "Naquela noite Vitalino Caixeta discutira muito. Acaloradamente.

 Opondo-se aos argumentos de dois amigos, combatia a fé. Acreditava somente no que visse. Estudara profundamente a anatomia e precisava apalpar para crer. Necessitava sentir, ouvir, cheirar, analisar...

 Por isso mesmo, estava contrariado ao recolher-se.

 A esposa demorou-se ainda um tanto em luta pela ordem no apartamento estreito.

 Acomodava os filhinhos, atendia aos misteres da casa.

 Mas, mesmo depois que Da. Constância passou a ressonar, Vitalino prosseguia em solilóquio mental.

 Não mudaria. Era homem prático. Só renderia à evidência dos fatos. Queria fatos. Mais fatos. Mais fatos para compreender os fatos.

 Algo cansado, acabou dormindo.

 Dormiu e sonhou que se achava diante de Rosalino, seu velho irmão desencarnado havia muitos anos...


 II 
 Rosalino dizia convincente:

- “Meu caro, ouvimos-lhe as considerações silenciosas.”

Realmente, as provas de sobrevivência, muitas vezes, são difíceis. Mas, essa circunstância, só por só, não lhe autoriza negá-la.

 Veja bem.

 Existe a fé automática, inconsciente, sem comprovação. É a aceitação dos acontecimentos naturais, sem a ajuda dos sentidos.

 Em quanta coisa você confia inteiramente sem proceder a qualquer exame!

 Você não examina a competência do motorista, mas viaja no veículo despreocupadamente...

 Você não testa a resistência do leito, cada noite, mas deita e dorme tranqüilo...

 Você não vê os ingredientes que lhe compõem a refeição, mas como sem medo...

 Você não experimente a segurança da casa bancária, mas confia-lhe os bens sem titubear...

 Por outro lado, inúmeras ocorrências perspassam-lhe na vida sem merecer-lhe estudo mais acurado.

 Você não apalpa o ar, mas respira o oxigênio sem susto...

 Você não vê o vírus, mas sofre a gripe...

 Você não escuta muitas das ondas sonoras que se entrecruzam à sua volta, mas ouve satisfeito os programas radiofônicos...

 Você não mediu o Universo, metro a metro, mas reconhece o infinito da Criação...

 Você não morreu ainda, mas aceita a fatalidade do fenômeno da morte...

 Igualmente, meu amigo, você diz que não vê e não pega o Mundo Espiritual, mas.....ele....existe...

 Acorde para a verdade!

 Acorde e viva!

 Acorde e viva!


 III 
 Como se impulsionado por estranha força, Vitalino despertou no corpo físico.

 O ambiente pesava. Fazia-se o ar irrespirável. Algo sucedera de estranho...

 Levantou-se estremunhado. Procurou o berço das duas crianças. Ambas desacordadas.

 Aflito, abre maquinalmente a janela próxima e faz luz.

 Somente aí descobre que a esposa, distraída, deixara aberta a torneira do gás.

 A família salvara-se a tempo.

 E, passado o perigo, tomou papel e lápis, escreveu todas as considerações que ouvira em sonho, e começou a meditar..."



("A Vida Escreve", Hilário Silva/ Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

segunda-feira, 27 de julho de 2015

"DIVINO AVISO"


"A luz do conhecimento que já atingiste, pode ser estendida à sombra dos outros.
O dinheiro que ajuntaste, pode ser amparo à necessidade dos semelhantes.
A fé que possuis, pode ser refúgio aos que desfalecem.
A doença que sofres, pode ser motivo de paciência, a valer entre os seres queridos por sustento moral.
A ofensa que recebeste, pode ser testemunho de humildade, confortando a todos aqueles que te partilham a experiência.
A hora de que dispões, pode ser trabalho a favor do próximo.
A palavra que falas, pode ser auxílio na luta alheia.
A atitude que tomes, pode ser diretriz do levantamento da caridade.
Ah, meu irmão da Terra!
Toda situação pode ser apoio à vitória do bem e todo serviço prestado ao bem é riqueza da alma, que malfeitores não furtam e que as traças não roem.
Escuta o relógio — coração do tempo que te orienta o caminho — e o tempo, qual mensageiro da Eterna Sabedoria, te revelará, por fim, que o seu tique-taque, incessante e sempre novo tique-taque, é divino aviso da Vida, recomendando:
— Serve-serve, serve-serve!"

(Albino Teixeira, na obra  “Ideal Espírita”, Autores Diversos/ Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

domingo, 26 de julho de 2015

"Não te esqueças..."

     



  "Não te esqueças das pessoas que transitam em situações mais humildes e difíceis do que a tua.
       Faze-te amigo delas.
       É fácil desejar compartir das alegrias, dos momentos de triunfo, das situações invejáveis que os outros experimentam.
       O ideal é ser companheiro de todos.
       A situação financeira, o poder, a saúde e a juventude são transitórios.
       Converte o teu amor na mais valiosa conquista da tua vida, repartindo-o com todos os indivíduos."
(“Vida Feliz”, Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco)

sábado, 25 de julho de 2015

"VONTADE DE DEUS"

"Quando nos reportamos à vontade de Deus, referimo-nos ao controle da Sabedoria Perfeita que nos rege os destinos.
E, observando nossa condição de espíritos eternos, acalentados pelo Infinito Amor da Criação, ser-nos-á sempre fácil reconhecer as determinações de Deus, em todos os eventos do caminho, a nosso respeito, já que a Divina Providência preceitua para cada um de nós:
- saúde e não doença;
- trabalho e não ócio;
- cultura e não ignorância;
- conciliação e não discórdia;
- paz e não desequilíbrio;
- tolerância e não intransigência;
- alegria e não tristeza;
- esperança e não desânimo;
- conformidade e não desespero;
- perdão e não ressentimento;
- êxito e não fracasso;
- fé e não medo destrutivo;
- humildade e não subserviência;
- intercâmbio e não isolamento;
- disciplina e não desordem;
- progresso e não atraso;
- amor e não indiferença;
- vida e não morte.
Se dificuldades, sofrimentos, desacertos e atribulações nos agridem a estrada, são eles criações nossas, repercussões de nossos próprios atos de agora ou do passado que precisamos desfazer ou vencer a fim de nos ajustarmos à vontade de Deus, que nos deseja unicamente o Bem, a Felicidade e a Elevação no Melhor que sejamos capazes de receber dos patrimônios da vida, segundo as leis que asseguram a harmonia do Universo.
Eis porque Jesus, exaltando isso, nos ensinou a reafirmar em oração: - Pai Nosso, que se faça a tua vontade, assim na Terra como nos céus."

("Mãos Unidas", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 24 de julho de 2015

"MUNDO"

"Não condenes o mundo
Ao invés de ampará-lo.

A mesa que te nutre
Veio da própria Terra.

Flores fazem perfume
Na química do chão.

Olha a lagarta humilde,
Dando a seda custosa.

A Terra pede auxílio,
Não reclama censura.

Não te esqueças que o
Mundo
      É criação de Deus."

(“Espera servindo”, Emmanuel/Francisco
Cândido Xavier)

quinta-feira, 23 de julho de 2015

"LETRAS DA AFETO"

"O homem  faz  bem  a  si  mesmo, mas o cruel a  si  mesmo  se  fere. Pv. 11, v. 17."


       "Uma bola atirada contra a parede volta-se para quem a arremessou. A lei é a mesma, no tocante ao mal que fazemos aos outros.
       Quem faz o bem,  enriquece a sua própria bondade. Quem cria dificuldades para o próximo, dificulta o seu próprio caminho.
       Quando julgamos os semelhantes identificamos o que somos. Quando falamos bem dos que nos ofendem e caluniam, fazemos os outros entenderem o que já conquistamos.
       Quem é dado a vingança, afiniza-se  com o ofensor.
       Quem perdoa e ama, brilha na escuridão e ajuda o ignorante, no silêncio, a abrir os olhos para a luz do entendimento.
       O homem bondoso faz o bem a si mesmo, por que a virtude, quanto mais exemplificada, mais cresce no coração de quem a pratica.
       A alma que pende para a crueldade, intoxica suas fibras mais íntimas e estraga suas santas oportunidades mais próximas.
       Aproveitemos os minutos como sendo letras de afeto, e as horas como palavras de carinho; os dias, como cartas de perdão; os meses, como textos de caridade; e os anos, como livros de amor.
       Abençoemos a quem quer que seja e onde quer que esteja. Porque essa bênção voltará aumentada, endereçada aos nossos corações, fazendo com que as nossas inteligências ampliem o poder de conhecer, amando cada vez mais."

(“Gotas de Luz”, Carlos/ João Nunes Maia)

quarta-feira, 22 de julho de 2015

"INSTRUMENTO DIVINO"

"O violino é instrumento delicado, rico de melodias aguardando execução.
        Deixado à humidade, perde a ressonância.
        Manipulado com rispidez, desafina-se.
        Largado ao abandono, sofre a invasão de insetos que o destroem.
        Utilizado com brutalidade, arrebenta-se.
        Esquecido em temperaturas elevadas, estala e rompe a caixa acústica.
        Em mãos inábeis, perde a finalidade e o valor.
        Em museu, é peça morta.
        Atirado ao lixo, torna-se inutilidade.
        No entanto, cuidado, recebendo afinação, conduzido com carinho, reflete as melodias divinas ao contato com o arco que lhas arranca, vibrando harmonias incomparáveis que lhe saem das cordas distendidas e equilibradas.
+++
        O médium, de certa forma, pode ser comparado ao violino.
        Afinado com os dons da vida e colocado em mãos treinadas, acostumadas às músicas divinas, traz, à Terra, as gloriosas mensagens da Imortalidade.
        Posto em comunhão com o bem, esparze harmonias que facultam paz e estimulam ao amor.
        Estando em ação correta, participa da orquestração da Vida, expressando a glória da Criação em concertos de indefiníveis estesias.
        Sob a ardência das paixões primitivas, porém, arrebenta os centros de comunicação e perverte a finalidade a que se destina.
        Cultivando os instintos primários e dando-lhes expressão, tomba nos depósitos de lixo das obsessões penosas.
        Absorvendo a queixa e o pessimismo, perde a afinidade com os instrumentistas superiores.
        Relegando-se ao marasmo, desconecta os centros de registro elevado.
        Utilizado para o mercantilismo e as frivolidades, gasta-se nos prejuízos destruidores.
        Compulsado por Entidades perversas, morrem-lhe os ideais de enobrecimento, e embrutece-se, caindo depois na alucinação  autoaniquiladora.
+++
        O violino e o médium têm muita semelhança.
        São, em si mesmos, neutros, dependendo de como se deixam utilizar.
        O violino, porque não possui razão nem inteligência, depende totalmente do seu possuidor, quanto  o médium resulta da conduta moral que imprimir à sua faculdade.
+++
        Deixa-te tanger pelas mãos dos artistas espirituais de elevado porte, a fim de que possas transmitir as melodias da Vida Maior para felicitar as criaturas.
        Em qualquer situação, permanece cauteloso, zelando pelos teus equipamentos, de modo a responder em harmonia a todas as emissões dos artistas divinos, como instrumento sintonizado com a sublime orquestra do amor de Nosso Pai."

(“Alegria de Viver”, Joanna de Ângelis/ Divaldo Pereira Franco)

terça-feira, 21 de julho de 2015

"FRACASSO PELA DÚVIDA"

        "Em inúmeras construções da vida, a dúvida se afigura como uma atitude sadia, objetivando compreender, mediante a penetração nas suas causas, os fenômenos que defronta.
        A investigação científica não pode prescindir da dúvida sobre os seus resultados, até o momento em que os fatos demonstram a própria robustez.
        No campo filosófico, as várias correntes de estudos partem da dúvida para novos conceitos de mais amplas informações.
        A dúvida sistemática, injustificável, no entanto, reflete desequilíbrio da razão com o comprometimento da emoção.
        No que se refere às atividades espirituais, nenhuma demonstração de laboratório ou formulação de lógica jamais atestou a destruição da vida inteligente através da morte. Pelo contrário, todos os acontecimentos são uma clara afirmação da sobrevivência do espírito ao corpo, assim como sobre a sua preexistência a ele.
        De certo modo, pessoas inconstantes em todas as suas realizações, sempre fogem dos deveres assumidos, exculpando-se com a dúvida, que não é dirimida por falta de persistência na busca e vivência da ideia espiritual que abandonam.
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        O paciente que duvida da própria recuperação, torpedeia com a mente pessimista os fatores que propiciam a saúde e, embora sob tratamento, piora de situação.
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        O lutador que duvida do êxito na batalha encetada, perde, por antecipação, grande número de combates.
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        O agricultor que duvida das bênçãos que pode recolher do solo, descuida-se e é mal sucedido na plantação.
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        O empresário que duvida dos resultados do empreendimento em programação, desmotiva-se de cedo e, porque não persiste, é dominado pelo desastre.
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        A dúvida resulta, às vezes, da acomodação ao que já se sabe, armando-se um esquema contrário, embora inconsciente, contra as ideias novas, os fatos recentes.
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        No que tange, porém, à vida espiritual e à interferência dos desencarnados nas atividades humanas, todas as informações procedem da história dos tempos, hoje atualizadas pela Doutrina Espírita, lídima herdeira do pensamento do Cristo, que o apresenta límpido e destituído de quaisquer místicas, enxertias e deturpações de que padeceu através do tempo...
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        Examina com independência de opinião o que se te apresenta e busca as fontes do Espiritismo, a fim de discernires com acerto, em torno das questões da fé e do comportamento.
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        As leis de Deus são perfeitas.
        A Sua providência é misericordiosa.
        Ninguém que se encontre esquecido ou em orfandade espiritual.
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        Libera-te dos mesquinhos conflitos da dúvida mórbida e atormentante, abrindo-te à crença racional que te fará descortinar os horizontes infinitos a serem conquistados.
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        Grande sofrimento é o gerado pela descrença.
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        Por fim, recorda-te da advertência de Jesus a Tomé, quando redivivo surgiu no Cenáculo e afirmou ao discípulo duvidoso: — “Bem-aventurados aqueles que não viram e creram...”

(“Viver e Amar”, Joanna de Ângelis/ Divaldo Pereira Franco)

segunda-feira, 20 de julho de 2015

"EVANGELHO E VIDA"

"No mundo de hoje, há boa vida e há vida boa.
Boa vida é bem-estar.
Vida boa é estar bem.

Por isso, temos criaturas de boa vida e criaturas de vida boa. As primeiras servem a si mesmas.
As segundas respiram no auxílio incessante aos outros.

A boa vida tem rastros de sombra. A vida boa apresenta marcas de luz.

A desordem favorece a boa vida. A ordem garante a vida boa.

Palavra enfeitada costuma escorar boa vida. Bom exemplo assegura vida boa.

Preguiça mora na boa vida. Trabalho brilha na vida boa.

Ignorância escurece a boa vida. Educação ilumina a vida boa.

Egoísmo alimenta a boa vida. Caridade enriquece a vida boa.

Indisciplina é objetivo da boa vida. Disciplina é roteiro da vida boa.

Vejamos as lições do Evangelho:
-Madalena, obsidiada, perdera-se nos encantos da boa vida, mas encontrou em nosso Divino Mestre a necessária orientação para vida boa.

-Zaqueu, afortunado, apegara-se em demasia às posses efêmeras da boa vida, entretanto, ao contato de Nosso Senhor, aprendeu como situar os próprios bens na direção da vida boa.

-Judas, o discípulo invigilante, procurando a boa vida, entregou-se à deserção, e sentindo extrema dificuldade para voltar à vida boa, foi colhido pela loucura.

-Simão Pedro, o apóstolo receoso tentando conservar a boa vida, instintivamente, negou o Divino Amigo por três vezes numa só noite, entretanto, regressando, prudente, à vida boa, abraçou o sacrifício pela própria ascensão, desde o dia de Pentecostes.

-Pilatos, o juiz dúbio, interessado em desfrutar boa vida, lavou as mãos quanto ao destino do Excelso Benfeitor, adquirindo o arrependimento e o remorso que o distanciaram da vida boa.

-Todos os que crucificaram Jesus pretendiam guardar-se nas ilusões da boa vida, no entanto, o Senhor preferiu morrer na cruz da extrema renúncia para ensinar-nos o caminho da vida boa.

Como é fácil observar, nas estradas terrestres, há muita gente de boa vida e pouca gente de vida boa, porque a boa vida obscurece a alma e a vida boa mantém a consciência acordada para o desempenho das próprias obrigações.

Estejamos alertas quanto à posição que escolhemos, porquanto, pelo tipo de nossa experiência diária, sabemos com segurança em que espécie de vida seguimos nós."


("Comandos do Amor", Scheilla/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 19 de julho de 2015

PREFÁCIO DA OBRA "NOSSO LAR"


"Guarde a experiência dele no livro d'alma...

Ela diz bem alto que não basta a criatura apegar-se à existência humana, mas precisa saber aproveitá-la dignamente; que os passos do cristão, em qualquer escola religiosa, devem dirigir-se verdadeiramente ao Cristo, e que, em nosso campo doutrinário, precisamos, em verdade, do Espiritismo e do Espiritualismo, mas, muito mais, de Espiritualidade." - Emmanuel

Os prefácios, em geral, apresentam autores, exaltando-lhes o mérito e comentando-lhes a personalidade.
Aqui, porém, a situação é diferente.
Embalde os companheiros encarnados procurariam o médico André Luiz nos catálogos da convenção.
Por vezes, o anonimato é filho do legítimo entendimento e do verdadeiro amor. Para redimirmos o passado escabroso, modificam-se tabelas da nomenclatura usual na reencarnação. Funciona o esquecimento temporário como bênção da Divina Misericórdia.
André precisou, igualmente, cerrar a cortina sobre si mesmo.
É por isso que não podemos apresentar o médico terrestre e autor humano, mas sim onovo amigo e irmão na eternidade.Por trazer valiosas impressões aos companheiros do mundo, necessitou despojar-se de todas as convenções, inclusive a do próprio nome, para não ferir corações amados, envolvidos ainda nos velhos mantos da ilusão. Os que colhem as espigas maduras, não devem ofender os que plantam a distância, nem perturbar a lavoura verde, ainda em flor.
Reconhecemos que este livro (Nosso Lar) não é único. Outras entidades já comentaram as condições da vida, além-túmulo...
Entretanto, de há muito desejamos trazer ao nosso círculo espiritual alguém que possa transmitir a outrem o valor da experiência própria, com todos os detalhes possíveis à legítima compreensão da ordem que preside o esforço dos desencarnados laboriosos e bem-intencionados, nas esferas invisíveis ao olhar humano, embora intimamente ligados ao planeta.
Certamente que numerosos amigos sorrirão ao contacto de determinadas passagens das narrativas.O inabitual, entretanto, causa surpres em todos os tempos. Quem não sorriria, na Terra, anos atrás, quando se lhe falasse da aviação, da eletricidade, da radiofonia?
A surpresa, a perplexidade e a dúvida são de todos os aprendizes que ainda não passaram pela lição. É mais que natural, é justíssimo. Não comentaríamos, desse modo, qualquer imnpressão alheia. Todo leitor precisa analisar o que lê.
Reportamo-nos, pois, tão-somente ao objetivo essencial do trabalho.
O Espiritismo ganha dilatada expressão numérica. Milhares de criaturas interessam-se pelos seus trabalhos, modalidades, experiências. Nesse campo imenso de novidades, todavia, não deve o homem descurar de si mesmo.
Não basta investigar fenômenos, aderir verbalmente, melhorar a estatística, doutrinar consciências alheias, fazer proselitismo e conquistar favores da opinião, por mais respeitável que seja, no plano físico. É indispensável cogitar do conhecimento de nossos infinitos potenciais, aplicando-os, por nossa vez, nos serviços do bem.
O homem terrestre não é um deserdado. É filho de Deus, em trabalho construtivo, envergando a roupagem da carne; aluno de escola benemérita, onde precisa aprender a elevar-se. A luta humana é a sua oportunidade, a sua ferramenta, o seu livro.
O intercâmbio com o invisível é um movimento sagrado, em função restauradora do Cristianismo puro; que ninguém, todavia, se descuide das necessidades próprias, no lugar que ocupa pela vontade do Senhor.
André Luiz vem contar a você, leitor amigo, que a maior surpresa da morte carnal é a de nos colocar face a face com a própria consciência, onde edificamos o céu, estacionamos no purgatório ou nos precipitamos no abismo infernal; vem lembrar que a Terra é a oficina sagrada, e que ninguém a menosprezará, sem cconhecer o preço do terrível engano a que submeteu o próprio coração.
Guarde a experiência dele no livro d'alma. Ela diz bem alto que não basta a criatura apegar-se àexistência humana, mas precisa saber aproveitá-la dignamente; que os passos do cristão, em qualquer escola religiosa, devem dirigir-se verdadeiramente ao Cristo, e que, em nosso campo doutrinário, precisamos, em verdade, do Espiritismo e do Espiritualismo, mas, muito mais, de Espiritualidade." 


- Emmanuel

(Prefácio de "Nosso Lar", André Luiz/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 18 de julho de 2015

"TEU PRIVILÉGIO"


"Nos momentos difíceis, — naturais no caminho de todos, — não desperdices o tesouro das horas com desesperação e abatimento.
Recorda o privilégio que recebeste da vida, — o privilégio de ajudar.
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É possível que nuvens de desenganos te hajam caído na estrada por aguaceiro de fel; isso, porém, não te impede levar algum consolo aos que vegetam em catres de sofrimento e que não tiveram no curso de muitos anos nem mesmo o mais leve sopro de qualquer esperança.
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Falas de empeços domésticos que te barram a caminhada para a meta de determinados desejos; nada, todavia, te impossibilita a condução de apoio, ainda que mínimo, àqueles companheiros outros que suspiram por liberdade, nos impedimentos das prisões e dos hospitais.

Referes-te a preocupações que te esbraseiam o cérebro para responder com eficiência aos desafios do mundo; desfrutas, entretanto, a bênção de poder amparar as criaturas irmãs que perderam, temporariamente, o equilíbrio mental, segregadas nos manicômios.

Reporta-te a desastres afetivos que te deixaram em lágrimas de saudade; mas possuis a faculdade de frustrar a solidão ofertando presença e conforto aos irmãos que atravessam a romagem terrena, em extremada penúria, suplicando migalha de reconforto.
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Não te abandones ao pessimismo, quando trazes contigo o dom de construir e recuperar.

Quando tantos companheiros da Humanidade se vêm impedidos de caminhar para a solução dos problemas que lhe são próprios, considera a tua prerrogativa de caminhar para socorrê-los. E, se te vê em carência de amor ou de alegria, exerce, para logo, o teu privilégio de compreender e de auxiliar.

Quem sustenta é sustentado.
Quem serve, é servido.
Quem dá, recebe.
Essa é a lei."


(“Mãos unidas”, Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 17 de julho de 2015

"INDIGNAÇÃO"



            "Quem se encontra encolerizado é o primeiro a ser atingido pela cólera, na sua manifestação de desequilíbrio. Se a razão nos diz que sofremos esse assanho, por que vamos entrar nesse estado de sofrimento? O homem deve procurar o Cristo com urgência, para se educar, senão disciplinar seus impulsos inferiores, saindo das trevas da ignorância, buscando a luz que tranquiliza a consciência, motivando o coração para o amor.
            A primeira coisa que o Espírita deve fazer ao abraçar o Espiritismo é se educar e, na mesma sequência, instruir-se, de modo que a sabedoria espiritual domine seu íntimo, acendendo luzes em todos os sentimentos.
            Mesmo que você viva em um ambiente inferior, esforce-se para elevar-se, procurando o domínio de si mesmo, para que a caridade cresça no seu coração, motivada pelo exemplo de Jesus. Quem procura o Cristo com fé e honestidade sempre encontra o Mestre, e ainda escuta a Sua voz, dizendo:
            “Vinde a mim todos vós que sofreis”.
            O maior sofrimento é a ignorância das leis espirituais que, bem entendidas, informam a direção certa dos caminhos a serem percorridos.
            Fuja da ira, usando o perdão, porque, além de livrar-se de um ambiente negativo, ainda granjeará amigos, porque o perdão é caridade; e se é caridade, é amor que começa a nascer. Tenha cuidado quando o orgulho aparecer nos seus sentimentos, pois no ambiente dele podem surgir muitas inferioridades, que põem a alma no desequilíbrio, comungando com as trevas, para esquecer a luz. Assim é o egoísmo, que petrifica os valores que por vezes se encontram acordando.
            A alma que começa no aprimoramento das qualidades espirituais é sempre atacada pelos invasores, para esmorecer no serviço do bem. A Terra é um estágio de educação, e como ninguém se educa sem sofrimento, preciso se faz que se tenha coragem, enfrentando todos os obstáculos, vencendo-os e indo de encontro de outros, até conhecer a verdade, libertando-se de todos os inimigos íntimos, que são os mais difíceis de serem vencidos, mas isso é trabalho nosso, que outro não pode fazer.
            Fuja da impetuosidade; ela é campo propício, que faz esquecer a caridade. Pense na humanidade, procurando senti-la; pense no amor, procurando senti-lo, que a sua vida irá mudando para a vida de Jesus, e esses valores lhe darão meios de sentir a alegria cristã que atinge todo o seu ser, ainda mais, beneficiando os que convivem com eles.
            Procure coligir suas ideias com as dos cristãos verdadeiros; desta forma, o Mestre passará a nascer na sua intimidade, com aquele carinho que se transforma em amor, aquele amor que facilita o nascimento de todas as outras virtudes de que o Evangelho nos dá notícia.
            Deve você colocar dignidade em todos os trabalhos a que for chamado a fazer, para que a luz não falte em seus avanços e nem o Cristo em suas cogitações. Quem se esforça para melhorar já começa a sentir o perfume da felicidade, que não falta com a sua presença, para quem persevera no bem até o fim.
            Devemos pensar que somos filhos de Deus, alunos de Jesus, e irmãos de toda a humanidade, onde quer que estejamos. E, para tanto, é preciso que cresçamos em amor, que só ele nos liga com todos e com tudo, porque Deus é o Amor."

( “Máximas de Luz”, Miramez/ João Nunes Maia)    

quinta-feira, 16 de julho de 2015

"HOJE E NÓS"


"Tempo e nós, vida e alma. Nós e hoje, alma e vida.
        Tempo, capital inesgotável ao nosso dispor. Hoje, cheque em branco que podemos emitir, sacando recursos, conforme a nossa vontade.
        Comparemos a Providência Divina a estabelecimento bancário, operando com reservas ilimitadas, em todos os domínios do mundo. Pela Bolsa de Causa e Efeito, cada criatura retém depósito particular, com especificação de débitos e haveres, nitidamente diversos, mas, pela Carteira do Tempo, todas as concessões são iguais para todos.
        Para sábios e ignorantes, felizes ou menos felizes, a hora se constitui do valor matemático e invariável de sessenta minutos.
        HOJE é a partícula de crédito que possuis, em condomínio perfeito com todos aqueles que conheces e desconheces, que estimas ou desestimas, dom que te cabe, a fim de angariares novos dons.
        Aproveita, assim, o AGORA, em renovação e promoção. Renovação é progresso, promoção é serviço.
Não te prendas ao passado por aquilo que o passado de apresenta de cadeias e sombras e nem te transtornes pelo futuro por aquilo que o futuro encerre de fantasia ou de incerteza.
        Pelas forças do espírito, estamos enredados aos pensamentos do pretérito, à feição do corpo físico que permanece saturado de agentes da hereditariedade. Conquanto vinculados aos nossos ancestrais, nenhum de nós é chamado à Terra para reproduzir a existência deles, e, por muito devamos as idéias dos instrutores que nos estenderam auxílio, estamos convocados a expressar as nossas.
        Respeitemos quantos nos ajudaram e dignifiquemos os pioneiros do bem que nos prepararam caminho; no entanto, sejamos nós próprios.
        Espíritos eternos, saibamos construir a nossa felicidade pelo atendimento às leis de amor e justiça. Esquecer o mal e fazer o bem, estudar e realizar, trabalhar e servir,renovar e aperfeiçoar sempre e infatigavelmente. Para isso, reflitamos: o ONTEM ter-nos-á trazido a luz da experiência e o AMANHÃ decerto que nos sugere luminosa esperança. A melhor oportunidade, entretanto, não se chama ontem nem amanhã. Chama-se HOJE. Hoje é o dia."



(“Estude e Viva”, Emmanuel e André Luiz/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 15 de julho de 2015

"FÉ"

"A nossa confiança em Deus não pode faltar, em quaisquer circunstâncias da vida, pois ela é que nos assegura a verdadeira consciência; se ainda duvidas, por momentos, não esmoreças, por isso. Existe em ti recursos para que possas recuperar a fé.

 

Esperar no Senhor não é cruzar os braços, mas trabalhar com esperança para a conquista dos ideais que enobrecem a existência. E quem opera com alegria e amor sente o ambiente da certeza em que está sendo envolvido, pelas bênçãos do bem.

 

Os desígnios de Deus não serão compreendidos pelos homens, sem os princípios da fé.

 

O trabalho engrandece a Alma, e, quando construtivo, ilumina a vida.

 

Tempera os teus impulsos com algo de discernimento, sem te esqueceres da verdadeira direção que podeis dar-lhes, pela força da fé.

 

É útil compreender que tudo que fizeres está sendo acompanhado por Deus. No entanto, por estares já crescido, Ele deixa uma pequena parte, que te toca, para que possas sentir os frutos dos teus esforços.

 

Se queres descobrir as belezas da vida e senti-las no imo da alma, faz-se indispensável começar pelas vias de confiança, em Deus e em tudo, que tudo e Deus te responderão pela expressão da alegria.

 

Tudo o que fizeres, faze-o por amor, para que a caridade nunca se aparte de ti. Entrega ao Pai Celestial as tuas realizações, porém com o carimbo da perfeição que podes alcançar, sem que o vírus da displicência ataque a tua obra.

 

Amplia o trabalho das tuas mãos, com humildade, que Deus te dará mais faculdades de servir. E a tua consciência, vibrando com o amor, enseja, no esplendor de ti, inúmeras freqüências para a fé.

 

Pensa na fé, fala das belezas da fé, que o persistir nesse ambiente de luz tornará o teu labor iluminado.

 

Diz o Evangelho que "O justo viverá pela fé". Procura ser um deles."

 


(“Tuas Mãos”, Carlos/ João Nunes Maia)

terça-feira, 14 de julho de 2015

"FINALIDADE DAS AFLIÇÕES"

"A aflição a respeito dos acontecimentos do dia-a-dia deve ceder lugar à confiança na execução salutar do teu programa renovador.

O trabalho é meio de progresso, eficiente instrumento de que dispõe a vida, para fomentar as riquezas.

O insucesso desse modo, em qualquer realização, é ocorrência normal, enquadrada na metodologia do processo realizador.
Constituindo técnica de aprendizagem valiosa, enseja mais segura conduta em relação aos futuros acontecimentos.

Assim, a aflição em torno do amanhã é destituída de fundamento, pois que ao homem cabe reformular, para melhor, conceitos e atos, armando-se de valor e coragem para lutar sempre.
A aflição deflui da insegurança pessoal, que tipifica o homem sem fé.

Quando te equipes com os recursos da meditação e da prece, a fé abrirá clareiras luminosas na tua noite íntima, brindando-te com equilíbrio diante de todas as circunstâncias, mesmo aquelas que se te apresentem aziagas.

O homem, que confia em Deus, não tem porque se afligir, porquanto sabe que está engajado no programa divino, acontecendo-lhe sempre o que se lhe torna melhor para a própria evolução.

Utilizando-te com lucidez do seu livre arbítrio, colhe o resultado dos seus investimentos, não desperdiçando os valores de que dispõe em aventuras infelizes.

A aflição é nuvem no céu do discernimento humano, produzindo dificuldades evitável.

Não que se deva enregelar os sentimentos, de modo a não experimentar aflições; mas sim, de entendê-las e comandá-las, retirando os lucros morais que tais dores propiciam.

Os aflitos se fazem precipitados ou se deixam cair nas depressões anestesiantes, negando-se uma conduta edificante.

Perturbam-se e atrapalham a ação positiva daqueles que se lhes acercam para ajudar.

Certamente, ninguém atravessa a existência corporal sem experimentar aflições. No entanto, recebê-las com discernimento e valor, é o dever que faculta ao aflito a bem-aventurança.

Desse modo, envida todos os esforços possíveis para solucionar os teus problemas e acalmar-te.

Além das tuas possibilidades surgem os recursos de Deus, que ignoras.

Ele sabe o que é de mais útil para ti, embora, na dor, te pareçam, tais providências, muito penosas.

O rio alcança o mar contornando, antes, os obstáculos, e seguindo o ligeiro declive do seu leito para avançar a largueza da meta que o aguarda à frente.

A árvore rompe a casca da semente onde dorme, abrindo brecha na crosta da terra, sofrendo as pragas e as intempéries, até lograr a plenitude a que se destina, desde quando a plenitude se encontrava na concha do grão.

O homem espiritual vencerá os atavismos a que se junge, lapidado pelas aflições que lhe constituem desafios da vida, mas que o fortalecem, etapa a etapa, até o acume da sua glória.

Aceita, pois, as aflições conforme a finalidade a que se destinam, com fé e paciência, vencendo-as, uma a uma, até o momento da libertação que te concederá o louro da vitória."

("Vigilância", Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)