sábado, 7 de abril de 2012

"DEUS TE ABENÇOE"





Cap. X – Item 16


"Logo após fundar o Lar “Anália Franco”, na cidade de S. Manuel,
no estado de S. Paulo, viu-se D. Clélia Rocha em sérias dificuldades
para mantê-lo.
Tentando angariar fundos de socorro, a abnegada senhora conduzia
crianças, aqui e ali, em singelas atividades artísticas. Acordava
almas. Comovia corações. E sustentava o laborioso período
inicial da obra.
Desembarcando, certa noite, em pequena cidade, foi alvo de
injusta manifestação antiespírita. Apupos. Gritaria. Condenações.
D. Clélia, com o auxílio de pessoas bondosas, protege as crianças.
Em meio à confusão, vê que um moço robusto se aproxima
e, marcando-lhe a cabeça, atira-lhe uma pedra.
O golpe é violento. O sangue escorre. Mas a operosa servidora
do bem procede como quem desconhece o agressor.
Medica-se depois.
Há espíritas devotados que surgem. D. Clélia demora-se por
mais de uma semana, orando e servindo.
Acabava de atender a um doente em casa particular, quando
entra senhora aflitíssima. É mãe. Tem o filho acamado com meningite
e pede-lhe auxílio espiritual.
D. Clélia não vacila. Corre ao encontro do enfermo, e surpreendida,
encontra nele o jovem que a ferira.
Febre alta. Inconsciência. A missionária desdobra-se em desvelo.
Passes. Vigílias. Orações. Enfermagem carinhosa.
Ao fim de seis dias, o doente está salvo. Reconhece-a envergonhado
e, quando a sós, beija-lhe respeitosamente as mãos e
pergunta:
– A senhora me perdoa?
Ela, contudo, disse apenas, com brandura:
– Deus te abençoe, meu filho.
Mas o exemplo não ficou sem fruto, porque o moço recuperado
fez-se valoroso militante da Doutrina Espírita e, ainda hoje,
onde se encontra é denodado batalhador do Evangelho."


(Hilário Silva, na obra "O Espírito da Verdade", Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

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