"A dádiva tem força
de lei, em todos os domínios da Criação.
A flor dá naturalmente do seu perfume, e o animal, em
sistema de compulsória, oferece cooperação ao homem, através do suor em que se
consome. A criatura generosa dá concurso fraterno, pelos recursos da caridade,
sem esperar petição alguma, e o usurário desencarnado cede,
constrangido pelos mecanismos da herança, todas as posses que
acumulou.
Isso ocorre porque, no fundo, todos os bens da vida
pertencem a Deus, que no-los empresta visando ao nosso próprio
enriquecimento.
-o-o-
Desenvolve, quanto possível, a tua capacidade de
auxiliar, porquanto, no tamanho de teu sentimento, podes ser o amparo material,
ainda que ligeiro, no labor da beneficência; a palavra que esclarece e consola
no combate da luz contra o assalto das trevas,; a presença amiga que insufla a
esperança ou o braço acolhedor que sustenta o companheiro atormentado pela
exaustão.
Recorda, porém, que existe o momento perfeito de
auxiliar, seja ele conhecido como sendo a ocasião da necessidade, a sugestão do
trabalho, o propósito de ajudar ou o impulso da
intuição.
Aproveita o ensejo de ser útil, com a inteligência de
quem sabe que é preciso plantar hoje para colher
amanhã.
Para isso, no entanto, é imperioso te desfaças de todas
as exigências. Não temas farpas de censura, em torno de tua dádiva, e nem taxes
a tua bondade com impostos de gratidão. O amor não cobra pedágio seja a quem for
que passe por ele recebendo serviço.
Ajuda com a alegria de quem se honra com a faculdade de
acrescentar as alegrias de que Deus dotou o Universo; sobretudo, não permitas
que a oportunidade de auxiliar se deteriore em tuas mãos. A dádiva retardada tem
gosto de recusa, tanto quanto a refeição inaproveitada fere o equilíbrio do
paladar.
Auxilia quanto, como, onde e sempre que possas para o
erguimento do bem comum. Não esperes que a desencarnação obrigue outros a
distribuir aquilo que podes dar hoje, no amparo aos semelhantes, para a
construção de tua própria felicidade, de vez que tudo aquilo que damos à vida,
na pessoa do próximo, é justamente aquilo que a vida nos
restitui."
(“Estude e Viva”, Emmanuel/Francisco
Cândido Xavier)
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