"Quando possível, esforça-te, mas esforça-te — mas
esforça-te de verdade — para viver em harmonia com os parentes que te pareçam
menos afinados com os teus pontos de vista.
***
No Plano Físico, não nos achamos vinculados com alguém,
nos laços da consanguinidade, sem justa razão de ser.
***
Aqueles que alimentam ódio e aversão, quando desejosos
de melhoria, são induzidos por Benfeitores da Vida Sublimada, a se reencarnarem
juntos, a fim de apagarem as labaredas de discórdia que lhes atormentam a vida
íntima, através de provações atravessáveis em comum.
***
Se os propósitos desses ou daquele familiar te parecem
claramente opostos aos ideais superiores que abraças, abençoa-o com os teus
melhores pensamentos e não lhe barres os passos no caminho das experiências que
se lhe fazem precisas.
***
Não desprezes teus pais ou teus filhos por serem
desorientados ou doentes, porque talvez tenhas sido, em existências já
transcorridas, a causa direta ou indireta dos desequilíbrios ou enfermidades que
patenteiam.
***
Em muitas ocasiões, terás renascido em consanguinidade
com parentes rudes e, às vezes, cruéis, unicamente por amor a eles, de modo a
auxiliá-los na transformação necessária, com as tuas demonstrações de tolerância
e paciência, devotamento e humildade.
***
Se depois de sacrifícios inumeráveis em favor de
parentes determinados — e isso acontece frequentemente entre pais e filhos —
notas, no íntimo, que a tua consciência se reconhece plenamente quitada para com
eles, sem que esses mesmos familiares, após longo tempo de convivência,
demonstrem o mínimo sinal de renovação para o bem, deixa que sigam a estrada que
melhor se lhes adapte ao modo de ser, porque as Leis da Vida não te obrigam a
morrer, pouco a pouco, a pretexto de auxiliar aos que te recusam o
amor.
***
Uma criança terna e inesquecível que retorna ao Mais
Além, nos primeiros tempos da infância, quase sempre é um coração profundamente
dedicado ao teu progresso espiritual que apenas regressou ao teu convívio
doméstico, a fim de acordar-te, para as realidades da alma, através da saudade e
da afeição.
***
Se não tens a devida força para carregar os compromissos
que assumes diante de uma pessoa, com quem partilhaste as alegrias do
sentimento, nunca abandones a criança ou as crianças que houverem nascido de
semelhante união.
***
Educa ou reeduca os pequeninos, sob a tua
responsabilidade, enquanto na infância tenra, facilmente amoldável aos teus
princípios de natureza superior, mas diante dos familiares erguidos à condição
de adultos, respeita-lhes a liberdade de caminhar no mundo, conforme as suas
próprias escolhas, porque nem todos conseguem trilhar o mesmo caminho para a
união com Deus."
(“Calma”, Emmanuel/Francisco Cândido
Xavier)
Sem comentários:
Enviar um comentário