segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

"LOUVOR DO NATAL"


Reunião pública de 18/12/59
Questão nº 1.017

"Senhor Jesus!
Quando vieste ao mundo, numerosos conquistadores haviam passado,
cimentando reinos de pedra com sangue e lágrimas.
Na retaguarda dos carros de ouro e púrpura, em que lhes fulgia a vitória,
alàstravam-se, como rastros da morte, a degradação e a pilhagem, a maldição
do solo envilecido e o choro das vítimas indefesas.
Levantavam-se, poderosos, em palácios fortificados e faziam leis de baraço
e cutelo, para serem, logo após, esquecidos no rol dos carrascos da
Humanidade.
Entretanto, Senhor, nasceste nas palhas e permaneceste lembrado para
sempre.
Ninguém sabe até hoje quais tenham sido os tratadores de animais que te
ofertaram esburacada manta por leito simples, e ignora-se quem foi o benfeitor
que te arrancou ao desconforto da estrebaria para o clima do lar.
Cresceste sem nada pedir que não fosse o culto àverdadeira fraternidade.
Escolheste vilarejos anônimos para a moldura de tua palavra sublime...
Buscaste para companheiros de tua obra homens rudes, cujas mãos calejadas
não lhes favoreciam os vôos do pensamento. E conversaste com a multidão,
sem propaganda condicionada.
No entanto, ninguém conhece o nome das crianças que te pousaram nos
joelhos amigos, nem das mães fatigadas a quem te dirigiste na via pública!
A História, que homenageava Júlio César, discutia Horácio, enaltecia
Tibério, comentava Virgílio e admirava Mecenas, não te quis conhecer em
pessoa, ao lado de tua revelação, mas o povo te guardou a presença divina e
as personagens de tua epopéia chamam-se “O cego Bartimeu”, «o homem de
mão mirrada», «o servo do centurião», «o mancebo rico», «a mulher
cananéia», «o gago de Decápolis», «a sogra de Pedro», «Lázaro, o irmão de
Marta e Maria»...
Ainda assim, Senhor, sem finanças e sem cobertura política, sem
assessores e sem armas, venceste os séculos e estás diante de nós, tão vivo
hoje quanto ontem, chamando-nos o espírito ao amor e à humildade que exemplificaste,
para que surjam, na Terra, sem dissensão e sem violência, o trabalho
e a riqueza, a tranqüilidade e a alegria, como bênção de todos.
É por isso que, emocionados, recordando-te a manjedoura, repetimos em
prece:
— Salve, Cristo! os que aspiram a conquistar desde agora, em si mesmos,
a luz de teu reino e a força de tua paz, te glorificam e te saúdam!..."
("Religião dos Espíritos", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

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