"Não menosprezes teu corpo a pretexto de santificação da
própria alma.
Nele recebemos na Terra, a harpa divina em cujas cordas
é possível entoar-se o cântico do trabalho que a vida nos reclama para o
concerto universal da harmonia.
Recorda que, por esse instrumento sublime, ouves a
ternura do coração materno, recebes a bênção do lar e amealhas, pouco a pouco, a
riqueza da experiência.
É
por ele que exercitas a fraternidade que te conduzirá ao amor e te inicias na
ciência que te arrojará, mais tarde, no esplendor da
sabedoria.
Muitos chamam-no prisão, como se a escola pudesse
receber o estigma do cárcere.
Nós, porém, chamemo-lo santuário em que entesouramos
dons inefáveis, vaso de luz em que nos habilitamos à ascenção para a Luz
Maior.
Harpa viva em que se reflete a Infinita Inteligência,
nela usamos os sentimentos e os pensamentos, através da palavra e da ação, no
testemunho de amor aos semelhantes.
O
corpo físico é o campo mais elevado de trabalho que a evolução nos oferece na
Terra, em nome do Criador.
Saibamos respeitá-lo e honrá-lo com aquilo que possuamos
de melhor.
O
lavrador leal à sementeira acaricia e protege a enxada que lhe propiciará a
fortuna do pão.
O
violinista fiel aos próprios ideais preserva o instrumento que lhe definirá a
melodia.
Ninguém pode aprimorar a alma desestimando o veículo em
que somos compelidos a cultivar, com paciência e carinho, os gérmens da própria
sublimação.
Ama o teu corpo, ainda hoje, para que amanhã possa teu
espírito rejubilar-se com o serviço perfeito.
Não te esqueças!
Sem o tronco escuro e, por vezes, disforme que se agarra
ao chão lodoso pelas raízes, a flor e o perfume, o fruto e a alegria estariam
relegados a simples sonhos na angústia da natureza
morta."
(“Urgência”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
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