"O violino é instrumento delicado, rico
de melodias aguardando execução.
Deixado à umidade, perde a
ressonância.
Manipulado com rispidez,
desafina-se.
Largado ao abandono, sofre a invasão de insetos que o
destroem.
Utilizado com brutalidade,
arrebenta-se.
Esquecido em temperaturas elevadas, estala e rompe a
caixa acústica.
Em
mãos inábeis, perde a finalidade e o valor.
Em
museu, é peça morta.
Atirado ao lixo, torna-se
inutilidade.
No
entanto, cuidado, recebendo afinação, conduzido com carinho, reflete as melodias
divinas ao contato com o arco que lhas arranca, vibrando harmonias incomparáveis
que lhe saem das cordas distendidas e equilibradas.
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O
médium, de certa forma, pode ser comparado ao violino.
Afinado com os dons da vida e colocado em mãos
treinadas, acostumadas às músicas divinas, traz, à Terra, as gloriosas mensagens
da Imortalidade.
Posto em comunhão com o bem, esparze harmonias que
facultam paz e estimulam ao amor.
Estando em ação correta, participa da orquestração da
Vida, expressando a glória da Criação em concertos de indefiníveis
estesias.
Sob
a ardência das paixões primitivas, porém, arrebenta os centros de comunicação e
perverte a finalidade a que se destina.
Cultivando os instintos primários e dando-lhes
expressão, tomba nos depósitos de lixo das obsessões
penosas.
Absorvendo a queixa e o pessimismo, perde a afinidade
com os instrumentistas superiores.
Relegando-se ao marasmo, desconecta os centros de
registro elevado.
Utilizado para o mercantilismo e as frivolidades,
gasta-se nos prejuízos destruidores.
Compulsado por Entidades perversas, morrem-lhe os ideais
de enobrecimento, e embrutece-se, caindo depois na alucinação
autoaniquiladora.
+++
O
violino e o médium têm muita semelhança.
São,
em si mesmos, neutros, dependendo de como se deixam
utilizar.
O
violino, porque não possui razão nem inteligência, depende totalmente do seu
possuidor, quanto o médium resulta da conduta moral que imprimir à
sua faculdade.
+++
Deixa-te tanger pelas mãos dos artistas espirituais de
elevado porte, a fim de que possas transmitir as melodias da Vida Maior para
felicitar as criaturas.
Em
qualquer situação, permanece cauteloso, zelando pelos teus equipamentos, de modo
a responder em harmonia a todas as emissões dos artistas divinos, como
instrumento sintonizado com a sublime orquestra do amor de Nosso
Pai."
(“Alegria de Viver”, Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)
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