segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

"ESCORA"


"Se não consegues usar a paciência por te encontrares sob os constrangimentos de uma enfermidade qualquer, a inconformação apenas te agravará a luta orgânica, prejudicando-te o tratamento.
*
       Se perdas de recursos materiais te dilapidam as reservas econômicas e te afastas do trabalho, a fim de protestar contra o mundo, isso te colocará sob entraves maiores.
*
       Se te revoltas ante a doença em pessoa querida, essa atitude ampliará o mal-estar na criatura enferma a quem te dedicas.
*
       Se te rebelas contra o amigo que não mais te abraça os pontos de vista, semelhante comportamento te fixará no azedume sem razão de ser.
*
       Se não aceitas as condições de trabalho a que a vida te destina e te negas à precisa renovação, nada mais obterás, além do desapontamento no desemprego.
*
       Se não conservas a calma necessária, diante de ofensas e críticas, entrarás inevitavelmente nas grades da desesperação.
*
       A paciência é a escora da paz em todas as crises e provações nas quais te vejas. Trocá-la por reclamação e cólera, descontentamento e intolerância, será sempre deixar a pequena dificuldade em que te encontras para cair na pior."
(“Espera Servindo”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 30 de dezembro de 2012

"PENSAMENTO ESPÍRITA"


"Qualquer de nós,
          quando não desculpe agravos recebidos;
          quando não se coloque no lugar do ofensor para sentir-lhe as tentações e justificar-lhe, de algum modo, as fraquezas;
          quando não pronuncie sequer uma frase de tolerância para com as faltas alheias;
          quando se disponha a louvar exclusivamente os amigos, sem ver as qualidades nobres dos adversários;
          quando retribui vergastada por vergastada ou prejuízo por prejuízo;
          quando conserve rancor ou ressentimento contra a pessoa de alguém;
          quando não encontre motivos para o exercício da benevolência e da paz;
          quando nada faça para desfazer incompreensões e aversões;
          quando critique ou injurie.
          Qualquer de nós que adote semelhante comportamento está desconhecendo a própria natureza e tornando-se, com isso, mais profundamente suscetível à influência do mal, requisitando, em regime de urgência, o apoio da simpatia e o amparo da oração."

(Albino Teixeira, na obra“Coragem”, Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 29 de dezembro de 2012

"O Espiritismo..."

"O Espiritismo não institui nenhuma nova moral; apenas facilita aos homens a inteligência e a prática da do Cristo, facultando fé inabalável e esclarecida aos que duvidam ou vacilam."
("O Evangelho Segundo o Espiritismo", Capítulo XVII - "Sede Perfeitos")

"ESPERA SERVINDO"

"Supera todos os obstáculos e continua servindo.

Que a dor não te incomode além da justa preocupação.

Não repares, excessivamente, nos fenômenos que te acometem o corpo em constante desgaste.

É natural que o tempo te imponha limitações aos movimentos.

Harmoniza os teus pensamentos e o teu espírito terá ascendência sobre a forma física em que te expressas.

Mesmo de saúde combalida, cumpre, na medida do possível, com as tuas obrigações cotidianas.

A inércia voluntária costuma ser fator agravante das chamadas doenças psicossomáticas.

Não repouses, pois, além do que te seja necessário ao pronto restabelecimento.

Se for o caso, reduze, sim, as tuas atividades, mas não as deixes de todo.

Embora a passos vacilantes, caminha sempre.

O corpo acamado não te pode impedir de pensar no bem e de deseja-ló.

O espírito consciente encontra mil modos de ser útil e dinamizar a própria Vida."

("Dias melhores", Irmão José/Carlos A. Baccelli)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

"BUSQUEMOS O MELHOR"


"Por que reparas o argueiro no olho de teu irmão?" - Jesus. (Mateus, 7:3).

A pergunta do Mestre, ainda agora, é clara e oportuna.
Muitas vezes, o homem que traz o argueiro num dos olhos traz
igualmente consigo os pés sangrando.
Depois de laboriosa jornada na virtude, ele revela as mãos calejadas 
no trabalho e tem o coração ferido por mil golpes da 
ignorância e da inexperiência.
É imprescindível habituar a visão na procura do melhor, a fim de que
não sejamos ludibriados pela malícia que nos é própria.
Comumente, pelo vezo de buscar bagatelas, perdemos o ensejo das
grandes realizações.
Colaboradores valiosos e respeitáveis são relegados à margem por
nossa irreflexão, em muitas circunstâncias simplesmente porque são
portadores de leves defeitos ou de sombras insignificantes do
pretérito, que o movimento em serviço poderia sanar ou dissipar.
Nódulos na madeira não impedem a obra do artífice e certos trechos
empedrados do campo não conseguem frustrar o esforço do lavrador
na produção da semente nobre.
Aproveitemos o irmão de boa-vontade, na plantação do bem,
olvidando as insignificâncias que lhe cercam a vida.
Que seria de nós se Jesus não nos desculpasse os erros e as
defecções de cada dia?
E, se esperamos alcançar a nossa melhoria, contando com a
benemerência do Senhor, por que negar ao próximo 
a confiança no futuro?
Consagremo-nos à tarefa que o Senhor nos reservou na edificação do
bem e da luz e estejamos convictos de que, assim agindo, o argueiro
que incomoda o olho do vizinho, tanto quanto a trave que nos
obscurece o olhar, se desfarão espontaneamente, restituindo-nos a
felicidade e o equilíbrio, através da incessante renovação."
("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

"ROTA A SEGUIR"


"Confessas o aturdimento diante da multiplicidade de correntes de opinião religiosa, todas se disputando a posse da verdade.
       Defrontas os compromissos a serem atendidos sem sopitares o desânimo, em face dos incessantes labores que surgem em complexidades desafiadoras.
       Ouves pessoas bem informadas, defendendo princípios que te parecem legítimos, no entanto, porque são inúmeros aqueles que assim procedem, não sabes qual o rumo a seguir.
       À frente, está a numerosa mole humana sobrecarregada de problemas, padecendo exulcerações que te confrangem, sem que saibas por onde começar a tarefa de auxílio.
       Teses bem urdidas surgem a cada instante, e estudiosos das questões espirituais dificilmente concordam uns com os outros, acusam-se, nem sempre com a necessária elevação, e experimentas dúvidas desarvoradoras.
       Aqui e  ali se acumulam problemas de urgência, requerendo solução, enquanto se discutem métodos sem quaisquer atitudes a breve ou a largo prazo.
       Não te aflijas ante a gleba a joeirar, nem te percas na demorada seleção das sementes, que devem ser utilizadas na renovação da paisagem humana que espera.
       Os conceitos e opiniões que te confundem devem ser examinados pelo que produzem primeiro naqueles que os apresentam.
       Sempre houve muitos teóricos eficientes, na Humanidade, e poucos homens de ação.
       É da alma humana adaptar ao seu modo de ser o conteúdo de uma doutrina, antes que o adaptar-se a ela.
       O personalismo sempre está a soldo da paixão dos indivíduos.
       Por mais brilhante que seja o verbalismo em torno de uma usina elétrica, este não superará, em algumas circunstâncias, a chama de modesta vela acesa.
-o-
       Na dúvida, acolhe o caminho cujos resultados se façam em amor e misericórdia, caridade e perdão para com todos.
       O mundo dispensa discutidores e disputa trabalhadores.
       Há, por enquanto, necessidade das muitas correntes de fé, de modo a ensejarem à variada massa humana, informações compatíveis com os vários graus de desenvolvimento dos seus membros.
       Importante, em cada uma, senão em todas elas, é o Espírito do Cristo impersonificado, agindo em prol de melhores dias, de mais felicidade para todos.
       Adentra o pensamento no conteúdo da lição sobre o amor e ama, sem reserva nem constrangimento, sem maior preocupação com os líderes e as suas opiniões, entregando-te a Jesus, o Líder que até hoje não se equivocou.
-o-
       Certamente, diante da dor, quando te candidates a ajudar, ninguém te perguntará em que ou como crês, mas terá interesse em saber o que trazes em nome da tua fé para doar.
       ...E em qualquer conflito de decisão religiosa elege o bem de todos, e ele te apontará a rota a seguir."
(“Oferenda”, Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

"A verdadeira saúde..."

“A verdadeira saúde inicia-se no pensamento dignificante que constrói vigorosos ‘combatentes’ psíquicos sempre em vigilância e na posição de luta contra os ‘vírus´ produzidos pelos adversários do bem, que invadem a organização celular das criaturas levianas, sustentando-as nas aspirações doentias a que se adaptam e nas quais se comprazem.

Utilizando-se o ser humano da oração e dos pensamentos edificantes, são criados ´antivírus´ específicos que o defendem da contaminação prejudicial.

É sempre de bom alvitre a manutenção do equilíbrio mental de onde procedem as energias compatíveis com a onda vibratória elegida para a vivência existencial.”





("Amanhecer de uma nova era", Manoel Philomeno de Miranda/Divaldo Franco)


terça-feira, 25 de dezembro de 2012

"A PONTE DE LUZ"



   
"Terminara Jesus a prédica no monte;
Nisso, o apóstolo Pedro se aproxima
E diz-lhe: “Senhor, existe alguma ponte
Que nos conduza ao Alto, ao Céu que brilha muito acima?
Conforme ouvi de tua própria voz,
Sei que o Reino do Amor está dentro de nós...
Mas deve haver, no Além, o País da Beleza,
Mais sublime que o Sol, em fulgor e grandeza...
Onde essa ligação, Senhor, esse divino acesso?
Jesus silenciou, como entrando em recesso
Da palavra de luz que lhe fluía a jorro...
Circunvagou o olhar pelas pedras do morro
E, depois de comprida reflexão,
Falou ao companheiro: — “Ouve, Simão,
Em verdade, essa ponte que imaginas
Existe para a Vida Soberana,
Mas temos de atingi-la por estrada
Que não é bem a antiga estrada humana.”
— “Como será, Senhor, esse caminho?”
Tornou Simão a perguntar.
E Jesus respondeu sem hesitar:
— “Coração que o escolha, às vezes, vai sozinho,
E quase que não tem
Senão renúncia e dor, solidão e amargura...
E conquanto pratique e viva a lei do bem,
Sofre o assédio do mal que o vergasta e procura
Reduzi-lo à penúria e a desfalecimento.
Quem busca nesta vida transitória,
Essa ponte de luz para a eterna vitória
Conhecerá, de perto, o sofrimento
E há de saber amar aos próprios inimigos,
Não contará percalços nem perigos
Para servir aos semelhantes,
Viverá para o bem a todos os instantes
E mesmo quando o mal pareça o vencedor,
Confiando-se a Deus, doará mais amor...
E ainda que a morte, Pedro, se lhe imponha,
Na injustiça ferindo-lhe a vergonha,
Aceitará pedradas sem ferir,
Desculpará injúria e humilhação
Se deseja elevar o coração
À ponte para o Reino do Porvir ...“
Alguns dias depois, o Cristo flagelado,
Entregue à própria sorte
Encontrava na cruz o impacto da morte,
Silencioso, sozinho, desprezado...
Terminada que foi a gritaria
Da multidão feroz naquele dia,
Ante o Céu anunciando aguaceiro violento,
Pedro foi ao Calvário, aflito e atento,
Envergando disfarce...
Queria ver o Mestre, aproximou-se
Para sentir-lhe o extremo desconforto...
Simão chorou ao ver o amigo morto.
E ao fitá-lo, magoado, longamente
Ele ouviu, de repente,
Uma voz a falar-lhe das Alturas:
— “Pedro, segue, não temas, crê somente!...
Recorda os pensamentos teus e meus...
Esta cruz que me arrasa e me flagela
É a ponte que sonhavas, alta e bela,
Para o Reino de Deus.”
(Maria Dolores, do livro “ A Vida Conta” – Cultura Espírita União)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

"CONTO DE NATAL"


"A noite é quase gelada...
Contudo, Mariazinha
é a menina de outras noites
que treme, tosse e caminha...
Guizos longes, guizos perto...
é Natal de paz e amor.
há muitas vozes cantando:
- “Louvado seja o Senhor!”.
A rua parece nova
qual jardim que floresceu.
cada vitrine enfeitada
repete: “Jesus nasceu!”
Descalça, vestido roto,
Mariazinha lá vai...
sozinha, sem mãe que a beije,
menina triste, sem pai.
Aqui e ali, pede um pão...
Está faminta e doente.
- “Vadia, sai depressa!”.
é o grito de muita gente.
- “Menina ladra! – outros dizem”:
- “Fuja daqui, pata feia!”.
Toda criança perdida
deve dormir na cadeia”.
Mariazinha tem fome
e chora, sentido em torno
o vento que traz o aroma
do pão aquecido ao forno.
Abatida, fatigada,
depois de percurso enorme,
estira-se na calçada...
Tenta o sono, mas não dorme.
Nisso, um moço calmo e belo
surge e fala, doce e brando:
- Mariazinha, você
está dormindo ou pensando?
A pequenina responde,
erguendo os bracinhos nus:
- Hoje é noite de Natal,
estou pensando em Jesus.
- Não recorda mais alguém?
E ela, a chorar, disse: - Eu
penso também, com saudade,
em minha mãe que morreu...
- Se Jesus aparecesse,
que é que você queria?
- Queria que ele me desse
um bolo da padaria...
Depois de comer, então
- Ela a pobre sorriu contente –
queria um par de sapatos
e uma blusa grande e quente...
Depois... Queria uma casa,
assim como todos tem...
Depois de tudo... eu queria
uma boneca também.
- Pois saiba, Mariazinha,
Eu lhe digo que assim seja!
você hoje terá tudo
aquilo que mais deseja.
- Mas, o senhor quem é mesmo?
E ele afirma, olhos em luz:
- Sou eu, amigo de sempre,
minha filha, eu sou Jesus!...
Mariazinha, encantada,
tonta de imensa alegria,
pôs a cabeça cansada
nos braços que ele estendia...
E dormiu, vendo-se outra,
em santo deslumbramento,
aconchegada a Jesus
na glória do firmamento.
No outro dia, muito cedo,
quando o lojista abre a porta,
um corpo caiu, de leve...
a menina estava morta."
(Francisca Clotilde, na obra "Antologia Mediúnica do Natal", Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 23 de dezembro de 2012

"COOPEREMOS FIELMENTE"


"Pois somos cooperadores de Deus." - Paulo (I Coríntios, 3:9)



 
"O Pai é o Supremo Criador da Vida, mas o homem pode ser fiel cooperador dEle.
Deus visita a criatura pela própria criatura.
Almas cerradas sobre si mesmas declarar-se-ão incapazes de serviços nobres;
afirmar-se-ão empobrecidas ou incompetentes.
Há companheiros que atingem o disparate de se proclamarem tão pecadores e tão maus
que se sentem inabilitados a qualquer espécie de concurso sadio na obra cristã, como se os devedores
e os ignorantes não necessitassem trabalhar na própria melhoria.
As portas da colaboração com o divino amor, porém, permanecem constantemente abertas
 e qualquer homem de mediana razão pode identificar a chamada para o serviço divino.
Cultivemos o bem, eliminando o mal.
Façamos luz onde a treva domine.
Conduzamos harmonia às zonas em discórdia.
Ajudemos a ignorância com o esclarecimento fraterno. 
Seja o amor ao próximo nossa base essencial em toda construção no caminho evolutivo. 
Até agora, temos sido pesados à economia da vida.
Filhos perdulários, ante o Orçamento Divino, temos despendido preciosas energias em numerosas existências,
 desviando-as para o terreno escuro das retificações difíceis ou do cárcere expiatório.
Ao que nos parece, portanto, segundo os conhecimentos que possuímos, por "acréscimo de misericórdia",
já é tempo de cooperarmos fielmente com Deus, no desempenho de nossa tarefa humilde."
("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 22 de dezembro de 2012

Amanhecer de uma nova era

“O Espiritismo veio à Terra com a missão de restaurar a pulcra doutrina de Jesus. Ao longo da história, de forma incomparável, foi Jesus quem melhor sintetizou a sabedoria universal no hino incomparável do amor.

Corrompido pelas paixões que lhe predominavam no cerne do ser, o homem de então encontrava-se impossibilitado de compreender a excelência do seu ensinamento, profanando os seus conteúdos e adulterando-os...

No momento quando a ciência rompeu o véu da ignorância e facultou melhor entendimento da vida e dos seus fenômenos, os ensinamentos profundos retornaram pela voz dos espíritos superiores, repetindo as antiquíssimas lições em torno da realidade do ser além do vaso carnal, das reencarnações, dos esforços que devem ser empreendidos, a fim de libertar-se da túnica pesada da ilusão que o retém nos patamares inferiores da evolução.”



("Amanhecer de uma nova era", Manoel Philomeno de Miranda/Divaldo Franco)

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

"FRACASSO PELA DÚVIDA"


        "Em inúmeras construções da vida, a dúvida se afigura como uma atitude sadia, objetivando compreender, mediante a penetração nas suas causas, os fenômenos que defronta.
        A investigação científica não pode prescindir da dúvida sobre os seus resultados, até o momento em que os fatos demonstram a própria robustez.
        No campo filosófico, as várias correntes de estudos partem da dúvida para novos conceitos de mais amplas informações.
        A dúvida sistemática, injustificável, no entanto, reflete desequilíbrio da razão com o comprometimento da emoção.
        No que se refere às atividades espirituais, nenhuma demonstração de laboratório ou formulação de lógica jamais atestou a destruição da vida inteligente através da morte. Pelo contrário, todos os acontecimentos são uma clara afirmação da sobrevivência do espírito ao corpo, assim como sobre a sua preexistência a ele.
        De certo modo, pessoas inconstantes em todas as suas realizações, sempre fogem dos deveres assumidos, exculpando-se com a dúvida, que não é dirimida por falta de persistência na busca e vivência da ideia espiritual que abandonam.
-x-
        O paciente que duvida da própria recuperação, torpedeia com a mente pessimista os fatores que propiciam a saúde e, embora sob tratamento, piora de situação.
-x-
        O lutador que duvida do êxito na batalha encetada, perde, por antecipação, grande número de combates.
-x-
        O agricultor que duvida das bênçãos que pode recolher do solo, descuida-se e é mal sucedido na plantação.
-x-
        O empresário que duvida dos resultados do empreendimento em programação, desmotiva-se de cedo e, porque não persiste, é dominado pelo desastre.
-x-
        A dúvida resulta, às vezes, da acomodação ao que já se sabe, armando-se um esquema contrário, embora inconsciente, contra as ideias novas, os fatos recentes.
-x-
        No que tange, porém, à vida espiritual e à interferência dos desencarnados nas atividades humanas, todas as informações procedem da história dos tempos, hoje atualizadas pela Doutrina Espírita, lídima herdeira do pensamento do Cristo, que o apresenta límpido e destituído de quaisquer místicas, enxertias e deturpações de que padeceu através do tempo...
-x-
        Examina com independência de opinião o que se te apresenta e busca as fontes do Espiritismo, a fim de discernires com acerto, em torno das questões da fé e do comportamento.
-x-
        As leis de Deus são perfeitas.
        A Sua providência é misericordiosa.
        Ninguém que se encontre esquecido ou em orfandade espiritual.
-x-
        Libera-te dos mesquinhos conflitos da dúvida mórbida e atormentante, abrindo-te à crença racional que te fará descortinar os horizontes infinitos a serem conquistados.
-x-
        Grande sofrimento é o gerado pela descrença.
-x-
        Por fim, recorda-te da advertência de Jesus a Tomé, quando redivivo surgiu no Cenáculo e afirmou ao discípulo duvidoso: — “Bem-aventurados aqueles que não viram e creram...”
(“Viver e Amar”, Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)
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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

"HARPA VIVA"


          "Não menosprezes teu corpo a pretexto de santificação da própria alma.
          Nele recebemos na Terra, a harpa divina em cujas cordas é possível entoar-se o cântico do trabalho que a vida nos reclama para o concerto universal da harmonia.
          Recorda que, por esse instrumento sublime, ouves a ternura do coração materno, recebes a bênção do lar e amealhas, pouco a pouco, a riqueza da experiência.
          É por ele que exercitas a fraternidade que te conduzirá ao amor e te inicias na ciência que te arrojará, mais tarde, no esplendor da sabedoria.
          Muitos chamam-no prisão, como se a escola pudesse receber o estigma do cárcere.
          Nós, porém, chamemo-lo santuário em que entesouramos dons inefáveis, vaso de luz em que nos habilitamos à ascenção para a Luz Maior.
          Harpa viva em que se reflete a Infinita Inteligência, nela usamos os sentimentos e os pensamentos, através da palavra e da ação, no testemunho de amor aos semelhantes.
          O corpo físico é o campo mais elevado de trabalho que a evolução nos oferece na Terra, em nome do Criador.
          Saibamos respeitá-lo e honrá-lo com aquilo que possuamos de melhor.
          O lavrador leal à sementeira acaricia e protege a enxada que lhe propiciará a fortuna do pão.
          O violinista fiel aos próprios ideais preserva o instrumento que lhe definirá a melodia.
          Ninguém pode aprimorar a alma desestimando o veículo em que somos compelidos a cultivar, com paciência e carinho, os gérmens da própria sublimação.
          Ama o teu corpo, ainda hoje, para que amanhã possa teu espírito rejubilar-se com o serviço perfeito.
          Não te esqueças!
          Sem o tronco escuro e, por vezes, disforme que se agarra ao chão lodoso pelas raízes, a flor e o perfume, o fruto e a alegria estariam relegados a simples sonhos na angústia da natureza morta."
(“Urgência”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

"INSTRUMENTO DIVINO"


"O violino é instrumento delicado, rico de melodias aguardando execução.
        Deixado à umidade, perde a ressonância.
        Manipulado com rispidez, desafina-se.
        Largado ao abandono, sofre a invasão de insetos que o destroem.
        Utilizado com brutalidade, arrebenta-se.
        Esquecido em temperaturas elevadas, estala e rompe a caixa acústica.
        Em mãos inábeis, perde a finalidade e o valor.
        Em museu, é peça morta.
        Atirado ao lixo, torna-se inutilidade.
        No entanto, cuidado, recebendo afinação, conduzido com carinho, reflete as melodias divinas ao contato com o arco que lhas arranca, vibrando harmonias incomparáveis que lhe saem das cordas distendidas e equilibradas.
+++
        O médium, de certa forma, pode ser comparado ao violino.
        Afinado com os dons da vida e colocado em mãos treinadas, acostumadas às músicas divinas, traz, à Terra, as gloriosas mensagens da Imortalidade.
        Posto em comunhão com o bem, esparze harmonias que facultam paz e estimulam ao amor.
        Estando em ação correta, participa da orquestração da Vida, expressando a glória da Criação em concertos de indefiníveis estesias.
        Sob a ardência das paixões primitivas, porém, arrebenta os centros de comunicação e perverte a finalidade a que se destina.
        Cultivando os instintos primários e dando-lhes expressão, tomba nos depósitos de lixo das obsessões penosas.
        Absorvendo a queixa e o pessimismo, perde a afinidade com os instrumentistas superiores.
        Relegando-se ao marasmo, desconecta os centros de registro elevado.
        Utilizado para o mercantilismo e as frivolidades, gasta-se nos prejuízos destruidores.
        Compulsado por Entidades perversas, morrem-lhe os ideais de enobrecimento, e embrutece-se, caindo depois na alucinação  autoaniquiladora.
+++
        O violino e o médium têm muita semelhança.
        São, em si mesmos, neutros, dependendo de como se deixam utilizar.
        O violino, porque não possui razão nem inteligência, depende totalmente do seu possuidor, quanto  o médium resulta da conduta moral que imprimir à sua faculdade.
+++
        Deixa-te tanger pelas mãos dos artistas espirituais de elevado porte, a fim de que possas transmitir as melodias da Vida Maior para felicitar as criaturas.
        Em qualquer situação, permanece cauteloso, zelando pelos teus equipamentos, de modo a responder em harmonia a todas as emissões dos artistas divinos, como instrumento sintonizado com a sublime orquestra do amor de Nosso Pai."
(“Alegria de Viver”, Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

"MÃOS BENDITAS"


"Escuta-nos, Senhor,
Na luz do Lar Celeste!
Desejamos, Jesus, agradecer-te
As mãos benditas que nos deste!
Aquelas mãos sublimes
Que nos entreteceram o berço
Entre as forças do mundo,
Que fizeram escolas,
Aquelas que tornaram nossos dedos,
Revestidas por ti de amor terno e profundo
A fim de penetrarmos nos segredos
Das palavras e letras da instrução...

As que encontramos no caminho,
Quando a sombra da mágoa nos alcança
E acendem para nós com simpatia
O facho da esperança.
Aquelas que nos trazem,
Ao sol do dia-a-dia,
Exemplos de trabalho.
As que cavam a terra,
Muita vez suportando espinhos agressores
E vibram de alegria
Ao vê-la transformar-se em celeiro de flores!

As que fazem o pão,
As que costuram vestes multiformes,
Cobertura e agasalho,
Aquelas que nos dão
A bênção da limpeza,
As que buscam nos dons da Natureza,
Quantas vezes, cansadas de lutar,
Os recursos da vida
Que nos erguem o lar...

As que socorrem os doentes,
As que se inclinam para os sofredores,
Em recintos de angústia, lares e hospitais,
Que afagam companheiros indigentes
Ou que protegem pobres pequeninos
Revelando desvelos maternais!

As que orientam para a ordem,
Garantindo a justiça e a segurança,
As que escrevem bondade, educação, beleza,
Em que a estrada se eleva e a mente se aprimora,
Criando, mundo afora,
Idéias de otimismo, reconforto,
Das quais se estende a luz de surpresa em surpresa...

Aquelas que se humilham quais violetas
E, revolvendo o pó,
Levantam nosso irmão ou nossa irmã
Caídos nas sarjetas
Ou no esgoto comum,
De coração dizendo a cada um:
– “Você não está só”.

As que foram batidas
Por críticas mordazes
E prosseguem agindo como fazes,
Retribuindo o mal com o bem;
As que ajudam e passam
Sem ferir a ninguém...

Benditas sejam elas
Todas as mãos, Senhor, que procuram servir,
– Exército de estrelas a buscar-te,
Edificando, em toda parte,
O Reino do Porvir.

E agradecendo-as, rogo-te, Jesus:
Toma-me as mãos vazias,
Faze-me trabalhar
Em todos os meus dias!
E porque me conheça
Tão pobre quanto sou,
De revés em revés,
Sem nem mesmo poder

Aspirar, ante os séculos futuros,
À sublime ventura,
Anseio conquistar a posição
Da serva que se esqueça
Nas tarefas de amor que o teu amor reparte.
E, a despeito de minha imperfeição,
Frágil, errada e inculta, quero dar-te
Meu próprio coração."

("Diálogo dos Vivos", Maria Dolores/Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

"O ENDEREÇO DE DEUS"


  "Imaginemos que um gênio das Mil e uma Noites lhe concedesse a satisfação de três desejos, amigo leitor.
            O que você pediria?
          Certamente o conhecimento da Doutrina Espírita, luz abençoada de Deus em nosso caminho, inspirar-lhe-ia nobre roteiro de realizações.
            Mas o homem comum, de visão limitada pela ignorância dos valores espirituais, coração sintonizado com o imediatismo terrestre, certamente optaria por riqueza, saúde, fama, poder, prazer, bem-estar...
            Geralmente as pessoas almejam uma existência sem sobressaltos, nem  problemas, com tanta “sombra e água fresca” quanto possível, pois, afinal “ninguém é de ferro”...
            No entanto, se nos concedessem a mesma possibilidade de escolha nos tempos em que vagávamos pelo Continente Espiritual, às vésperas da presente existência, certamente seria diferente.
***
.....................................................................................................................
            Conversei, certa feita, com um companheiro espírita, desses que chegam cheios de boas intenções e logo se afastam, dispensando explicações.
            — Então, meu caro, por onde anda? Algum problema em nossa casa ou com você e a esposa? Ambos sumiram sem aviso...
            — Não, Richard, não houve nada de grave. Estamos muito bem. Talvez seja esse o problema... Como sabe, quando nos casamos, a vida era difícil. Eu ainda estudava. Ganhava o sustento em emprego precário, ajudado pela esposa que vendia roupas. Logo vieram dois filhos, o primeiro com problemas de saúde. Orçamento apertado, tudo controlado. Nada de gastos supérfluos, passeis, festas ou badalações...
            — Lembro bem... Economizavam até o passe de ônibus! Era uma boa caminhada até o Centro...
            — Isso mesmo! Não obstante as dificuldades ou até por causa delas, encontrávamos tempo e inspiração para o cultivo dos valores espirituais. Orávamos em família, participávamos dos serviços assistenciais no fim de semana, comparecíamos às reuniões doutrinárias. Nossa vida tinha um sentido, um ideal a ser concretizado... Isso tudo nos dava muita força e abençoada tranquilidade.
            Suspirou fundo e concluiu,  melancólico:
            — Depois as coisas melhoraram. Comecei a ganhar dinheiro num promissor empreendimento comercial, meu filho superou os problemas de saúde, mudamos para um bairro de classe abastada. Multiplicaram-se compromissos profissionais e sociais. Atividade intensa, sem espaço para as orações em família, o culto, a atividade espiritual... Prosperamos materialmente, mas, tanto eu quanto minha esposa sentimos que algo precioso, de valor inestimável, ficou perdido...
            — Talvez um sentido para a existência, um objetivo...
            Meu amigo suspirou:
            — Exatamente! Ficou um vazio... Lembro uma expressão popular que define o assunto: Éramos felizes e não sabíamos!
            Lamentavelmente, não obstante o desabafo, meu amigo ainda não encontrou tempo para retomar os ideais negligenciados.
***
            Quando o caminho é fácil, esquecemos a bússola do discernimento.
            Acabamos nos desviando dos roteiros celestes que, bem sabemos, estão perfeitamente delineados nas lições de Jesus, reverenciado por Kardec no comentário à questão número 625 de O Livro dos Espíritos:
            Para o homem, Jesus constitui o tipo de perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra.
            Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o espírito divino o animava.
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            Mas estejamos certos de que Jesus não se esquece de nós, permitindo que venham dores, lutas e dificuldades em nosso caminho.
            Abençoado propósito inspira o Mestre Supremo:
          Evitar que esqueçamos o endereço de Deus."
(De “O destino em suas mãos”, de Richard Simonetti)

domingo, 16 de dezembro de 2012

"DOENÇAS FANTASMAS"


"Somos defrontados com frequência por aflitivo problema cuja solução reside em nós.
A ele debitamos longas fileiras de irmãos nossos que não apenas infelicitam o lar onde são chamados à sustentação do equilíbrio, mas igualmente enxameiam nos consultórios médicos e nas casas de saúde, tomando o lugar de necessitados autênticos.
Referimo-nos às criaturas menos vigilantes, sempre inclinadas ao exagero de quaisquer sintomas ou impressões e que se tornam doentes imaginários, vítimas que se fazem de si mesmas nos domínios das moléstias-fantasmas.
Experimentam, às vezes, leve intoxicação, superável sem maiores esforços, e, dramatizando em demasia pequeninos desajustes orgânicos, encharcam-se de drogas, respeitáveis quando necessárias, mas que funcionam a maneira de cargas elétricas inoportunas, sempre que impropriamente aplicadas.
Atingido esse ponto, semelhantes devotos da fantasia e do medo destrutivo caem fisicamente em processos de desgastes, cujas conseqüência ninguém pode prever, ou entram, modo imperceptíveis para eles, nas calamidades sutis da obsessão oculta, pelas quais desencarnados menos felizes lhes dilapidam as forças.
Depois disso, instalada a alteração do corpo ou da mente, é natural que o desequilíbrio real apareça e se consolide, trazendo até mesmo a desencarnação precoce, em agravo de responsabilidade daqueles que se entibiam diante da vida, sem coragem para trabalhar, sofrer e lutar.
Precatemo-nos contra esse perigo absolutamente dispensável.
Se uma dor aparece, auscultemos nossa conduta, verificando se não demos causa à benéfica advertência da Natureza.
Se surge a depressão nervosa, examinemos o teor das emoções a que estejamos entregando as energias do pensamento, de modo a saber se o cansaço não se resume a um aviso salutar da própria alma,para que venhamos a clarear a existência e o rumo.
Antes de lançar qualquer pedido angustiado de socorro, aprendamos a socorrer-nos através da auto-análise, criteriosa e consciente.
Ainda que não seja por nós, façamos isso pelos outros, aqueles outros que nos amam e que perdem, inconseqüentemente, recurso e tempo valiosos, sofrendo em vão com a leviandade e a fraqueza de que fornecemos testemunhos.
Nós que nos esmeramos no trabalho desobssessivo, em Doutrina Espírita, consagremos a possível atenção a esse assunto, combatendo as doenças-fantasmas que são capazes de transformar-nos em focos de padecimentos injustificáveis a que nos conduzimos por fatores lamentáveis de auto-obsessão."

("Estude e Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 15 de dezembro de 2012

"NUNCA É DEMAIS"


“Sede, na oração, perseverantes.”
(Paulo – Romanos – 12:12)

       "Diretamente convidado a uma decisão, no tumulto dos conflitos complexos, busque a inspiração superior através da prece.
       Um momento de prece dirime problemas largamente cultivados.
*
       Instado por dificuldade à rebeldia e ao desequilíbrio, faça uma pausa para a prece.
       A prece não apenas aponta rumos quanto tranquiliza interiormente.
       Açodado pelas paixões inferiores e vencido na psicosfera negativa do ambiente em que vive, erga-se à prece edificante.
       A prece não somente sustenta o bom ânimo como também luariza os sentimentos.
       Tombado por falta de apoio e aturdido nos melhores propósitos acalentados, tente o convívio da prece antes de desertar.
       A prece não é só uma ponte que o leva a Deus, porém uma alavanca a impeli-lo para sair do desânimo que o prostra.
*
       Atordoado por informações infelizes e vitupérios; apedrejado por incompreensões indevidas, mergulhe a mente na prece antes do revide.
       A prece não constitui um paliativo exclusivo, sendo, também, inexaurível e abençoada fonte de renovação e entusiasmo.
*
       Examinando o problema imenso que se avulta, aquietado pelas complexas engrenagens das decisões, estugue o passo, faça uma prece.
       A prece tem o poder de clarificar os horizontes e içar o homem do abismo às cumeadas libertadoras.
       Concluída a tarefa em que recolheu bênçãos e júbilos, não se esqueça da prece.
       A prece não lhe constitua um instrumento de rogativa e solicitação incessantes, tornando-se, também, um telefônio para expressar o reconhecimento e a gratidão com que você exporá os sentimentos renovados ao Pai Celestial.
*
       Não se trata de beatice, nem tampouco de pieguismo emocional.
       Se lhe é justo permitir-se o pessimismo e o desaire, conservando a negação e o dissabor, a prece contituir-lhe-á  bastão de apoio, medicamento reconfortante, pão nutriente porquanto cada um sintoniza com aquilo em que pensa e vibra.
       Orando, você, naturalmente, haurirá nas fontes inesgotáveis da Divina Providência as energias necessárias para o êxito dos seus cometimentos.
       Não se deixe vencer pelos que o abordam com ceticismo e preferem a manifestação cínica diante do seu estado de prece e de confiança.
       Uma prece a mais nunca é demais."
                                              
(“Momentos de Decisão”, Marco Prisco/Divaldo P. Franco)