"Não te apegues
à expressão literal da lição de Jesus quando nos exorta a buscar os irmãos
infelizes, toda vez que estejamos à frente de mesa lauta.
*
Nem sempre
conseguirás reunir companheiros de luta em ágapes festivos; entretanto, é
imperioso recordar que o Sol, a cada dia, te descerra à existência todo um
banquete de soberana alegria.
*
Cada amanhã,
alongas teus braços na exaltação do calor e da vida, pensas em harmonia com o
justo discernimento, usas o verbo na expressão dos desejos mais íntimos e,
sobretudo, podes estender o próprio sentimento em forma de carinho e
compreensão.
*
Lembra-te dos
coxos de raciocínio, dos famintos de entendimento, dos desesperados de espírito,
dos encarcerados da aflição, dos torturados da ignorância, dos estropiados da
alma, dos aleijados da fé e dos mendigos de luz.
*
Não te afastes
deles, a pretexto de conservar a virtude, nem lhes recuses lugar à mesa de teu
amor.
*
São flores que
o incêndio das paixões crestou no solo da Terra, antes que pudessem frutificar
nos melhores sonhos, harpas quebradas nos caminhos do mundo, antes que mãos
benevolentes e sábias delas conseguissem arrancar a melodia da eterna
beleza.
*
Mais do que os
teus afins, esperam-te o concurso para que se refaçam, ante as Bênçãos do
Céu.
*
Levanta-te ao
lume do alvorecer, ofertando aos menos felizes o repasto de tuas próprias
consolações e, quando o crepúsculo te venha cerrar os olhos, adormecerás,
exultante de paz, nos braços invisíveis do Amigo Eterno, que transformou a
própria cruz num sólio de esperança e perdão para alçar-se, em suprema vitória,
ao coração das estrelas."
(“Confia e Segue”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
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