"Todas as grandes religiões tiveram duas faces, uma aparente, outra
oculta. Está nesta o espírito, naquela a forma ou a letra. Debaixo do símbolo
material, dissimula-se o sentido profundo. O Bramanismo, na Índia, o Hermetismo,
no Egito, o Politeísmo grego, o próprio Cristianismo, em sua origem, apresentam
esse duplo aspecto. Julgá-las pela face exterior e vulgar é o mesmo que apreciar
o valor moral de um homem pelos trajos. Para conhecê-las, é preciso penetrar o
pensamento íntimo que lhes inspira e motiva a existência; cumpre desprender do
seio dos mitos e dogmas o princípio gerador que lhes comunica a força e a vida.
Descobre-se, então, a doutrina única, superior, imutável, de que as religiões
humanas não são mais que adaptações imperfeitas e transitórias, proporcionadas
às necessidades dos tempos e dos meios."
(“Depois da Morte”, Léon Denis)
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