quarta-feira, 31 de outubro de 2012

"UM SUBLIME ALGUÉM"


"Ninguém poderá carregar o fardo das suas dores. Eduque-se com o sofrimento.
          Ninguém lhe entenderá os problemas complexos da existência. Exercite o silêncio.
          Ninguém seguirá com você indefinidamente. Acostume-se com a solidão.
          Ninguém acreditará que as suas aflições sejam maiores do que as do vizinho. Liberte-se delas com o trabalho de autoiluminação.
          Ninguém responderá pelos seus erros. Tenha cuidado no proceder.
          Ninguém suportará suas exigências. Adira à brandura e à simplicidade.
          Ninguém o libertará do arrependimento após o crime. Medite na paciência e domine os impulsos.
          Ninguém compreenderá seus sacrifícios e renúncias para a manutenção de uma vida modesta e honrada. Persevere no dever bem cumprido.
          Sábio é todo aquele que reconhece a infinita pequenez ante a infinita grandeza da vida.  Embora ninguém possa servi-lo sempre, você encontrará um sublime Alguém que tem para cada anseio da sua alma uma alternativa de amor.
          Por você,
          Carregou o fardo do mundo...
          Compreendeu os conflitos da vida...
          Caminhou com todos...
          Socorreu a quantos O buscaram...
          Matou a fome, saciou a sede e ouviu as multidões inquietas...
          Atendeu à viúva de Naim, ao apelo materno em Cana, restituiu a saúde à Hanah...
          Carregou a Cruz da injustiça sem nenhuma reclamação...
          Perdoou a traição de Judas, desculpou as negativas de Pedro e os libertou do remorso, com a concessão do trabalho em novos avatares...
          Compreendeu as lutas da mulher atormentada, sedenta de paz, esclareceu o enfático doutor do Sinédrio, sedento de saber, arrancou das trevas o cego Bartimeu, sedento de caridade...
          Ensinou que diante do amor todos os enigmas do Universo se aclaram por ser o Pai Celeste a Suprema Fonte do Amor.
          Não se imponha, pois, a ninguém.
          Embora você dependa de todos, nada aguarde de outrem. Receba e agradeça o que lhe chegue, como chegue, ajude e passe...
          Aprenda que a luta é a lição de cada hora no abençoado livro da existência planetária e siga adiante com Ele."
(Marco Prisco, no livro “Sementeira da Fraternidade”, de Divaldo Pereira Franco – Diversos Espíritos)

terça-feira, 30 de outubro de 2012

"TRANQUILIDADE EM TUDO"


"Em tudo o que fizeres não te esqueças da tranquilidade. Esse gesto assinala o estado da tua vida e o valor que já conquistaste no campo onde mourejas.
            O que procuramos é a harmonia interna; ela ajusta os nossos passos para que não percamos o ambiente do Senhor Jesus. A ocupação não pode ser esquecida nos caminhos da alma em Jesus Cristo; é no trabalho orientado que nasce o amor, em se transformando em caridade; é a caridade em busca do perdão, é o perdão que batalha para granjear a amizade.
            Tranquilidade nos faz lembrar o cuidado permanente da serenidade ajustada às coisas certas; tudo isso e muitas outras coisas mais que geram harmonia não nos deixam esquecer a labuta rumo ao aprimoramento.
            Jesus é o ponto energético que aciona nossas forças internas para a laboração do Divino em nós. Vamos nos lembrar sempre, todos os dias, de nosso Guia, o Cristo; ligando-nos a Ele, receberemos o impulso da busca a nos iluminar por dentro, nos incentivando para todas as realizações do bem comum.
            Fomos feitos simples e ignorantes, no entanto, com todos os valores em estado de sono na intimidade, esperando que a nossa maturidade acorde esse tesouro espiritual, a nos mostrar que somos perfeitos, porque viemos da perfeição.
            A Doutrina Espírita nos mostra como fazer de nós mesmos um todo de luz, pois os Espíritos benfeitores despejam na humanidade, pelas páginas ditadas por eles, uma profusão de entendimentos que eles sabem buscar na vida do Divino Amigo, com a mais alta interpretação dos valores da natureza. Mas isso sempre na tranquilidade que encontram nas leis de Deus.
            Meus queridos companheiros, a felicidade somente é encontrada quando encontramos a harmonia vibrando na cidade íntima da nossa consciência, de maneira a fazer irrigação para o coração e para os impulsos da mente. Não penses que possamos fazer isso sem a ajuda do trabalho. O Espírito superior não perde tempo em descanso inútil; sempre está fazendo tarefa que beneficia ao próximo, atendendo ao chamado das próprias leis naturais, que nos falam através da vida, que nunca para.
            A cura dos nossos desequilíbrios depende de nós; Deus já fez a Sua parte desde o princípio,  e Jesus nos ensina há bilhões de anos. E nós, o que fizemos até hoje? Pensemos nisso e trabalhemos.
            Falamos de tranquilidade em tudo, mas não no sentido de ficarmos descansando. O cristão trabalha no próprio descanso, por já ter despertado para a luz. E se o Espiritismo é Jesus voltando, não pode o Mestre voltar sem intenso serviço em favor da libertação humana.
            Tu, que te encontras lendo, vê a tua vida, se está sendo útil; se não, começa agora a fazer algo de bom. O serviço com o Cristo é libertação da alma, é vida e mais vida nos caminhos, é paz no coração.
            Um dos trabalhos que mais cresce em nós é o estudo bem orientado da Doutrina Espírita. Cabe-nos despertar os valores de Deus na nossa intimidade. E isso é Jesus conosco, é estarmos conscientes em Deus."
(“Cura-te a ti mesmo”, Miramez/João Nunes Maia)


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

"AUTOADMIRAÇÃO"


“Tens visto o homem que é sábio a seus próprios olhos? Pode-se mais esperar mais do tolo do que dele.”  PROV. 26:12
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"Se admiras a ti mesmo, enfraqueces o teu caráter; o teu dever é ser justo, bom, amável e caridoso. Toda perfeição é roteiro natural; vista a roupa da humildade, que ficarás bem em todos os caminhos.
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Não alardeies o que já conquistaste de bom; outros observam e não perdem os teus passos.
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Toda virtude irradia e o virtuoso não precisa anunciar suas qualidades; todos dão notícias do sol.
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A autoadmiração nasce da ignorância e a natureza nada deixa escondido, tanto o bem quanto o mal.
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Não sejas sábio aos teus próprios olhos, pois os olhos dos outros também enxergam; o enganoso é que gosta de mostrar o que não possui.
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Quem já viu um dia de sol não pode negar a claridade.
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Deves estimular a ti mesmo no trabalho, na compreensão e no amor, esforçando-te todos os dias para viver melhor.
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A discrição nas linhas de vida é dever de todos os companheiros; não desmereças o que já conquistaste, que Deus tudo vê.
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A vida é escola e a natureza boa professora; aprende com ela. Em muitos casos o silêncio nos sustenta de segurança; usa a tua boca para anunciar as grandezas de Deus e os ensinamentos de Jesus, que sentirás o amor como uma estrela na alma.
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Se desejas admirar, faze-o aos feitos alheios, onde o Bem e a Caridade se expressam como fonte de salvação. Apaga-te, quando no meio dos teus irmãos, e abençoa todos, sem dizer os teus desejos de ajudar.
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Somente Deus fala d’Ele mesmo, pelo que sempre fez e continua fazendo em favor de todos nós."
(“Gotas de Alegria”, Carlos/João Nunes Maia)

domingo, 28 de outubro de 2012

"DIARIAMENTE"


"Não te apegues à expressão literal da lição de Jesus quando nos exorta a buscar os irmãos infelizes, toda vez que estejamos à frente de mesa lauta.
*
Nem sempre conseguirás reunir companheiros de luta em ágapes festivos; entretanto, é imperioso recordar que o Sol, a cada dia, te descerra à existência todo um banquete de soberana alegria.
*
Cada amanhã, alongas teus braços na exaltação do calor e da vida, pensas em harmonia com o justo discernimento, usas o verbo na expressão dos desejos mais íntimos e, sobretudo, podes estender o próprio sentimento em forma de carinho e compreensão.
*
Lembra-te dos coxos de raciocínio, dos famintos de entendimento, dos desesperados de espírito, dos encarcerados da aflição, dos torturados da ignorância, dos estropiados da alma, dos aleijados da fé e dos mendigos de luz.
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Não te afastes deles, a pretexto de conservar a virtude, nem lhes recuses lugar à mesa de teu amor.
*
São flores que o incêndio das paixões crestou no solo da Terra, antes que pudessem frutificar nos melhores sonhos, harpas quebradas nos caminhos do mundo, antes que mãos benevolentes e sábias delas conseguissem arrancar a melodia da eterna beleza.
*
Mais do que os teus afins, esperam-te o concurso para que se refaçam, ante as Bênçãos do Céu.
*
Levanta-te ao lume do alvorecer, ofertando aos menos felizes o repasto de tuas próprias consolações e, quando o crepúsculo te venha cerrar os olhos, adormecerás, exultante de paz, nos braços invisíveis do Amigo Eterno, que transformou a própria cruz num sólio de esperança e perdão para alçar-se, em suprema vitória, ao coração das estrelas."
(“Confia e Segue”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 27 de outubro de 2012

"JUSTIÇA E AMOR"


       "Todos os valores da vida pedem extensão e rendimento para atenderem ao Eterno Equilíbrio nas bases do Universo.
*
       Se o ouro reclama aplicação justa, também o conhecimento elevado exige substância e proveito.
       Se o primeiro, acumulado inutilmente, gera a cobiça que detém a cabeça do avaro no desvario da posse efêmera, o segundo, guardado sem ação nas obras edificantes, cria a vaidade que mergulha o coração orgulhoso nas trevas de espírito.
*
       Não basta compreendas o estatuto que nos rege os destinos para que te harmonizes contigo mesmo.
*
É necessário transfundas o próprio entendimento em serviço aos semelhantes, para que a flama do cérebro se te faça luz no caminho.
*
       Não te demorarás, estudando a ficha do irmão que sofre, aferindo-lhe os méritos e deméritos para expressares depois a bondade que teorizas.
*
       Antes de tudo recorda que, se o próximo experimenta provação e amargura por determinação da Excelsa Justiça, a tela de angústia em que o próximo se debate se te descerra aos olhos do mundo, por determinação do Divino Amor, a fim de que exercites a piedade e a cooperação, o socorro fraterno e a solidariedade espontânea.
*
       Não olvides que alma alguma, enquanto na vestimenta da carne, poderá conhecer o integral conteúdo das próprias dívidas e auxilia aos outros quando puderes, embora saibas que o prodígio da redenção compulsória é plenamente impossível, de vez que amanhã chegará igualmente o teu dia de acerto maior na Contabilidade Divina.
*
       Não desistas de amparar, através do bem, porquanto se o progresso e a felicidade na Terra solicitassem apenas a penetração no conhecimento da Lei e no simples entendimento de nossas culpas, decerto Jesus não se abalançaria a estender amorosas mãos entre os homens, suportando-nos a ignorância, os débitos e fraquezas, até o ponto de imolar-se na cruz, bastando para isso, nos enviasse as Boas Novas de Redenção, em cartazes de propaganda, dependurados no Céu."
(“Confia e segue”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

"HUMANIDADE REAL"


                         “...Eis o Homem!”- Pilatos. (João, 19:5.)

          "Apresentando o Cristo à multidão, Pilatos não designava um triunfador terrestre...
          Nem banquete, nem púrpura.
          Nem aplauso, nem flores.
          Jesus achava-se diante da morte.
          Terminava uma semana de terríveis flagelações.
          Traído, não se rebelara.
          Preso, exercera a paciência.
          Humilhado, não se entregou a revides.
          Esquecido, não se confiou à revolta.
          Escarnecido, desculpara.
          Açoitado, olvidou a ofensa.
          Injustiçado, não se defendeu.
          Sentenciado ao martírio, soube perdoar.
          Crucificado, voltaria à convivência dos mesmos discípulos e beneficiários que o haviam abandonado, para soerguer-lhes a esperança.
          Mas, exibindo-o, diante do povo Pilatos não afirma: - Eis o condenado, eis a vítima!
          Diz simplesmente: - “Eis o Homem!”
          Aparentemente vencido, o Mestre surgia em plena grandeza espiritual, revelando o mais alto padrão de dignidade humana.
          Rememorando, pois, semelhante passagem, recordemos que somente nas linhas  morais do Cristo é que atingiremos a Humanidade Real."

(“Fonte Viva”,  Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

"POR FORA E POR DENTRO"






          "O palacete erguia-se no meio do quarteirão.

        Era, realmente, linda casa.

        As paredes haviam recebido pintura bastante agradável.

        A porta de entrada fora artisticamente trabalhada. Escadas e pisos de mármore conduziam à varanda luxuosa.

        Vastos jardins cercavam toda a residência.

        Flores multicoloridas desenhavam canteiros diversos.

        No centro do amplo pátio, elevava-se graciosa fonte, jorrando, tranquilamente.

        Entretanto, o interior da casa era desolador.

        Teias de aranha cobriam o teto e os cantos.

        Móveis arruinados revestiam-se de espessa camada de poeira, denotando falta de limpeza há muito tempo.

        Por fim, marcas enlameadas delineavam-se no piso abandonado e semidestruído.

        Isto ocorre conosco nos caminhos da vida.

        Geralmente, gastamos tempo e fortuna no tratamento do corpo.

        Cabelereiros e cosméticos são exigidos para o realce da beleza.

        Modistas e alfaiates são requisitados para a manutenção da elegância.

        Unhas são esmaltadas com delicadeza e gosto.

        Contudo, dentro de nós alimentamos a vaidade e o orgulho, a prepotência e as paixões, cultivando preguiça e desequilíbrio e constituindo nossa mobília interior,  arruinada e suja, na forma de pensamentos enfermiços."

"Valérium, na obra “Histórias da Vida”, de Antônio Baduy Filho, pelos Espíritos Hilário Silva e Valérium)

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

"SE TENS FÉ"


"Em Doutrina Espírita, fé representa dever de raciocinar com responsabilidade de viver.
 Desse modo, não te restrinjas à confiança inerte, porque a existência em toda parte nos honra, a cada um, com a obrigação de servir.
 Se tens fé, não permitirás que os eventos humanos te desmantelem a fortaleza do coração.
 Transitarás no mundo, sabendo que o Divino Equilíbrio permanece vigilante e, mesmo que os homens transformem o lar terrestre em campo de lodo e sangue, não ignoras que a Infinita Bondade converterá um e outro em solo adubado para que a vida refloresça e prossiga em triunfo.
 Se tens fé não registrarás os golpes da incompreensão alheia, porquanto identificarás a ignorância por miséria extrema do espírito e educarás generosamente a boca que injuria e a mão que apedreja.
 Ainda que os mais amados te releguem à solidão, avançarás para a frente, entendendo e ajudando, na certeza de que o trabalho te envolverá o sentimento em nova luz de esperança e consolação.
 Se tens fé, não te limitarás a dizê-la simplesmente, qual se a oração sem as boas obras te outorgasse direitos e privilégios inadmissíveis na Justiça de Deus, mas, sim, caminharás realizando a vontade do Criador, que é sempre o bem para todas as criaturas.
 Se tens fé, sustentarás, sobretudo, o esforço diário do próprio burilamento, através das pequeninas e difíceis vitórias sobre a natureza inferior, como sendo o mais alto serviço que podes prestar aos outros, de vez que, aperfeiçoando a nós mesmos, estaremos habilitando a consciência para refletir, com segurança, o amor e a sabedoria da Lei."
(Emmanuel, na “O Espírito da Verdade”, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira – Espíritos Diversos)

terça-feira, 23 de outubro de 2012

"RESPEITO À VIDA"


"O respeito à vida se fundamenta na lei natural, a lei de amor.
            Em todo lugar onde vige a vida do homem, cumpre o dever de respeitá-la, preservando-a.
            Não somente consideração pela sua existência, como esforço bem dirigido para sustentá-la.
            Respeito à natureza, aos minerais, aos vegetais, aos animais...
*
            A criança, que se acerca de ti, impõe-te o respeito que merece o futuro, nela em gérmen.
            O azedume, a rispidez, a impiedade, a dureza com que a receberes dela farão o cidadão desventurado, que a intemperança moldou.
            Ninguém tem o direito de espezinhar um ser em formação, sem incorrer no grave delito, que a Lei anota, de perturbar-lhe a marcha...
            O jovem, que procura o teu apoio, é digno de respeito, porque em trânsito orgânico e psíquico, nele se insculpem os comportamentos que mais o atinjam.
            As expressões da agressividade com que seja tratado despertarão nele o réprobo que dorme e poderia ser vencido, fossem outras as atitudes com que o recebessem...
            O adulto necessita de respeito.
            O hábito de pensar e falar mal do próximo facilita a deteriorização do conceito em torno das criaturas, facilitando o descrédito e a desconsideração pelos outros.
            Ninguém tem o direito de medir o comportamento de outrem pelas suas reações, nem julgar com os dados que se atribui possuir.
            Aquele que parece censurável está sob injunções que pedem ajuda e caridade, não reprimenda e desrespeito.
            O respeito à pessoa humana é impositivo cristão, dever que toda criatura é convidada a sustentar no relacionamento social.
            Alguém em ignorância espera a claridade do conhecimento; em doença, a dádiva do medicamento; em abandono, o contributo da solidariedade; em qualquer circunstância, a competente ajuda.
            Ajuda sempre!
            O ancião, em combalimento, tem necessidade do respeito pela existência vencida a penates e o apoio que as fracas forças esperam da juventude e da madureza dos homens...
            Respeito sempre!
*
            Coloca-te na situação do outro; procura pensar como o outro; compenetra-te da posição do outro e compreenderás a alta significação do que é o respeito que gostarias de receber, como desejarias ser tratado.
            Faze, então, conforme pretendes que façam contigo.
            Jesus atendeu a uma mulher aturdida, sem sindicar-lhe o passado, nem examinar-lhe o presente; abençoou as criancinhas, sem selecioná-las por casta ou posição social; recebeu os enfermos do caminho sem inquiri-los  quanto às causas das suas mazelas; ouviu o ladrão na cruz sem interroga-lo quanto aos motivos que o tornaram delinquente...
            A todos ajudou, amoroso, valorizando e socorrendo cada um com profundo respeito pela vida, respeito pela criatura."
(“Oferenda”, Joanna de Ângelis/ Divaldo P. Franco)

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

"NO CORPO"


"Há quem menospreze o corpo,  alegando com isso honorificar a alma; no entanto, isso é o mesmo que combater escola, sob o estranho pretexto de beneficiar o aprendiz.
          Leve observação, porém, nos fará lembrar a importância da vida física.
Diz-se, muitas vezes, que o corpo é adversário do espírito; contudo, é no corpo que dispomos daquele bendito  anestésico do esquecimento temporário, com que a cirurgia da vida, nos hospitais do tempo, nos suprime as chagas morais instaladas por nós mesmos, no campo íntimo; nele, reencontramos os desafetos de passadas reencarnações, nas teias da consanguinidade ou nas obrigações do grupo de serviço para a quitação necessária de nossos débitos, perante a lei que nos governa os destinos; com ele entesouramos, a pouco e pouco, os valores da evolução e da cultura; auxiliados por ele, perdemos os derradeiros resquícios de herança animal, que carregamos por força da longa vivência nos reinos inferiores da Criação, a fim de que nos elevemos aos topes da inteligência; integrados nele, é que somos pacientemente burilados pelos instrumentos da Natureza, ante a glória espiritual que a todos nos aguarda, no Infinito, na condição de filhos de Deus; e, finalmente, é ainda no corpo que somos defrontados pelos grandes amores, a começar pela abnegação dos anjos maternais da Terra, que nos presidem o estágio no plano físico, habilitando-nos para a aquisição dos mais altos títulos na escola da experiência.
          Meditemos nisso e saibamos ver no corpo a harmonia sublime em que a sabedoria do Senhor nos ensina, século a século, existência a existência e dia por dia, a bendita ciência do crescimento e da ascensão para a Via Imortal."
(“Instrumentos do Tempo”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 21 de outubro de 2012

"GRATIDÃO PELO LIVRO ESPÍRITA"



            "Senhor Jesus!
            Outorgaste-nos a inteligência,  a fim de que pudéssemos entender a grandeza da vida e avançar no rumo da Verdade.
            Concedeste-nos a visão, de modo a nos deslumbrarmos ante a grandeza da Criação.
            Facultaste-nos a voz, para que a melodia vibrante nos ensejasse intercâmbio, e as maviosas combinações musicais cantassem em nossa garganta.
            Doaste-nos os ouvidos, com os quais participamos dos murmúrios e das canções vivas da Natureza, para que entesourássemos belezas.
            Enriqueceste-nos com as mãos, a fim de que se transformassem em estrelas após o trabalho edificante e redentor.
            Favoreceste-nos com as mãos, a fim de que se transformassem em estrelas após o trabalho edificante e redentor.
            Favoreceste-nos com os pés humildes e submissos, que servem de veículos para a glória da locomoção.
            Multiplicaste os sentimentos em nosso mundo íntimo, de forma que a claridade suplantasse todos os outros e o amor lhe constituísse a seiva de manutenção, libertando-nos do egoísmo e da impiedade...
            Legaste-nos o livro espírita, a fim de que em hora alguma estivéssemos sem o valioso auxiliar para compreender  a razão da existência, os percalços das lutas, as necessárias provações, e pudéssemos converter os tesouros transitórios do mundo em fortunas indestrutíveis da imortalidade.
            Nele, Senhor, perpassam as Tuas lições superiores e eternas quais gemas de rara beleza que insculpem em nossos espíritos as claridades libertadoras que nos apontam rumos felizes...
            Depositário das belezas que se refletem de Mais Alto, é o companheiro abençoado da soledade e o mestre discreto sempre às ordens para ajudar.
            Agradecendo-Te todas as doações com que nos armaste para a vitória sobre nós mesmos, reconhecemos que no livro espírita encontramos o pão de vida e a água lustral para a total manutenção em nossa reencarnação salvadora.
            Por tudo, louvado sejas sempre, Senhor!"
(“Celeiro de Bênçãos”, Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco)

sábado, 20 de outubro de 2012

"FELICIDADE E TRABALHO"


"Felicidade e trabalho — dois temas da vida que se complementam — à maneira do teto e do alicerce de uma construção.
Indubitavelmente, a Terra ainda é uma estância de provas regenerativas, sem possibilidade de oferecer-nos a felicidade integral; entretanto, nela encontramos todo o material de que necessitamos para alteei-la na categoria dos mundos.
Dificuldade, tribulação, sofrimentos e atritos são alguns dos agentes, com os quais se nos fará possível organizar o aperfeiçoamento de nós mesmos.
Se podemos sugerir o começo do imenso trabalho alusivo á realização que demandamos, é preciso erradicar a insatisfação que tantas vezes nos caracteriza, instalando em nós outros, o amor e a humildade, a paciência e a coragem, por instrumentos de serviço que nos será possível manejar com acerto, em nosso próprio benefício.
Não existe pântano que não possa ser drenado e nem penúria que a benemerência não consiga extinguir Em suma, estamos todos - os espíritos vinculados à Terra - num plano de grandes conflitos, carregando o fardo de nossas imperfeições, adquiridas ao longo dos milênios, mas o Supremo Pai jamais nos sonegou a bênção da esperança e, em razão disso, ser-nos-á possível aceitar os agentes de que dispomos, a fim de melhorar-nos, melhorando a vida, em torno de nós.
A vida no Planeta é assinalada por embates e antagonismos diversos, no entanto, a paz e a alegria se nos farão companheiros em todos os dias da Terra e do Mais Além, se nos dispusermos a aceitar a existência que nos foi concedida, a amar aos nossos semelhantes e a servir incessantemente, realizações que demandam unicamente uma só atitude: — trabalhar.

(Emmanuel, na obra “Monte Acima”, de Francisco Cândido Xavier – Espíritos diversos)

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

"PROVAÇÃO DOS ENTES QUERIDOS"



            "Não temos pela frente tão-só as nossas dificuldades, mas igualmente as dificuldades das pessoas queridas, pela quais, muitas vezes, sofremos muito mais que por nós próprios.
            Forçoso, porém, anotar que, em nos interessando pelo apoio aos entes queridos, nunca estamos a sós, porquanto Deus, que no-los emprestou ao convívio, permanece velando sem olvidá-los.
            Nos dias de cinza e sombra da provação, doemos aos entes amados o melhor de nossa ternura, mas evitemos insuflar-lhes pessimismo ou desconfiança, ansiedade ou inquietação.
            Se nos pedem conselhos, não descambemos para sugestões pessoais, e sim, ajudemo-los a buscar a Inspiração Divina, através da prece, porque Deus lhes conhece as necessidades e lhes traçará seguro roteiro ao comportamento.
            Se doentes, mais que justo lhes ministremos assistência e carinho; todavia, empenhemo-nos em guiar-lhes o pensamento para o otimismo, convencidos de que Deus lhes resguarda a existência em cada batimento do coração.
            Se empreendem mudanças em seu próprio caminho, abstenhamo-nos de interferir nas decisões que assumam, e sim, em vez disso, diligenciemos abençoar-lhes os planos de renovação e melhoria, compreendendo que a Divina Providência vigia sobre nós, orientando-nos os passos.
            Se resvalam em duras provas, trabalhemos por aliviá-los e libertá-los, que isso é dever nosso, mas sem tortura-los com a nossa inconformidade e aflição, na certeza de que Deus não está ausente do quinhão de lutas regenerativas ou edificantes que nos cabem a todos, em certas faixas de tempo.
            Auxiliemos nossos entes queridos a serem autênticos, como são e como devem ser perante a vida.
            Indiscutivelmente, tanto quanto irrompem problemas em nossa estrada, inúmeros outros problemas aparecem no campo de ação daqueles que mais amamos; no entanto, a fim de ampará-los com eficiência e segurança, atuemos em favor deles, em bases de equilíbrio e de amor, reconhecendo que não estamos sozinhos na empresa socorrista, de vez que, muito antes de nós, Deus estava e continua a estar no caso de cada um."
(“Alma e Coração”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

"RESPEITO À VIDA"


"O respeito à vida se fundamenta na lei natural, a lei de amor.
            Em todo lugar onde vige a vida do homem, cumpre o dever de respeitá-la, preservando-a.
            Não somente consideração pela sua existência, como esforço bem dirigido para sustentá-la.
            Respeito à natureza, aos minerais, aos vegetais, aos animais...
*
            A criança, que se acerca de ti, impõe-te o respeito que merece o futuro, nela em gérmen.
            O azedume, a rispidez, a impiedade, a dureza com que a receberes dela farão o cidadão desventurado, que a intemperança moldou.
            Ninguém tem o direito de espezinhar um ser em formação, sem incorrer no grave delito, que a Lei anota, de perturbar-lhe a marcha...
            O jovem, que procura o teu apoio, é digno de respeito, porque em trânsito orgânico e psíquico, nele se insculpem os comportamentos que mais o atinjam.
            As expressões da agressividade com que seja tratado despertarão nele o réprobo que dorme e poderia ser vencido, fossem outras as atitudes com que o recebessem...
            O adulto necessita de respeito.
            O hábito de pensar e falar mal do próximo facilita a deteriorização do conceito em torno das criaturas, facilitando o descrédito e a desconsideração pelos outros.
            Ninguém tem o direito de medir o comportamento de outrem pelas suas reações, nem julgar com os dados que se atribui possuir.
            Aquele que parece censurável está sob injunções que pedem ajuda e caridade, não reprimenda e desrespeito.
            O respeito à pessoa humana é impositivo cristão, dever que toda criatura é convidada a sustentar no relacionamento social.
            Alguém em ignorância espera a claridade do conhecimento; em doença, a dádiva do medicamento; em abandono, o contributo da solidariedade; em qualquer circunstância, a competente ajuda.
            Ajuda sempre!
            O ancião, em combalimento, tem necessidade do respeito pela existência vencida a penates e o apoio que as fracas forças esperam da juventude e da madureza dos homens...
            Respeito sempre!
*
            Coloca-te na situação do outro; procura pensar como o outro; compenetra-te da posição do outro e compreenderás a alta significação do que é o respeito que gostarias de receber, como desejarias ser tratado.
            Faze, então, conforme pretendes que façam contigo.
            Jesus atendeu a uma mulher aturdida, sem sindicar-lhe o passado, nem examinar-lhe o presente; abençoou as criancinhas, sem selecioná-las por casta ou posição social; recebeu os enfermos do caminho sem inquiri-los  quanto às causas das suas mazelas; ouviu o ladrão na cruz sem interroga-lo quanto aos motivos que o tornaram delinquente...
            A todos ajudou, amoroso, valorizando e socorrendo cada um com profundo respeito pela vida, respeito pela criatura."
(“Oferenda”,  Joanna de Angelis/Divaldo P. Franco)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

"PAI"


"É natural que consideres teu problema qual espinho terrível.
       É justo reconheças tua prova por agonia do coração.
       Ergues súplice olhar, no silêncio da prece, e relacionas mecanicamente aqueles que te feriram.
       É como se conversasses intimamente com Deus, apresentando-lhe vasto balanço de amarguras e queixas...
       E o Supremo Senhor cuidará realmente de ti, alentando-te o passo... Entretanto, é preciso não esquecer que ele cuidará igualmente dos outros.
-x-
       Lança mais profundo olhar naqueles que te ofenderam, conforme acreditas, e compara as tuas vantagens com as deles.
       Quase sempre, embora se entremostrem adornados de ouro e renome, nas galerias da evidência e da autoridade, são almas credoras de compaixão e de auxílio... Traíram-te a confiança, contudo, tombaram nas malhas de pavorosos enganos; humilharam-te impunemente, mas adquiriram remorsos para imenso trecho da vida; dilaceraram-te os ideais, entretanto, caíram no descrédito de si próprios; abandonaram-te com inexprimível ingratidão, todavia, desceram à animalidade e à loucura...
       Não é possível que a Luz do Universo apenas te ampare, desprezando-os a eles que se encontram à margem de sofrimento maior.
-x-
       Unge-te, assim, de paciência e compreensão para ajudar na Obra Divina, ajudando a ti mesmo.
       Em qualquer apreciação, ao redor de alguém, recorda que o teu Criador é também o Criador dos que estão sendo julgados.
       É por isso que Jesus, em nos ensinando a orar, revelou Deus como sendo o amor de todo amor, afirmando, simples: “Pai Nosso, que estás nos céus...”.
(“Justiça Divina”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 16 de outubro de 2012

"O Espiritismo..."

"O Espiritismo reconhece como boas as preces de todos os cultos
quando ditas de coração, e não da boca para fora. Não impõe e
nem censura nenhuma. Deus é infinitamente grande, conforme a Doutrina
Espírita nos ensina, para não ouvir a voz que implora ou Lhe
canta louvores, quer o faça de um ou de outro modo. Todo aquele que
lançasse a maldição contra as preces que não fazem parte de seu formulário
provaria que desconhece a grandeza de Deus. Acreditar que
Deus se apegue a uma fórmula é atribuir-Lhe a pequenez e as paixões
da Humanidade."
("O Evangelho Segundo o Espiritismo")

106. Sexta classe


"106. Sexta classe -Espíritos Batedores e Perturbadores – 

Estes Espíritos não formam, propriamente falando, uma classe distinta quanto às
qualidades pessoais, podendo pertencer a todas as classes da terceira
ordem. Manifestam, freqüentemente, sua presença por efeitos sensíveis e
físicos, como pancadas, o movimento e o deslocamento anormal dos
corpos sólidos, a agitação do ar, etc. Parecem estar ainda, mais do que
outros, ligados à matéria e ser os agentes principais das variações e transformações
das forças e elementos da natureza no globo, seja ao atuarem
sobre o ar, a água, o fogo, os corpos duros ou nas entranhas da terra.
Reconhece-se que esses fenômenos não se originam de uma causa imprevista
e física, quando têm um caráter intencional e inteligente. Todos os
Espíritos podem produzir esses fenômenos, mas os de ordem elevada
os deixam, geralmente, como atribuições dos subalternos, mais aptos
às coisas materiais do que às da inteligência. Quando julgam que essas
manifestações são úteis, servem-se dos Espíritos dessa classe como seus
auxiliares."
("O Livro dos Espíritos", Allan Kardec)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012


"Não poderia Deus mostrar-lhes pessoalmente fatos sobrenaturais
na presença dos quais o incrédulo mais endurecido se
convenceria? Sem dúvida, poderia; mas que mérito teriam eles e,
aliás, de que isto serviria? Não os vemos, todos os dias, negaremse
à evidência e até mesmo dizerem: “Se eu visse, não acreditaria,
pois sei que é impossível!” Se eles se recusam a reconhecer a verdade,
é que seu Espírito ainda não está pronto para entendê-la,
nem seu coração para senti-la. O orgulho é o véu que tampa sua
visão. De que adianta mostrar a luz a um cego? É preciso, em primeiro
lugar, curar a causa da cegueira, e, como médico hábil, Deus
corrige, primeiramente, o orgulho. Não abandona seus filhos perdidos;
sabe que cedo ou tarde seus olhos se abrirão, mas quer que
isso aconteça por vontade própria e, então, vencidos pelas aflições
da incredulidade, se lançarão por si mesmos em seus braços
e, como filhos pródigos, Lhe pedirão perdão!"
("O Evangelho Segundo o Espiritismo")

domingo, 14 de outubro de 2012

"Os apóstolos..."


"Os apóstolos, porém, são os condutores do espírito.
Em todas as grandes causas da Humanidade, são instituições vivas do
exemplo revelador, respirando no mundo das causas e dos efeitos, oferecendo em si
mesmos a essência do que ensinam, a verdade que demonstram e a claridade que
acendem ao redor dos outros.
Interferem na elaboração dos pensamentos dos sábios e dos ignorantes, dos
ricos e dos pobres, dos grandes e dos humildes, renovando-lhes
o modo de crer e de
ser, a fim de que o mundo se engrandeça e se santifique. Neles surge a equação dos
fatos e das idéias, de que se constituem pioneiros ou defensores, através da doação
total de si próprios a benefício de todos. Por isso, passam na Terra, trabalhando e
lutando, sofrendo e crescendo sem descanso, com etapas numerosas pelas cruzes da
incompreensão e da dor."
("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 13 de outubro de 2012

"PACIÊNCIA E VIDA"


"Estudo necessário da paciência: observar cada um de nós à frente da própria conduta nas relações humanas e no reduto doméstico.
*
            Sabemos compreender habitualmente os assaltos morais de inimigos gratuitos, obrigando-nos a refletir, quanto à melhor forma de auxiliá-los para que se renovem construtivamente em seus pontos de vista, e, em muitos casos, esbravejamos contra o desagrado de uma criança que a doença incomoda.
*
            Aprendemos a suportar, com serenidade e entendimento, prejuízos enormes da parte de amigos, nos quais depositávamos confiança e carinho, buscando encontrar o modo mais seguro de ajudá-los para o resgate preciso e, muitas vezes, condenamos asperamente pequenas despesas naturais de entes queridos, credores insofismáveis de nosso reconhecimento e ternura.
*
            A tolerância para com superiores e subalternos, colegas e associados, familiares e amigos íntimos é realmente o recurso da vida em que se nos erige o metro do burilamento moral. Isso porque, conquanto a beneficência se mostre sempre sublime e respeitável, em todas as suas manifestações e atributos, é sempre muito mais fácil colaborar em campanhas públicas em auxílio da Humanidade ou prestigiar pessoas com as quais não estejamos ligados por vínculos de compromisso e obrigação, que tolerar com calma e compreensão os contratempos mínimos e as diminutas humilhações no ambiente individual.
            Paciência, por isso mesmo, em sua luminosa autenticidade há de ser aprendida, sentida, sofrida, exercitada e consolidada junto daqueles que nos povoam as áreas do dia-a-dia, se quisermos esculpi-la por realização imorredoura no mundo da própria alma.
*
            Proclamemos e ensinemos quanto nos seja possível os méritos da paciência; no entanto, examinemos as próprias reações da experiência íntima à frente de quantos nos compartilham a luta cotidiana, na condição de sócios da parentela e do trabalho, do ideal e das tarefas de cada dia, e perguntemos com sinceridade a nós próprios se estamos usando de paciência para com eles e para com todos os outros companheiros da Humanidade, assim como estamos sendo incessantemente tolerados e amparados pela paciência de Deus."
(“Rumo Certo”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"UNIÃO FRATERNAL"


“Procurando guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz.”
Paulo (Efésios, 4:3)


"À frente de teus olhos, mil caminhos se descerram, cada vez que te lembras
de fixar a vanguarda distante.
São milhões de sendas que marginam a tua.
Não olvides a estrada que te é própria e avança, destemeroso.
Estimarias, talvez, que todas as rotas se subordinassem à tua e reportaste
à união, como se os demais viajores da vida devessem gravitar ao redor de teus
passos.
Une-te aos outros, sem exigir que os outros se unam a ti.
Procura o que seja útil e belo, santo e sublime e segue adiante...
A nascente busca o regato, o regato procura o rio e o rio liga-se
ao mar.
Não nos esqueçamos de que a unidade espiritual é serviço básico da paz.
Observas o irmão que se devota às crianças?
Reparas o companheiro que se dispôs a ajudar aos doentes?
Identificas o cuidado daquele que se fez o amigo dos velhos e dos jovens?
Assinalas o esforço de quem se consagrou ao aprimoramento do solo ou à
educação dos animais?
Aprecias o serviço daquele que se converteu em doutrinador na extensão do
bem?
Honra a cada um deles, com o teu gesto de compreensão e serenidade,
convencido de que só pelas raízes do entendimento pode sustentar-se
a árvore da
união fraterna, que todos ambicionamos robusta e farta.
Não admitas que os outros estejam enxergando a vida através de teus olhos.
A evolução é escada infinita. Cada qual abrange a paisagem de acordo com
o degrau em que se coloca.
Aproxima-te
de cada servidor do bem, oferecendo-lhe
o melhor que
puderes, e ele te responderá com a sua melhor parte.
A guerra é sempre o fruto venenoso da violência.
A contenda estéril é resultado da imposição.
A união fraternal é o sonho sublime da alma humana, entretanto, não se
realizará sem que nos respeitemos uns aos outros, cultivando a harmonia, à face do
ambiente que fomos chamados a servir.
Somente alcançaremos semelhante realização "procurando guardar a
unidade do espírito pelo vínculo da paz".
("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)