"Se há crentes aguardando vida fácil, privilégios e favores na
Terra em nome do Evangelho, semelhante atitude deve
correr à conta de si mesmos.
Jesus não prometeu prerrogativas aos seus continuadores.
O Mestre foi, aliás, muito claro, neste particular. Não
estimulou a preguiça, nem criou falsas perspectivas no
caminho do aprendizado. Asseverou que os discípulos e
seguidores teriam aflições e que o mundo lhes ofereceria
ocasiões de luta, sem esquecer a recomendação de bom
ânimo.
Seria inútil induzir-se alguém à coragem, nos lugares e
situações onde fosse dispensável.
Se o Mestre aludiu tanta vez à necessidade de ânimo sadio, é
que não ignorava a expressão gigantesca dos serviços que
esperavam os colaboradores.
A experiência humana ainda é um conjunto de fortes
atribulações que costumam multiplicar-se à medida que se
nos eleve a compreensão.
O discípulo do Evangelho não deve esperar repouso, quando
o Mestre continua absorvido no espírito de serviço. Para ele,
férias e licenças na atividade habitual deveriam constituir
cancelamento de oportunidades.
Alguns se queixam das perseguições, outros se alarmam,
quando incompreendidos. Suas existências parecem ilhas de
amargura e preocupação, cercadas de ondas revoltas do
mundo.
Aqui, parentes humilham, acolá fogem amigos.
A ironia perturba-os, a calúnia persegue-os.
Mas, justamente nesse quadro é que se verifica a promessa
do Salvador.
Responsabilidades e compromissos envolvem sofrimentos e
preocupações.
Certo, não pediríamos trabalho a Jesus, nem o receberíamos
de sua bondade infinita, para fins de ociosidade ou
brincadeira. Estamos em serviço e testemunho.
Aprendizes do Evangelho, encarnados ou desencarnados,
teremos aflições nas esferas terrestres, mas, tenhamos fé e
bom ânimo.
Jesus venceu o mundo."
("Abrigo", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
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