quinta-feira, 8 de março de 2012

"ASSEIO VERBAL"

 “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só o que for bom para promover a edificação.” PAULO

(Efésios, 4:29).





        "Quanto mais se adianta a Civilização, mais se amplia o culto à higiene.


        Reservatórios são tratados, salvaguardando-se o asseio das águas.


        Mercados sofrem fiscalização rigorosa, com vistas à pureza das substâncias alimentícias.


        Laboratórios são continuamente revistos, a fim de que não surjam medicamentos deteriorados.


        Instalações sanitárias recebem, diariamente, cuidadosa assepsia.


        Será que não devemos exercer cautela e diligência para evitar a palavra torpe, capaz de situar-nos em perturbação e ruína moral?


        Nossa conversação, sem que percebamos, age por nós em todos aqueles que nos escutam.


        Nossas frases são agentes de propaganda dos sentimentos que nos caracterizam o modo de ser; se respeitáveis, traze-nos a atenção de criaturas  respeitáveis; se menos dignas, carreiam em nossa direção o interesse dos que se fazem menos dignos; se indisciplinadas, sintonizam-nos com representantes da indisciplina; se azedas, afinam-nos de imediato, com os campeões do azedume.


        Controlemos o verbo para que não venhamos a libertar essa ou aquela palavra torpe. Por muito esmerada nos seja a educação, a expressão repulsiva articulada por nossa língua é sempre uma brecha perigosa e infeliz, pela qual perigo e infelicidade nos ameaçam com desequilíbrio e perversão."


(“Centelhas”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

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