quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

"O REMÉDIO JUSTO"

“Bem-aventurados os que choram porque serão consolados.”
Jesus (Mateus, 5:4)

“Por estas palavr as: ‘Bem-aventurados os aflitos, pois
que ser ão consolados’, Jesus aponta a compensação que hão -de
ter os que sofrem e a resignação que leva o padecente a
bendizer do sofrimento, como prelúdio da cura.”
(Cap. V, Item 12)

"Perguntas, muitas vezes, pela presença dos espíritos guardiões, quando tudo
indica, que forças contrárias às tuas noções de segurança e conforto, comparecem,
terríveis, nos caminhos terrestres.
Desastres, provações, enfermidades e flagelos inesperados arrancamte
indagações aflitivas.
Onde os amigos desencarnados que protegem as criaturas?
Como não puderam prevenir certos transes que te parecem desoladoras
calamidades?
Se aspiras, no entanto, a conhecer a atitude moral dos espíritos benfeitores,
diante dos padecimentos desse matiz, consulta os corações que amam
verdadeiramente na Terra.
Ausculta o sentimento das mães devotadas que bendizem com lágrimas as
grades do manicômio para os filhos que se desvairaram no vicio, de modo a que não
se transfiram da loucura à criminalidade confessa.
Ouve os gemidos de amargura suprema dos pais amorosos que entregam os
rebentos, do próprio sangue no hospital, para que lhes seja amputado esse ou aquele
membro do corpo, a fim de que a moléstia corruptora, a que fizeram jus pelos erros
do passado, não lhes abrevie a existência.
Escuta as esposas abnegadas, quando compelidas a concordarem chorando
com os suplícios do cárcere para os companheiros queridos, evitando-se-lhes
a queda, em fossas mais profundas de delinqüência.
Perquire o pensamento dos filhos afetuosos, ao carregarem, esmagados de
dor, os pais endividados em doenças infectocontagiosas
na direção das casas de isolamento, a fim de que não se convertam em perigo para a comunidade.
Todos eles trocam as frases de carinho e os dedos veludosos pelas palavras
e pelas mãos de guardas e enfermeiros, algumas vezes desapiedados e frios, embora
continuem mentalmente jungidos aos seres que mais amam, orando e trabalhando
para que lhes retornem ao seio.
Quando vejas alguém submetido aos mais duros entraves, não suponhas que
esse alguém permaneça no olvido por parte dos benfeitores espirituais que lhe
seguem a marcha.
O amor brilha e paira sobre todas as dificuldades, à maneira do sol que
paira e brilha sobre todas as nuvens.
Ao invés de revolta e desalento, oferece paz e esperança ao companheiro
que chora, para que, à frente de todo mal, todo o bem prevaleça.
Isso porque onde existem almas sinceras, à procura do bem, o sofrimento é
sempre o remédio justo da vida para que, junto delas, não suceda o pior."
("Livro da Esperança", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

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