"A oração é recurso iluminativo de
que todos nos devemos utilizar, no transcurso da jornada evolutiva. No entanto,
a maioria dos aprendizes das variadas escolas de fé, recorre-lhe ao concurso,
objetivando conseguir favores da Vida Mais Alta com os quais se desobrigaria
mais facilmente os seus compromissos de redenção.
Orar é ato de abrir-se a Deus,
apresentando-se em estado de receptividade para poder plenificar-se com s
superiores aspirações, alimentando-se com as forças que fluem do Seu
amor.
Jesus ensinou-nos, na prece
dominical — a oração perfeita — a louvar, agradecer e
pedir.
Na singeleza e profundidade da sua
formulação encontram-se expressos
os mais importantes anseios do homem e as raízes vigorosas da sua origem que são
exaltadas em cântico de graças ao Criador. Entretanto, repedidas vezes, o Mestre
nos conclamou a rogar auxílio, apoio e orientação.
João, no Capítulo dezesseis,
versículo vinte e quatro do Evangelho, anotou esta sábia assertiva, que merece
meditada, informando: Até agora, nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis,
para que o vosso gozo se cumpra.
Há pessoas que se apresentam
desiludidas com o resultado das suas orações, em face das respostas
recebidas.
Rogaram tranquilidade e viram-se a
braços com lutas continuadas.
Pediram saúde e as enfermidades se
sucederam no lar.
Solicitaram comodidades e foram
conduzidas a problemas e testemunhos.
Apresentaram planos de riqueza e os
mesmos foram dissolvidos, renteando com as necessidades mais
ásperas.
Propuseram construir um ninho de
ternura e receberam animosidades e asperezas.
Afervoraram-se nas preces e morte
não foi impedida de entrar-lhes no recinto doméstico, roubando-lhes entes
queridos.
Resolveram deixar de elevar-se nas
rogativas, porque os resultados foram decepcionantes e
dolorosos.
-o-
O Pai não se nos apresenta, porém,
como um servo que deve atender as paixões subalternas dos enganados filhos
terrestres.
As respostas, aparentemente
diversas, dos pedidos insensatos constituem prova dos supremos amor, que atende
conforme é de melhor para o peticionário e não de acordo com o capricho
deste.
Quem anela por tranquilidade, que
não se recuse à peleja.
Quem deseja saúde, que produza bens
do espírito, superando os desajustes orgânicos.
Quem aspira comodidades, que
estabeleça um programa de harmonia íntima.
Quem busca riqueza, que entesoure
paz no coração e sabedoria na conduta.
Quem procura afeto, que desdobre os
valores morais no campo do amor sem fronteira.
Quem confia na vida, jamais se
rebele com a transitória mudança física ante a presença da
morte.
Orar é dispor de entendimento para
compreender e aceitar a divina vontade que nos impele ao crescimento espiritual,
fazendo-nos galgar os degraus da evolução com passo firme e sentimento
renovado.
-o-
Quando te entregares à bênção da
prece, observa o que pedes, como pedes e para que
pedes.
Nem tudo quanto te parece bom,
representa o melhor para ti.
Verifica se o que solicitas
constitui uma necessidade legítima para o teu ser imortal ou uma aspiração
vaidosa para a tua apresentação no mundo.
Não imponhas o teu querer como se o
Senhor tivesse obrigação de servir-te.
Abre-Lhe a alma com humildade e
confia no resultado da tua rogativa.
Acima de tudo, observa para que
desejas aquilo cuja falta te atormenta e, desde que se prenda ao quadro de
valores terra-a-terra que ficarão, supera esta inquietação e acalma-te no
refrigério da oração, sabendo pedir em nome de Jesus, a fim de que tudo quanto
te seja concedido se transforme em plenitude e gozo."
("Otimismo", Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)
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