"Não exijas, inconsequentemente, que os outros te deem
isso ou aquilo, como se o amor fosse artigo de
obrigação.
Muitos falam de justiça social nas organizações
terrestres, centralizando interesse e visão exclusivamente em si próprios, qual
se os outros não fossem gente viva, com aspirações e lutas, alegrias e dores
iguais às nossas.
-o-
Como entender aqueles que nos compartilham a estrada,
sem largarmos a carapaça das vantagens pessoais, a fim de penetrar-lhes o
coração?
Efetivamente, não possuímos fortuna capaz de
suprimir-lhes todos os problemas de ordem material e nem as leis do Universo
conferem a alguém o poder de atravessar por nós o dédalo das provas de que somos
carecedores; entretanto, podemos empregar verbo e atitude, olhos e ouvidos, pés
e mãos, de maneira constante, na obra do entendimento.
Inicia-te ao apostolado da confraternização, meditando
nas dificuldades aparentemente insignificantes de cada um, se nutres o desejo de
auxiliar.
Não reclames contra o verdureiro, que te não reservou o
melhor quinhão, atarantado, qual se encontra, no serviço, desde os primeiros
minutos do amanhecer; endereça um pensamento de simpatia para a lavadeira, cujos
olhos cansados não te viram a nódoa na roupa; considera o funcionário que te
serve, apressado ou inseguro, por alguém de ideia presa a tribulações no recinto
doméstico; aceita o amigo que te não pode atender numa solicitação como sendo
criatura algemada a compromissos que desconheces; escuta os companheiros de
ânimo triste, como quem se sabe também suscetível de adoecer e desanimar-se;
interpreta o colega irritado por enfermo a rogar-te os medicamentos da
tolerância; cala o apontamento desairoso, em torno daqueles que ainda não se
especializaram em conversar com o primor da gramática; não te ofendas com o
gesto infeliz do obsidiado, que transita na rua, sob a feição de pessoa
equilibrada e sadia...
-o-
Todos sonhamos com o império da fraternidade, todos
ansiamos por ver funcionando, vitoriosa, a solidariedade entre todos os seres,
na exaltação dos mais nobres princípios da Humanidade... Quase todos, porém,
aguardamos palácios e milhões, títulos e honrarias, para contribuir, de algum
modo, na grande realização, plenamente esquecidos de que um rio se compõe de
fontes pequenas e que nenhum de nós, no que se refere a fazer o melhor, em
louvor do bem, deve esperar o amanhã para começar."
(Emmanuel, “ESTUDE E VIVA”, Emmanuel e André Luiz/Francisco
Cândido Xavier e Waldo Vieira)
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