"Não é somente o homem que escreve, a pessoa capaz
de trazer monstruosas criações ao pensamento do povo, assim como não apenas o
tribuno pode formar na mente alheia estados alarmantes de ansiedade e
loucura.
*
Quantas vezes, nas tarefas cotidianas, traçamos nos
outros destrutivas impressões de revolta e indiferença, com os nossos gestos
impensados?
Quantas vezes nossa cólera terá gerado naqueles que nos
cercam, o desânimo e a frustração?
Em
quantos pequeninos lances da luta diária, damos passo à calúnia e à
maledicência, pasmando ideias que, hoje vagas e imprecisas, podem ser amanhã,
decisivos fatores de perturbação e delinquência?
Longe
de ponderar as responsabilidades que nos enriquecem o espírito, frequentemente
descemos a questiúnculas e bagatelas infelizes, sugerindo a maldade e
disseminando a aflição, agravando, assim, nossos débitos, consolidando as forças
da ignorância e da crueldade, em desfavor de nós
mesmos.
*
No
altar de nossa fé e no campo da caridade que o Senhor nos deu para lavrar,
recorda que responderemos pelas imagens que os nossos pensamentos, palavras e
atos estabelecem na alma dos outros, tanto os arquitetos se incumbem das
construções que lhes obedecem aos planos.
E
acordando para a luz que nos cabe acender na viagem da vida, não te esqueças da
claridade de paz e bom ânimo, confiança e alegria que nos compete estender, na
proteção aos que nos cercam, a fim de que possamos avançar livremente ao
encontro da harmonia e do progresso, porque todas as nossas criações de
pessimismos e indisciplina, desalento e amargura, em seus golpes de retorno,
significarão para nós mesmos, penúria e dificuldade, infortúnio e
provação."
(“Mãos marcadas”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
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