"Revisando a parábola do samaritano,
lembramo-nos de que hoje milhares de irmãos nossos sobem do passado em direção
do futuro pelos caminhos do presente, desfalecendo, muitas vezes, sob
dificuldades e provações que os deixam semi mortos:
- os que não contavam com as tempestades
de renovação da atualidade e se marginalizaram em desequilíbrio;
- os que forjaram algemas para o amor
transformando-o, logo após, no fogo passional em que se atiraram na
delinquência;
- os que desertaram do trabalho e tombaram
em penúria;
- os que converteram a inteligência em
antena das trevas e se horizontalizaram, por dentro de si mesmos, nas depressões
da culpa;
- os que abusaram da misericórdia dos
medicamentos pacificadores e, tentando fugir das próprias responsabilidades, se
precipitaram em despenhadeiros de alucinação e loucura;
- os que perderam a fé em meio das
experiências necessárias à evolução e estiraram-se no desânimo, à beira do
suicídio;
- os que não suportaram a transformação
dos seres amados e se acomodaram, revoltados, sobre pedras da
angústia;
- e aqueles outros que tateiam a lousa,
nos parques da saudade, perguntando pelos entes queridos que a morte lhes
arredou da convivência, a carregarem o coração encharcado de lágrimas.
À frente de quantos surpreendas na
estrada, caídos em sofrimentos, interrompe-te para compreender e servir.
Determina a caridade nos situemos no lugar
daqueles que necessitam de amparo, doando-lhes o melhor de nós, com a certeza de
que provavelmente amanhã serão eles, os socorridos de agora, nossos próprios
benfeitores.
Entre os companheiros de Humanidade que
conhecem o campo de trabalho e passam, de longe, com receio de serem
incomodados, e aqueles que foram espoliados na coragem de caminhar e na alegria
de viver, recordemos o samaritano que se deteve na marcha dos próprios
interesses e auxiliou espontaneamente ao próximo sem nada perguntar e, conforme
a lição do Cristo, façamos nós o mesmo.
Sem comentários:
Enviar um comentário