"Abençoadas sejam as mãos que, em memória de Jesus, espalham no Natal a prata e o
ouro, diminuindo a miséria e a necessidade, a fome e a nudez!...
Entretanto,
se não forem iluminadas pelo amor que ajuda sempre, esses flagelos voltarão
amanhã, como a erva daninha que espreita a ausência do lavrador.
Não
retenhas, assim, a riqueza do coração que poder dar, tanto quanto o maior
potentado da Terra!
Deixa que a manjedoura de tua alma se abra, feliz, ao
Soberano Celeste, para que a luz te banhe a vida.
Com Ele, estenderás o
coração onde estiveres, seja para trocar um pensamento compassivo com a palavra
escura e áspera ou para adubar uma semente de esperança, onde a aflição mantém o
deserto! Com Ele, inflamarão de júbilo os olhos de algum menino triste e
desamparado e uma simples criança, arrebatada hoje ao vendaval, pode amanhã ser
o consolo da multidão... Com Ele, podes oferecer a bênção da tolerância aos que
trabalham contigo, transformando o altar de teu coração em altar de
Deus!...
Que tesouro terrestre pagará o gesto de compreensão no caminho
empedrado, o sorriso luminoso da bondade no espinheiro da sombra e a oração do
carinho e do entendimento no instante da morte?
Natal no espírito é a
comunhão com Ele próprio.
Ainda que te encontres em plena solidão na
manjedoura do infortúnio, sai de ti mesmo e reparte com alguém o dom inefável de
tua fé.
Lembra-te de que Ele, em brilhando na manjedoura, tinha consigo
apenas o amor a desfazer-se em humildade, e, em agonizando na cruz, possuía
apenas o coração, a desfazer-se em renúncia...
Mas, usando tão somente o
coração e o amor, sem uma pedra onde repousar a cabeça, converteu-se no Salvador
do Mundo, e, embora coroado de espinhos, fez-se o Rei das Nações para
sempre."
("Meimei, na obra "Antologia Mediúnica do Natal", Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier)
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