sábado, 31 de agosto de 2013

"LUTA"

"Meus amigos.
          Agradeçamos na luta o clima renovador.
          Nela possuímos o celeiro da experiência, onde o espírito é capaz de amealhar os tesouros incorruptíveis da sabedoria e do amor.
*
          A luta é alimento, pão da alma, força de crescimento do ser para a vida maior.
*
          Sem que a vida e as morte estabeleçam conflito na Terra, a imortalidade não se divinizaria para os homens.
*
          É necessário que a claridade combata a sombra, que a alegria sobrepuje o sofrimento, que a esperança fustigue a descrença, a fim de que possamos selecionar os valores que nos habilitem à vitória espiritual a que nos destinamos.
*
          No mundo terrestre — bendita escola multimilenária do nosso aperfeiçoamento espiritual — tudo é exercício, experimentação e trabalho intenso.
*
          Do atrito nasce a luz, quanto o equilíbrio nasce do esforço de adaptação.
*
          É imperioso que nos resignemos a perder quanto signifique roupagem servida e inútil para que nosso espírito avance, no turno da transformação para as luzes mais altas.
*
          Sem que a semente abandone o envoltório, não há germinação para a sementeira; sem o calor asfixiante o vaso nobre deixaria de existir; e, sem o cinzel que martiriza a pedra selvagem, a obra-prima da escultura jamais seria arrancada à matéria bruta para o nosso ideal de beleza.
*
          Somos, porém, mais que a semente, mais que o vaso, mais que a estátua...
          Somos filhos de Deus, em desenvolvimento, que podemos acelerar, aceitando as injunções da luta, ou que podemos atrasar, com a nossa preferência pelo repouso ou pela inércia.
*
          Abracemos os nossos deveres, ainda que pesados, porque somente da cruz que é nossa, do testemunho que nos fala de perto e do Calvário que nos pertence é que surgirá para a nossa vida a eterna ressurreição."
(Aires de Oliveira, na obra “Comandos do Amor”, de Francisco Cândido Xavier – Espíritos Diversos)

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

"Se Deus fez o mundo..."

"Se Deus fez o mundo, replicam triunfalmente certos materialistas, quem então fez Deus? Esta objeção não tem sentido. Deus não é um ser que se junte à série dos seres. Ele é o Ser universal, sem limites no tempo e no espaço, por conseqüência infinito, eterno. Não pode haver nenhum ser acima nem ao lado dele.
Deus é a fonte e o princípio de toda vida. É por ele que se religam, unem e harmonizam todas as forças individuais, e que sem Ele estariam isoladas e divergentes."
("O Porquê da Vida", Léon Denis)

"JESUS E RESPONSABILIDADE"

"Há, no homem, latente, um forte mecanismo que o leva a fugir da responsabilidade, transferindo o seu insucesso para outrem, na condição de indivíduo social, ou para os fatores circunstanciais da sorte, do nascimento e até de Deus.

Quando tal não se dá, na área das suas projeções comportamentais, apega-se ao complexo de culpa, mergulhando nas depressões em que oculta a infantilidade, pouco importando a idade orgânica em que  transita.

A responsabilidade resulta da consciência que discerne e compreende a razão da existência humana, sua finalidade e suas metas, trabalhando por assumir o papel que lhe está destinado pela vida.

Graças a isso, não se omite, não se precipita, estabelecendo um programa de ação tranqüila, dentro do quadro de deveres que caracterizam o progresso individual e coletivo, visando à conquista da plenitude.

O homem responsável sabe o que fazer, quando e como realizá-lo.

Não se torna parasita social, nem se hospeda no triunfo alheio, tampouco oculta-se no desculpismo ridículo.

A sua lucidez torna-o elemento precioso no grupo social onde se movimenta. Talvez não lhe notem a presença, face à segurança natural que proporciona; todavia, a sua falta sempre se faz percebida por motivos óbvios.

A responsabilidade do homem leva-o aos extremos do sacrifício, da abnegação, da renúncia, inclusive do bem-estar, e até mesmo da sua vida.

*

Como pastor de almas, Jesus fez-se-nos responsável, elucidando-nos a respeito dos deveres, das necessidades reais, dos legítimos objetivos da nossa

vida.

Em contrapartida, doou-se-nos até o holocausto, não fosse a Sua vida ao nosso lado, em si mesma, um grande e estóico sacrifício de amor.

Não obstante, conclamava a todos que O buscavam para o dever da responsabilidade, que os capacita para as realizações relevantes.

Por conhecer a alma humana em sua realidade plena, identificava nela as nascentes de todos os males, como também a fonte generosa de todas as bênçãos.

Porque o homem ainda prefere a manutenção das próprias mazelas, nelas se comprazendo, anestesia-se no infortúnio em que permanece com certo agrado, embora demonstre desconforto e infelicidade.

Desse modo, sempre que acolhia àqueles que O buscavam, conhecendo- lhes as causas dos pesares, após atendê-los, propunha-lhes com veemência que não retornassem aos erros, a fim de que lhes não acontecesse nada pior.

*

A responsabilidade liberta o indivíduo de si mesmo, alçando-o aos planos superiores da vida.

Enquanto ele se movimenta cultivando o morbo das paixões selvagens, desajusta os implementos emocionais,  tornando-se vítima de si mesmo,



facultando que se lhe instalem as doenças degenerativas e causticantes. A renovação moral propicia a canalização das energias saudáveis de forma favorável, preservando o ser para os cometimentos elevados a que se destina.

*

A humanidade sobrevive graças aos seus homens responsáveis, que trabalham continuamente em prol do bom, do belo, do ideal.

Eles se destacam pela grandeza das suas realizações cimentadas no sacrifício pessoal.

*

À mulher surpreendida em adultério, aos portadores do mal de Hansen e aos obsediados, após a recuperação de cada um, a advertência de Jesus era sempre firmada na responsabilidade, para que, em entesourando os valores éticos e os deveres espirituais, não se permitissem voltar aos erros.

*

Neste momento, quando necessitas dEle, reformula os teus conceitos sobre a vida e passa a atuar corretamente, dominado pela responsabilidade. A ninguém transfiras a causa dos teus desaires, dos teus insucessos. Dá-te conta deles e recomeça a ação transformadora.

Mesmo que não o queiras, serás sempre responsável pelos  efeitos dos teus atos.

Colherás conforme semeares.

Assume, portanto, o teu compromisso com o Mestre e permanecerás saudável interiormente, prosseguindo íntegro nos teus deveres com responsabilidade."

("Jesus e Atualidade",Joanna de Ângelis/ Divaldo Franco)

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

"NA OBRA DE SALVAÇÃO"

“Porque Deus não nos tem designado para a ira,
mas para a aquisição da salvação por Nosso Senhor Jesus-Cristo”.

Paulo”. (2ª Epístola aos Tessalonicenses, capítulo 5, versículo 9.)



"Por que não somos compreendidos?

Por que motivo a solidão nos invade a existência?

Por que razões a dificuldade nos cerca?

Por que tanta sombra e tanta aspereza, em torno de nossos passos?

E a cada pergunta, feita de nós para nós mesmos, seguem-se, comumente, o desespero e a inconformação, reclamando, sob os raios mortíferos da cólera, as vantagens de que nos sentimos credores.

Declaramo-nos decepcionados com a nossa família, desamparados por nossos amigos, incompreendidos pelos companheiros e até mesmo perseguidos por nossos irmãos.

A intemperança mental carreia para nosso íntimo os espinhos do desencanto e os desequilíbrios orgânicos inabordáveis, transformando-nos a existência num rosário de queixas preguiçosas e enfermiças.

Isso, porém, acontece porque não fomos designados pelo Senhor para o despenhadeiro escuro da ira e sim para a obra de salvação.

Ninguém restaura um serviço sob as trevas da desordem.

Ninguém auxilia ferindo sistematicamente, pelo simples prazer de dilacerar.

Ninguém abençoará as tarefas de cada dia, amaldiçoando-as, ao mesmo tempo.

Ninguém pode ser simultaneamente amigo e verdugo.

Se tens notícia do Evangelho, no mundo de tua alma, prepara-te para ajudar, infinitamente...

A Terra é a nossa escola e a nossa oficina.

A Humanidade é a nossa família.

Cada dia é o ensejo bendito de aprender e auxiliar.

Por mais aflitiva seja a tua situação, ampara sempre, e estarás agindo no abençoado serviço de salvação a que o Senhor nos chamou."
("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

"DONS"

"Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do Alto.” — (TIAGO, 1:17) 


            "Certificando-se o homem de que coisa alguma possui de bom, sem que Deus lho conceda, a vida na Terra ganhará novos rumos.
            Diz a sabedoria, desde a antiguidade:

            — Faze de tua parte e o Senhor te ajudará.
            Reconhecendo o elevado teor da exortação, somos compelidos a reconhecer que, na própria aquisição de títulos profissionais, o homem é o filho que se esforça, durante alguns anos, para que o Pai lhe confira um certificado de competência, através dos professores humanos.
            Qual ocorre no patrimônio das realizações materiais, acontece  no círculo das edificações do espírito.
            Indiscutivelmente, toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm de Deus. Entretanto,  para recebermos o benefício, faz-se preciso "bater" à porta para que ela se nos abra, segundo a recomendação evangélica.
            Queres o dom de curar? Começa amando os doentes, interessando-te pela solução de suas necessidades.
            Queres o dom de ensinar? Faze-te amigo dos que ministram o conhecimento em nome  do Senhor, através das obras e das palavras edificantes.
            Esperas o dom da virtude? Disciplina-te.
            Pretendes falar com acerto? Aprende a calar no momento oportuno.
            Desejas acesso aos círculos sagrados do Cristo? Aproxima-te d'Ele, não só pela conversação elevada, mas, também por atitudes de sacrifício, como foram as de sua  vida.
            As qualidades excelentes são dons que procedem de Deus;  entretanto, cada qual tem a porta respectiva e pede uma chave diferente."
(“Caminho, Verdade e Vida”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 27 de agosto de 2013

"CONVITE À CARIDADE"

"Coração, sigamos, juntos.
Não te agrilhoes a problemas.
Esquece as mágoas. Não temas.
Vara a sombra em derredor.
Sai de ti mesmo e busquemos
A luminosa oficina
Em que a Bondade Divina
Levanta o Mundo Melhor.
Onde alguém chore ou se fira
Nas provas em que se apura,
Onde os filhos da amargura
Estejam sofrendo a sós,
Tanto quanto nos recintos
De conforto nobre e raro
Se alguém precisa de amparo
Aí serviremos nós.
Não vaciles. Vem conosco,
Mesmo se a dor te avassala.
Alegria? Vem buscá-la
No campo do Eterno Bem.
Quem trabalha por amor
Quanto mais se sacrifica
Encontra a vida mais rica,
Tanto mais serve mais tem.
Se receias lutas novas,
Ante os novos horizontes,
Caminha!... Não te amedrontes,
A estrada é de paz e de luz.
Na execução das tarefas
Que o Céu nos traça e confia,
Nos passos de cada dia,
O companheiro é Jesus."
(Maria Dolores, na obra "Momentos de Ouro", Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

"O HOMEM DE BEM"

"O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e caridade, na sua maior pureza. Se interroga a sua consciência sobre os próprios atos, pergunta se não violou essa lei, se não cometeu o mal, se fez todo o bem que podia, se não deixou escapar voluntariamente uma ocasião de ser útil, se ninguém tem do que se queixar dele, enfim, se fez aos outros aquilo que queria que os outros fizessem por ele.
            Tem fé em Deus, na sua bondade, na sua justiça e na sua sabedoria; sabe que nada acontece sem a sua permissão, e submete-se em todas as coisas à sua vontade.
            Tem fé no futuro, e por isso coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
            Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções, são provas ou expiações, e as aceita sem murmurar.
            O homem possuído pelo sentimento de caridade e de amor ao próximo faz o bem pelo bem, sem esperar recompensa, paga o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte e sacrifica sempre o seu interesse à justiça.
            Encontra usa satisfação nos benefícios que distribui, nos serviços que presta, nas venturas que promove, nas lágrimas que faz secar, nas consolações que leva aos aflitos. Seu primeiro impulso é o de pensar nos outros., antes que em si mesmo, de tratar dos interesses dos outros, antes que dos seus. O egoísta, ao contrário, calcula os proveitos e as perdas de cada ação generosa.
            É bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças nem de crenças, porque vê todos os homens como irmãos.
            Respeita nos outros todas as convicções sinceras, e não lança o anátema aos que não pensam como ele.
            Em todas as circunstâncias, a caridade é o seu guia. Considera que aquele que prejudica os outros com palavras maldosas, que fere a suscetibilidade alheia com o seu orgulho e o seu desdém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever do amor ao próximo e não merece a clemência do Senhor.
            Não tem ódio nem rancor, nem desejos de vingança. A exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas, e não se lembra senão dos benefícios. Porque sabe que será perdoado, conforme houver perdoado.
            É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que ele mesmo tem necessidade de indulgência, e se lembra destas palavras do Cristo: “Aquele que está sem pecado atire a primeira pedra”.
            Não se compraz em procurar os defeitos dos outros, nem a pô-los em evidência. Se a necessidade o obriga a isso, procura sempre o bem que pode atenuar o mal.
            Estuda as suas próprias imperfeições, e trabalha sem cessar em combatê-las. Todos os seus esforços tendem a permitir-lhe dizer, amanhã, que traz em si alguma coisa melhor do que na véspera.
            Não tenta fazer valer o seu espírito, nem os seus talentos, às expensas dos outros. Pelo contrário, aproveita todas as ocasiões para fazer ressaltar a vantagens dos outros.
            Não se envaidece em nada com a sua sorte, nem com os seus predicados pessoais, porque sabe que tudo quanto lhe foi dado pode ser retirado.
            Usa mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe tratar-se de um depósito, do qual deverá prestar contas, e que o emprego mais prejudicial para si mesmo, que poderá lhes dar, é pô-los ao serviço da satisfação de suas paixões.
            Se nas relações sociais, alguns homens se encontram na sua dependência, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus. Usa sua autoridade para erguer-lhes a moral, e não para os esmagar com o seu orgulho, e evita tudo quanto poderia tornar mais penosa a sua posição subalterna.
            O subordinado, por sua vez, compreende os deveres da sua posição, e tem o escrúpulo de procurar cumpri-los conscientemente. 
            O homem de bem, enfim, respeita nos seus semelhantes todos os direitos que lhes são assegurados pelas leis da natureza, como desejaria que os seus fossem respeitados.
            Esta não é a relação completa das qualidades que distinguem o homem de bem, mas quem quer que se esforce para possuí-las, estará no caminho que conduz às demais."
("O Evangelho Segundo o Espiritosmo", Allan Kardec)

domingo, 25 de agosto de 2013

"RUMOS DEFINIDOS"

"Nada existe inútil ou somente pernicioso. Cada coisa se transforma no que desejamos venha a ser. A diretriz que damos, faz-se responsável pelos resultados que colhemos. O rumo que imprimimos leva aos efeitos que esperamos.
          A fagulha trêfega que ateia incêndio é a mesma que propicia lume para a vitória sobre a treva. O filete d’água cantante donde retiramos a linfa preciosa para a sede, ao abandono se converte em lodaçal que acolhe miasmas fomentadoras da morte. A taça que veicula veneno também se transforma em conduto para o medicamento salvador.
          Logo, imprime nas tuas tarefas a diretriz do Cristo Operante, a fim de que o otimismo da realização seja o fator preponderante em desdobramento dos teus objetivos.
          Se é noite, não te detenhas na observância das sombras, desde que podes clarificar o caminho. Se chove, não lamentes o tempo mau já que dispões do agasalho que te resguarda para vencer a intempérie. Ante o rio da dificuldade, não assumas a posição de rebeldia se possuis a barca do discernimento para vadeá-lo.
          Da mesma forma, considera os impositivos do fazer, no campo moral.
          Muitas vezes as coisas não são como na realidade são, face à nossa observação pessimista. Tomamo-las como desejamos inconscientemente que sejam e se nos afiguram à paisagem triste dos nossos olhos sombreados de desencanto.
          Aqueles que se deixaram vencer pelo estigma dos subservientes da maldade contemplam sempre pelo pior lado os painéis do trabalho, pois para eles tudo são apenas sombras e destroços.
          Reflete: a catarata destruidora, quando disciplinada pelo dique e conduzida aos dínamos geradores, se converte na potência da força hidráulica que fomenta o progresso e movimenta a vida... O charco pestilento, recebendo a assistência vitoriosa da tecnologia bem dirigida, se transforma em logradouro florescente ou em jardim de bênçãos. O cadáver em decomposição malsã ressurge da química inorgânica do solo como aroma sutil na flor exultante. Assim, as dificuldades que soubermos conduzir no rumo certo se transformarão em dádivas de paz permanente após superá-las.
          Detivesse Florence Nightingale a considerar a posição subalterna da mulher do século dezenove e não teríamos o êxito da Cruz Vermelha Internacional, superando os chacais da hediondez humana quando sobre os despojos das nações vencidas...
          Receasse Edith Cavel o ministério de ajudar, não obstante o fragor da guerra, e milhares de vidas teriam perecido na Bélgica ante a perseguição inclemente, embora ela mesma acabasse sendo fuzilada.
          Fora Jesus considerar os impedimentos visíveis que teria a defrontar face à sua técnica de mansidão, e o Evangelho não estaria hoje restaurando espíritos para a imortalidade feliz.
          A vitória do Bem é inexorável. Tudo são trânsitos na diretriz da realidade superior da vida. Não te deixes recear. Educa o animal, educa a criança, educa-te e dá educação aos teus pensamentos para que a disciplina dos atos te favoreça com a sistemática da vitória sobre ti mesmo, através dos rumos definidos do Evangelho."
(“Celeiros de Bênçãos”, Emmanuel/Divaldo P. Franco)

sábado, 24 de agosto de 2013

"CONSERVA O MODELO"

Conserva o modelo das sãs palavras."
- Paulo (II Timoteo,1:13.)
       

"Distribui os recursos que a Providência te encaminhou às mãos operosas, todavia não te esqueças de que a palavra confortadora ao aflito representa serviço direto de teu coração na sementeira do bem.
O pão do corpo é uma esmola pela qual sempre receberás a justa recompensa, mas o sorriso amigo é uma benção para a eternidade.
Envia mensageiros ao socorro fraternal, contudo não deixes , pelo menos uma vez por outra, de visitar o irmão doente e ouvi-lo em pessoa.
A expedição de auxilio é uma gentileza que te angariará simpatia, no entanto, a intervenção direta no amparo ao necessitado conferir-te-á preparação espiritual à frente das próprias lutas.
Sobe à tribuna e ensina o caminho redentor aos semelhantes; todavia, interrompe as preleções, de vez em quando, a fim de assinalar o lamento de um companheiro na experiência humana, ainda mesmo quando se trata de um filho do desespero ou da ignorância, para que não percas o senso das proporções em tua marcha.
Cultiva as flores do jardim particular de tuas afeições mais queridas, porque sem o canteiro de experimentação, é muito difícil atender à lavoura nobre e intensiva, mas não fujas sistematicamente à floresta humana, com receio dos vermes e monstros que a povoam, porquanto é imprescindível te prepares a avançar, mais tarde, dentro dela.
Nos círculos da vida, não olvides a necessidade do ensinamento gravado em ti mesmo.
Assim como não podes tomar alimento individual, através de um substituto, e nem podes aprender a lição, guardando-lhe os caracteres na memória alheia, não conseguirás comparecer, ante as Forças Supremas da Sabedoria e do Amor, com realizações e vitórias que não tenham sido vividas e conquistadas por ti mesmo.
"Conserva", pois, contigo, "o modelo das sãs palavras".
(“Pão Nosso”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

"DOMINAR E FALAR"

Questão nr. 904 – O LIVRO DOS ESPÍRITOS

       "Dominas o fogo, escravizando-o à lide caseira.
       Burilas a pedra, arrancando-lhe obras-primas.
       Conquistas os metais, neles plasmando complicadas expressões de serviço.
       Amansas os animais ferozes, deles fazendo cooperadores na economia doméstica.
       Disciplinas o vapor e o combustível, anulando as distâncias.
       Diriges tratores pesados, transfigurando a faze da gleba.
       Submetes a eletricidade, e glorificas a civilização.
       Retiras o veneno de serpentes temíveis, fabricando remédios.
       Senhoreias a energia nuclear e começas a alterar, com ela, a fisionomia do mundo.
       Controlas a velocidade, e inicias vigorosa excursão, para além do Planeta.
       Entretanto, ai de nós! Todos trazemos leve músculo selvagem, muito distante da educação.
       Com ele, forjamos guerras.
       Libertamos instintos inferiores.
       Destruímos lares.
       Empestamos vidas alheias.
       Envilecemos o caminho dos outros.
       Corrompemos o próximo.
       Revolvemos o lixo moral da Terra.
       Veiculamos o pessimismo.
       Criamos infinitos problemas.
       Injuriamos.
       Criticamos.
       Caluniamos.
       Deprimimos.
-x-
       Esse órgão minúsculo é a língua — lâmina pequenina, embainhada na boca.
       Instrumento sublime, feito para louvar e instruir, ajudar e incentivar o bem, quantas vezes nos valemos dela para censurar e vergastar, perturbar e ferir!...
       Governemo-la, pois, transformando-a em leme de paz e amor, no barco de nossas vidas!
       E, alicerçados nas lições do Evangelho, roguemos a Deus nos inspire sempre a dizer isso ou aquilo como o próprio Jesus desejaria ter dito."
(“Religião dos Espíritos”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

"O LADO AVESSO"

"Soubéssemos praticar o espírito de aceitação que nos sugerem os ensinamentos do Cristo e decerto que a nossa vida se desdobraria em degraus de paz  e luz, ante os nossos anseios de elevação.
*
       Não é a doença, no mundo, que nos fere tanto.
       É o desgosto de não usufruirmos a saúde que vemos nos outros.
*
       Não é o parente infeliz que mais nos incomoda.
       Preocupamo-nos muito mais com a impressão deprimente que esse mesmo familiar suscita naqueles que nos desfrutam a amizade e a convivência.
*
       Não nos afligimos tanto com a moradia rústica que ocupamos.
       Sofremos muito mais, em reconhecendo que não dispomos da residência superconfortável desse ou daquele companheiro.
*
       Não nos amarguramos tanto com o defeito orgânico que nos assinala.
       Lastimamos mais intensamente o fato de não possuirmos o corpo harmonioso da maioria de nossos amigos.
*
       Em verdade, a paciência nos edifica, no entanto, o lado avesso da paciência é que nos aniquila ou perturba o modo de ser.
       E esse outro lado da abençoada virtude tem o nome de intolerância."

(“ESPERA SERVINDO”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

"PERTURBAÇÕES"

"Apesar de tuas  boas disposições, surgem momentos em que estranhos estados da alma assomam, perturbando-te a lucidez e o entusiasmo.
          Esses constituem desafios graves, que podem levar a imprevisíveis resultados negativos.
          Surgem como depressão ou desinteresse, que deflui de uma observação infeliz, ou de uma palavra azeda, ou de uma discussão desgastante...
          Há ocasiões em que se manifestam como nuvem obnubiladora do discernimento, insistente, que termina por gerar indisposição íntima, quando não leva a distonias e agressividade mais contundente.
          Além dos fatores normais sociopsicológicos do relacionamento ou da emoção, originam-se na interferência  psíquica de desencarnados que se comprazem em inquietar, inspirando desespero e conduzindo a estágios afligentes...
          Vivemos em quase permanente intercâmbio psíquico uns com os outros, no corpo físico e fora dele.
          Mentes disparam dardos contra outras, atingindo o alvo com pontaria segura e estabelecendo telefone de comunicação perturbadora.
                                                                    *
          Interrompe as telepatias deprimentes, sobrepondo a tua vontade e corrigindo a sintonia psíquica.
          Sai um pouco e respira ar puro.
          Recorda os planos ideais que acalentas.
          Dialoga um pouco com alguém que te inspira simpatia.
          Ora, por alguns instantes.
          Estes expedientes expulsarão a onda de perturbação que te envolve, e tornarás ao estado de tranqüilidade."

(“Episódios diários”, Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)

terça-feira, 20 de agosto de 2013

"LUZ EM NOSSA ESTRADA"

"— Seria ideal se reconhecêssemos necessidade imperiosa de entregar-nos a um trabalho de profunda conciliação dentro do lar. Conquanto sejam escassas as possibilidades dessa fusão de almas, pelas fundas incompreensões e incompatibilidades espirituais existentes entre as criaturas, mantenhamo-nos no objetivo maior de amarmo-nos uns aos outros como Jesus nos tem amado.
       Quanto nos for possível, voltemo-nos para o lar, entregando o coração ao sacrifício, cheio de esforços novos para deliberarmos dignamente quanto a manutenção dos fragmentos de nossa alma, até que a misericórdia do Altíssimo faça luz, muita luz, em nossa estrada, integrando-nos na posse da verdadeira compreensão espiritual."
( “Aceitação e Vida”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

"MÁGOA DESNECESSÁRIA"

"As relações humanas serão sempre pautadas pela dificuldade que trazemos na alma. E não poderia ser diferente.

Como somos seres em evolução, muito ainda há que se construir nas conquistas emocionais para que o equilíbrio, a justiça e a retidão sejam as ferramentas no relacionamento humano.

Não é raro indivíduos que, desgastados pelos embates humanos, cansados das dificuldades de relacionamento, alegam preferir viver isolados do mundo, sem a necessidade de suportar a uns e aguentar a outros.

O raciocínio se torna quase que natural, frente a tantos esforços que temos que empreender, tanta paciência a exercitar, no trato com o semelhante.

E não são poucos aqueles que se isolam do mundo. Seja buscando uma vida de eremita, fechando-se em seu lar ou isolando-se em essa ou aquela instituição. Esses buscam a paz que não encontravam nas relações sociais e familiares.

Muito embora assim o façam imbuídos, por vezes, das mais nobres intenções, esquecem-se de que, ao isolar-se, ao fugir da sociedade, perdem a grande chance do aprendizado da convivência.

Somente nos atritos que vivemos é que vamos encontrar a chance do amadurecimento das experiências, de crescer, de superar aos poucos os próprios limites de interação social.

Somos todos indivíduos criados para viver em conjunto e a vida solitária somente nos causaria graves sequelas à vida emocional e psicológica.

É na experiência de viver com os outros que a alma tem a possibilidade de conhecer diversas formas de aflições e exemplos inesquecíveis.

É natural que nossas relações não sejam sempre pautadas pela harmonia. São nossos valores íntimos que determinam os entrechoques que, não raro, vivenciamos, ou os envolvimentos afetivos de qualidade, que usufruímos.

Como ainda não nos acostumamos a viver em estabilidade íntima por longos períodos de tempo, vez ou outra surgem dificuldades,
problemas, indisposições variadas em nossos relacionamentos.

Pensando assim, pode-se concluir o quanto é desnecessário e improdutivo viver-se carregando no íntimo mágoas e malquerenças.

Ninguém há no planeta que não se aborreça quando recebe do outro o que não gostaria de receber. No entanto, não podemos esquecer que ninguém também pode afirmar que, com seu modo de falar, de ser e de agir, não cause aborrecimentos e mágoas a outras pessoas, ainda que involuntariamente.

Desta forma, cabe a cada um de nós procurar resolver mal-entendidos, chateações e mágoas com os recursos disponíveis do diálogo, do entendimento, da desculpa e do perdão. Afinal, se outros nos magoam, de nossa parte também acabamos magoando a um e outro, algumas vezes.

Assim pensando, podemos concluir ser uma grande perda de tempo e um sofrimento dispensável o armazenamento de sentimentos como a mágoa ou a raiva no coração.

Há tanto a se realizar de bom e de útil a cada dia, e o tempo está tão apressado, que perde totalmente o sentido alimentarmos mágoa na alma, qualquer que seja a intensidade."

("Momento Espírita")


domingo, 18 de agosto de 2013

"Deus..."

"Deus não é uma hipótese, mas uma realidade comprovada pelo princípio científico segundo o qual, dos efeitos remontamos às causas. Deus é a fonte causal de todas a realidade. Kardec tirou desse princípio, por ilação lógica amparada pelos fatos, a lei espírita segundo a qual: Não há efeitos inteligentes sem causa inteligente, e a grandeza dos efeitos revela a grandeza de
causa. Esse o raciocínio básico das provas espíritas da existência de Deus."
("O Centro Espírita", J. Herculano Pires)

"NA TRILHA DAS PROVAS"

"Em todos os trechos da vida — mais particularmente naqueles em que as tuas forças se vejam defrontadas pela provação —, procura tempo, através da meditação, para comungar com as Forças Divinas que nos baseiam a existência, e reconhecerás que estamos todos em Deus, tanto quanto cada partícula no corpo em que se integra e cada mundo no edifício do Universo de que todos partilhamos.
*
       Se tiveres suficiente serenidade para analisar com o tempo a própria situação, compreenderás que nos fluxos e refluxos das nossas lutas evolutivas, segundo as leis que nos regem, estamos sempre no lugar adequado às necessidades de aprimoramento e reajuste espiritual que nos caracterizam: na condição indicada em que devemos estar para o desempenho de determinadas obrigações; chamados a executar essa ou aquela tarefa que mais se nos aproprie ao adiantamento moral, conforme o programa traçado pelos Orientadores da Vida Superior; na equipe de criaturas afins ou menos afins com que nos cabe desenvolver o mandato que se nos descerra à possibilidade de servir; com os dons e desafios, dificuldades e vantagens que nos compete aceitar e manejar no trabalho a que fomos conduzidos em proveito próprio; e nas atividades justas nas quais encontraremos todo o material humano e todos os recursos circunstanciais de que carecemos para a obra de nossa própria ascensão espiritual.
*
       Asserena-te sempre e abençoa as provas que te assinalem a estrada, de vez que são essas mesmas provas que te estruturam o degrau exato que podes e deves transpor na conquista da própria felicidade, ante a Vida Maior."
(“Rumo Certo”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 17 de agosto de 2013

"NEGÓCIOS HUMANOS"

"No capítulo das preocupações da vida humana, urge considerar que todas elas são importantes e, a rigor, não existe pergunta que não necessite de resposta, esclarecimento, informe, orientação.
       De que modo menosprezar as inquietações alheias, quaisquer que sejam, sem tisnar as fontes da caridade?
       Entretanto, ao lado dos assuntos puramente espirituais, temos outros propriamente vinculados ao plano físico, tão respeitáveis, aliás, quanto às questões que afetam o imo da alma, tais quais sejam:
       obtenção de trabalho;
       melhoria de vencimentos;
       transações em perspectiva;
       mudanças prováveis;
       redução de prejuízos;
       instalação de empresas;
       dificuldades econômicas;
       apoio em questões com a justiça;
       reivindicações financeiras;
       pacificação doméstica;
       rearmonização em serviço;
       condução de filhos;
       amparo ao casamento;
       necessidade de companhia;
       solução de lutas afetivas.
-0-
       Todos os temas do caminho terrestre são respeitáveis, repitamos; no entanto, sempre que te surjam no dia-a-dia, recorda que sã eles os testes da escola humana em que te encontras, a fim de que aprendas a decidir e a escolher, nas trilhas da existência, e para que realizes o melhor nas tarefas de que te deves desincumbir.
       Por semelhante motivo, sempre que problemas de natureza material te asfixiem no clima das tribulações terrenas, não exijas a opinião dos outros, nas responsabilidades que te dizem respeito, e sim recorre à prece, rogando o socorro da Inspiração Divina para as medidas que te caiba promover ou patrocinar, de vez que, em qualquer caso de consciência, a decisão pertence a cada um de nós, com as repercussões naturais e justas, diante das Leis de Deus."

(“Rumo Certo”,  Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

"NOSSA PRECE"

"Ampara-nos, Senhor,
Este repouso de amor
Em que a paz nos descansa
Porto, refúgio, lar,
Em que podemos cultivar
As bênçãos da esperança.

Perante a caridade por dever,
Faze-nos perceber
Que nesta casa em que nos aconchegas,
A todos nos entregas
A bendita oficina
Que nos renove a fé na Bondade Divina.

De rotina em rotina
E surpresa em surpresa,
Deixa-nos discernir
Que, em contemplando a própria Natureza,
Da rocha mais hostil ao solo mais fecundo,
Tudo é auxílio na lei
Se te atende na estrada ao lema de servir.

Tudo é auxílio na lei
Do firmamento ao chão...
Serve o Sol, serve o mar sem derramar-se em vão,
O tronco não devora os frutos que oferece,
A fonte ajuda e passa em sussurros de prece,
O vento ampara a flor, a flor perfuma a vida,
Faz-se pão e celeiro a semente esquecida...

Ajuda-nos, Senhor, a repartir o bem
Sem traçar condições, sem perguntar a quem...

Aspiramos a ser contigo, dia a dia,
Bálsamo, reconforto, união, alegria,
Agasalho do templo e coração da escola,
O prato que alimenta e o verbo que consola...

Concede-nos o dom de cooperar contigo,
Trabalhar e seguir pelo teu braço amigo.
Tanto à luz do porvir quanto na luz de agora,
Faze, por fim, Senhor,
Que a nossa casa seja, hora por hora,
Um caminho de fé para o Reino do Amor."
               
(Maria Dolores, na obra “Encontro de Paz”, de Francisco Cândido Xavier
 - Espíritos Diversos)
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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

"O CORPO ESPIRITUAL"

"— Desencarnar!... Parece coisa de açougueiro! — comentava, jocoso, um amigo, católico convicto.
       E eu, no mesmo tom:
       — O açougueiro descarna. A gente desencarna, sai da carne. Aliás, você é tão magro que provavelmente vai desensossar, sair do ossos.
       Curiosa a resistência à expressão desencarnar. Compreensível que o materialista não a aceite. Afinal, para ele tudo termina no túmulo... O mesmo não deveria ocorrer com as pessoas que aceitam a sobrevivência., adeptos de qualquer religião. Se concebemos que a individualidade sobrevive à morte física, ela se impõe para definir o processo que libera o Espírito da carne.
       Imperioso para uma compreensão melhor do assunto considerar a existência do corpo espiritual ou períspirito, conforme explicam as questões 150 e 150-a, de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”:
       “A alma, após a morte, conserva a sua individualidade?”
       “Sim, jamais a perde. Que seria ela, se não a conservasse?”
       “Como comprova a alma sua individualidade, uma vez que não tem mais corpo material?”
       “Continua a ter um fluido que lhe é próprio, haurido na atmosfera do seu planeta, e que guarda a aparência de sua última encarnação: seu períspirito.”
       Bastante esclarecedoras são, também as questões 135 e 135-a:
       “Há no homem alguma outra coisa além da alma e do corpo?”
       “Há o laço que liga a alma ao corpo.”
       “De que natureza é esse laço?”
       “Semimaterial, isto é, de natureza intermédia entre o Espírito e o corpo. É preciso que seja assim para que os dois de possam comunicar um com o outro. Por meio desse laço é que o Espírito atua sobre a matéria e reciprocamente.”
       Comenta Kardec:
       “O homem é, portanto, formado de três partes essenciais:
       1º - O corpo ou ser material, análogo ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital;
       2º -  A alma, Espírito encarnado que tem no corpo a sua habitação.
       3º  -  O princípio intermediário, ou períspirito, substância Semimaterial que serve de primeiro envoltório ao Espírito e liga a alma ao corpo. Tais, num fruto, o gérmen, o perisperma e a casca.”
       Desde os tempos mais recuados os estudiosos admitem a existência de um corpo extracarnal, veículo de manifestação do Espírito no plano em que atua (no plano físico, ligando-o à carne; no plano espiritual, compatibilizando-o com as características e os seres da região onde se situe).
       O apóstolo Paulo reporta-se ao períspirito quando diz, na II Epístola aos Coríntios (12:2 a 4): “Conheço um homem em Cristo, que há 14 anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei; Deus o sabe), foi arrebatado até ao terceiro céu. E sei que o tal homem foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, de que ao homem não é lícito falar”.
       Enquanto a máquina física dormia, atendendo aos imperativos de descanso, Paulo, em corpo espiritual, deslocava-se rumo às Esferas Superiores, conduzido por mentores amigos, a fim de receber preciosas orientações. Tentando, talvez, definir a natureza de sua experiência, ele comenta, na I Epístola aos Coríntios (15:40): “Há corpos celestes e corpos terrestres”.
       Semelhantes deslocamentos não constituem privilégio dos santos. Todas as criaturas humanas o fazem, diariamente, durante o sono, com registros fugazes e fragmentários na forma de sonhos. Considere-se, entretanto, que a natureza dessas excursões é determinada pelas atividades na vigília. Por isso, o homem comum, preso a interesses imediatistas, configurando prazeres, vícios e ambições, a par de uma total indiferença pelo auto-aprimoramento espiritual e a disciplina das emoções, não tem a mínima condição para experiências sublimes como a de Paulo.
       Todos “morremos”, diariamente, durante o sono. Mas, para transitar com segurança e lucidez nas regiões além-túmulo, nessas horas, aproveitando integralmente as oportunidades de aprendizado, trabalho e edificação, ´-e preciso cultivar os valore do espírito durante a vigília. Caso contrário estaremos tão à vontade no Plano Espiritual, como peixes fora d’água."
(“Quem tem medo da morte?”, de Richard Simonetti)
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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

"ABENÇOA TAMBÉM"

"Diante das vozes e dos braços que te amparam na enfermidade, coopera com os instrumentos da cura, abençoando a ti mesmo.
Em qualquer desajuste orgânico, não condenes o corpo.
O operário há de amar enternecidamente a máquina que o ajuda a viver, lubrificando-lhe as peças e harmonizando-lhe os implementos, se não deseja relegá-la à inutilidade e à secura.
Abençoa teu coração.
É o pêndulo infatigável, marcando-te as dores e alegrias.
Abençoa teu cérebro.
É o gabinete sensível do pensamento.
Abençoa teus olhos.
São companheiros devotados na execução dos
compromissos que a existência te confiou.
Abençoa teu estômago.
É o servo que te alimenta.
Abençoa tuas mãos.
São antenas no serviço que consegues realizar.
Abençoa teus pés.
São apoios preciosos em que te sustentas.
Abençao tuas faculdades genésicas.
São forças da vida pelas quais recebeste no mundo
o aconchego do lar e o carinho de mãe.
Eis que Deus te abençoa, a cada instante, no ar que respiras,
no pão que te nutre, no remédio que refaz, na palavra que anima,
no socorro que alivia, na oração que consola...
Junto das células doentes ou fatigadas, não empregues o fogo
da tensão, nem o corrosivo do desespero.
Abençoa também."

("Coragem", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"O DESÂNIMO"

"Tóxico imobilizador, o desânimo se insinua suavemente, dominando as reservas da coragem e submetendo o combatente à sua ação perturbadora.
       Instala-se, a pouco e pouco, inspirando pessimismo e mal-estar, que se agrava, qual invasor que conquista passo a passo os espaços abandonados à sua frente.
       O desânimo é inimigo covarde que ceifa mais vidas do que o câncer, pelos resultados que logra na economia do comportamento humano.
-x-
       Quando sentires a insinuação do desânimo, ciciando-te falsos motivos para que abandones a peleja, ou a postergues, ou a desconsideres, tem cuidado.
       Usa a razão e expulsa-o da casa mental.
       Às vezes, se te apresenta na condição de mágoa defluente de qualquer incompreensão sofrida e, noutras ocasiões, em forma de exaustão de forças, que deves superar, mediante mudança de atitude mental e de atividade física.
-x-
       A marcha do tempo é inexorável.
       De qualquer forma, as horas se sucedem.
       Utiliza-as de maneira condigna, mesmo que a peso de sacrifícios.
       Quando transpuseres a barreira da dificuldade, constatarás a vantagem de haver perseverado, descobrindo-te rico de paz, face aos tesouros de amor e realização que adquiriste.
       Motivo algum deve servir de apoio para o desânimo.
       Tudo, na vida, constitui convite para o avanço e a conquista de valores, na harmonia e na glória do bem."

(“EPISÓDIOS DIÁRIOS”, Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)

terça-feira, 13 de agosto de 2013

"OBEDEÇAMOS"

“Escrevi-te confiando na tua obediência, sabendo
que ainda farás mais do que te digo”.
Paulo (Filemon, 1:21)

       "Escrevendo ao companheiro, Paulo não afirma confiar na inteligência que pode envaidecer-se e desgovernar-se.
       Nem na força que induz à mentira.
       Nem no entusiasmo suscetível de enganar a si próprio.
       Nem no desassombro que, muita vez, é simples temeridade.
       Nem no poder capaz de iludir-se.
       Nem na superioridade que costuma desmandar-se no orgulho.
       O apóstolo confia na obediência.
       Não na passividade-cegueira que alimenta a discórdia e o fanatismo, mas na compreensão que se subordina ao trabalho por devotamento ao bem de todos, enxergando na felicidade alheia a felicidade que lhe é própria.
       Para que atinjas a comunhão com o Senhor não é necessário te consagres ao incenso da adoração, admirando-o ou defendendo-o.
       Obedece-lhe. Seguindo-lhe as recomendações aperfeiçoarás a ti mesmo pela cultura e pelo sentimento e terás contigo o amor e a lealdade, a harmonia e o discernimento, a energia e a brandura que garantem a eficiência do serviço a que foste chamado.
       Saibamos, pois, obedecer ao Senhor em nosso mundo íntimo e aprenderemos a fazer mais pela vida do que a vida espera de nós."

(“SEGUE-ME!...”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)