terça-feira, 31 de dezembro de 2013

"REALIDADE E SUPOSIÇÃO"

"Quando te sintas em dificuldade no relacionamento com os outros, observa que, muitas vezes, esses mesmos outros suportam problemas e percalços muito maiores do que os nossos.
-o-
       Semelhante exercício te renovará os pensamentos e a compaixão te surgirá no íntimo, obstando-te a queda em pessimismo e revolta.
-o-
       Se possuísses um engenho capaz de radiografar os sentimentos alheios, reconhecerias, de pronto, o contraste entre a suposição e a realidade.
-o-
       Aquele chefe, supostamente arbitrário, guarda consigo a mente esfogueada de inquietações pelo próprio serviço de que recebes  os recursos que se te fazem necessários à vida.
-o-
       Provavelmente o amigo que não te notou a presença carrega as próprias ideias e emoções concentradas num filhinho doente.
-o-
       A senhora que tantos julgavam excessivamente enfeitada, assim se preparou diversos dias a fim de solicitar emprego a determinadas autoridades para o esposo recém-demitido da organização em que trabalhava.
-o-
       O rapaz que passou, conduzindo o carro em alta velocidade, é portador de um cérebro enfermiço.
-o-
       O artista que se negou a colaborar contigo na realização das boas obras em que te empenhas, estará sob o peso de terrível estafa.
-o-
       A ninguém julguemos precipitadamente.
-o-
       Procuremos o melhor de cada situação e de cada criatura, de modo a seguirmos para diante com o melhor a fazer, esquecendo o desnecessário.
-o-
       Em muitos lances de marcha na direção de Deus erramos, a fim de aprender com segurança, ou caímos, de modo a levantar-nos para conquistar o equilíbrio seguro.
-o-
       Ninguém segue sem o apoio de alguém nos caminhos da vida.
       Em vista disso, compadeçamo-nos dos outros para que os outros se compadeçam de nós."
(“O Essencial”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

"O INSTRUMENTO"

"Onde estiveres, agradece ao Senhor o instrumento da regeneração. Ninguém vive sem ele.
*
       Aqui, é o esposo de trato difícil.
       Além, é a companheira de presença desagradável.
       Acolá, é o filho rebelde.
       Mais além, é a filha inconsequente.
       Hoje, é o amigo que confiou à incompreensão.
       Amanhã, será o chefe áspero.
       Depois, será o subalterno distraído.
       Agora, é o companheiro que desertou.
*
       Mais tarde, será o adversário, compelindo-te a inesperadas tribulações.
*
       Silencia, aproveita e segue adiante.
*
       A pedra recebe do martelo que a estilhaça a dignidade com que se faz útil à construção.
       O metal deve a pureza que lhe é própria ao cadinho esfogueante que o martiriza.
*
       Não olvides que o corpo é o santuário de possibilidades divinas em que temporariamente te refugias para assimilar a lição do progresso.
*
       Cada caminho cede lugar a outro caminho.
*
       Cada experiência conduz a experiência maior.
*
       Toda prova é alimento espiritual e toda dor é impulso à ascensão.
*
       Aprendamos a entesourar os dons da vida, respeitando os ensinamentos que o mundo nos impõe, na certeza de que entre a humildade e o trabalho, alcançaremos, um dia, os cimos da Luz."
(“JOIA”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 29 de dezembro de 2013

"PRESENÇA ESPÍRITA"

"O espírita que entende a doutrina que aceita, ergue-se de manhã quando o dia flameja.

Ora e agradece a Deus o privilégio santo de poder trabalhar no corpo a que se acolhe.

Se ouvir mal, fala o bem. Ajusta-se ao dever cumprindo a obrigação que a vida lhe assinala.

Na rua, estende as mãos que auxilia em amparo fraterno.

Em casa, forma a paz que auxilia e constrói.

Prejudicado, esquece. Ofendido, perdoa.

Não discute, realiza. E nem pergunta, serve.

Não censura, abençoa; nem condena, restaura;

Desce para ajudar, sem tisnar-se na sombra.

Alteia-se na luz, mas apaga-se humilde, por saber-se instrumento a serviço do Pai.

Reparte do que tem, sem reclamar louvores.

Corrige levantando e educa amando sempre.

Tolera sem revolta as provocações que o ferem, transformando em bondade o fel das próprias dores.

O espírita onde está faz com que tudo brilhe, aperfeiçoa, melhora, engrandeça e progride.

De alma no entendimento harmônico e profundo, faz-se fonte de amor para os males da vida, faz-se raio de sol para as trevas do mundo."
 
("Caminho Espírita", Albino Teixeira/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 28 de dezembro de 2013

"SE DESEJAS"

Questão 843 de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec

       "Toda melhora parece distante.
       Toda superação surge como sendo quase impossível.
       Pediste, porém, o berço terrestre, no exato lugar em que te cabe aprender e reaprender.
       Não olvides, por isso, que o domínio da lição não dispensa a vontade.
       Recebeste no lar muitos daqueles que te não alimentam a simpatia.
       No entanto, se desejas, podes transformar toda aversão em amor, desde que te decidas a ajuda-los com paciência.
       Sofres o chefe insano, a crivar-te de inúmeros dissabores.
       Contudo, se desejas, podes convertê-lo em amigo, desde que te disponhas a auxiliá-lo sem pretensão.
       Padeces dura condição social, renteando o infortúnio.
       Todavia, se desejas, podes transfigurar a subalternidade em elevação, desde que te eduques, para que a vida te use em plano mais alto.
       Trazes o órgão enfermo, a cercar-te de inibições.
       Entretanto, se desejas, podes aproveitá-lo, na própria sublimação, em nível superior.
       Ainda hoje, é possível encontres sombras enormes...
       O obstáculo dos que te não compreendem, a palavra dos que te insultam, o apontamento insensato ou as lágrimas que a prova redentora talvez te venha pedir...
       Mas pode usar o silêncio e a oração, clareando o caminho...
       Declaras-te sem trabalho, amargando posição desprezível, mas, se desejas, podes ainda agora começar humilde tarefa, conquistando respeito e cooperação.
       Acusam-te de erros graves, criando-te impedimentos, mas, se desejas, podes tomar,  em bases de humildade e serviço, a atitude necessária à justa renovação.
       Sentes-te dominado por esse ou aquele hábito vicioso, que te exila no desapreço, mas, se desejas, podes reaver o próprio equilíbrio, empenhando energia e tempo no suor do trabalho digno.
       Afirmas-te na impossibilidade de socorrer os necessitados, mas, se desejas, podes efetuar pequeninos sacrifícios domésticos em favor dos outros, de modo a que tua vida seja uma bênção na vida de teus irmãos.
       Para isso, porém, é preciso não esquecer os recursos singelos que tanta gente deixa ao olvido...
       O minuto de tolerância.
       O esquecimento de toda injúria.
       O concurso anônimo.
       A bondade que ninguém pede.
       O contato do livro nobre.
       A enxada obediente.
       A panela esquecida.
       O tanque de lavar.
       A agulha simples.
       A flor da amizade.
       O resto de pão.
       Queixas-te de necessidade e desencanto, fadiga e discórdia, abandono e solidão, mas, se realmente desejas, tudo pode mudar."
(“Religião dos Espíritos”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

"PARA SER FELIZ"

"E não nos cansemos de fazer o Bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.” PAULO
(Gálatas, 6:9)

       "Confia em Deus.
       Aceita no dever de cada dia a vontade do Senhor para as horas de hoje.
       Não fujas da simplicidade.
       Conserva a mente interessada no trabalho edificante.
       Detém-te no “lado bom” das pessoas, das situações e das coisas.
       Guarda o coração sem ressentimento.
       Cria esperança e otimismo onde estiveres.
       Reflete nas necessidades alheias, buscando suprimi-las ou atenuá-las.
       Faze todo o bem que puderes, em favor dos outros sem pedir remuneração.
       Auxilia muito.
       Espera pouco.
       Serve sempre.
       Espalha a felicidade no caminho alheio, quanto seja possível.
       Experimentemos semelhantes conceitos na vida prática e adquiriremos a luminosa ciência de ser feliz."

(Emmanuel, na obra “Caminho Espírita”, de Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

"MODOS DE USAR"

"As doações abençoadas da Misericórdia Divina constituem exatos medicamentos à nossas necessidades e pedem modo particular de uso.

A inteligência exige burilamento constante no aprendizado construtivo.

A saúde, sem atividade no bem, cede lugar à moléstia.

A posse financeira não proporciona verdadeira alegria, quando vive a distância do socorro fraterno.

A autoridade humana não constrói segurança para ninguém, quando adota regime de intemperança de si própria.

O prestígio social reduz-se a simples aparência, se brilha sem base no esforço honesto.

O conhecimento elevado, sem trabalho digno, é acelerador do remorso.

O ninho familiar, sem o clima de concórdia, é via de acesso par o desequilíbrio geral.

Assim, o amparo da Espiritualidade Maior traz em si mesmo a sugestão para o necessário aproveitamento.

Observe, pois, a disciplina requerida na administração dos medicamentos espirituais que o Céu lhe envia, sabendo que os horários, doses e formas de emprego reclamam exatidão e persistência, boa-vontade e confiança para sanarem efetivamente os males que nos espoliam a vida íntima, de modo a que nos renovemos para mais altos destinos."
 
 

(André Luiz, na obra "Estude e Viva", Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

"Senhor Jesus..."

"Senhor Jesus!...

Recordando-te a vinda, quando te exaltastes na manjedoura por luz nas trevas, vimos pedir-te a bênção.
Revela-nos se muitos de nós trazemos saudade e cansaço, assombro e aflição, quando nos envolves em torrentes de alegria.
Sabes, Senhor, que temos escalado culminâncias... Possuímos cultura e riqueza, tesouro e palácios, máquinas que estudam as constelações e engenhos que voam no Espaço! Falamos de ti – de ti que volveste dos continentes celestes, em socorro dos que choram na poeira do mundo, no tope dos altos edifícios em que amontoamos reconforto, sem coragem de estender os braços aos companheiros que recolhias no chão...
Destacamos a excelência de teus ensinos, agarrados ao supérfluo, esquecidos de que não guardaste uma pedra em que repousar a cabeça; e, ainda agora, quando te comemoramos o natalício, louvamos-te o nome, em torno da mesa farta, trancando inconscientemente as portas do coração aos que se arrastam na rua!
Nunca tivemos, como agora, tanta abastança e tanta penúria, tanta inteligência e tanta discórdia! Tanto contraste doloroso, Mestre, tão-só por olvidarmos que ninguém é feliz sem a felicidade dos outros... Desprezamos a sinceridade e caímos na ilusão, estamos ricos de ciência e pobres de amor. É por isso que, em te lembrando a humildade, nós te rogamos para que nos perdoes e ames ainda... Se algo te podemos suplicar além disso, desculpa o nada que te ofertamos, em troca do tudo que nos dás e faze-nos mais simples!...
Enquanto o Natal se renova, restaurando-nos a esperança, derrama o bálsamo de tua bondade sobre as nossas preces, e deixa, Senhor, que venhamos a ouvir de novo, entre as lágrimas de júbilo que nos vertem da alma, a sublime canção com que os Céus te glorificam o berço de palha, ao clarão das estrelas:

- Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os homens!"

(Emmanuel, na obra "Antologia Mediúnica do Natal", Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

"NATAL DO CORAÇÃO"

"Abençoadas sejam as mãos que, em memória de Jesus, espalham no Natal a prata e o ouro, diminuindo a miséria e a necessidade, a fome e a nudez!...
Entretanto, se não forem iluminadas pelo amor que ajuda sempre, esses flagelos voltarão amanhã, como a erva daninha que espreita a ausência do lavrador.
Não retenhas, assim, a riqueza do coração que poder dar, tanto quanto o maior potentado da Terra!
Deixa que a manjedoura de tua alma se abra, feliz, ao Soberano Celeste, para que a luz te banhe a vida.
Com Ele, estenderás o coração onde estiveres, seja para trocar um pensamento compassivo com a palavra escura e áspera ou para adubar uma semente de esperança, onde a aflição mantém o deserto! Com Ele, inflamarão de júbilo os olhos de algum menino triste e desamparado e uma simples criança, arrebatada hoje ao vendaval, pode amanhã ser o consolo da multidão... Com Ele, podes oferecer a bênção da tolerância aos que trabalham contigo, transformando o altar de teu coração em altar de Deus!...
Que tesouro terrestre pagará o gesto de compreensão no caminho empedrado, o sorriso luminoso da bondade no espinheiro da sombra e a oração do carinho e do entendimento no instante da morte?
Natal no espírito é a comunhão com Ele próprio.
Ainda que te encontres em plena solidão na manjedoura do infortúnio, sai de ti mesmo e reparte com alguém o dom inefável de tua fé.
Lembra-te de que Ele, em brilhando na manjedoura, tinha consigo apenas o amor a desfazer-se em humildade, e, em agonizando na cruz, possuía apenas o coração, a desfazer-se em renúncia...
Mas, usando tão somente o coração e o amor, sem uma pedra onde repousar a cabeça, converteu-se no Salvador do Mundo, e, embora coroado de espinhos, fez-se o Rei das Nações para sempre."

("Meimei, na obra "Antologia Mediúnica do Natal", Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier)


segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

"ORAÇÃO DO NATAL"

"Senhor Jesus. Há quase dois milênios, estabelecias o Natal com tua doce humildade na manjedoura, onde te festejaram todas as harmonias da Natureza. Reis e pastores vieram de longe, trazendo-te ao berço pobre o testemunho de sua alegria e de seu reconhecimento. As estrelas brilharam com luz mais intensa nos fulgores do céu e uma delas destacou-se no azul do firmamento, para clarificar o suave momento de tua glória. Desde então, Senhor, o mundo inteiro, pelos séculos afora, cultivou a lembrança da tua grande noite, extraordinária de luz e de belezas diversas.
Agora, porém, as recordações do Natal são muito diferentes.
Não se ouvem mais os cânticos dos pastores, nem se percebem os aromas agrestes da Natureza.
Um presepe do século XX seria certamente arranjado com eletricidade, sobre uma base de bombas e de metralhadoras, onde aquela legenda suave do "Gloria in excelsis Deo" seria substituída por um apelo revolucionário dos extremismos políticos da atualidade.
As comemorações já não são as mesmas.
Os locutores de rádio falarão da tua humildade, no cume dos arranha-céus, e, depois de um programa armamentista, estranharão, para os seus ouvintes, que a tua voz pudesse abençoar os pacíficos, prometendo-lhes um lugar de bem-aventurados, embora haja isso ocorrido há dois mil anos.
Numerosos escritores falarão, em suas crônicas elegantes, sobre as crianças abandonadas, estampando nos diários um conto triste, onde se exalte a célebre virtude cristã da caridade; mas, daí a momentos, fecharão a porta dos seus palacetes ao primeiro pobrezinho.
Contudo, Senhor, entre os superficialismos desta época de profundas transições, almas existem que te esperam e te amam. Tua palavra sincera e branda, doce e enérgica, lhes magnetiza os corações, na caprichosa e interminável esteira do Tempo. Elas andam ocultas nas planícies da indiferença e nas montanhas de iniquidade deste mundo. Conservam, porém, consigo a mesma esperança na tua inesgotável misericórdia.
É com elas e por elas que, sob as tuas vistas amoráveis, trabalham os que já partiram para o mundo das suaves revelações da Morte. É com a fé admirável de seus corações que semeamos, de novo, as tuas promessas imortais, entre os escombros de uma civilização que está agonizando, à mingua de amor.
É por essa razão que, sem nos esquecermos dos pequeninos que agrupavas em derredor da tua bondade, nos recordamos hoje, em nossa oração, das crianças grandes, que são os povos deste século de pomposas ruínas.
Tu, que és o Príncipe de todas as nações e a base sagrada de todos os surtos evolutivos da vida planetária; que és a Misericórdia infinita, rasgando todas as fronteiras edificadas no mundo pelas misérias humanas, reúne a tua família espiritual, sob as algemas da fraternidade e do bem que nos ensinaste!...
Em todos os recantos do orbe, há bocas que maldizem e mãos que exterminam os seus semelhantes. Os espíritos das trevas fazem chover o fogo de suas forças apocalípticas sobre as organizações terrestres, ateando o sinistro incêndio das ambições na alma de multidões alucinadas e desvalidas. por toda parte, assomam os falsos ídolos da impenitência do mundo e místicas políticas, saturadas do vírus das mais nefastas paixões, entornam sobre os espíritos o vinho ignominioso da Morte.
Mas, nós sabemos, Senhor, como são falazes e enganadoras as doutrinas que se afastam da seiva sagrada e eterna dos teus ensinos, porque dissipas misericordiosamente a confusão de todas as almas, ainda que os seus arrebatamentos se apoiem nas paixões mais generosas.
Tu, que andavas descalço pelos caminhos agrestes da Galiléia, faze florescer, de novo, sobre a Terra, o encanto suave da simplicidade no trabalho, trazendo ao mundo a luz cariciosa de tua oficina de Nazaré!...
Tu, que és a Essência de nossos pensamentos de verdade e de luz, sabes que todas as dores são irmãs umas das outras, bem como as esperanças que desabrocham nos corações dos teus frágeis tutelados, que vibram nos mesmos ideais, aquém ou além das linhas arbitrárias que os homens intitularam de fronteiras!
Todas as expressões da filosofia e da ciência dos séculos terrenos passaram sobre o mundo, enchendo as almas de amargosas desilusões. Numerosos políticos te ridiculizaram, desdenhando as tuas lições inesquecíveis; mas, nós sabemos que existe uma verdade que dissimulaste aos inteligentes para a revelares às criancinhas, encontrada, aliás, por todos os homens, filhos de todas as raças, sem distinção de crenças ou de pátrias, de tradições ou de família, que pratiquem, a caridade em teu nome...
Pastor do rebanho de ovelhas tresmalhadas, desde o primeiro dia em que o sopro divino da vontade do Nosso Pai fez brotar a erva tenra, no imenso campo da existência terrestre, pairas acima do movimento vertiginoso dos séculos, acima de todos os povos e de suas transmigrações incessantes, no curso do tempo, ensinando as criaturas humanas a considerar o nada de suas inquietações, em face do dia glorioso e infinito da Eternidade!...
Agora, Senhor, que as línguas da impiedade conclamam as nações para um novo extermínio*, manifesta a tua bondade, ainda uma vez, aos homens infelizes, para que compreendam, a tempo, a extensão do seu ódio e de sua perversidade.
Afasta o dragão da guerra de sobre o coração dilacerado das mães e das crianças de todos os países, curando as chagas dos que sangram de dor selvagem à beira dos caminhos.
Revela aos homens que não há outra força além da tua e que nenhuma proteção pode existir, além daquela que se constitui da segurança de tua guarda!
Ensino aos sacerdotes de todas as crenças do globo, que falam em teu nome, o desprendimento e a renúncia dos bens efêmeros da vida material, afim de que entendam as virtudes do teu Reino, que ainda não reside nas suntuosas organizações dos Estados deste mundo!
Tu, que ressuscitaste Lázaro das sombras do sepulcro, revigora o homem modesto, no túmulo das vaidades apodrecidas!
Tu, que fizeste com que os cegos vissem, que os mudos falassem, abre de novo os olhos rebeldes de tuas ovelhas ingratas e desenrola as línguas da verdade e do direito, que o medo paralisou, nesta hora torva de penosos testemunhos!
Senhor, desencarnados e encarnados, trabalhamos no esforço abençoado de nossa própria regeneração, para o teu serviço divino!
Nestas lembranças do Natal, recordamos a tua figura simples e suave, quando ias pelas aldeias que bordavam o espelho claro das águas do Tiberíades!... Queremos o teu amparo, Senhor, porque agora o lago de Genesaré é a corrente represada de nossas próprias lágrimas. Pensamos ainda ver-te, quando vinhas de Cesaréia de Felipe para abençoar o sorriso doce das criancinhas... De teus olhos misericordiosos e compassivos, corria uma fonte perene de esperanças divinas para todos os corações; de tua túnica humilde e clara, vinha o símbolo da paz para todos os homens do porvir e, de tuas palavras sacrossantas, vinha a luz do céu, que confunde todas as mentiras da Terra!...
Senhor, estamos reunidos em teu Natal e suplicamos a tua bênção!... Somos as tuas crianças, dentro da nossa ignorância e da nossa indigência!... Apiada-te de nós e dize-nos ainda:
-  "Meus filhinhos..."

("Novas Mensagens",   Humberto de Campos/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 22 de dezembro de 2013

"NATAL ETERNO"


"Quem nos dera, Senhor, que o Teu Natal,
Por sobre a Terra, fosse todo dia,
E, então, se eternizasse esta alegria,
Que só em Ti sentimos imortal...

Quem nos dera por bênção sem igual
Que a estrela que brilhou na estrebaria,
E a pastores e reis serviu por guia,
Não se nos apagasse por sinal...

Quem nos dera que toda a Humanidade,
Vivendo apenas para a Caridade
Resumisse no amor seus ideais...

E que um dia igual este, sempre assim,
No calendário não tivesse fim,
E o Teu Natal não se acabasse mais!..."

Eurícledes Formiga


(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 15 de dezembro de 2012, em Uberaba – MG). 

sábado, 21 de dezembro de 2013

"NATAL"

"Tudo é bênção que se enflora,
De envolta na melodia
Da luminosa alegria
Que te beija a segue além...
Mas se reparas, lá fora,
O quadro que tumultua,
Verás quem passa na rua
Sem ânimo e sem ninguém.
É sim!... É Jesus que volta
Entre os pedestres sem nome,
Dando pão a quem tem fome,
Luz às trevas, roupa aos nus!
Anjo dos Céus sem escolta,
Embora a expressão serena,
Tem nas mãos com que te acena
Os tristes sinais da cruz."

(Irene S. Pinto, na obra  "Antologia Mediúnica do Natal", Autores Diversos/ Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

"CADINHO"

Questão Nr. 260 de “O Livro dos Espíritos"


 
        "Muitas vezes, na Terra, na posição de cultores da delinquência, conseguimos escapar das sentinelas da punição.
        Faltas não previstas na legislação terrestre, como sejam certos atos de crueldade e muitos crimes da ingratidão, muros a dentro de nossa vida particular, quase sempre acarretam a queda e a perturbação, a enfermidade e a morte de criaturas que a Divina Bondade nos põe no caminho.
        De outra feita, quando positivamente enodoados com o ferrete da culpa, conseguimos aligeirar nossas penas ou delas nos exonerar, subornando consciências dolosas, no recinto dos tribunais.
        Todavia, a reta justiça nos espera, infalível, e além da morte, ainda mesmo quando tenhamos legado ao mundo vastas parcelas de cultura e benemerência, eis que as marcas de ignomínia se nos destacam do ser, então expostas à Grande Luz.
        Nessa crise inesperada, imploramos nós mesmo retorno e readmissão nos cursos de trabalho em que se nos desmandaram a deserção e a falência, a fim de ressarcirmos os débitos que os homens não conheceram, mas que vibram, obcecantes, no imo de nossas almas.
        É assim que voltamos ao cadinho fervente da purgação, retomando nos fios da consanguinidade a presença daqueles que mais ferimos, para devolver-lhes em ternura e devotamento os patrimônios dilapidados, rearticulando os elos da harmonia que nos ligam a todos, na universalidade da vida, perante a Lei.
        Reverenciemos, desse modo, no lar humano, não apenas o templo de carinho em que se nos reabastecem as forças, no exercício do bem eterno, mas igualmente a rude escola da regeneração, em que retomamos o convívio dos velhos adversários que nós mesmos criamos, a ressurgirem na forma de aversões instintivas e desafetos ocultos, que nos constrange cada hora à lição da renúncia e à mensagem do sacrifício.
        E por mais inquietante se nos afigure a experiência no educandário doméstico, guardemos, dentro dele, extrema devoção ao dever, perdoando e ajudando, compreendendo e amparando sem descansar, pois somente aquele que se engrandeceu, entre as quatro paredes da própria casa, é que pode, em verdade, servir à obra de Deus no campo vasto do mundo."

(“Religião dos Espíritos”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

"PETIÇÃO E RESPOSTA"

"Entre o pedido terrestre e o Suprimento Divino, é imperioso funcione a alavanca da vontade humana, com decisão e firmeza, para que se efetive o auxílio solicitado.
Buscando as concessões do Céu, desistamos de lhes opor a barreira dos nossos caprichos próprios.
* * *
Suplicamos no mundo: Senhor, dá-nos a paz.
Se persistimos, no entanto, a remoer conflito e ressentimento, cozinhando mágoas e esquentando desarmonia, decerto que a tranqüilidade só encontrará caminho para morar conosco, quando tivermos esquecido as farpas da dissensão.
* * *
Imploramos: Senhor, dá-nos saúde.
Se continuamos, porém, acalentando sintomas e solenizando quadros mentais enfermiços, é indiscutível que o remédio só terá eficácia, em nosso auxílio, quando estivermos decididos a liquidar com as idéias de lamentação e doença.
* * *
Pedimos: Senhor, dá-nos prosperidade.
Mas se teimamos em dilapidar o tempo, reclamando contra o destino e hospedando chorosas rebeldias, é forçoso reconhecer que só adquiriremos progresso e reconforto, quando largamos queixa e azedume, concentrando esforços em melhoria e trabalho.
* * *
Rogamos: Senhor, dá-nos compreensão.
Se prosseguirmos, entretanto, censurando e criticando os outros, a descortinar faltas alheias, sem cogitar das próprias deficiências, é óbvio que só atingiremos a luz e a
segurança do entendimento, quando nos voltarmos sinceramente para dentro de nós mesmos, verificando que somos tão humanos e tão falíveis quanto aqueles irmãos dos quais nos julgávamos muito acima.
* * *
Confiemos em Deus e supliquemos o amparo de Deus, mas, se quisermos receber a Bênção Divina, procuremos esvaziar o coração de tudo aquilo que discorde das nossas petições, a fim de oferecer à Bênção Divina, clima de aceitação, base e lugar."
("Rumo Certo", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

"Mudança através do amor"

"A única maneira de mudar os outros é tratá-los com amor. Quando você tem amor por eles, naturalmente você desejará o melhor para eles. Então, seu desejo de mudá-los será para o bem deles e não para o seu próprio bem. Quando isso acontece, eles respondem rapidamente por seu amor não egoísta e você os verá mudando. Pense em uma pessoa que você gostaria que mudasse. Antes de pensar em mudá-la deixe que haja amor por ela em sua mente. Certifique-se de que a mudança que você quer ver nela é exclusivamente para o bem dela, sem outras intenções. Teste esse método e veja a mágica acontecer."
Brahma Kumaris


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

"NÃO REJEITES A CONFIANÇA"

"Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado
galardão." - Paulo. (Hebreus, 10:35).


"Não lances fora a confiança que te alimenta o coração.
Muitas vezes, o progresso aparente dos ímpios desencoraja o fervor
das almas tíbias.
A virtude vacilante recua ante o vício que parece vitorioso.
Confrange-se o crente frágil, perante o malfeitor que se destaca,
aureolado de louros.
Todavia, se aceitamos Jesus por nosso Divino Mestre, é preciso
receber o mundo por nosso educandário.
E a escola nos revela que a romagem carnal é simples estágio do
espírito no campo imenso da vida.
Todos os séculos tiveram soberanos dominadores.
Muitos se erigiram em pedestais de ouro e poder, ao preço do sangue
e das lágrimas dos seus contemporâneos.
Muitos ganharam batalhas de ódio.
Outros monopolizaram o pão.
Alguns comandaram a vida política.
Outros adquiriram o temor popular.
Entretanto, passaram todos... Por prêmio terrestre às laboriosas
empresas a que se consagraram, receberam apenas o sepulcro
faustoso em que sobressaem na casa fria da morte.
Não rejeites a fé porque a passagem educativa pela Terra te imponha
à visão aflitivos quadros no jogo das convenções humanas.
Lembra-te da imortalidade - nossa divina herança!
Por onde fores, conduze tua alma como fonte preciosa de compreensão e serviço! Onde estiveres, sê generoso, otimista e diligente no bem!
A carne é apenas tua veste.
Luta e aprimora-te, trabalha e realiza com o Cristo, e aguarda,
confiante, o futuro, na certeza de que a vida de hoje te espera,
sempre justiceira, amanhã."

("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

"SERVIÇO DE SALVAÇÃO"

"E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor
será salvo."
(ATOS; 2:21)


"Os espíritos mais renitentes no crime serão salvos das garras do mal, se invocarem verdadeiramente o amparo do Senhor.

E é forçoso observar que chega sempre um instante, na experiência individual, em que somos constrangidos a recorrer ao que possuímos de mais precioso, no terreno da crença.

Os próprios materialistas não escapam a semelhante impositivo da luta humana; qual ocorre aos demais, nas contingências dilacerantes requisitam o socorro do dinheiro, da ciência provisória, das posições convencionalistas, que, aliás, em boa tese, auxiliam mas não salvam.

Indispensável se torna recorrer a Jesus para a solução de nossas questões fundamentais.

Invoquemos a compaixão d'Ele e não nos faltará recurso adequado.

Não bastará, contudo, tão-somente aprender a rogar.

Estudemos também a arte de receber.

Às vezes, surgem diferenças superficiais entre pedido e suprimento.

O trabalho salvador do Céu virá ao nosso encontro, mas não obedecerá, em grande número de ocasiões, à expectativa de nossa visão imperfeita.

Em muitos casos, a Providência Divina nos visita em forma de doença, escassez e contrariedade...

A miopia terrena, todavia, de modo geral, só interpreta a palavra "salvação" por "vantagem imediata" e, por isso, um leve desgosto ou uma desilusão útil provocam torrentes de lamentações improdutivas.

Apesar de tudo, porém, o Cristo nunca deixa de socorrer e aliviar e o seu sublime esforço de redenção assume variados aspectos tanto quanto são diversas as necessidades de cada um."
("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 15 de dezembro de 2013

"COMPORTAMENTO POR OBSESSÃO"

"Quando a morte interrompe o ciclo de atividades viciosas, que o homem incorpora à sua natureza, de forma alguma o problema deixa de atormentá-lo.
       A situação espiritual de quantos partem da Terra, dependentes de condicionamentos prejudiciais, é das mais dolorosas. Dificilmente pode-se descrever com fidelidade o tormento que experimentam, por variar, de indivíduo para indivíduo, o grau de aflição e angústia relativo à gravidade de comportamento escravizador.
       Não se desprendendo das vibrações mais densas do corpo somático, às quais fortemente se vincula aspirando-as, eliminando-as, e reciprocamente, num circuito tóxico, o Espírito sente a impulsão poderosa do vício que o dominava, não raro, enlouquecendo, nas tentativas de prosseguir com a situação nefasta...
       Tal é o estado em que se debate, que não se dá conta da morte física, embora as estranhas e penosas sensações que o visitam em contínuo tormento. A esse estado soma a carência do que antes considerava prazer e agora lhe falta, afligindo-o mais.
       Na conjuntura, mesmo desconhecendo as “leis dos fluidos” que facultam as afinidades espirituais e intercambiam sensações com outros viciados ou iniciantes no comércio da ilusão, domiciliados na matéria, a princípio, inconscientemente, para depois estreitar os laços e fixações em demorada e torpe obsessão, em que ambos, mais se desgastam e pioram o psiquismo, até que as Leis divinas façam cessar a coabitação perniciosa.
       Casos outros há em que o desencarnado, identificando a conjuntura nova, formula e executa um programa de vampiração obsessiva em tentames exitosos, enredando os invigilante que a eles se associam no plano físico, em largos cursos de alucinação e desgraça.
       Muito mais grave do que parece é a obsessão, nos problemas sociais do comportamento humano.
       Alcoolismo, tabagismo, drogas alucinógenas, sexolatria, jogatina, gula recebem grande suporte espiritual, sendo, não poucas vezes, iniciada a viciação de cá para aí, por inspiração que fomenta a curiosidade e por necessidade que estimula o prosseguimento.
       O enfermo, dificilmente, consegue evadir-se, por si mesmo, da dificuldade. De um lado, pelos nefastos prejuízos orgânicos de que se ressente e, por outro, em razão da incidência mental do obsessor, que o utiliza como instrumento da loucura de que se vê possuído.
       As verdadeiras multidões de dependentes de drogas ou de outras viciações estertoram, mesmo sem o saberem, em danosos processos de obsessão lamentável.
       A falta de orientação religiosa, as permissividades morais, o desconhecimento proposital ou não das realidades do Espírito, a falta de tempo e a neurose que avassalam o homem respondem pela calamitosa ocorrência, que se agrava a cada dia.
       O problema deve merecer o interesse e o estudo de cada um e de todos os cidadãos, porque a todos envolve e ameaça.
       Antes, era a incidência das drogas, agora, comum e grave.
       Ao invés de se aprofundarem as pesquisas das causas, com as naturais soluções, buscam-se leis mais tolerantes, comércio livre, certamente que por falência ética, sem dúvida.
       O homem, convivendo com os fatores de qualquer porte, prefere aceitá-los a vencê-los, numa atitude sempre cômoda.
       No que concerne ao mecanismo da evolução, essa atitude comporta, o que, porém, não é idêntico, quando muda a situação para o campo moral.
       O Espiritismo, esclarecendo a criatura em torno da vida imortal e das relações que existem entre os Espíritos e os homens, conscientiza para a terapia preventiva contra a obsessão, combatendo-lhe, ao menos, neste capítulo, algumas das suas causas, que são os vícios.
       Mantendo-se hábitos de higiene moral e social, ceifa-se, na raiz, a gênese desse problema malfazejo.
       Outrossim, orientando a conduta humana, propõe uma terapia curadora, sem dúvida, salutar.
       Na base das alienações espirituais, o homem desempenha importante papel, em decorrência de sua conduta, da sua atividade, do seu mundo interior.
       Esforçar-se por alterar os estados mórbidos e as dependências viciosas é tarefa de urgência, que se pode lograr através do esforço moral pessoal, do esclarecimento pelo estudo, da oração, da fluidoterapia e da desobsessão de que são encarregadas as nobres Sociedades Espíritas que se dedicam ao mister da evangelização e da caridade, conforme os ensinos de Jesus e de Allan Kardec."

(Manoel Philomeno de Miranda, em "ROTEIRO DE LIBERTAÇÃO, Diversos Espíritos/Divaldo P. Franco)

sábado, 14 de dezembro de 2013

"LUCROS"

"E o que tens ajuntado para quem será?" - Jesus. (LUCAS, capítulo
12, versículo 20.)

"Em todos os agrupamentos humanos, palpita a preocupação de ganhar. O espírito de lucro alcança os setores mais singelos. Meninos, mal saídos da primeira infância, mostram-se interessados em amontoar egoisticamente alguma coisa. 
A atualidade conta com mães numerosas que abandonam seu lar a 
desconhecidos, durante muitas horas do dia, a fim de experimentarem a mina lucrativa. Nesse sentido, a maioria das criaturas converte a marcha
evolutiva em corrida inquietante. 

Por trás do sepulcro, ponto de chegada de todos os que saíram do berço, a verdade aguarda o homem e interroga: 
- Que trouxeste? 
O infeliz responderá que reuniu vantagens materiais, que se
esforçou por assegurar a posição tranquila de si mesmo e dos seus.

Examinada, porém, a bagagem, verifica-se, quase sempre, que as vitórias são derrotas fragorosas. Não constituem valores da alma, nem trazem o selo dos bens eternos. 

Atingida semelhante equação, o viajor olha para trás e sente
frio. Prende- se, de maneira inexplicável, aos resultados de tudo o que amontoou na Crosta da Terra. A consciência inquieta enche-se de nuvens e a voz do Evangelho soa-lhe aos ouvidos: Pobre de ti, porque teus lucros foram perdas desastrosas! "E o que tens ajuntado para quem será?"
("Caminho, Verdade e Vida", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

"Abençoadas sejam as mãos..."

"Abençoadas sejam as mãos que, em memória de Jesus, espalham no Natal a prata e o ouro, diminuindo a miséria e a necessidade, a fome e a nudez!..."

("Meimei, na obra "Antologia Mediúnica do Natal", Autores anDiversos/Francisco Cândido Xavier)

"Entre o pedido terrestre..."





"Entre o pedido terrestre e o Suprimento Divino, é imperioso funcione a alavanca da vontade humana, com decisão e firmeza, para que se efetive o auxílio solicitado."
("Rumo Certo", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"Os filhos do sacrifício e da renúncia..."




"Os filhos do sacrifício e da renúncia abrem clareiras divinas no cipoal escuro das descrenças humanas, constituindo exércitos de salvação e de socorro aos homens, que se debatem no naufrágio triste das esperanças."
("Crónicas de Além - Túmulo", Humberto de Campos/Francisco Cândido Xavier)

"O ESCUDO"

“Embraçando, sobretudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.” — PAULO (Efésios, 6.16)

 

"Ninguém se decide à luta sem aparelhamento necessário.

Não nos referimos aqui aos choques sanguinolentos.

Tomemos, para exemplificar, as realizações econômicas. Quem garantirá êxito à produção, sem articular elementos básicos, imprescindíveis à indústria? A agricultura requisita instrumentos do campo, a fábrica pede maquinaria adequada.

Na batalha de cada um, é também indispensável a preparação de sentimentos. Requere-se intenso trabalho de semeadura, de cuidado, esforço próprio e disciplina.

Paulo de Tarso, que conheceu tão profundamente os assédios do mal, que lhe suportou as investidas permanentes, dentro e fora dele mesmo, recomendou usemos o escudo da fé, acima de todos os elementos da defensiva.

Somente a confiança no Poder Maior, na Justiça Vitoriosa, na Sabedoria Divina consegue anular os dardos invisíveis, inflamados no veneno que intoxica os corações. Todo trabalhador sincero do Cristo movimenta-se na frente de longa e porfiada luta na Terra. Golpes da sombra e estiletes da incompreensão cercam-no em todos os lugares. E, se a bondade conforta e a esperança ameniza, é imprescindível não esquecer que só a fé representa escudo bastante forte para conservar o coração imune das trevas."
("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

"UNIÃO"

"Compadece-te e ajuda, a fim de que possas servir na união para o bem.
        Não fosse a bondade do lavrador que ampara a semente seca, não receberias na mesa o conforto do pão.
        Não fosse o trabalho do operário que assenta tijolo por tijolo, não disporias de segurança no alicerce do próprio lar.
        Isso acontece nos elementos mais simples.
-x-
        Repara, porém, a atitude da vida para que ninguém falte à comunhão do progresso.
        Não condena ela o paralítico porque não ande.
        Dá cadeira de rodas.
        Não malsina os olhos enfermos.
        Brune lentes protetoras.
        Não relega os mutilados à própria sorte.
        Faz recursos mecânicos.
        Não se revolta contra os ignorantes que lhe torcem as diretrizes.
        Acende a luz da escola.
        Não aniquila os loucos que lhe injuriam as leis.
        Acolhe-os generosamente no regaço do hospício.
-x-
        Imitando o sentimento na vida, sejamos, uns para os outros, quando preciso, a muleta e o remédio.
        Olvidemos os defeitos do próximo, na certeza de que todos nos encontramos sob o malho das horas, na bigorna da  experiência.
        Tolerância é o cimento da união ideal.
        E só a união faz a força.
        Entretanto, há força e força.
        Reúnem-se os milhões de gotas e criam a fonte.
        Congregam-se milhões de fagulhas e formam o incêndio.
        Pensa um pouco e entenderás que é sempre muito fácil ajuntar os interesses da Terra e fazer a união para o bem da força, mas apenas entesourando as qualidades do Cristo na própria alma é que nos será possível, em verdade, fazer a união para a força do bem."
(“Seara dos Médiuns”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

"O SALÁRIO DA ABNEGAÇÃO"

"Qualquer trabalhador exerce as suas atividades profissionais dentro de limites determinados que o fazem credor de salário específico. No entanto, se o profissional, em qualquer setor de atividade humana ultrapassa as fronteiras naturais das próprias obrigações, guarda merecimento superior, à importância do vencimento estabelecido.

Semelhante salário – extra; corresponde à abnegação.

As leis terrestres não recompensam o mérito extraordinário, por falta absoluta dos meios de aferição.

Assim, a abnegação do espírito encarnado, seja qual for o setor em que moureja, é paga pela Lei Divina que define o valor de cada ser no Plano Espiritual.

O trabalho comum, na Terra, é recompensado pela moeda a exprimir-se por honorários; o trabalho extra, no reino do espírito, é pago em recursos de ascensão para a alma.

O trabalho ordinário conduz o servidor ao domínio horizontal do meio em que vive; o trabalho extraordinário eleva-o, em sentido vertical, às Esferas Superiores.

Exemplificando, vemos o professor que apenas procura cumprir determinado plano de aulas, dedicando-se exclusivamente ao mister que lhe é próprio, dentro do limite mínimo de esforço e tempo, a receber a paga integral do serviço nos honorários que percebe. Todavia, aquele que transfigura o magistério em sacerdócio, ajudando aos discípulos, nos horários extra-escolares, esmerando-se em estudos contínuos da matéria que leciona para superar o programa rotineiro, habilita-se a crédito extraordinário, de vez que demonstra rendimento superior ao exigido pelos próprios encargos. Semelhante educador receberá naturalmente o salário maior a que fez jus pela abnegação que revelou.

Quem pagará, entre os homens, o devotamente do coração feminino que se decide a recolher no próprio regaço os filhinhos alheios.

Qual instituto humano remunerará o desvelo da criatura generosa que apóia com desinteresse e carinho os companheiros em sofrimento?

Eis porque, contrapondo-se à orientação do esforço mínimo, a abnegação é sempre o esforço máximo, somente compensável pelos cofres da Bondade Divina.

Cumpre as obrigações que te cabem e granjearás vencimento justo na Terra.

Faze mais que o dever, pelo bem de todos, e, conforme as lições de Jesus, amontoarás tesouros nos Céu."
(João Modesto, na obra  "Ideal Espírita", Espíritos Diverso/Francisco Cândido Xavier)