"Em qualquer circunstância aflitiva, quando as coisas se apresentem negativas ou infelizes, não deixes de fazer o que te cabe fazer, considerando que a parte de Deus, Ele a fará. Com freqüência, quando o homem se vê a braços com os desafios da vida, que surgem na figuração de problemas de complexa envergadura, logo lhe acodem à idéia os pensamentos pessimistas, em convite inditoso à desistência da luta, ou à rebeldia, ou à queda irreversível no abismo...
Nesse estado, recusa-se utilizar os preciosos dons da oração, que faculta paz; da meditação, que leva à confiança plena; da submissão aos desígnios divinos, que proporciona humildade;
da inalterável certeza de que Deus interfere da forma que é melhor, com o que propicia intercâmbio inspirativo para atitudes corretas.
Conduzido na voragem dos desajustes de vária ordem, o agitado não tem clima
mental para raciocinar com acerto, do que decorrem mais graves distúrbios que os
causadores da inquietação.
Desta forma, concitado ao labor edificante, faze a tua parte; defrontando enfermidades a minar o organismo, realiza a tua parte; incompreendido nos mais expressivos ideais de enobrecimento, prossegue com a tua parte; acoimado pela inferioridade, ajusta a tua parte;
colhido pelo lodaçal das calúnias e vis humilhações, avança com a tua parte; empurrado à tentação, coloca em pauta a tua parte; surpreendido por qualquer acidente inesperado e trágico, executa a tua parte, porquanto a de Deus chegará com segurança no momento oportuno, a teu benefício.
São de Deus: a interferência providencial de um amigo ignorado; o auxílio gentil de
desconhecido benfeitor; a opinião favorável de alguma pessoa influente; a presença operosa de devotado anônimo; o socorro imprevisto, mas oportuno; a coragem, que assoma ao espírito, ante o infortúnio; a presença caridosa de estranhos passantes; e tudo quanto de pior sempre poderia ter acontecido, mas que não aconteceu. Se, todavia, advier-te, em momentos que tais, a paralisia ou a desencarnação – que no teu conceito são legítimos infortúnios - mesmo em tal ocorrência a parte de Deus, a mais atuante, colaborou de modo á que estranhos e mais aflitivos sofrimentos não te alanceassem, porquanto ignoras do Estatuto Divino os códigos sublimes que funcionam com precisão, face as necessidades das leis cármicas, mas que o Pai, por amor, proporciona ao espírito calceta submeter-se, concedendo-lhe meios felizes não obstante doridos, a fim de equilibrar-se e avançar, na escalada da evolução.
Confia, portanto, em regime de total segurança na parte de Deus, e, ativo, faze a tua parte, humilde e submisso até o fim dos teus dias no corpo somático. A luz da crença pura que te clarifica por dentro é ainda a presença de Nosso Pai sustentando-te na noite da redenção,pois que infelicidade e desgraça reais são as que impedem a ação da parte de Deus nos momentos graves, e podem ser identificadas como rebeldia sistemática e falta de fé, em cuja treva o espírito desnorteia e enlouquece por longo tempo."
("Celeiro de Bençãos", Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)
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