"Deus, que nos auxilia
sempre, permite-nos possuir para que aprendamos também a
auxiliar.
-o-
Habitualmente, atraímos a riqueza e
supomos detê-la para sempre, adornando-nos com as facilidades que o ouro
proporciona... Um dia, porém, nas fronteiras da morte, somos despojados de todas
as posses exteriores, e, se algo nos fica, será simplesmente a plantação das
migalhas de amor que houvermos distribuído, creditadas em nosso nome pela
alegria, ainda mesmo precária e momentânea, daqueles que nos fizeram a bondade
de recebê-las.
-o-
Via de regra, amontoamos títulos de
poder e investimo-nos deles, enfeitando-nos com as vantagens que a influência
prodigaliza... Um dia, porém, nas fronteiras da morte, somos despojados de todas
as primazias de convenção, e, se algo nos fica, será simplesmente o saldo dos
pequenos favores que houvermos articulado, mantidos em nosso nome pelo alívio,
ainda mesmo insignificante e despercebido, daqueles que nos fizeram a gentileza
de aceitar-nos os impulsos fraternos.
-o-
Geralmente repetimos frases
santificantes, crendo-as definitivamente incorporadas ao nosso patrimônio
espiritual, ornando-nos com o prestígio que a frase brilhante atribui... Um dia,
porém, nas fronteiras da morte, somos despojados de todas as ilusões, e, se algo
nos fica, será simplesmente a estreita coleção dos benefícios que houvermos
feito, assinalados em nosso nome pelo conforto, ainda mesmo ligeiro e
desconhecido, daqueles que nos deram oportunidade e singelos ensaios de
elevação.
-o-
Serve onde estiveres e como puderes,
nos moldes da consciência tranquila.
Caridade não é tão-somente a divina
virtude, é também o sistema contábil do Universo, que nos permite a felicidade
de auxiliar para sermos auxiliados.
Um dia, nas alfândegas da morte,
toda a bagagem daquilo de que não necessitas ser-te-á confiscada; entretanto, as
Leis Divinas determinarão recolhas, com avultados juros de alegria, tudo o que
deste do que és, do que fazes, do que sabes e do que tens, em socorro dos
outros, transfigurando-te as concessões em valores eternos da alma, que te
assegurarão amplos recursos aquisitivos no Plano
Espiritual.
Não digas, assim, que a propriedade
não existe ou que não vale dispor disso ou daquilo.
Em verdade, devemos a Deus tudo o
que temos, mas possuímos o que damos."
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