quinta-feira, 31 de março de 2016

"APRENDIZADO"

"Estudas ciências e filosofias, artes e idiomas.

Para isso, gastas forças e tempo.

Escuta.

O amor que Jesus nos traçou por estrada de redenção pode ser igualmente adquirido em exercício disciplinar.

Esforcemo-nos por alcançá-lo.

Os instrutores são os nossos próprios semelhantes.

Alguns te procuram. São aqueles que te desconsideravam ou te agridem, por vezes inconscientemente, junto dos quais é possível aprender compreensão e tolerância, desprendimento e perdão.

Alguns outros precisas buscar.

São aqueles companheiros a quem devemos amparo, habitualmente domiciliados na enfermidade ou na penúria, no regaço frio da noite ou em ruínas abandonas.

Vai ao encontro desses, dá-lhes algo da posse ou da migalha que te servem de apoio à existência, mas deixa-lhes a tua dádiva, iluminada com o teu próprio amor, à maneira do Sol, cuja luz te assegura a vida sem te pedir reconhecimento.

Não delongues o aprendizado.

Entretanto, existe uma condição para o êxito.

Auxilia e perdoa sem falar disso a ninguém.

O silêncio é a base na didática do amor, porque em todas as aulas, embora, por vezes, diante de muita gente, estarás profundamente em ti e dialogando contigo na presença de
Deus.

Cede um minuto do tempo de que disponhas ou algo do que possuis para diminuir o frio da penúria e a febre da aflição.

Nessa imensa vereda, descobrirás pequeninos abandonados, aos quais estenderás o agasalho da esperança."
 (“Palavras do Coração", Meimei/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 30 de março de 2016

"MERECIMENTO MAIOR"


        "Divides alimentos com os irmãos subnutridos.
        Quanto possível, porém, oferece-lhes, sem qualquer exibição de virtude, o pão do conhecimento espiritual.
        Compras agasalho para os que sofrem ao desabrigo.
        Quanto possível, no entanto, movimenta as próprias mãos na costura, fabricando essa ou aquela peça de roupa, destinada aos que tremem de frio.
        Envias remédio ao enfermo.
        Quanto possível, contudo, estende-lhe alguma palavra de encorajamento e esperança.
        Entregas, a benefício dos necessitados, os sobejos do reduto doméstico.
        Quanto possível, entretanto, aproveita as sobras de tempo a fim de levar-lhes a frase de entendimento que os ajude a destrinçar os problemas da vida.
        Ajudas ao companheiro nas horas de compreensão e harmonia ideal.
        Quanto possível, porém, ampara-lhe a alma dorida, quando as provações, junto dele, não te gratifiquem o anseio de reconforto.
        Oras, de alma tranquila, entre os irmãos de fé, nos dias de céu azul.
        Quanto possível, no entanto, descansa com eles na fonte da prece, quando as lutas e as dores se fizerem mais acirradas.
        Exerces a beneficência em atividade manifesta.
        Quanto possível, contudo, atende à renúncia silenciosa pela felicidade dos outros, partindo da própria casa.
        Desculpas a quem te ofende.
        Quanto possível, entretanto, assume a iniciativa da reconciliação, cultivando a humildade.
        Todo bem, qualquer que ele seja, é bênção creditada a favor de quem o pratica.
        Da migalha à fortuna, ofertadas por amor, há toda uma escala de alegria e de luz.
        Contudo, todo o bem praticado com sacrifício tem merecimento maior."

(“Justiça Divina”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 29 de março de 2016

"EM PLENA ERA NOVA"

 "Meus amigos, busquemos, acima de tudo, a bênção do Senhor Jesus!
          De fato, a Terra vê-se à frente de uma era nova. Sacudida pelo alvião científico, sente-se a mente do mundo abalada nos alicerces. É progresso em todas as direções, conclamando os homens ao despertamento espiritual para a vastidão soberana da vida. A navegação aérea atendeu ao problema dos transportes, conjugando o fantasma da fome por desterrá-lo do seio das nações. A radiofonia patrocina a expansão do pensamento rápido. A televisão modifica a face do mundo. À maneira dos últimos remanescentes do feudalismo, que foram abatidos no século passado pelos golpes da república, todo regionalismo está sendo, necessariamente, massacrado pelo impositivo da comunhão social mais profunda.
          Não precisamos acrescentar qualquer anotação tendente a criar novo anseio à expectação geral em torno dos últimos eventos que impressionaram a humanidade. O domínio do combustível, a evolução da física nuclear e a penetração no reino atômico estão conferindo ao homem novos poderes que, analisados no conjunto, compelem a reflexões muito graves, porque se o propósito da hegemonia política não foi devidamente controlado, criando-se, espontaneamente, mais ampla união da vida continental no planeta, o homem poderá, efetivamente, interferir no movimento pendular da Terra, determinando alterações de consciências imprevisíveis nas calotas polares.
          Entretanto, não devemos conduzir a imaginação para qualquer faixa obscura e pessimista. Entendamos na presente renovação do mundo mais alto apelo da Esfera Superior para que o campo da evolução terrestre se incorpore à vida cósmica.
          A humanidade está sendo chamada a raciocinar em termos de infinito no espaço e no tempo, e, nesta hora, sem dúvida, o Espiritismo é a força capaz de auxiliar as criaturas, a fim de que se desfaçam as cristalizações dogmáticas do caminho religioso, para que o pensamento do mundo, liberto de todos os cárceres e de todas as fantasias, possa acompanhar a ciência em suas arrojadas iniciativas e a filosofia em suas imensas realizações sociológicas.
          Claro que necessitamos da máxima cautela no trato com semelhante assunto, porquanto, se o homem de hoje aspira o contato com habitantes de outros planetas, não podemos olvidar que seres de outros mundos são também todos os desencarnados, que, há mais de um século, estão convidando a atenção da Terra para a glória da vida na vida universal.
          Integrados, assim, no conhecimento e na prática de nossas responsabilidades, atendamos aos nossos deveres na condição de obreiros humildes do mundo novo, colaborando cada um de nós no círculo de ação que nos é peculiar para que a nossa Doutrina, com a bênção de Deus e ao sopro renovador do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, possa, com as balizas de Allan Kardec, amparar, tanto quanto possível, a mente surpreendida e desarvorada da multidão.
          Todos nos achamos à face de uma época destinada a modificações profundas, mas saudado-a com otimismo e formulando votos para que todos nos arregimentemos na obra de preservação mútua e de redenção recíproca nas linhas multifárias em que se nos desenvolve a existência, recordemos, para a nossa edificação, a palavra do Senhor Jesus – “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”–, para que o espírito de transformação não nos surpreenda acastelados no orgulho da raça e na vaidade regionalista. E lembremos, ainda, o ensinamento monumental de Allan Kardec: – “Nascer, viver, morrer, renascer de novo e progredir sempre, tal é a lei”–, para que o progresso inelutável nos encontre na posição de trabalhadores decididos e resolutos na construção do mundo melhor."           



("Registros Imortais", Efigênia Salles Vítor/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 28 de março de 2016

"PRESCRIÇÕES DE PAZ"

"Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados..." - JESUS (Mateus, 6:34)

"Na garantia do próprio equilíbrio, alinhemos algumas indicações de paz, destinadas a imunizar-nos contra a influência de aflições e tensões, nas quais, tanta vez imprevidentemente arruinamos tempo e vida:
- corrigir em nós as deficiências suscetíveis de conserto, e aceitar-nos, nas falhas cuja supressão não depende ainda de nós, fazendo de nossa presença o melhor que pudermos, no erguimento da felicidade e do progresso de todos:
- tolerar os obstáculos com que somos atingidos, ante os impositivos do aperfeiçoamento moral, e entender que os outros carregam igualmente os deles;
- observar ofensas como retratos dos ofensores, sem traçar-nos a obrigação de recolher semelhantes clichês de sombra;
- abolir inquietações ao redor de calamidades anunciadas para o futuro, que provavelmente nunca virão a sobrevir;
- admitir os pensamentos de culpa que tenhamos adquirido, mas buscando extinguir-lhes os focos de vibrações em desequilíbrio,  através de reajustamento e trabalho;
- nem desprezar os entes queridos, nem prejudicá-los com a chamada superproteção tendente a escravizá-los ao nosso modo de ser;
- não exigir do próximo aquilo que o próximo ainda não consegue fazer;
- nada pedir sem dar de nós mesmos;
- respeitar os pontos de vista alheios, ainda quando se patenteiam contra nós, convencidos quanto devemos estar de que pontos de vista são maneiras, crenças, opiniões e afirmações peculiares a cada um;
- não ignorar as crises do mundo; entretanto, reconhecer que, se reequilibrarmos o nosso próprio mundo por dentro - esculpindo-lhe a tranqüilidade e a segurança em alicerces de compreensão e atividade, discernimento e serviço -  perceberemos, de pronto, que as crises externas são fenômenos necessários ao burilamento da vida, para que a vida não se tresmalhe da rota que as Leis do Universo lhe assinalam no rumo da perfeição."

("Ceifa de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 27 de março de 2016

"O ESPIRITISMO SEGUNDO OS ESPÍRITAS"

"La Discussion, jornal hebdomadário político e financeiro impresso em Bruxelas, não é uma dessas folhas levianas que visam, pelo fundo e pela forma, ao divertimento do público frívolo. É um jornal sério, acreditado sobretudo no mundo financeiro e que se acha no seu undécimo ano. Sob o título de O Espiritismo segundo os espíritas, o número de 31 de dezembro de 1865 traz o artigo seguinte:

“Espíritas Espiritismo são agora dois vocábulos muito conhecidos e frequentemente empregados, embora fossem ignorados há poucos meses. Contudo, a maioria das pessoas que deles se servem estão a perguntar o que exatamente significam, e embora cada um faça essa pergunta a si mesmo, ninguém a expressa, pois todos querem passar por conhecedores da chave que mata a charada.
“Algumas vezes, entretanto, a curiosidade embaraça a ponto de verbalizar a pergunta com os lábios e, satisfazendo ao vosso desejo, cada um vos explica.
“Alguns pretendem que o Espiritismo é o truque do armário dos irmãos Davenport; outros afirmam que não passa da magia e da feitiçaria de outrora, que querem reconduzir ao prestígio, sob um novo nome. Segundo as comadres de todos os bairros, os espíritas têm conversas misteriosas com o diabo, com o qual fizeram um compromisso prévio. Enfim, lendo-se os jornais, fica-se sabendo que os espíritas são todos uns loucos ou, pelo menos, vítimas de certos charlatões chamados médiuns. Esses charlatões vêm, com ou sem armários, dar representações a quem lhas queira pagar, e para mais valorizar suas trapaças, dizem agir sob a influência oculta dos Espíritos de além-túmulo.
“Eis o que eu tinha aprendido nestes últimos tempos. Tendo em vista o desacordo dessas respostas, resolvi, para me esclarecer, ir ver o diabo, ainda que me vencesse, ou me deixar enganar por um médium, ainda que tivesse de perder a razão. Lembrei-me, então, muito a propósito, de um amigo que suspeitava fosse espírita, e fui procurá-lo, a fim de que ele me proporcionasse meios de satisfazer a minha curiosidade.
“Comuniquei-lhe as diversas opiniões que havia recolhido, e expus o objetivo de minha visita. Mas o amigo riu-se muito do que chamava a minha ingenuidade e me deu, mais ou menos, a seguinte explicação:

‘O Espiritismo não é, como creem vulgarmente, uma receita para fazer as mesas dançarem ou para executar truques de escamoteação, e é um erro que todos cometem querendo nele encontrar o maravilhoso.
‘O Espiritismo é uma ciência, ou melhor, uma filosofia espiritualista, que ensina a moral.
‘Não é uma religião, porque que não tem dogmas nem culto, nem sacerdotes nem artigos de fé. É mais que uma filosofia, porque sua doutrina é estabelecida sobre a prova certa da imortalidade da alma. É para fornecer essa prova que os espíritas evocam os Espíritos de além-túmulo.
‘Os médiuns são dotados de uma faculdade natural que os torna aptos a servir de intermediários aos Espíritos e a produzir com eles os fenômenos que passam por milagres ou por prestidigitação aos olhos de quem quer que ignore a sua explicação. Mas a faculdade mediúnica não é privilégio exclusivo de certos indivíduos. Ela é inerente à espécie humana, embora cada um a possua em graus diversos, ou sob formas diferentes.
‘Assim, para quem conhece o Espiritismo, todas as maravilhas de que acusam essa doutrina não passam de fenômenos de ordem física, isto é, de efeitos cuja causa reside nas leis da Natureza.
‘Os Espíritos, entretanto, não se comunicam com os vivos com o único objetivo de lhes provar a sua existência: Foram eles que ditaram e desenvolvem diariamente a filosofia espiritualista.
‘Como toda filosofia, esta tem o seu sistema, que consiste na revelação das leis que regem o Universo e na solução de um grande número de problemas filosóficos ante os quais, até aqui, a Humanidade impotente foi constrangida a inclinar-se.
‘É assim que o Espiritismo demonstra, entre outras coisas, a natureza da alma, seu destino e a causa de nossa existência aqui na Terra. Ele desvenda o mistério da morte; dá a razão dos vícios e virtudes do homem; diz o que são o homem, o mundo, o Universo. Enfim, faz o quadro da harmonia universal, etc.
‘Este sistema repousa sobre provas lógicas e irrefutáveis que têm, elas próprias, por árbitro de sua verdade, fatos palpáveis e a mais pura razão. Assim, em todas as teorias que ele expõe, age como a Ciência e não adianta um ponto senão quando o precedente esteja completamente certificado. Assim, o Espiritismo não impõe a confiança, porque, para ser aceito, não precisa senão da autoridade do bom-senso.
‘Este sistema, uma vez estabelecido, dele se deduz, como consequência imediata, um ensinamento moral.
‘Essa moral não é senão a moral cristã, a moral que está escrita no coração de todo ser humano; e é a de todas as religiões e de todas as filosofias, porque pertence a todos os homens. Mas, desvinculada de todo fanatismo, de toda superstição, de todo espírito de seita ou de escola, resplandece em toda a sua pureza.
‘É nessa pureza que ela haure toda a sua grandeza e toda a sua beleza, de modo que é a primeira vez que a moral nos aparece revestida de um brilho tão majestoso e tão esplêndido.
‘O objetivo de toda moral é ser praticada; mas esta, sobretudo, tem essa condição como absoluta, porque ela denomina espíritas não os que aceitam os seus preceitos, mas apenas os que põem os seus preceitos em ação.
‘Direi quais são as suas doutrinas? Aqui não pretendo ensinar, e o enunciado das máximas conduzir-me-ia, necessariamente, ao seu desenvolvimento.
‘Direi apenas que a moral espírita nos ensina a suportar a desgraça sem desprezá-la; a gozar da felicidade sem a ela nos apegarmos. Direi que ela nos rebaixa sem nos humilhar, como nos eleva sem nos ensoberbecer; coloca-nos acima dos interesses materiais, sem por isto estigmatizá-los com o aviltamento, porque nos ensina, ao contrário, que todas as vantagens com que somos favorecidos são outras tantas forças que nos são confiadas e por cujo emprego somos responsáveis para conosco e para com os outros.
‘Vem, então, a necessidade de especificar essa responsabilidade, as penas ligadas à infração do dever e as recompensas de que desfrutam os que o cumprem. Mas também aí, as asserções não são tiradas senão dos fatos e podem verificar-se até a perfeita convicção.
‘Tal é esta filosofia, onde tudo é grande porque tudo é simples; onde nada é obscuro, porque tudo é provado; onde tudo é simpático, porque cada questão interessa intimamente a cada um de nós.
‘Tal é esta ciência que, projetando uma viva luz sobre as trevas da razão, de repente desvenda os mistérios que julgávamos impenetráveis e recua até o infinito o horizonte da inteligência.
‘Tal é esta doutrina que pretende tornar felizes, melhorando-os, todos os que concordam em segui-la, e que, enfim, abre à Humanidade uma via segura para o progresso moral.
‘Tal é, finalmente, a loucura que contagiou os espíritas e a feitiçaria que eles praticam.’

“Assim, sorrindo, terminou o meu amigo, que, a meu pedido, permitiu-me com ele visitar algumas reuniões espíritas, onde as experiências se aliam aos ensinamentos.
“Voltando para casa, recordei o que eu havia dito, em concerto com todo mundo, contra o Espiritismo, antes de conhecer pelo menos o significado desse vocábulo, e essa lembrança encheu-me de amarga confusão.
“Então pensei que, a despeito dos severos desmentidos infringidos ao orgulho humano pelas descobertas da Ciência moderna, quase não sonhamos, na época de progresso em que nos encontramos, em tirar proveito dos ensinamentos da experiência; e que estas palavras escritas por Pascal há duzentos anos, ainda por muitos séculos serão de rigorosa exatidão: ‘É uma doença peculiar ao homem crer que possui a verdade diretamente; e é por isto que ele está sempre disposto a negar aquilo que para ele é incompreensível.”
“A. BRIQUEL.”

Como se vê, o autor deste artigo quis apresentar o Espiritismo sob sua verdadeira luz, despido das fantasias com que o veste a crítica, numa palavra, tal qual o admitem os espíritas, e sentimo-nos feliz ao dizer que o conseguiu perfeitamente. Com efeito, é impossível resumir a questão de maneira mais clara e precisa. Devemos, também, felicitar a direção do jornal que, com aquele espírito de imparcialidade que gostaríamos de encontrar em todos aqueles que fazem profissão de liberalismo e posam como apóstolos da liberdade de pensar, acolheu uma profissão de fé tão explícita.
Ademais, suas intenções em relação ao Espiritismo estão nitidamente formuladas no artigo seguinte, publicado no número de 28 de janeiro:

Como ouvimos falar do Espiritismo

“O artigo publicado em nosso número de 31 de dezembro, sobre o Espiritismo, provocou numerosas perguntas, querendo saber se nos propomos tratar posteriormente deste assunto e se nos transformamos em seu órgão. A fim de evitar equívocos, torna-se necessária uma resposta categórica. Ei-la:
Discussion é um jornal aberto a todas as ideias progressistas. Ora, o progresso não pode ser feito senão por ideias novas que de vez em quando vêm mudar o curso das ideias estabelecidas. Repeli-las porque destroem as que foram acalentadas, é, aos nossos olhos, faltar à lógica.  Sem nos tornarmos apologistas de todas as elucubrações do espírito humano, o que também não seria mais racional, consideramos como um dever de imparcialidade pôr o público em condições de julgá-las. Para tanto, basta apresentá-las tais quais são, sem tomar, prematuramente, partido pró ou contra, porque, se forem falsas, não será a nossa adesão que as tornará justas, e se forem justas, nossa desaprovação não as tornará falsas. Em tudo, é a opinião pública e o futuro que pronunciam a última sentença. Mas, para apreciar o lado forte e o fraco de uma ideia, é preciso conhecê-la em sua essência, e não tal qual a apresentam os interessados em combatê-la, isto é, o mais das vezes truncada e desfigurada. Se, pois, expomos os princípios de uma teoria nova, não queremos que seus autores ou seus partidários possam censurar-nos por lhes fazer dizer o contrário do que dizem. Agir assim não é assumir a sua responsabilidade: é dizer o que é e reservar a opinião de todo mundo. Nós colocamos a ideia em evidência em toda a sua verdade. Se ela for boa, fará o seu caminho e nós lhe teremos aberto a porta; se for má, teremos fornecido o meio de ser julgada com conhecimento de causa.
“É assim que procederemos em relação ao Espiritismo. Seja qual for a maneira de ver a seu respeito, ninguém pode dissimular a extensão que ele tomou em poucas anos. Pelo número e pela qualidade de seus partidários, ele conquistou uma posição entre as opiniões aceitas. As tempestades que ele desencadeia, o encarniçamento com que o combatem em certo meio, são, para os menos clarividentes, o indício de que ele encerra algo de sério, porque emociona tanta gente. Pensem dele o que quiserem pensar, é incontestavelmente uma das grandes questões na ordem do dia. Assim, não seríamos consequentes com o nosso programa se o deixássemos passar em silêncio. Nossos leitores têm direito de pedir que lhes demos a conhecer o que é essa doutrina que provoca tão grande ruído. Nosso interesse está em satisfazê-los, e nosso dever é fazê-lo com imparcialidade. Pouco lhes importa nossa opinião pessoal sobre a coisa; o que esperam de nós é um relato exato dos fatos e das atitudes de seus partidários para que possam formar sua própria opinião.
“Como nos conduziremos no caso? É muito simples: iremos à própria fonte; faremos pelo Espiritismo o que fazemos pelas questões de política, de finanças, de ciência, de arte ou de literatura, isto é, disto encarregaremos homens especiais. As questões de Espiritismo serão, pois, tratadas por espíritas, como as de arquitetura por arquitetos, a fim de que não nos qualifiquem de cegos raciocinando sobre as cores e que não nos apliquem as palavras de Fígaro: ‘Precisavam de um calculista e tomaram um dançarino.’
“Em suma, o Discussion não se apresenta como órgão nem apóstolo do Espiritismo; abre-lhe suas colunas, como a todas as ideias novas, sem pretender impor essa opinião aos seus leitores, sempre livres de a controlar, aceitar ou rejeitar. Ele deixa aos seus redatores especiais toda liberdade de discutir os princípios, pelo que eles assumem pessoalmente a responsabilidade. Mas o que, no interesse de sua própria dignidade, ele repelirá sempre, é a polêmica agressiva e pessoal.”

("Revista Espírita", Allan Kardec, Fevereiro 1866)

sábado, 26 de março de 2016

"PARENTES DIFÍCEIS"

"Aceite os parentes difíceis na base da generosidade e da compreensão, na certeza de que as Leis de Deus não nos enlaçam uns com
os outros sem causa justa.
O parente-problema é sempre um teste com que se nos
examina a evolução espiritual.
Muitas vezes a criatura complicada que se nos agrega à família, traz consigo as marcas de sofrimento ou deficiências que lhe foram impostas por nós mesmos em passadas reencarnações.
Não exija dos familiares diferentes de você um comportamento igual ao seu, porquanto cada um de nós se caracteriza pelas vantagens ou prejuízos que acumulamos na própria alma.
Não tente se descartar dos parentes difíceis com internações desnecessárias em casas de repouso, à custa de dinheiro, porque a desvinculação real virá nos processos da natureza, quando você houver alcançado a quitação dos próprios débitos ante a Vida Maior.
Nas provações e conflitos do lar terrestre, quase sempre,
estamos pagando pelo sistema de prestações,
certas dívidas contraídas por atacado."

("Sinal Verde", André Luiz/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 25 de março de 2016

"APASCENTA"

“Apascenta as minhas ovelhas”. - Jesus. (João, 21:17).

"Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão
Pedro para que lhe continuasse o apostolado.
Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não
recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.
Nem gritos, nem xingamentos.
Nem cadeia, nem forca.
Nem chicote, nem vara.
Nem castigo, nem imposição.
Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.
Nem lamentação, nem desespero.
“Pedro, apascenta as minhas ovelhas!”.
Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais
necessitados que tu mesmo.
Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, 
do qual a lição benéfica surgirá depois.
Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.
Educa sempre.
Revela-te por trabalhador fiel.
Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e
frágeis que te acompanham os passos.
Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do
desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.
Não analises, destruindo.
O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.
Alimenta a "boa parte" do teu irmão e segue para diante.
A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto."

("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 24 de março de 2016

"A FÉ E A CARIDADE"


"Disse-vos, não há muito, meus caros filhos, que a caridade, sem a fé, não basta para manter entre os homens uma ordem social capaz de os tornar felizes. Pudera ter dito que a caridade é impossível sem a fé. Podereis encontrar, na verdade, impulsos generosos mesmo em pessoas privadas de religião; porém, essa caridade austera, que só com abnegação se pratica, com um constante sacrifício de todo interesse egoísta, somente a fé pode inspirá-la, pois só ela nos faz carregar com coragem e perseverança a cruz desta vida.
 
Sim, meus filhos, é inútil que o homem ávido de gozos procure iludir-se sobre o seu destino nesse mundo, pretendendo ser-lhe lícito ocupar-se unicamente com a sua felicidade. Sem dúvida, Deus nos criou para sermos felizes na eternidade; entretanto, a vida terrestre deve servir unicamente ao nosso aperfeiçoamento moral, que mais facilmente se adquire com o auxílio dos órgãos físicos e do mundo material. Sem levar em conta as vicissitudes ordinárias da vida, a diversidade dos vossos gostos, de vossos pendores e de vossas necessidades, é também um meio de vos aperfeiçoardes, exercitando-vos na caridade. Com efeito, só a poder de concessões e sacrifícios mútuos podeis manter a harmonia entre elementos tão diversos.
 
Tereis, contudo, razão, se afirmardes que a felicidade está destinada ao homem nesse mundo, desde que ele a procure, não nos gozos materiais, sim no bem. A história da cristandade fala de mártires que se encaminhavam alegres para o suplício. Hoje, na vossa sociedade, para serdes cristãos, não precisa nem o holocausto do martírio, nem o sacrifício da vida, mas única e simplesmente o sacrifício do vosso egoísmo, do vosso orgulho e da vossa vaidade. Triunfareis, se a caridade vos inspirar e se a fé vos sustentar. – Espírito protetor. (Cracóvia, 1861.)"

("O Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec)

quarta-feira, 23 de março de 2016

"OBEDIÊNCIA E VIDA"

  "Todas as obras da Criação se revestem de grandeza, pela obediência com que se vinculam à Vida Cósmica.
-o-
       Ninguém concebe férias para o sol, a fim de que se refaça de imaginária fadiga.
-o-
       Pessoa alguma espera que o mar se derrame, engolindo cidades, a não ser nos raros momentos que a História registra.
-o-
       Seria ilógico pensar numa fonte que se voltasse para a retaguarda, resolvendo encerrar-se num poço.
-o-
       Todo progresso no mundo se baseia em evolução e sequência.
-o-
       Realmente a liberdade autêntica existe, no entanto, essa liberdade tem o tamanho dos deveres cumpridos.
-o-
       Sem ordem e sem limites, sem dimensões e sem horários, a vida na Terra seria apenas o caos."

(“Luz e Vida”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 22 de março de 2016

"NO DOMÍNIO DAS PROVAS"

 
“Ai do mundo por causa dos escândalos, porque é necessário que venham escândalos mas ai daquele por quem o escândalo vier”. – Jesus.
(Mateus, 18:7.)
 
“É preciso que haja escândalo no mundo, disse Jesus, porque imperfeitos como são na Terra, os homens se mostram propensos a praticar o mal, e porque, árvores más, só maus frutos dão. Deve-se, pois, entender por essas palavras que o mal é uma consequência da imperfeição dos homens e não que haja, para estes, a obrigação de praticá-lo”.
(ESE, Cap. 8, 13.)
 
"Imaginemos um pai que, a pretexto de amor, decidisse furtar um filho querido de toda relação com as revezes do mundo.
Semelhante rebento de tal devoção afetiva seria mantido em sistema de exceção.
Para evitar acidentes climáticos inevitáveis, descansaria exclusivamente na estufa, durante a fase de berço e, posto a cavaleiro, de perigos e vicissitudes, mal terminada a infância, encerrar-se ia numa cidadela inexpugnável, onde somente prevalecesse a ternura paterna, a empolgá-lo de mimos.
Não frequentaria qualquer educandário, a fim de não aturar professores austeros ou sofrer a influência de colegas que não lhe respirassem o mesmo nível; alfabetizado, assim, no reduto doméstico, apreciaria unicamente os assuntos e heróis de ficção que o genitor lhe escolhesse.
Isolar-se-ia de todo o contato humano para não arrostar problemas e desconheceria todo o noticiário ambiente para não recolher informações que lhe desfigurassem a suavidade interior.
Candura inviolável e ignorância completa.
Santa inocência e inaptidão absoluta.
Chega, porém, o dia em que o genitor, naturalmente vinculado a interesses outros, se ausenta compulsoriamente do lar e, tangido pela necessidade, o moço é obrigado a entrar na corrente da vida comum.
Homem feito, sofre o conflito da readaptação, que lhe rasga a carne e a alma, para que se lhe recupere o tempo perdido, e o filho acaba, enxergando insânia e crueldade onde o pai supunha cultivar preservação e carinho.
A imagem ilustra claramente a necessidade da encarnação e da reencarnação do espírito nos mundos inumeráveis da imensidade cósmica, de maneira a que se lhe apurem as qualidades e se lhe institua a responsabilidade na consciência.
Dificuldades e lutas semelham materiais didáticos na escola ou andaimes na construção; amealhada a cultura, ou levantado o edifício, desaparecem uns e outros.
Abençoemos, pois, as disciplinas e as provas com que a Infinita Sabedoria nos acrisolam as forças, enrijando-nos o caráter.
Ingenuidade é predicado encantador na personalidade, mas se o trabalho não a transfigura em tesouro de experiência, laboriosamente adquirido, não passará de flor preciosa a confundir-se no pó da terra, ao primeiro golpe de vento."
 

("Livro da Esperança", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 21 de março de 2016

"APLICAÇÃO ESPÍRITA"


"Tudo aquilo que podemos nomear, como sendo a grandeza da civilização, é conjunto de planos experimentados.
Educação, ciência, economia e indústria demonstram isso.
Diretrizes modernas do ensino nasceram no pensamento de orientadores que alentam a instrução na Terra; substancializadas pelos professores que lhes hipotecaram confiança, patrocinam agora a generalização da cultura.
Antibióticos eram projetos estanques nas cogitações das autoridades que se dedicam à saúde humana; fabricados pelos cientistas que lhes conferiram o crédito necessário, são hoje o amparo à existência de milhões de pessoas.
Aproveitamentos de áreas desérticas foi simples ideia na cabeça de estudiosos, preocupados em melhorar as condições do povo; utilizada pelos técnicos que lhe consagraram atenção, aumentou recursos e provisões, em benefício da Humanidade.
O automóvel, a princípio, reduzia-se a esboços traçados pelas inteligências interessadas na solução ao problema das distâncias no mundo; executados por obreiros do progresso que lhes empenharam a própria ação, transfiguraram-se na máquina que atualmente promove a aproximação dos homens, em todas as direções.
Avaliam-se motores.
Praticam-se esportes.
Ensaiam-se bailados.
Testam-se receitas culinárias.
Experimenta-se a qualidade do sabão, aconselhado no programa radiofônico.

ººº

A Doutrina Espírita é código de princípios trazidos ao mundo pelos mensageiros do Cristo, objetivando a restauração do Evangelho, cuja vivência, no campo das atividades terrestres, o próprio Cristo demonstrou claramente possível.
Cabe, assim, a nós, os discípulos e seguidores da Nova Revelação, - o dever de não interromper-lhe a marcha, no enlevo improdutivo, diante dos fenômenos, e nem paralisar-lhe a força edificante nas conjecturas estéreis, reconhecendo que compete a nós todos a obrigação de incorporá-la à nossa própria vida, de modo a provar que o Espiritismo é a religião natural da verdade e do bem que renova e funciona."


("Opinião Espírita", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 20 de março de 2016

"ATITUDES DE URGÊNCIA"

    "Em favor da paz em ti e em torno de ti, não te esqueças das atitudes de urgência.
    Cultiva a fé em Deus para que não te falte a tranquilidade do espírito.
    Age sempre, buscando servir.
    Lembra-te de que outros farão a ti o que fizeres dos outros e com os outros.
    Espalha o bem que puderes, onde puderes e quanto puderes.
    Não cobres tributos de gratidão.
    Abstém-te de procurar defeitos no próximo, recordando que todos nós - os espíritos ainda vinculados à evolução da Terra - temos ainda o lado escuro do próprio ser por iluminar.
    Evita o ressentimento para que o ódio não se te faça veneno na vida e no coração.
    Esquece as ofensas, incondicionalmente, na certeza de que as agressões pertencem aos agressores.
    Já que nem sempre será possível viver sem adversários, não olvides o respeito que lhes é devido.
    Se erraste, apressa-te a corrigir-te.
    Na hipótese de haveres ferido a alguém, solicita desculpa a quem prejudicaste, reparando essa ou aquela falta cometida.
    Cumpre o dever a que te empenhaste.
    Não descarregues em ombros alheios as obrigações que te competem.
    Guarda fidelidade aos compromissos assumidos para que os teus companheiros se te mantenham fiéis.
    Não acredites em facilidades sem preço.
    Conserva correção nas tarefas pequenas, para que essa mesma correção não se te faça pesada nas grandes tarefas.
    Nos instantes de crise, não te suponhas a única pessoa em provação sobre a Terra para que a tua dor não se converta em perturbação.
    Trabalha sempre e sê útil, sem transitar nos labirintos do tempo perdido, ainda mesmo quando te reconheças sem a necessidade de trabalhar.
    Usa criteriosamente a vida e os bens da vida, reconhecendo que tudo pertence a Deus que, por amor, te empresta semelhantes recursos e a Quem, no momento oportuno, tudo precisarás restituir.
    Nessas diretrizes, seguiremos tranqüilos, estrada adiante, e, conquanto as imperfeições de que ainda sejamos portadores, estaremos, com a Bênção de Deus, na condição de obreiros da paz."
    ("Urgência", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier) 

sábado, 19 de março de 2016

"O PONTO CERTO"

“Por isso também os que sofrem, segundo a vontade de Deus, encomendam as suas almas ao fiel Criador, na prática do bem”. Pedro (I Pedro, 4:19)

       "Basta que o sofrimento nos alcance de leve a sentimo-nos para logo necessitados da Assistência Divina.
       Ainda quando filosofias negativistas nos tenham desfigurado o raciocínio ou a palavra, se o perigo nos ameaça, secreta intuição nos afirma que Deus zela por nós e para Deus nos voltamos de imediato.
       Enquanto isso ocorre, vale pensar na forma aconselhável e justa de nos encomendarmos ao Criador.
       Decerto que muitas maneiras existem de preparar semelhante ato de confiança, tais como a oração que sublima e o estudo que esclarece, o trabalho que realiza e o entendimento que reconforta; entretanto, o modo único de nos dirigirmos corretamente ao Pai que está nos Céus, é aquele da prática do bem.
       Não nos iludamos. Mais dia, menos dia, todos sofrem. Há, contudo, quem sofra com revolta, com desânimo, com desespero, com rebeldia, perdendo o valor da prova em que se vê. Convençamo-nos, assim, sejam quais forem as circunstâncias em que nos achemos, que o processo exato de nos encomendarmos à Providência Divina será, na essência, auxiliar, abençoar, desculpar e servir, sempre e sempre, em toda parte, porquanto o serviço ao próximo é o ponto certo de nossa ligação com Deus."

(“Segue-me!...", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 18 de março de 2016

"QUEM ALEGRA OS OUTROS"

"Se te sobrarem algumas horas por dia, meu irmão, aproveita para alegrares os outros. Os meios são incontáveis para fazer estender, por toda a parte, a alegria cristã. Não precisas duvidar deste recurso, pois quem não já recebeu seus benefícios?
       Vê a natureza em plena alegria celestial, observa as flores, mostrando a alegria dos Céus! Passa um olhar no céu estrelado, a mostrar o que parece ser a alegria do Criador! Analisa as crianças, como alegria dos anjos! Tudo feito por Deus expressa alegria.
       O homem tem um dom a mais como instrumento de felicidade: é a expressão da alegria através do sorriso que ele pode dar e que os outros animais não conseguem. Quando procurares o leito, seja o teu último gesto o de sorrir e quando acordares, faze o mesmo e continua a proceder assim no decorrer do dia, que o condicionamento obedecerá a tua vontade e tu passarás a sorrir mesmo para os infortúnios, que acabarão diminuindo com a tua alta compreensão. E a compreensão te fará trabalhar para diminui-los em todos os seus aspectos de perturbação.
       Procura visitar os enfermos onde eles se encontrem, porém, não te esqueça do sorriso benfeitor que estimula o organismo, predispondo-o a todo os tratamentos por medicamentos. A presença de pessoas que sabem amar aos que sofrem é, pois, o melhor medicamento para todos os males. Fora o amor, verdadeiramente, não há salvação, sem ele nunca poderemos conquistar a felicidade. E se já sabemos disso, o nosso dever é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
       Vamos caminhar, meus irmãos, nas pegadas do Mestre dos mestres, que nunca mais erraremos os caminhos do céu. É do agrado de Jesus que corrijamos a nós mesmos, esquecendo os defeitos alheios, acendendo a luz da compreensão nos nossos sentimentos.
       Sê tolerante com os companheiros, não no sentido da conivência. Se quiseres dar algum conselho, faze-o pelos exemplos de vida reta. Abre a escola da moral evangélica em teu peito e a ninguém digas algo sobre as tuas vantagens. Mostra-as em silêncio.
       Essa deve ser a conduta do homem de bem, aliando condições de luz para a luz de todas as criaturas. Se queres ser alegre, lembra-te que a alegria somente nasce no dever cumprido, no amor sem condições e na caridade sem troca. Trabalha neste sentido, que logo verás invadir em teu coração o coração de Jesus, a te ajudar a viver melhor. Quem deseja ser bom, já deu um passo para a bondade, porém, não deve ficar somente no desejo.
       Avança mais um pouco. Se desejas ser alegre, na alegria pura, dá um passo neste clima e não fiques só na vontade. Exercita os sentimentos e doa essa virtude como flor do teu coração para os corações que te cercam."

(“Flor de Vida”, Scheilla/João Nunes Maia)

quinta-feira, 17 de março de 2016

"POR CRISTO"

“E se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, põe isso à minha conta.” 
— Paulo. (FILIMON, capítulo 1, versículo 18.) 

"Enviando Onésimo a Filêmon, Paulo, nas suas expressões inspiradas e felizes, recomendava ao amigo lançasse ao seu débito quanto lhe era devido pelo portador. 

Afeiçoemos a exortação às nossas necessidades próprias.

 Em cada novo dia de luta, passamos a ser maiores devedores do Cristo. 

Se tudo nos corre dificilmente, é de Jesus que nos chegam as providências justas. Se tudo se desenvolve retamente, é por seu amor que utilizamos as dádivas da vida e é, em seu nome, que distribuímos esperanças e consolações. 

Estamos empenhados à sua inesgotável misericórdia. 

Somos dEle e nessa circunstância reside nosso título mais alto. 

Por que, então, o pessimismo e o desespero, quando a calúnia ou a ingratidão nos ataquem de rijo, trazendo-nos a possibilidade de mais vasta ascensão? Se estamos totalmente empenhados ao amor infinito do Mestre, não será razoável compreendermos pelo menos alguma particularidade de nossa dívida imensa, dispondo-nos a aceitar pequenina parcela de sofrimento, em memória de seu nome, junto de nossos irmãos da Terra, que são seus tutelados igualmente? 

Devemos refletir que quando falamos em paz, em felicidade, em vida superior, agimos no campo da confiança, prometendo por conta do Cristo, porqüanto só Ele tem para dar em abundância.

 Em vista disso, caso sintas que alguém se converteu em devedor de tua alma, não te entregues a preocupações inúteis, porque o Cristo é também teu credor e deves colocar os danos do caminho em sua conta divina, passando adiante."
("Caminho, Verdade e Vida", Emmanuel/Francisco  Cândido Xavier)

quarta-feira, 16 de março de 2016

"OBEDIÊNCIA"


"Almejas realizar, influenciar, servir...
Afirmas-te, porém, sob restrições e dificuldades de toda sorte.
Observa, no entanto, o trem da vida em que viajas.
Carro que transporta, poltrona que guarda, prato que serve o fruto que alimenta, não surgiram sem começo. E todas essas utilidades, em se formando, para se mostrarem proveitosas, obedecem e obedeceram, na construção, na ordem, no tipo, na estrutura...
Se algo esperas edificar, não te afastes das exigências do início.
E, depois do primeiro passo, se aspiras à vitória no objetivo, segue, dia a dia, no trato da obediência."




(“Ideal Espírita”, Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 15 de março de 2016

"O PODER DA PALAVRA"

       “Em verdade, em verdade, vos digo.” Jesus (Jo,6:26)

       "Os recursos que tem a palavra, para erigir edifícios formosos de luz ou fossas escuras de trevas, ainda não são devidamente compreendidos.
       Os elementos que compõem a palavra, para que ela caustique ou refrigere, certamente ainda não vêm sendo devidamente considerados.
       A força que as palavras guardam em si, a fim de gerar esperança ou de promover o desalento, ainda não vem sendo analisada.
       A energia que veste cada palavra, possibilitando a construção da paz ou da destruição da guerra, terá que ser, um dia, examinada, para que, futuramente, lancemos mão da arte de falar para a elaboração do melhor.
o-o-o
       Pela magia da voz, Sócrates cria amaiêutica e instrui a juventude,  embriagando de subidos valores filosóficos os seguidores do seu falar e do seu viver.
       Por meio da palavra, Napoleão determina, e explode o conflito que lhe custaria a derrota e a  morte, que não lhe tardaria.
       Falando, o Poverelo (Pobrezinho) de Assis transforma os tempos e canta a melodia do amor fraternal a tudo e a todos, fazendo-se arauto dos tempos de ventura que chegarão para quem os busque.
       Através do diálogo, Lincoln faz-se o pai da liberdade americana e assina os documentos que lhe consagrariam o nome para sempre.
       Foi com a palavra que o dúlcido Raban Galileu (do hebraico Raban ou Rabbôn, que era uma forma mais solene, donde saiu Rabboni, que significa “meu senhor”) teceu as canções mais admiráveis, comoventes e verdadeiras como jamais se ouvira sobre o mundo.
       “Em verdade, em verdade, vos digo...”
       Quando as palavras humanas refletirem a verdade, promovendo equilíbrio onde sejam enunciadas, e, como ocorreu com estes aos quais nos referimos, as palavras foram confirmadas pelos atos, com toda certeza retornaremos ao regaço espiritual de Jesus, avançando felizes pelas veredas do nosso burilamento para a Eternidade.
       “Em verdade, em verdade, vos digo...”
       Quando aceitarmos a palavra do Cristo como veraz roteiro para todos nós, sem dúvida que o mundo se alcandorará para os braços de Deus.
       Fale o melhor, fale o bem. Renove-se com o ato de falar, a fim de que não se perca nos pântanos da inverdade que costuma, onde medra, promover tormento e agressão, agonia e ignorância, que perturbam e derrotam, irrefragavelmente."



(“Nossas riquezas maiores”, Francisco de Paula Vitor,  J. Raul Teixeira)

segunda-feira, 14 de março de 2016

"IDENTIDADE DOS ESPÍRITOS NAS COMUNICAÇÕES PARTICULARES"

"Por que os Espíritos evocados por um sentimento de afeição muitas vezes se recusam a dar provas incontestáveis de sua identidade?"
 
"Compreende-se todo o valor ligado às provas de identidade da parte dos Espíritos que nos são caros. Tal sentimento é muito natural e parece que pelo fato dos Espíritos poderem manifestar-se deve ser-lhes muito fácil atestar a sua personalidade. A falta de provas materiais é, para certas pessoas, sobretudo para as que não conhecem o mecanismo da mediunidade, isto é, a lei das relações entre os Espíritos e os homens, uma causa de dúvida e de penosa incerteza. Embora tenhamos tratado várias vezes desta questão, vamos examiná-la novamente, para responder a algumas perguntas que nos são dirigidas.

Nada temos a acrescentar ao que foi dito sobre a identidade dos Espíritos que vêm unicamente para a nossa instrução, e que deixaram a Terra há algum tempo. Sabemos que ela não pode ser atestada de maneira absoluta e que devemo-nos limitar ao julgamento do valor da linguagem.

A identidade não pode ser constatada com certeza senão para os Espíritos que partiram recentemente, cujo caráter e hábitos se refletem em suas palavras. Nestes, a identidade se revela por mil particularidades. Algumas vezes a prova ressalta de fatos materiais, característicos, mas o mais das vezes de nuanças da própria linguagem e de uma porção de pequenos nadas que, por serem pouco evidentes, não são menos significativos.

Muitas vezes as comunicações deste gênero encerram mais provas do que se pensa, e que descobrimos com mais atenção e menos prevenção. Infelizmente, na maior parte do tempo, as pessoas não se contentam com o que o Espírito quer ou pode dar; querem provas à sua maneira; pedem-lhe para dizer ou fazer isto ou aquilo; que lembre um nome ou um fato, e isso num momento dado, sem pensar nos obstáculos que por vezes a isto se opõem, e paralisam a sua boa vontade. Depois, obtido o que desejam, muitas vezes querem mais. Acham que ainda não é bastante concludente; após um fato, pedem outro e mais outro. Numa palavra, nunca têm bastante para se convencer. É então que, muitas vezes, fatigado por tal insistência, o Espírito cessa completamente de se manifestar, esperando que a convicção chegue por outros meios. Mas muitas vezes também sua abstenção lhe é imposta por uma vontade superior, como punição ao solicitante muito exigente, e também como prova para a sua fé, porque, se por algumas decepções e não obtenção do que quer e pela maneira pela qual o quer, ele viesse a abandonar os Espíritos, esses por sua vez o abandonariam, deixando-o mergulhado nas angústias e nas torturas da dúvida, feliz quando o seu abandono não tem consequências mais graves.

Mas, numa porção de casos, as provas materiais de identidade são independentes da vontade do Espírito e do desejo que ele tem de as dar. Isto se deve à natureza ou ao estado do instrumento pelo qual ele se comunica. Há na faculdade mediúnica uma infinita variedade de nuanças que tornam o médium apto ou impróprio à obtenção de tais ou quais efeitos que, à primeira vista, parecem idênticos, mas que dependem de influências fluídicas diferentes. O médium é como um instrumento de muitas cordas, e não pode emitir som pelas cordas que lhe faltam.
 
Eis um exemplo notável:
 
Conhecemos um médium que pode ser posto entre os de primeira ordem, tanto pela natureza das instruções que recebe quanto pela aptidão para se comunicar com quase todos os Espíritos, sem distinção. Inúmeras vezes, em evocações particulares, obteve irrefutáveis provas de identidade, pela reprodução da linguagem e do caráter de pessoas que jamais tinha conhecido. Há algum tempo, fez para uma pessoa que acabava de perder subitamente vários filhos, a evocação de um destes últimos, uma menina. A comunicação refletia perfeitamente o caráter da menina e era tanto mais satisfatória porque respondia a uma dúvida do pai acerca de sua posição como Espírito. Contudo, só havia provas de certo modo morais. O pai achava que um outro filho teria podido dizer o mesmo; queria algo que só a filha pudesse dizer; admirava-se, sobretudo de que o chamasse de pai, em vez do apelido familiar que lhe dava, e que não era um nome francês, partindo da ideia de que se ela dizia uma palavra, podia dizer-lhe outra. Tendo o pai perguntado a razão, eis a resposta que, a respeito, deu o guia do médium:
 
“Embora inteiramente desprendida, vossa filhinha não estaria em condições de vos fazer compreender por que ela não pode fazer com que o médium repita os termos por vós conhecidos que ela lhe transmite. Ela obedece a uma lei em se comunicando, mas não a compreende suficientemente para explicar o seu mecanismo. A mediunidade é uma faculdade cujas nuanças variam ao infinito e os médiuns que de ordinário tratam de assuntos filosóficos só obtém raramente, e sempre espontaneamente, essas particularidades que fazem reconhecer a personalidade do Espírito de maneira evidente. Quando os médiuns desse gênero pedem uma prova de identidade, no desejo de satisfazer o evocador, as fibras cerebrais tensas por seu desejo já não são bastante maleáveis para que o Espírito as faça mover-se à sua vontade. Daí se segue que as palavras características não podem ser reproduzidas. O pensamento fica, mas a forma não mais existe. Não há, pois, nada de estranhável que vossa filha vos tenha chamado de pai em vez de vos dar a qualificação familiar que esperáveis. Por um médium especial obtereis resultados que vos satisfarão. É só ter um pouco de paciência.”
 
Depois de alguns dias, achando-se esse senhor no grupo de um dos nossos membros, obteve de outro médium, pela tiptologia, e em presença do primeiro, não só o nome que desejava, sem que tivesse pedido especialmente, mas outros fatos de notável precisão. Assim, a faculdade do primeiro médium, por mais desenvolvida e flexível que fosse, não se prestava a esse gênero de produção mediúnica. Ele podia reproduzir as palavras que são a tradução do pensamento transmitido, e não termos que exigem um trabalho especial. Por isso, o conjunto da comunicação refletia o caráter e a disposição das ideias do Espírito, mas sem sinais materiais característicos. Um médium não é um mecanismo próprio para todos os efeitos. Assim como não se encontram duas pessoas inteiramente semelhantes no físico e no moral, não há dois médiuns cuja faculdade seja absolutamente idêntica.
É de notar que as provas de identidade quase sempre vêm espontaneamente, no momento em que menos se pensa, ao passo que são dadas raramente quando pedidas. Capricho da parte do Espírito? Não; há uma causa material, que é a seguinte.

As disposições fluídicas que estabelecem as relações entre o Espírito e o médium oferecem nuanças de extrema delicadeza, inapreciáveis por nossos sentidos e que variam de um momento a outro no mesmo médium. Muitas vezes um efeito que não é possível num desejado momento, sê-lo-á uma hora, um dia ou uma semana mais tarde, porque as disposições ou a energia das correntes fluídicas terão mudado. Dá-se aqui como se dá na fotografia, em que uma simples variação na intensidade ou na direção da luz basta para favorecer ou impedir a reprodução da imagem. Um poeta faz versos à vontade? Não. É-lhe necessária a inspiração; se não estiver em condições favoráveis, por mais que cave o cérebro, nada obtém. Perguntai-lhe por quê. Nas evocações, o Espírito deixado à vontade aproveita disposições que encontra no médium, aproveita o momento propício. Mas, quando essas disposições não existem, ele não pode mais que o fotógrafo com a ausência de luz. A despeito de seu desejo, portanto, ele não pode sempre satisfazer instantaneamente a um pedido de provas de identidade. Eis por que é preferível esperá-las em vez de solicitá-las.
Além disto, é preciso considerar que as relações fluídicas que devem existir entre o Espírito e o médium jamais se estabelecem completamente desde a primeira vez, pois a assimilação só se faz com o tempo e gradualmente. Disso resulta que, inicialmente, o Espírito sempre experimenta uma dificuldade que influi na clareza, na precisão e no desenvolvimento das comunicações, ao passo que, quando o Espírito e o médium estão habituados um ao outro, quando seus fluidos estão identificados, as comunicações se dão naturalmente, porque não há mais resistências a vencer.

Vê-se por aí quantas considerações há que levar em conta no exame das comunicações. É por não fazê-lo e por não conhecer as leis que regem essas espécies de fenômenos que muitas vezes se pede o que é impossível. É absolutamente como se alguém que não conhecesse as leis da eletricidade se admirasse que o telégrafo pudesse experimentar variações e interrupções e concluísse que a eletricidade não existe.


O fato da constatação da identidade de certos Espíritos é um acessório no vasto conjunto dos resultados que o Espiritismo abarca. Se essa constatação fosse impossível, ela nada prejulgaria contra as manifestações em geral, nem contra as consequências morais daí decorrentes. Seria preciso lamentar os que se privassem das consolações que ela proporciona, por não terem obtido uma satisfação pessoal, pois isto seria sacrificar o todo à parte."
("Revista Espírita", Allan Kardec - Julho 1866)

domingo, 13 de março de 2016

"EXPERIÊNCIA DOMÉSTICA"

"Ordem, trabalho, caridade, benevolência, compreensão 
começam dentro de casa.
A parentela é um campo de aproximação, jamais cativeiro.
Aprendamos a ouvir sem interromper os que falam à mesa doméstica, a fim de que possamos escutar com segurança as aulas da vida.
O lar é um ponto de repouso e refazimento, nunca mostruário de móveis e filigranas, conquanto possa e deva ser enfeitado com distinção e bom gosto, tanto quanto possível.
Quem pratica o desperdício, não reclame se chegar a penúria.
Benditos quantos se dedicam a viver sem incomodar os que lhe compartilhem a experiência.
Evite as brincadeiras de mau gosto que, não raro, 
conduzem a desastre ou morte prematura.
O trabalho digno é a cobertura de sua independência.
Aconselhe a criança e ajude a criança na formação espiritual, 
que isso é obrigação de quem orienta, mas respeite os adultos em
suas escolhas, porque os adultos são responsáveis e devem ser 
livres nas próprias ações, tanto quanto você deseja ser livre
em suas idéias e empreendimentos.
Se você não sabe tolerar, entender, abençoar ou ser útil a oito ou 
dez pessoas do ninho doméstico, de que modo cumprir os seus
ideais e compromissos de elevação nas áreas da Humanidade?
Muitos crimes e muitos suicídios são levados a efeito a pretexto
de se homenagear carinho e dedicação no mundo familiar."

("Sinal Verde", André Luiz/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 12 de março de 2016

"NÃO SOMENTE"

“Nem só de pão vive o homem”.- Jesus. (Mateus. 4:4).

"Não somente agasalho que proteja o corpo, mas também o refúgio de
conhecimentos superiores que fortaleçam a alma.
Não só a beleza da máscara fisionômica, mas igualmente a formosura
e nobreza dos sentimentos.
Não apenas a eugenia que aprimora os músculos, mas também a
educação que aperfeiçoa as maneiras.
Não somente a cirurgia que extirpa o defeito orgânico, mas
igualmente o esforço próprio que anula o defeito íntimo.
Não só o domicílio confortável para a vida física, mas também a casa
invisível dos princípios edificantes em que o espírito se faça útil,
estimado e respeitável.
Não apenas os títulos honrosos que ilustram a personalidade
transitória, mas igualmente as virtudes comprovadas, na luta
objetiva, que enriqueçam a consciência eterna.
Não somente claridade para os olhos mortais, mas também luz divina
para o entendimento imperecível.
Não só aspecto agradável, mas igualmente utilidade viva.
Não apenas flores, mas também frutos.
Não somente ensino continuado, mas igualmente demonstração ativa.
Não só teoria excelente, mas também prática santificante.
Não apenas nós, mas igualmente os outros.
Disse o Mestre: - "Nem só de pão vive o homem".
Apliquemos o sublime conceito ao imenso campo do mundo.
Bom gosto, harmonia e dignidade na vida exterior constituem dever,
mas não nos esqueçamos da pureza, da elevação e dos recursos
sublimes da vida interior, com que nos dirigimos para a Eternidade."

("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)