"Estudas ciências e
filosofias, artes e idiomas.
Para isso, gastas forças e tempo.
Escuta.
O amor que Jesus nos traçou por estrada de redenção pode ser igualmente
adquirido em exercício disciplinar.
Esforcemo-nos por alcançá-lo.
Os instrutores são os nossos próprios semelhantes.
Alguns te procuram. São aqueles que te desconsideravam ou te agridem, por vezes
inconscientemente, junto dos quais é possível aprender compreensão e
tolerância, desprendimento e perdão.
Alguns outros precisas buscar.
São aqueles companheiros a quem devemos amparo, habitualmente domiciliados na
enfermidade ou na penúria, no regaço frio da noite ou em ruínas abandonas.
Vai ao encontro desses, dá-lhes algo da posse ou da migalha que te servem de
apoio à existência, mas deixa-lhes a tua dádiva, iluminada com o teu próprio
amor, à maneira do Sol, cuja luz te assegura a vida sem te pedir
reconhecimento.
Não delongues o aprendizado.
Entretanto, existe uma condição para o êxito.
Auxilia e perdoa sem falar disso a ninguém.
O silêncio é a base na didática do amor, porque em todas as aulas, embora, por
vezes, diante de muita gente, estarás profundamente em ti e dialogando contigo
na presença de
Deus.
Cede um minuto do tempo de que disponhas ou algo do que possuis para diminuir o
frio da penúria e a febre da aflição.
Nessa imensa vereda, descobrirás pequeninos abandonados, aos quais estenderás o
agasalho da esperança."
(“Palavras do Coração", Meimei/Francisco Cândido Xavier)
quinta-feira, 31 de março de 2016
quarta-feira, 30 de março de 2016
"MERECIMENTO MAIOR"
"Divides alimentos com os irmãos
subnutridos.
Quanto possível, porém,
oferece-lhes, sem qualquer exibição de virtude, o pão do conhecimento
espiritual.
Compras agasalho para os que sofrem
ao desabrigo.
Quanto possível, no entanto,
movimenta as próprias mãos na costura, fabricando essa ou aquela peça de roupa,
destinada aos que tremem de frio.
Envias remédio ao
enfermo.
Quanto possível, contudo,
estende-lhe alguma palavra de encorajamento e
esperança.
Entregas, a benefício dos
necessitados, os sobejos do reduto doméstico.
Quanto possível, entretanto,
aproveita as sobras de tempo a fim de levar-lhes a frase de entendimento que os
ajude a destrinçar os problemas da vida.
Ajudas ao companheiro nas horas de
compreensão e harmonia ideal.
Quanto possível, porém, ampara-lhe a
alma dorida, quando as provações, junto dele, não te gratifiquem o anseio de
reconforto.
Oras, de alma tranquila, entre os
irmãos de fé, nos dias de céu azul.
Quanto possível, no entanto,
descansa com eles na fonte da prece, quando as lutas e as dores se fizerem mais
acirradas.
Exerces a beneficência em atividade
manifesta.
Quanto possível, contudo, atende à
renúncia silenciosa pela felicidade dos outros, partindo da própria
casa.
Desculpas a quem te
ofende.
Quanto possível, entretanto, assume
a iniciativa da reconciliação, cultivando a humildade.
Todo bem, qualquer que ele seja, é
bênção creditada a favor de quem o pratica.
Da migalha à fortuna, ofertadas por
amor, há toda uma escala de alegria e de luz.
Contudo, todo o bem praticado com
sacrifício tem merecimento maior."
(“Justiça Divina”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
terça-feira, 29 de março de 2016
"EM PLENA ERA NOVA"
"Meus amigos, busquemos, acima de tudo, a bênção do Senhor Jesus!
De fato, a Terra vê-se à frente de uma era nova. Sacudida pelo alvião
científico, sente-se a mente do mundo abalada nos alicerces. É progresso em
todas as direções, conclamando os homens ao despertamento espiritual para a
vastidão soberana da vida. A navegação aérea atendeu ao problema dos
transportes, conjugando o fantasma da fome por desterrá-lo do seio das nações.
A radiofonia patrocina a expansão do pensamento rápido. A televisão modifica a
face do mundo. À maneira dos últimos remanescentes do feudalismo, que foram
abatidos no século passado pelos golpes da república, todo regionalismo está
sendo, necessariamente, massacrado pelo impositivo da comunhão social mais
profunda.
Não precisamos acrescentar qualquer anotação tendente a criar novo anseio à
expectação geral em torno dos últimos eventos que impressionaram a humanidade.
O domínio do combustível, a evolução da física nuclear e a penetração no reino
atômico estão conferindo ao homem novos poderes que, analisados no conjunto,
compelem a reflexões muito graves, porque se o propósito da hegemonia política
não foi devidamente controlado, criando-se, espontaneamente, mais ampla união
da vida continental no planeta, o homem poderá, efetivamente, interferir no
movimento pendular da Terra, determinando alterações de consciências
imprevisíveis nas calotas polares.
Entretanto, não devemos conduzir a imaginação para qualquer faixa obscura e
pessimista. Entendamos na presente renovação do mundo mais alto apelo da Esfera
Superior para que o campo da evolução terrestre se incorpore à vida cósmica.
A humanidade está sendo chamada a raciocinar em termos de infinito no espaço e
no tempo, e, nesta hora, sem dúvida, o Espiritismo é a força capaz de auxiliar
as criaturas, a fim de que se desfaçam as cristalizações dogmáticas do caminho
religioso, para que o pensamento do mundo, liberto de todos os cárceres e de
todas as fantasias, possa acompanhar a ciência em suas arrojadas iniciativas e
a filosofia em suas imensas realizações sociológicas.
Claro que necessitamos da máxima cautela no trato com semelhante assunto,
porquanto, se o homem de hoje aspira o contato com habitantes de outros
planetas, não podemos olvidar que seres de outros mundos são também todos os
desencarnados, que, há mais de um século, estão convidando a atenção da Terra
para a glória da vida na vida universal.
Integrados, assim, no conhecimento e na prática de nossas responsabilidades,
atendamos aos nossos deveres na condição de obreiros humildes do mundo novo,
colaborando cada um de nós no círculo de ação que nos é peculiar para que a
nossa Doutrina, com a bênção de Deus e ao sopro renovador do Evangelho de nosso
Senhor Jesus Cristo, possa, com as balizas de Allan Kardec, amparar, tanto
quanto possível, a mente surpreendida e desarvorada da multidão.
Todos nos achamos à face de uma época destinada a modificações profundas, mas
saudado-a com otimismo e formulando votos para que todos nos arregimentemos na
obra de preservação mútua e de redenção recíproca nas linhas multifárias em que
se nos desenvolve a existência, recordemos, para a nossa edificação, a palavra
do Senhor Jesus – “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”–, para que o
espírito de transformação não nos surpreenda acastelados no orgulho da raça e
na vaidade regionalista. E lembremos, ainda, o ensinamento monumental de Allan
Kardec: – “Nascer, viver, morrer, renascer de novo e progredir sempre, tal é a
lei”–, para que o progresso inelutável nos encontre na posição de trabalhadores
decididos e resolutos na construção do mundo
melhor."
("Registros
Imortais", Efigênia Salles Vítor/Francisco Cândido Xavier)
segunda-feira, 28 de março de 2016
"PRESCRIÇÕES DE PAZ"
"Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o
amanhã trará os seus cuidados..." - JESUS (Mateus, 6:34)
"Na garantia do próprio equilíbrio, alinhemos algumas indicações de paz, destinadas a imunizar-nos contra a influência de aflições e tensões, nas quais, tanta vez imprevidentemente arruinamos tempo e vida:
- corrigir em nós as deficiências suscetíveis de conserto, e aceitar-nos, nas falhas cuja supressão não depende ainda de nós, fazendo de nossa presença o melhor que pudermos, no erguimento da felicidade e do progresso de todos:
- tolerar os obstáculos com que somos atingidos, ante os impositivos do aperfeiçoamento moral, e entender que os outros carregam igualmente os deles;
- observar ofensas como retratos dos ofensores, sem traçar-nos a obrigação de recolher semelhantes clichês de sombra;
- abolir inquietações ao redor de calamidades anunciadas para o futuro, que provavelmente nunca virão a sobrevir;
- admitir os pensamentos de culpa que tenhamos adquirido, mas buscando extinguir-lhes os focos de vibrações em desequilíbrio, através de reajustamento e trabalho;
- nem desprezar os entes queridos, nem prejudicá-los com a chamada superproteção tendente a escravizá-los ao nosso modo de ser;
- não exigir do próximo aquilo que o próximo ainda não consegue fazer;
- nada pedir sem dar de nós mesmos;
- respeitar os pontos de vista alheios, ainda quando se patenteiam contra nós, convencidos quanto devemos estar de que pontos de vista são maneiras, crenças, opiniões e afirmações peculiares a cada um;
- não ignorar as crises do mundo; entretanto, reconhecer que, se reequilibrarmos o nosso próprio mundo por dentro - esculpindo-lhe a tranqüilidade e a segurança em alicerces de compreensão e atividade, discernimento e serviço - perceberemos, de pronto, que as crises externas são fenômenos necessários ao burilamento da vida, para que a vida não se tresmalhe da rota que as Leis do Universo lhe assinalam no rumo da perfeição."
("Ceifa de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
"Na garantia do próprio equilíbrio, alinhemos algumas indicações de paz, destinadas a imunizar-nos contra a influência de aflições e tensões, nas quais, tanta vez imprevidentemente arruinamos tempo e vida:
- corrigir em nós as deficiências suscetíveis de conserto, e aceitar-nos, nas falhas cuja supressão não depende ainda de nós, fazendo de nossa presença o melhor que pudermos, no erguimento da felicidade e do progresso de todos:
- tolerar os obstáculos com que somos atingidos, ante os impositivos do aperfeiçoamento moral, e entender que os outros carregam igualmente os deles;
- observar ofensas como retratos dos ofensores, sem traçar-nos a obrigação de recolher semelhantes clichês de sombra;
- abolir inquietações ao redor de calamidades anunciadas para o futuro, que provavelmente nunca virão a sobrevir;
- admitir os pensamentos de culpa que tenhamos adquirido, mas buscando extinguir-lhes os focos de vibrações em desequilíbrio, através de reajustamento e trabalho;
- nem desprezar os entes queridos, nem prejudicá-los com a chamada superproteção tendente a escravizá-los ao nosso modo de ser;
- não exigir do próximo aquilo que o próximo ainda não consegue fazer;
- nada pedir sem dar de nós mesmos;
- respeitar os pontos de vista alheios, ainda quando se patenteiam contra nós, convencidos quanto devemos estar de que pontos de vista são maneiras, crenças, opiniões e afirmações peculiares a cada um;
- não ignorar as crises do mundo; entretanto, reconhecer que, se reequilibrarmos o nosso próprio mundo por dentro - esculpindo-lhe a tranqüilidade e a segurança em alicerces de compreensão e atividade, discernimento e serviço - perceberemos, de pronto, que as crises externas são fenômenos necessários ao burilamento da vida, para que a vida não se tresmalhe da rota que as Leis do Universo lhe assinalam no rumo da perfeição."
("Ceifa de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
domingo, 27 de março de 2016
"O ESPIRITISMO SEGUNDO OS ESPÍRITAS"
"La Discussion, jornal hebdomadário
político e financeiro impresso em Bruxelas, não é uma dessas folhas
levianas que visam, pelo fundo e pela forma, ao divertimento do público
frívolo. É um jornal sério, acreditado sobretudo no mundo financeiro e
que se acha no seu undécimo ano. Sob o título de O Espiritismo segundo os espíritas, o número de 31 de dezembro de 1865 traz o artigo seguinte:
“Espíritas e Espiritismo são
agora dois vocábulos muito conhecidos e frequentemente empregados,
embora fossem ignorados há poucos meses. Contudo, a maioria das pessoas
que deles se servem estão a perguntar o que exatamente significam, e
embora cada um faça essa pergunta a si mesmo, ninguém a expressa, pois
todos querem passar por conhecedores da chave que mata a charada.
“Algumas
vezes, entretanto, a curiosidade embaraça a ponto de verbalizar a
pergunta com os lábios e, satisfazendo ao vosso desejo, cada um vos
explica.
“Alguns
pretendem que o Espiritismo é o truque do armário dos irmãos Davenport;
outros afirmam que não passa da magia e da feitiçaria de outrora, que
querem reconduzir ao prestígio, sob um novo nome. Segundo as comadres de
todos os bairros, os espíritas têm conversas misteriosas com o diabo,
com o qual fizeram um compromisso prévio. Enfim, lendo-se os jornais,
fica-se sabendo que os espíritas são todos uns loucos ou, pelo menos,
vítimas de certos charlatões chamados médiuns. Esses charlatões
vêm, com ou sem armários, dar representações a quem lhas queira pagar, e
para mais valorizar suas trapaças, dizem agir sob a influência oculta
dos Espíritos de além-túmulo.
“Eis
o que eu tinha aprendido nestes últimos tempos. Tendo em vista o
desacordo dessas respostas, resolvi, para me esclarecer, ir ver o diabo,
ainda que me vencesse, ou me deixar enganar por um médium, ainda que
tivesse de perder a razão. Lembrei-me, então, muito a propósito, de um
amigo que suspeitava fosse espírita, e fui procurá-lo, a fim de que ele
me proporcionasse meios de satisfazer a minha curiosidade.
“Comuniquei-lhe
as diversas opiniões que havia recolhido, e expus o objetivo de minha
visita. Mas o amigo riu-se muito do que chamava a minha ingenuidade e me
deu, mais ou menos, a seguinte explicação:
‘O
Espiritismo não é, como creem vulgarmente, uma receita para fazer as
mesas dançarem ou para executar truques de escamoteação, e é um erro que
todos cometem querendo nele encontrar o maravilhoso.
‘O Espiritismo é uma ciência, ou melhor, uma filosofia espiritualista, que ensina a moral.
‘Não
é uma religião, porque que não tem dogmas nem culto, nem sacerdotes nem
artigos de fé. É mais que uma filosofia, porque sua doutrina é
estabelecida sobre a prova certa da imortalidade da alma. É para fornecer essa prova que os espíritas evocam os Espíritos de além-túmulo.
‘Os
médiuns são dotados de uma faculdade natural que os torna aptos a
servir de intermediários aos Espíritos e a produzir com eles os
fenômenos que passam por milagres ou por prestidigitação aos olhos de
quem quer que ignore a sua explicação. Mas a faculdade mediúnica não é
privilégio exclusivo de certos indivíduos. Ela é inerente à espécie
humana, embora cada um a possua em graus diversos, ou sob formas
diferentes.
‘Assim,
para quem conhece o Espiritismo, todas as maravilhas de que acusam essa
doutrina não passam de fenômenos de ordem física, isto é, de efeitos
cuja causa reside nas leis da Natureza.
‘Os
Espíritos, entretanto, não se comunicam com os vivos com o único
objetivo de lhes provar a sua existência: Foram eles que ditaram e
desenvolvem diariamente a filosofia espiritualista.
‘Como
toda filosofia, esta tem o seu sistema, que consiste na revelação das
leis que regem o Universo e na solução de um grande número de problemas
filosóficos ante os quais, até aqui, a Humanidade impotente foi
constrangida a inclinar-se.
‘É
assim que o Espiritismo demonstra, entre outras coisas, a natureza da
alma, seu destino e a causa de nossa existência aqui na Terra. Ele
desvenda o mistério da morte; dá a razão dos vícios e virtudes do homem;
diz o que são o homem, o mundo, o Universo. Enfim, faz o quadro da
harmonia universal, etc.
‘Este
sistema repousa sobre provas lógicas e irrefutáveis que têm, elas
próprias, por árbitro de sua verdade, fatos palpáveis e a mais pura
razão. Assim, em todas as teorias que ele expõe, age como a Ciência e
não adianta um ponto senão quando o precedente esteja completamente
certificado. Assim, o Espiritismo não impõe a confiança, porque, para
ser aceito, não precisa senão da autoridade do bom-senso.
‘Este sistema, uma vez estabelecido, dele se deduz, como consequência imediata, um ensinamento moral.
‘Essa
moral não é senão a moral cristã, a moral que está escrita no coração
de todo ser humano; e é a de todas as religiões e de todas as
filosofias, porque pertence a todos os homens. Mas, desvinculada de todo
fanatismo, de toda superstição, de todo espírito de seita ou de escola,
resplandece em toda a sua pureza.
‘É
nessa pureza que ela haure toda a sua grandeza e toda a sua beleza, de
modo que é a primeira vez que a moral nos aparece revestida de um brilho
tão majestoso e tão esplêndido.
‘O
objetivo de toda moral é ser praticada; mas esta, sobretudo, tem essa
condição como absoluta, porque ela denomina espíritas não os que aceitam
os seus preceitos, mas apenas os que põem os seus preceitos em ação.
‘Direi
quais são as suas doutrinas? Aqui não pretendo ensinar, e o enunciado
das máximas conduzir-me-ia, necessariamente, ao seu desenvolvimento.
‘Direi
apenas que a moral espírita nos ensina a suportar a desgraça sem
desprezá-la; a gozar da felicidade sem a ela nos apegarmos. Direi que
ela nos rebaixa sem nos humilhar, como nos eleva sem nos ensoberbecer;
coloca-nos acima dos interesses materiais, sem por isto estigmatizá-los
com o aviltamento, porque nos ensina, ao contrário, que todas as
vantagens com que somos favorecidos são outras tantas forças que nos são
confiadas e por cujo emprego somos responsáveis para conosco e para com
os outros.
‘Vem,
então, a necessidade de especificar essa responsabilidade, as penas
ligadas à infração do dever e as recompensas de que desfrutam os que o
cumprem. Mas também aí, as asserções não são tiradas senão dos fatos e
podem verificar-se até a perfeita convicção.
‘Tal
é esta filosofia, onde tudo é grande porque tudo é simples; onde nada é
obscuro, porque tudo é provado; onde tudo é simpático, porque cada
questão interessa intimamente a cada um de nós.
‘Tal
é esta ciência que, projetando uma viva luz sobre as trevas da razão,
de repente desvenda os mistérios que julgávamos impenetráveis e recua
até o infinito o horizonte da inteligência.
‘Tal
é esta doutrina que pretende tornar felizes, melhorando-os, todos os
que concordam em segui-la, e que, enfim, abre à Humanidade uma via
segura para o progresso moral.
‘Tal é, finalmente, a loucura que contagiou os espíritas e a feitiçaria que eles praticam.’
“Assim,
sorrindo, terminou o meu amigo, que, a meu pedido, permitiu-me com ele
visitar algumas reuniões espíritas, onde as experiências se aliam aos
ensinamentos.
“Voltando
para casa, recordei o que eu havia dito, em concerto com todo mundo,
contra o Espiritismo, antes de conhecer pelo menos o significado desse
vocábulo, e essa lembrança encheu-me de amarga confusão.
“Então
pensei que, a despeito dos severos desmentidos infringidos ao orgulho
humano pelas descobertas da Ciência moderna, quase não sonhamos, na
época de progresso em que nos encontramos, em tirar proveito dos
ensinamentos da experiência; e que estas palavras escritas por Pascal há
duzentos anos, ainda por muitos séculos serão de rigorosa exatidão: ‘É
uma doença peculiar ao homem crer que possui a verdade diretamente; e é
por isto que ele está sempre disposto a negar aquilo que para ele é
incompreensível.”
“A. BRIQUEL.”
Como
se vê, o autor deste artigo quis apresentar o Espiritismo sob sua
verdadeira luz, despido das fantasias com que o veste a crítica, numa
palavra, tal qual o admitem os espíritas, e sentimo-nos feliz ao dizer
que o conseguiu perfeitamente. Com efeito, é impossível resumir a
questão de maneira mais clara e precisa. Devemos, também, felicitar a
direção do jornal que, com aquele espírito de imparcialidade que
gostaríamos de encontrar em todos aqueles que fazem profissão de
liberalismo e posam como apóstolos da liberdade de pensar, acolheu uma
profissão de fé tão explícita.
Ademais,
suas intenções em relação ao Espiritismo estão nitidamente formuladas
no artigo seguinte, publicado no número de 28 de janeiro:
Como ouvimos falar do Espiritismo
“O
artigo publicado em nosso número de 31 de dezembro, sobre o
Espiritismo, provocou numerosas perguntas, querendo saber se nos
propomos tratar posteriormente deste assunto e se nos transformamos em
seu órgão. A fim de evitar equívocos, torna-se necessária uma resposta
categórica. Ei-la:
“O Discussion é
um jornal aberto a todas as ideias progressistas. Ora, o progresso não
pode ser feito senão por ideias novas que de vez em quando vêm mudar o
curso das ideias estabelecidas. Repeli-las porque destroem as que foram
acalentadas, é, aos nossos olhos, faltar à lógica. Sem
nos tornarmos apologistas de todas as elucubrações do espírito humano, o
que também não seria mais racional, consideramos como um dever de
imparcialidade pôr o público em condições de julgá-las. Para tanto,
basta apresentá-las tais quais são, sem tomar, prematuramente, partido
pró ou contra, porque, se forem falsas, não será a nossa adesão que as
tornará justas, e se forem justas, nossa desaprovação não as tornará
falsas. Em tudo, é a opinião pública e o futuro que pronunciam a última
sentença. Mas, para apreciar o lado forte e o fraco de uma ideia, é
preciso conhecê-la em sua essência, e não tal qual a apresentam os
interessados em combatê-la, isto é, o mais das vezes truncada e
desfigurada. Se, pois, expomos os princípios de uma teoria nova, não
queremos que seus autores ou seus partidários possam censurar-nos por
lhes fazer dizer o contrário do que dizem. Agir assim não é assumir a
sua responsabilidade: é dizer o que é e reservar a opinião de todo
mundo. Nós colocamos a ideia em evidência em toda a sua verdade. Se ela
for boa, fará o seu caminho e nós lhe teremos aberto a porta; se for má,
teremos fornecido o meio de ser julgada com conhecimento de causa.
“É
assim que procederemos em relação ao Espiritismo. Seja qual for
a maneira de ver a seu respeito, ninguém pode dissimular a extensão que
ele tomou em poucas anos. Pelo número e pela qualidade de seus
partidários, ele conquistou uma posição entre as opiniões aceitas. As
tempestades que ele desencadeia, o encarniçamento com que o combatem em
certo meio, são, para os menos clarividentes, o indício de que ele
encerra algo de sério, porque emociona tanta gente. Pensem dele o que
quiserem pensar, é incontestavelmente uma das grandes questões na ordem
do dia. Assim, não seríamos consequentes com o nosso programa se o
deixássemos passar em silêncio. Nossos leitores têm direito de pedir que
lhes demos a conhecer o que é essa doutrina que provoca tão grande
ruído. Nosso interesse está em satisfazê-los, e nosso dever é fazê-lo
com imparcialidade. Pouco lhes importa nossa opinião pessoal sobre a
coisa; o que esperam de nós é um relato exato dos fatos e das atitudes
de seus partidários para que possam formar sua própria opinião.
“Como
nos conduziremos no caso? É muito simples: iremos à própria fonte;
faremos pelo Espiritismo o que fazemos pelas questões de política, de
finanças, de ciência, de arte ou de literatura, isto é, disto
encarregaremos homens especiais. As questões de Espiritismo serão, pois,
tratadas por espíritas, como as de arquitetura por arquitetos, a fim de
que não nos qualifiquem de cegos raciocinando sobre as cores e que não
nos apliquem as palavras de Fígaro: ‘Precisavam de um calculista e
tomaram um dançarino.’
“Em suma, o Discussion não
se apresenta como órgão nem apóstolo do Espiritismo; abre-lhe suas
colunas, como a todas as ideias novas, sem pretender impor essa opinião
aos seus leitores, sempre livres de a controlar, aceitar ou rejeitar.
Ele deixa aos seus redatores especiais toda liberdade de discutir os
princípios, pelo que eles assumem pessoalmente a responsabilidade. Mas o
que, no interesse de sua própria dignidade, ele repelirá sempre, é a
polêmica agressiva e pessoal.”
("Revista Espírita", Allan Kardec, Fevereiro 1866)
sábado, 26 de março de 2016
"PARENTES DIFÍCEIS"
"Aceite os parentes difíceis na base da generosidade e da compreensão, na certeza de que as Leis de Deus não nos enlaçam uns com
os outros sem causa justa.
O parente-problema é sempre um teste com que se nos
examina a evolução espiritual.
Muitas vezes a criatura complicada que se nos agrega à família, traz consigo as marcas de sofrimento ou deficiências que lhe foram impostas por nós mesmos em passadas reencarnações.
Não exija dos familiares diferentes de você um comportamento igual ao seu, porquanto cada um de nós se caracteriza pelas vantagens ou prejuízos que acumulamos na própria alma.
Não tente se descartar dos parentes difíceis com internações desnecessárias em casas de repouso, à custa de dinheiro, porque a desvinculação real virá nos processos da natureza, quando você houver alcançado a quitação dos próprios débitos ante a Vida Maior.
Nas provações e conflitos do lar terrestre, quase sempre,
estamos pagando pelo sistema de prestações,
certas dívidas contraídas por atacado."
("Sinal Verde", André Luiz/Francisco Cândido Xavier)
os outros sem causa justa.
O parente-problema é sempre um teste com que se nos
examina a evolução espiritual.
Muitas vezes a criatura complicada que se nos agrega à família, traz consigo as marcas de sofrimento ou deficiências que lhe foram impostas por nós mesmos em passadas reencarnações.
Não exija dos familiares diferentes de você um comportamento igual ao seu, porquanto cada um de nós se caracteriza pelas vantagens ou prejuízos que acumulamos na própria alma.
Não tente se descartar dos parentes difíceis com internações desnecessárias em casas de repouso, à custa de dinheiro, porque a desvinculação real virá nos processos da natureza, quando você houver alcançado a quitação dos próprios débitos ante a Vida Maior.
Nas provações e conflitos do lar terrestre, quase sempre,
estamos pagando pelo sistema de prestações,
certas dívidas contraídas por atacado."
("Sinal Verde", André Luiz/Francisco Cândido Xavier)
sexta-feira, 25 de março de 2016
"APASCENTA"
“Apascenta as minhas ovelhas”. - Jesus. (João, 21:17).
"Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão
Pedro para que lhe continuasse o apostolado.
Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não
recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.
Nem gritos, nem xingamentos.
Nem cadeia, nem forca.
Nem chicote, nem vara.
Nem castigo, nem imposição.
Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.
Nem lamentação, nem desespero.
“Pedro, apascenta as minhas ovelhas!”.
Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais
necessitados que tu mesmo.
Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro,
do qual a lição benéfica surgirá depois.
Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.
Educa sempre.
Revela-te por trabalhador fiel.
Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e
frágeis que te acompanham os passos.
Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do
desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.
Não analises, destruindo.
O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.
Alimenta a "boa parte" do teu irmão e segue para diante.
A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto."
("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
"Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão
Pedro para que lhe continuasse o apostolado.
Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não
recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.
Nem gritos, nem xingamentos.
Nem cadeia, nem forca.
Nem chicote, nem vara.
Nem castigo, nem imposição.
Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.
Nem lamentação, nem desespero.
“Pedro, apascenta as minhas ovelhas!”.
Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais
necessitados que tu mesmo.
Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro,
do qual a lição benéfica surgirá depois.
Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.
Educa sempre.
Revela-te por trabalhador fiel.
Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e
frágeis que te acompanham os passos.
Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do
desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.
Não analises, destruindo.
O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.
Alimenta a "boa parte" do teu irmão e segue para diante.
A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto."
("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
quinta-feira, 24 de março de 2016
"A FÉ E A CARIDADE"
"Disse-vos,
não há muito, meus caros filhos, que a caridade, sem a fé, não basta
para manter entre os homens uma ordem social capaz de os tornar felizes.
Pudera ter dito que a caridade é impossível sem a fé. Podereis
encontrar, na verdade, impulsos generosos mesmo em pessoas privadas de
religião; porém, essa caridade austera, que só com abnegação se pratica,
com um constante sacrifício de todo interesse egoísta, somente a fé
pode inspirá-la, pois só ela nos faz carregar com coragem e perseverança
a cruz desta vida.
Sim,
meus filhos, é inútil que o homem ávido de gozos procure iludir-se
sobre o seu destino nesse mundo, pretendendo ser-lhe lícito ocupar-se
unicamente com a sua felicidade. Sem dúvida, Deus nos criou para sermos
felizes na eternidade; entretanto, a vida terrestre deve servir
unicamente ao nosso aperfeiçoamento moral, que mais facilmente se
adquire com o auxílio dos órgãos físicos e do mundo material. Sem levar
em conta as vicissitudes ordinárias da vida, a diversidade dos vossos
gostos, de vossos pendores e de vossas necessidades, é também um meio de
vos aperfeiçoardes, exercitando-vos na caridade. Com efeito, só a poder
de concessões e sacrifícios mútuos podeis manter a harmonia entre
elementos tão diversos.
Tereis,
contudo, razão, se afirmardes que a felicidade está destinada ao homem
nesse mundo, desde que ele a procure, não nos gozos materiais, sim no
bem. A história da cristandade fala de mártires que se encaminhavam
alegres para o suplício. Hoje, na vossa sociedade, para serdes cristãos,
não precisa nem o holocausto do martírio, nem o sacrifício da vida, mas
única e simplesmente o sacrifício do vosso egoísmo, do vosso orgulho e
da vossa vaidade. Triunfareis, se a caridade vos inspirar e se a fé vos
sustentar. – Espírito protetor. (Cracóvia, 1861.)"
("O Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec)
|
quarta-feira, 23 de março de 2016
"OBEDIÊNCIA E VIDA"
"Todas as obras da Criação se revestem de grandeza, pela
obediência com que se vinculam à Vida Cósmica.
-o-
Ninguém concebe férias para o sol, a fim de que se
refaça de imaginária fadiga.
-o-
Pessoa alguma espera que o mar se derrame, engolindo
cidades, a não ser nos raros momentos que a História
registra.
-o-
Seria ilógico pensar numa fonte que se voltasse para a
retaguarda, resolvendo encerrar-se num poço.
-o-
Todo progresso no mundo se baseia em evolução e
sequência.
-o-
Realmente a liberdade autêntica existe, no entanto, essa
liberdade tem o tamanho dos deveres cumpridos.
-o-
Sem ordem e sem limites, sem dimensões e sem horários, a
vida na Terra seria apenas o caos."
(“Luz e Vida”, Emmanuel/Francisco
Cândido Xavier)
terça-feira, 22 de março de 2016
"NO DOMÍNIO DAS PROVAS"
“Ai do mundo por causa dos escândalos, porque é
necessário que venham escândalos mas ai daquele por quem o escândalo vier”.
–
Jesus.
(Mateus, 18:7.)
“É preciso que haja escândalo no mundo, disse Jesus,
porque imperfeitos como são na Terra, os homens se mostram propensos a praticar
o mal, e porque, árvores más, só maus frutos dão. Deve-se, pois, entender por
essas palavras que o mal é uma consequência da imperfeição dos homens e não que
haja, para estes, a obrigação de praticá-lo”.
(ESE, Cap. 8,
13.)
"Imaginemos um pai que, a pretexto de amor, decidisse furtar um filho
querido de toda relação com as revezes do mundo.
Semelhante rebento de tal devoção afetiva seria mantido em sistema de
exceção.
Para evitar acidentes climáticos inevitáveis, descansaria
exclusivamente na estufa, durante a fase de berço e, posto a cavaleiro, de
perigos e vicissitudes, mal terminada a infância, encerrar-se ia numa cidadela
inexpugnável, onde somente prevalecesse a ternura paterna, a empolgá-lo de
mimos.
Não frequentaria qualquer educandário, a fim de não aturar
professores austeros ou sofrer a influência de colegas que não lhe respirassem o
mesmo nível; alfabetizado, assim, no reduto doméstico, apreciaria unicamente os
assuntos e heróis de ficção que o genitor lhe escolhesse.
Isolar-se-ia de todo o contato humano para não arrostar problemas e
desconheceria todo o noticiário ambiente para não recolher informações que lhe
desfigurassem a suavidade interior.
Candura inviolável e ignorância completa.
Santa inocência e inaptidão absoluta.
Chega, porém, o dia em que o genitor, naturalmente vinculado a
interesses outros, se ausenta compulsoriamente do lar e, tangido pela
necessidade, o moço é obrigado a entrar na corrente da vida
comum.
Homem feito, sofre o conflito da readaptação, que lhe rasga a carne e
a alma, para que se lhe recupere o tempo perdido, e o filho acaba, enxergando
insânia e crueldade onde o pai supunha cultivar preservação e
carinho.
A imagem ilustra claramente a necessidade da encarnação e da
reencarnação do espírito nos mundos inumeráveis da imensidade cósmica, de
maneira a que se lhe apurem as qualidades e se lhe institua a responsabilidade
na consciência.
Dificuldades e lutas semelham materiais didáticos na escola ou
andaimes na construção; amealhada a cultura, ou levantado o edifício,
desaparecem uns e outros.
Abençoemos, pois, as disciplinas e as provas com que a Infinita
Sabedoria nos acrisolam as forças, enrijando-nos o caráter.
Ingenuidade é predicado encantador na personalidade, mas se o
trabalho não a transfigura em tesouro de experiência, laboriosamente adquirido,
não passará de flor preciosa a confundir-se no pó da terra, ao primeiro golpe de
vento."
("Livro da Esperança", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
segunda-feira, 21 de março de 2016
"APLICAÇÃO ESPÍRITA"
"Tudo aquilo
que podemos nomear, como sendo a grandeza da civilização, é conjunto de planos
experimentados.
Educação,
ciência, economia e indústria demonstram isso.
Diretrizes
modernas do ensino nasceram no pensamento de orientadores que alentam a
instrução na Terra; substancializadas pelos professores que lhes hipotecaram
confiança, patrocinam agora a generalização da cultura.
Antibióticos
eram projetos estanques nas cogitações das autoridades que se dedicam à saúde
humana; fabricados pelos cientistas que lhes conferiram o crédito necessário,
são hoje o amparo à existência de milhões de pessoas.
Aproveitamentos
de áreas desérticas foi simples ideia na cabeça de estudiosos, preocupados em
melhorar as condições do povo; utilizada pelos técnicos que lhe consagraram
atenção, aumentou recursos e provisões, em benefício da Humanidade.
O automóvel,
a princípio, reduzia-se a esboços traçados pelas inteligências interessadas na
solução ao problema das distâncias no mundo; executados por obreiros do
progresso que lhes empenharam a própria ação, transfiguraram-se na máquina que
atualmente promove a aproximação dos homens, em todas as direções.
Avaliam-se
motores.
Praticam-se
esportes.
Ensaiam-se
bailados.
Testam-se receitas
culinárias.
Experimenta-se
a qualidade do sabão, aconselhado no programa radiofônico.
ººº
A Doutrina
Espírita é código de princípios trazidos ao mundo pelos mensageiros do Cristo,
objetivando a restauração do Evangelho, cuja vivência, no campo das atividades
terrestres, o próprio Cristo demonstrou claramente possível.
Cabe, assim,
a nós, os discípulos e seguidores da Nova Revelação, - o dever de não
interromper-lhe a marcha, no enlevo improdutivo, diante dos fenômenos, e nem
paralisar-lhe a força edificante nas conjecturas estéreis, reconhecendo que
compete a nós todos a obrigação de incorporá-la à nossa própria vida, de modo a
provar que o Espiritismo é a religião natural da verdade e do bem que renova e
funciona."
("Opinião Espírita", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
domingo, 20 de março de 2016
"ATITUDES DE URGÊNCIA"
("Urgência", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)"Em favor da paz em ti e em torno de ti, não te esqueças das atitudes de urgência.Cultiva a fé em Deus para que não te falte a tranquilidade do espírito.Age sempre, buscando servir.Lembra-te de que outros farão a ti o que fizeres dos outros e com os outros.Espalha o bem que puderes, onde puderes e quanto puderes.Não cobres tributos de gratidão.Abstém-te de procurar defeitos no próximo, recordando que todos nós - os espíritos ainda vinculados à evolução da Terra - temos ainda o lado escuro do próprio ser por iluminar.Evita o ressentimento para que o ódio não se te faça veneno na vida e no coração.Esquece as ofensas, incondicionalmente, na certeza de que as agressões pertencem aos agressores.Já que nem sempre será possível viver sem adversários, não olvides o respeito que lhes é devido.Se erraste, apressa-te a corrigir-te.Na hipótese de haveres ferido a alguém, solicita desculpa a quem prejudicaste, reparando essa ou aquela falta cometida.Cumpre o dever a que te empenhaste.Não descarregues em ombros alheios as obrigações que te competem.Guarda fidelidade aos compromissos assumidos para que os teus companheiros se te mantenham fiéis.Não acredites em facilidades sem preço.Conserva correção nas tarefas pequenas, para que essa mesma correção não se te faça pesada nas grandes tarefas.Nos instantes de crise, não te suponhas a única pessoa em provação sobre a Terra para que a tua dor não se converta em perturbação.Trabalha sempre e sê útil, sem transitar nos labirintos do tempo perdido, ainda mesmo quando te reconheças sem a necessidade de trabalhar.Usa criteriosamente a vida e os bens da vida, reconhecendo que tudo pertence a Deus que, por amor, te empresta semelhantes recursos e a Quem, no momento oportuno, tudo precisarás restituir.Nessas diretrizes, seguiremos tranqüilos, estrada adiante, e, conquanto as imperfeições de que ainda sejamos portadores, estaremos, com a Bênção de Deus, na condição de obreiros da paz."
sábado, 19 de março de 2016
"O PONTO CERTO"
“Por isso também os que sofrem, segundo a vontade de
Deus, encomendam as suas almas ao fiel Criador, na prática do bem”.
Pedro (I Pedro,
4:19)
"Basta que o sofrimento nos alcance de leve a sentimo-nos
para logo necessitados da Assistência Divina.
Ainda quando filosofias negativistas nos tenham
desfigurado o raciocínio ou a palavra, se o perigo nos ameaça, secreta intuição
nos afirma que Deus zela por nós e para Deus nos voltamos de
imediato.
Enquanto isso ocorre, vale pensar na forma aconselhável
e justa de nos encomendarmos ao Criador.
Decerto que muitas maneiras existem de preparar
semelhante ato de confiança, tais como a oração que sublima e o estudo que
esclarece, o trabalho que realiza e o entendimento que reconforta; entretanto, o
modo único de nos dirigirmos corretamente ao Pai que está nos Céus, é aquele da
prática do bem.
Não nos iludamos. Mais dia, menos dia, todos sofrem. Há,
contudo, quem sofra com revolta, com desânimo, com desespero, com rebeldia,
perdendo o valor da prova em que se vê. Convençamo-nos, assim, sejam quais forem
as circunstâncias em que nos achemos, que o processo exato de nos encomendarmos
à Providência Divina será, na essência, auxiliar, abençoar, desculpar e servir,
sempre e sempre, em toda parte, porquanto o serviço ao próximo é o ponto certo
de nossa ligação com Deus."
(“Segue-me!...", Emmanuel/Francisco
Cândido Xavier)
sexta-feira, 18 de março de 2016
"QUEM ALEGRA OS OUTROS"
"Se te sobrarem algumas horas por dia, meu irmão,
aproveita para alegrares os outros. Os meios são incontáveis para fazer
estender, por toda a parte, a alegria cristã. Não precisas duvidar deste
recurso, pois quem não já recebeu seus benefícios?
Vê a natureza em plena alegria celestial, observa as
flores, mostrando a alegria dos Céus! Passa um olhar no céu estrelado, a mostrar
o que parece ser a alegria do Criador! Analisa as crianças, como alegria dos
anjos! Tudo feito por Deus expressa alegria.
O homem tem um dom a mais como instrumento de
felicidade: é a expressão da alegria através do sorriso que ele pode dar e que
os outros animais não conseguem. Quando procurares o leito, seja o teu último
gesto o de sorrir e quando acordares, faze o mesmo e continua a proceder assim
no decorrer do dia, que o condicionamento obedecerá a tua vontade e tu passarás
a sorrir mesmo para os infortúnios, que acabarão diminuindo com a tua alta
compreensão. E a compreensão te fará trabalhar para diminui-los em todos os seus
aspectos de perturbação.
Procura visitar os enfermos onde eles se encontrem,
porém, não te esqueça do sorriso benfeitor que estimula o organismo,
predispondo-o a todo os tratamentos por medicamentos. A presença de pessoas que
sabem amar aos que sofrem é, pois, o melhor medicamento para todos os males.
Fora o amor, verdadeiramente, não há salvação, sem ele nunca poderemos
conquistar a felicidade. E se já sabemos disso, o nosso dever é amar a Deus
sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
Vamos caminhar, meus irmãos, nas pegadas do Mestre dos
mestres, que nunca mais erraremos os caminhos do céu. É do agrado de Jesus que
corrijamos a nós mesmos, esquecendo os defeitos alheios, acendendo a luz da
compreensão nos nossos sentimentos.
Sê tolerante com os companheiros, não no sentido da
conivência. Se quiseres dar algum conselho, faze-o pelos exemplos de vida reta.
Abre a escola da moral evangélica em teu peito e a ninguém digas algo sobre as
tuas vantagens. Mostra-as em silêncio.
Essa deve ser a conduta do homem de bem, aliando
condições de luz para a luz de todas as criaturas. Se queres ser alegre,
lembra-te que a alegria somente nasce no dever cumprido, no amor sem condições e
na caridade sem troca. Trabalha neste sentido, que logo verás invadir em teu
coração o coração de Jesus, a te ajudar a viver melhor. Quem deseja ser bom, já
deu um passo para a bondade, porém, não deve ficar somente no
desejo.
Avança mais um pouco. Se desejas ser alegre, na alegria
pura, dá um passo neste clima e não fiques só na vontade. Exercita os
sentimentos e doa essa virtude como flor do teu coração para os corações que te
cercam."
(“Flor de Vida”, Scheilla/João Nunes
Maia)
quinta-feira, 17 de março de 2016
"POR CRISTO"
“E se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, põe isso à minha
conta.”
— Paulo. (FILIMON, capítulo 1, versículo 18.)
"Enviando Onésimo a Filêmon, Paulo, nas suas expressões inspiradas e felizes, recomendava ao amigo lançasse ao seu débito quanto lhe era devido pelo portador.
Afeiçoemos a exortação às nossas necessidades próprias.
Em cada novo dia de luta, passamos a ser maiores devedores do Cristo.
Se tudo nos corre dificilmente, é de Jesus que nos chegam as providências justas. Se tudo se desenvolve retamente, é por seu amor que utilizamos as dádivas da vida e é, em seu nome, que distribuímos esperanças e consolações.
Estamos empenhados à sua inesgotável misericórdia.
Somos dEle e nessa circunstância reside nosso título mais alto.
Por que, então, o pessimismo e o desespero, quando a calúnia ou a ingratidão nos ataquem de rijo, trazendo-nos a possibilidade de mais vasta ascensão? Se estamos totalmente empenhados ao amor infinito do Mestre, não será razoável compreendermos pelo menos alguma particularidade de nossa dívida imensa, dispondo-nos a aceitar pequenina parcela de sofrimento, em memória de seu nome, junto de nossos irmãos da Terra, que são seus tutelados igualmente?
Devemos refletir que quando falamos em paz, em felicidade, em vida superior, agimos no campo da confiança, prometendo por conta do Cristo, porqüanto só Ele tem para dar em abundância.
Em vista disso, caso sintas que alguém se converteu em devedor de tua alma, não te entregues a preocupações inúteis, porque o Cristo é também teu credor e deves colocar os danos do caminho em sua conta divina, passando adiante."
("Caminho, Verdade e Vida", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
quarta-feira, 16 de março de 2016
"OBEDIÊNCIA"
"Almejas realizar, influenciar, servir...
Afirmas-te, porém, sob restrições e
dificuldades de toda sorte.
Observa, no entanto, o trem da
vida em que viajas.
Carro que transporta, poltrona que guarda,
prato que serve o fruto que alimenta, não surgiram sem começo. E todas essas
utilidades, em se formando, para se mostrarem proveitosas, obedecem e
obedeceram, na construção, na ordem, no tipo, na estrutura...
Se algo esperas edificar, não te afastes
das exigências do início.
E, depois do primeiro passo, se aspiras à
vitória no objetivo, segue, dia a dia, no trato da obediência."
(“Ideal Espírita”, Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier)
terça-feira, 15 de março de 2016
"O PODER DA PALAVRA"
“Em
verdade, em verdade, vos digo.” Jesus (Jo,6:26)
"Os
recursos que tem a palavra, para erigir edifícios formosos de luz ou fossas
escuras de trevas, ainda não são devidamente compreendidos.
Os
elementos que compõem a palavra, para que ela caustique ou refrigere,
certamente ainda não vêm sendo devidamente considerados.
A
força que as palavras guardam em si, a fim de gerar esperança ou de promover o
desalento, ainda não vem sendo analisada.
A
energia que veste cada palavra, possibilitando a construção da paz ou da
destruição da guerra, terá que ser, um dia, examinada, para que, futuramente,
lancemos mão da arte de falar para a elaboração do melhor.
o-o-o
Pela
magia da voz, Sócrates cria amaiêutica e instrui a
juventude, embriagando de subidos valores filosóficos os seguidores
do seu falar e do seu viver.
Por
meio da palavra, Napoleão determina, e explode o conflito que lhe custaria a
derrota e a morte, que não lhe tardaria.
Falando,
o Poverelo (Pobrezinho) de Assis transforma os tempos e canta
a melodia do amor fraternal a tudo e a todos, fazendo-se arauto dos tempos de
ventura que chegarão para quem os busque.
Através
do diálogo, Lincoln faz-se o pai da liberdade americana e assina os documentos
que lhe consagrariam o nome para sempre.
Foi
com a palavra que o dúlcido Raban Galileu (do hebraico Raban ou Rabbôn,
que era uma forma mais solene, donde saiu Rabboni, que significa “meu
senhor”) teceu as canções mais admiráveis, comoventes e verdadeiras
como jamais se ouvira sobre o mundo.
“Em
verdade, em verdade, vos digo...”
Quando
as palavras humanas refletirem a verdade, promovendo equilíbrio onde sejam
enunciadas, e, como ocorreu com estes aos quais nos referimos, as palavras
foram confirmadas pelos atos, com toda certeza retornaremos ao regaço
espiritual de Jesus, avançando felizes pelas veredas do nosso burilamento para
a Eternidade.
“Em
verdade, em verdade, vos digo...”
Quando
aceitarmos a palavra do Cristo como veraz roteiro para todos nós, sem dúvida
que o mundo se alcandorará para os braços de Deus.
Fale
o melhor, fale o bem. Renove-se com o ato de falar, a fim de que não se perca
nos pântanos da inverdade que costuma, onde medra, promover tormento e
agressão, agonia e ignorância, que perturbam e derrotam, irrefragavelmente."
(“Nossas riquezas maiores”, Francisco de Paula Vitor, J. Raul Teixeira)
segunda-feira, 14 de março de 2016
"IDENTIDADE DOS ESPÍRITOS NAS COMUNICAÇÕES PARTICULARES"
"Por que os Espíritos evocados por um
sentimento de afeição muitas vezes se recusam a dar provas
incontestáveis de sua identidade?"
"Compreende-se todo o valor ligado às
provas de identidade da parte dos Espíritos que nos são caros. Tal
sentimento é muito natural e parece que pelo fato dos Espíritos poderem
manifestar-se deve ser-lhes muito fácil atestar a sua personalidade. A
falta de provas materiais é, para certas pessoas, sobretudo para as que
não conhecem o mecanismo da mediunidade, isto é, a lei das relações
entre os Espíritos e os homens, uma causa de dúvida e de penosa
incerteza. Embora tenhamos tratado várias vezes desta questão, vamos
examiná-la novamente, para responder a algumas perguntas que nos são
dirigidas.
Nada temos a acrescentar ao que foi dito
sobre a identidade dos Espíritos que vêm unicamente para a nossa
instrução, e que deixaram a Terra há algum tempo. Sabemos que ela não
pode ser atestada de maneira absoluta e que devemo-nos limitar ao
julgamento do valor da linguagem.
A identidade não pode ser constatada com
certeza senão para os Espíritos que partiram recentemente, cujo caráter
e hábitos se refletem em suas palavras. Nestes, a identidade se revela
por mil particularidades. Algumas vezes a prova ressalta de fatos
materiais, característicos, mas o mais das vezes de nuanças da própria
linguagem e de uma porção de pequenos nadas que, por serem pouco
evidentes, não são menos significativos.
Muitas vezes as comunicações deste
gênero encerram mais provas do que se pensa, e que descobrimos com mais
atenção e menos prevenção. Infelizmente, na maior parte do tempo, as
pessoas não se contentam com o que o Espírito quer ou pode dar; querem
provas à sua maneira; pedem-lhe para dizer ou fazer isto ou aquilo; que
lembre um nome ou um fato, e isso num momento dado, sem pensar nos
obstáculos que por vezes a isto se opõem, e paralisam a sua boa vontade. Depois,
obtido o que desejam, muitas vezes querem mais. Acham que ainda não é
bastante concludente; após um fato, pedem outro e mais outro. Numa
palavra, nunca têm bastante para se convencer. É então que, muitas
vezes, fatigado por tal insistência, o Espírito cessa completamente de
se manifestar, esperando que a convicção chegue por outros meios. Mas
muitas vezes também sua abstenção lhe é imposta por uma vontade
superior, como punição ao solicitante muito exigente, e também como
prova para a sua fé, porque, se por algumas decepções e não obtenção do
que quer e pela maneira pela qual o quer, ele viesse a abandonar os
Espíritos, esses por sua vez o abandonariam, deixando-o mergulhado nas
angústias e nas torturas da dúvida, feliz quando o seu abandono não tem
consequências mais graves.
Mas, numa porção de casos, as provas
materiais de identidade são independentes da vontade do Espírito e do
desejo que ele tem de as dar. Isto se deve à natureza ou ao estado do
instrumento pelo qual ele se comunica. Há na faculdade mediúnica uma
infinita variedade de nuanças que tornam o médium apto ou impróprio à
obtenção de tais ou quais efeitos que, à primeira vista, parecem
idênticos, mas que dependem de influências fluídicas diferentes. O
médium é como um instrumento de muitas cordas, e não pode emitir som
pelas cordas que lhe faltam.
Eis um exemplo notável:
Conhecemos um médium que pode ser posto
entre os de primeira ordem, tanto pela natureza das instruções que
recebe quanto pela aptidão para se comunicar com quase todos os
Espíritos, sem distinção. Inúmeras vezes, em evocações particulares,
obteve irrefutáveis provas de identidade, pela reprodução da linguagem e
do caráter de pessoas que jamais tinha conhecido. Há algum tempo, fez
para uma pessoa que acabava de perder subitamente vários filhos, a
evocação de um destes últimos, uma menina. A comunicação refletia
perfeitamente o caráter da menina e era tanto mais satisfatória porque
respondia a uma dúvida do pai acerca de sua posição como Espírito.
Contudo, só havia provas de certo modo morais. O pai achava que um outro
filho teria podido dizer o mesmo; queria algo que só a filha pudesse
dizer; admirava-se, sobretudo de que o chamasse de pai, em vez do
apelido familiar que lhe dava, e que não era um nome francês, partindo
da ideia de que se ela dizia uma palavra, podia dizer-lhe outra. Tendo o
pai perguntado a razão, eis a resposta que, a respeito, deu o guia do
médium:
“Embora inteiramente desprendida, vossa
filhinha não estaria em condições de vos fazer compreender por que ela
não pode fazer com que o médium repita os termos por vós conhecidos que
ela lhe transmite. Ela obedece a uma lei em se comunicando, mas não a
compreende suficientemente para explicar o seu mecanismo. A mediunidade é
uma faculdade cujas nuanças variam ao infinito e os médiuns que de
ordinário tratam de assuntos filosóficos só obtém raramente, e sempre
espontaneamente, essas particularidades que fazem reconhecer a
personalidade do Espírito de maneira evidente. Quando os médiuns desse
gênero pedem uma prova de identidade, no desejo de satisfazer o
evocador, as fibras cerebrais tensas por seu desejo já não são bastante
maleáveis para que o Espírito as faça mover-se à sua vontade. Daí se
segue que as palavras características não podem ser reproduzidas. O
pensamento fica, mas a forma não mais existe. Não há, pois, nada de
estranhável que vossa filha vos tenha chamado de pai em vez de
vos dar a qualificação familiar que esperáveis. Por um médium especial
obtereis resultados que vos satisfarão. É só ter um pouco de paciência.”
Depois de alguns dias, achando-se esse
senhor no grupo de um dos nossos membros, obteve de outro médium, pela
tiptologia, e em presença do primeiro, não só o nome que desejava, sem
que tivesse pedido especialmente, mas outros fatos de notável precisão.
Assim, a faculdade do primeiro médium, por mais desenvolvida e flexível
que fosse, não se prestava a esse gênero de produção mediúnica. Ele
podia reproduzir as palavras que são a tradução do pensamento
transmitido, e não termos que exigem um trabalho especial. Por isso, o
conjunto da comunicação refletia o caráter e a disposição das ideias do
Espírito, mas sem sinais materiais característicos. Um médium não é um
mecanismo próprio para todos os efeitos. Assim como não se encontram
duas pessoas inteiramente semelhantes no físico e no moral, não há dois
médiuns cuja faculdade seja absolutamente idêntica.
É de notar que as provas de identidade
quase sempre vêm espontaneamente, no momento em que menos se pensa, ao
passo que são dadas raramente quando pedidas. Capricho da parte do
Espírito? Não; há uma causa material, que é a seguinte.
As disposições fluídicas que estabelecem
as relações entre o Espírito e o médium oferecem nuanças de extrema
delicadeza, inapreciáveis por nossos sentidos e que variam de um momento
a outro no mesmo médium. Muitas vezes um efeito que não é possível num
desejado momento, sê-lo-á uma hora, um dia ou uma semana mais tarde,
porque as disposições ou a energia das correntes fluídicas terão mudado.
Dá-se aqui como se dá na fotografia, em que uma simples variação na
intensidade ou na direção da luz basta para favorecer ou impedir a
reprodução da imagem. Um poeta faz versos à vontade? Não. É-lhe
necessária a inspiração; se não estiver em condições favoráveis, por
mais que cave o cérebro, nada obtém. Perguntai-lhe por quê. Nas
evocações, o Espírito deixado à vontade aproveita disposições que
encontra no médium, aproveita o momento propício. Mas, quando essas
disposições não existem, ele não pode mais que o fotógrafo com a
ausência de luz. A despeito de seu desejo, portanto, ele não pode sempre
satisfazer instantaneamente a um pedido de provas de identidade. Eis
por que é preferível esperá-las em vez de solicitá-las.
Além disto, é preciso considerar que as
relações fluídicas que devem existir entre o Espírito e o médium jamais
se estabelecem completamente desde a primeira vez, pois a assimilação só
se faz com o tempo e gradualmente. Disso resulta que, inicialmente, o
Espírito sempre experimenta uma dificuldade que influi na clareza, na
precisão e no desenvolvimento das comunicações, ao passo que, quando o
Espírito e o médium estão habituados um ao outro, quando seus fluidos
estão identificados, as comunicações se dão naturalmente, porque não há
mais resistências a vencer.
Vê-se por aí quantas considerações há
que levar em conta no exame das comunicações. É por não fazê-lo e por
não conhecer as leis que regem essas espécies de fenômenos que muitas
vezes se pede o que é impossível. É absolutamente como se alguém que não
conhecesse as leis da eletricidade se admirasse que o telégrafo pudesse
experimentar variações e interrupções e concluísse que a eletricidade
não existe.
O fato da constatação da identidade de
certos Espíritos é um acessório no vasto conjunto dos resultados que o
Espiritismo abarca. Se essa constatação fosse impossível, ela nada
prejulgaria contra as manifestações em geral, nem contra as
consequências morais daí decorrentes. Seria preciso lamentar os que se
privassem das consolações que ela proporciona, por não terem obtido uma
satisfação pessoal, pois isto seria sacrificar o todo à parte."
("Revista Espírita", Allan Kardec - Julho 1866)
domingo, 13 de março de 2016
"EXPERIÊNCIA DOMÉSTICA"
"Ordem, trabalho, caridade, benevolência, compreensão
começam dentro de casa.
A parentela é um campo de aproximação, jamais cativeiro.
Aprendamos a ouvir sem interromper os que falam à mesa doméstica, a fim de que possamos escutar com segurança as aulas da vida.
O lar é um ponto de repouso e refazimento, nunca mostruário de móveis e filigranas, conquanto possa e deva ser enfeitado com distinção e bom gosto, tanto quanto possível.
Quem pratica o desperdício, não reclame se chegar a penúria.
Benditos quantos se dedicam a viver sem incomodar os que lhe compartilhem a experiência.
Evite as brincadeiras de mau gosto que, não raro,
conduzem a desastre ou morte prematura.
O trabalho digno é a cobertura de sua independência.
Aconselhe a criança e ajude a criança na formação espiritual,
que isso é obrigação de quem orienta, mas respeite os adultos em
suas escolhas, porque os adultos são responsáveis e devem ser
livres nas próprias ações, tanto quanto você deseja ser livre
em suas idéias e empreendimentos.
Se você não sabe tolerar, entender, abençoar ou ser útil a oito ou
dez pessoas do ninho doméstico, de que modo cumprir os seus
ideais e compromissos de elevação nas áreas da Humanidade?
Muitos crimes e muitos suicídios são levados a efeito a pretexto
de se homenagear carinho e dedicação no mundo familiar."
("Sinal Verde", André Luiz/Francisco Cândido Xavier)
começam dentro de casa.
A parentela é um campo de aproximação, jamais cativeiro.
Aprendamos a ouvir sem interromper os que falam à mesa doméstica, a fim de que possamos escutar com segurança as aulas da vida.
O lar é um ponto de repouso e refazimento, nunca mostruário de móveis e filigranas, conquanto possa e deva ser enfeitado com distinção e bom gosto, tanto quanto possível.
Quem pratica o desperdício, não reclame se chegar a penúria.
Benditos quantos se dedicam a viver sem incomodar os que lhe compartilhem a experiência.
Evite as brincadeiras de mau gosto que, não raro,
conduzem a desastre ou morte prematura.
O trabalho digno é a cobertura de sua independência.
Aconselhe a criança e ajude a criança na formação espiritual,
que isso é obrigação de quem orienta, mas respeite os adultos em
suas escolhas, porque os adultos são responsáveis e devem ser
livres nas próprias ações, tanto quanto você deseja ser livre
em suas idéias e empreendimentos.
Se você não sabe tolerar, entender, abençoar ou ser útil a oito ou
dez pessoas do ninho doméstico, de que modo cumprir os seus
ideais e compromissos de elevação nas áreas da Humanidade?
Muitos crimes e muitos suicídios são levados a efeito a pretexto
de se homenagear carinho e dedicação no mundo familiar."
("Sinal Verde", André Luiz/Francisco Cândido Xavier)
sábado, 12 de março de 2016
"NÃO SOMENTE"
“Nem só de pão vive o homem”.- Jesus. (Mateus. 4:4).
"Não somente agasalho que proteja o corpo, mas também o refúgio de
conhecimentos superiores que fortaleçam a alma.
Não só a beleza da máscara fisionômica, mas igualmente a formosura
e nobreza dos sentimentos.
Não apenas a eugenia que aprimora os músculos, mas também a
educação que aperfeiçoa as maneiras.
Não somente a cirurgia que extirpa o defeito orgânico, mas
igualmente o esforço próprio que anula o defeito íntimo.
Não só o domicílio confortável para a vida física, mas também a casa
invisível dos princípios edificantes em que o espírito se faça útil,
estimado e respeitável.
Não apenas os títulos honrosos que ilustram a personalidade
transitória, mas igualmente as virtudes comprovadas, na luta
objetiva, que enriqueçam a consciência eterna.
Não somente claridade para os olhos mortais, mas também luz divina
para o entendimento imperecível.
Não só aspecto agradável, mas igualmente utilidade viva.
Não apenas flores, mas também frutos.
Não somente ensino continuado, mas igualmente demonstração ativa.
Não só teoria excelente, mas também prática santificante.
Não apenas nós, mas igualmente os outros.
Disse o Mestre: - "Nem só de pão vive o homem".
Apliquemos o sublime conceito ao imenso campo do mundo.
Bom gosto, harmonia e dignidade na vida exterior constituem dever,
mas não nos esqueçamos da pureza, da elevação e dos recursos
sublimes da vida interior, com que nos dirigimos para a Eternidade."
("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
"Não somente agasalho que proteja o corpo, mas também o refúgio de
conhecimentos superiores que fortaleçam a alma.
Não só a beleza da máscara fisionômica, mas igualmente a formosura
e nobreza dos sentimentos.
Não apenas a eugenia que aprimora os músculos, mas também a
educação que aperfeiçoa as maneiras.
Não somente a cirurgia que extirpa o defeito orgânico, mas
igualmente o esforço próprio que anula o defeito íntimo.
Não só o domicílio confortável para a vida física, mas também a casa
invisível dos princípios edificantes em que o espírito se faça útil,
estimado e respeitável.
Não apenas os títulos honrosos que ilustram a personalidade
transitória, mas igualmente as virtudes comprovadas, na luta
objetiva, que enriqueçam a consciência eterna.
Não somente claridade para os olhos mortais, mas também luz divina
para o entendimento imperecível.
Não só aspecto agradável, mas igualmente utilidade viva.
Não apenas flores, mas também frutos.
Não somente ensino continuado, mas igualmente demonstração ativa.
Não só teoria excelente, mas também prática santificante.
Não apenas nós, mas igualmente os outros.
Disse o Mestre: - "Nem só de pão vive o homem".
Apliquemos o sublime conceito ao imenso campo do mundo.
Bom gosto, harmonia e dignidade na vida exterior constituem dever,
mas não nos esqueçamos da pureza, da elevação e dos recursos
sublimes da vida interior, com que nos dirigimos para a Eternidade."
("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
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