"A
Providência Divina, pelas providências humanas, sustenta o amparo
indiscriminado a todas as criaturas, mas estatui a reciprocidade em todos os
processos de ação pelos quais a bondade da vida se manifesta.
Comparemos
a prece e a obsessão ao anseio de saber e ao tormento da ignorância.
O
professor esclarece o discípulo mas não lhe dispensa a aplicação direta ao
ensino. E se o aluno é surdo-mudo, mesmo assim, para instruir-se, é obrigado a
concentrar muitas das possibilidades da visão e da audição nas sutilezas do
tato, se quer assimilar o que aprende.
Recorramos,
ainda, à lição viva que surge, entre a doença e o remédio.
Administrar-se-á
medicamento ao enfermo, mas não se pode eximi-lo do concurso necessário. E se o
paciente não consegue ou não deve acolher os recursos precisos, através da
boca, é constrangido a recebê-los por intermédio dos poros, das veias ou de
outros canais do corpo.
Todo
socorro essencial ao veículo físico reclama a participação do veículo físico.
Ninguém
extingue a própria fome pelo esôfago alheio.
Assim,
também, nas necessidades do espírito,
Na
desobsessão, a prece indica a atividade libertadora, no entanto, não exonera o
interessado da obrigação de renovar-se pelo serviço e pelo estudo, a fim de que
se areje a casa íntima, de vez que todos aqueles que se acumpliciaram conosco,
na prática do mal, em existências passadas, somente se transformam para o bem,
quando nos identificam o esforço, por vezes difícil e doloroso, da nossa
reeducação, na prática do bem.
Resumindo,
imaginemos o irmão obsidiado, ainda lúcido, como sendo prisioneiro da própria
mente, convertida então em cela escura e comparemos o socorro espiritual à
lâmpada generosa.
Obsessão
é o bolo pestífero transformado em caprichoso ferrolho na sombra. Oração é luz
que acende.
A
claridade traça a orientação do que se tem a fazer, mas o detento é chamado a
tomar a iniciativa do trabalho para libertar a si mesmo, removendo
corajosamente o tenebroso foco de atração."
("Opinião Espírita", Emmanuel e André Luiz/Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)
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