quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

"Quando vem a tempestade..."






"Quando vem a tempestade
Sobre as flores da ilusão!
O! Pai, sois a luz divina, 
O cântico da certeza, 
Vencendo toda aspereza,
Vencendo toda aflição."

(“Paulo e Estevão”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"OS TRÊS CRIVOS"

"Diz você meu amigo, no trecho final de sua carta:
“Que fazer Irmão X, para desmanchar a trama de intrigas que nos sufoca a instituição? Dia a dia, cresce o diz que diz. E, enquanto isso ocorre, a treva da obsessão, em nossas bandas, parece tiririca em terra largada. É perturbação trazendo perturbação. Que medida nos aconselha, que idéia renovadora você nos dá?”
Conselhos, meu caro, não os tenho.
Os princípios salvadores que abraçamos, no Evangelho de Jesus, falam por si e, de tal modo, que seria temeridade articular diretrizes no intento de ultrapassá-los.
Se posso no entanto, formular referência ligeira, peço permissão para reportar-me a antiga lição que vários escritores atribuem a Sócrates.
Certa feita, um homem esbaforido achegou-se ao grande filósofo Sócrates e sussurrou-lhe aos ouvidos:
- Escuta, Sócrates... Na condição de teu amigo, tenho alguma coisa muito grave para dizer-te, em particular...
- Espera!... - ajuntou o sábio prudente.
- Já passaste o que me vais dizer pelos três crivos?
- Três crivos?! – perguntou o visitante, espantado.
- Sim, meu caro amigo, três crivos.
Observemos se a tua confidência passou por eles.
O primeiro é o crivo da verdade. Guardas absoluta certeza, quanto àquilo que me pretendes comunicar?
- Bem, ponderou o interlocutor, - assegurar, mesmo, não posso... Mas ouvi dizer e... então...
- Exato.
Decerto peneiraste o assunto pelo segundo crivo, o crivo da bondade. Ainda que não seja real o que julgas saber, será pelo menos bom o que me queres contar?
Hesitando, o homem replicou:
- Isso não!... Muito pelo contrário...
- Ah! - tornou o sábio - então recorramos ao terceiro crivo: o da utilidade, e notemos o proveito do que tanto te aflige. - Útil?!... - aduziu o visitante ainda mais agitado - Útil não é...
- Bem - rematou o filósofo num sorriso, - se o que me tens a confiar não é verdadeiro, nem é bom e nem é útil, esqueçamos o problema e não te preocupes com ele, já que nada valem casos sem qualquer edificação para nós...

Aí está, meu amigo, a lição de Sócrates, em questões de maledicência...Se pudermos aplicá-la, creio que teremos ganho tempo e recursos preciosos para rearticular o serviço, refazer a paz, realizar o melhor e seguir para a frente."
("Aulas da vida", Irmão X (Humberto de Campos)/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

"A subida..."




"A subida é áspera para quem deseja o ar puro dos cimos."

(Carlos Augusto, na obra "Relicário de Luz", Autores 
Diversos/Francisco Cândido Xavier)

"NEUTRALIDADE DINÂMICA"

"As dissensões se multiplicam em redor dos teus passos e quedas-te sem saber que rumo tomar. Companheiros que te constituíam exemplos de equidade, de um para outro momento desvelaram-se, e como se estivessem dominados por forças infelizes agridem, deblateram, esgrimem o verbo acusador, e se não fossem as circunstâncias que os não favorecem, iriam a vias de fato. 
Amigos que se dividem, produzindo animosidade procuram conquistar adeptos para suas posições, e, a ouvi-los, individualmente, sentes inquietação, face à força da argumentação que usam e das ardilosas intrigas que destilam. Confrades antes gentis, agora se anatematizam, porque se acreditam traídos, afastando-se uns dos outros e disseminando bem urdidas acusações... Tudo se apresenta convulsionado. E nos arraiais em que laboras, o clima é de perturbação. Uns desejam tua definição a fim de usar-te como arma de divisão; outros impõem-te declaração de modo a te acumpliciares com eles, cada qual mais fascinado pelas próprias paixões pessoais do que pela Causa em favor da qual asseveram trabalhar. Define-te, porém, pelo Cristo e filia-te ao trabalho desenvolvido pelo Codificador do Espiritismo o preclaro Allan Kardec. Mais do que a definição, testemunha fidelidade a um e a outro, mediante a operosidade que apliques no bem constante. 
Situa-te, desse modo, em posição de neutralidade dinâmica. Enquanto outros discutem e se acusam, age na caridade, na divulgação da Doutrina Espírita, na fraternidade para com todos. Não te permitas colocar mais lenha na fogueira das divisões. Os ociosos ardem, quando estimulados pelas discussões vazias. Os que trabalham, todavia, não dispõem de tempo para a intemperança. Disputa, assim, a honra de ajudar, enquanto outros a buscam a fim de se projetar...... A neutralidade dinâmica faz muita falta na atualidade, em muitos setores da vida, porquanto é fácil discordar, agredir, separar. Difícil é conviver em paz trabalhando pela ordem e perseverar sem os lamentáveis desperdícios de tempo, oportunidade e realização. 
Disse Jesus: "Toda Casa dividida contra si mesma não subsistirá." Enquanto os contendores e acusadores gratuitos se comprazem nas atitudes negativas e nos comentários dissolventes, convoca os espíritos resolutos à luta do Cristo e, não obstante possuírem opiniões diferentes neste ou naquele conceito, a trabalharem unidos, ensinando que “Trabalho, Solidariedade, Tolerância não são apenas uma lapidar trilogia kardequiana, mas lição viva em que todos nos encontramos empenhados, realmente, por viver”.  
("Celeiro de Bençãos", Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

"EM TERMOS LÓGICOS"

"Não há vida sem responsabilidade.
       Todo ser tem direitos e obrigações.
*
       Não há ação sem testemunha.
       Somos participantes da Vida Universal.
*
       Não há bem ou mal gerados espontaneamente.
       Todo ato surge após o autor.
*
       Não há erro com razão.
Só a verdade é lógica.
                                *
Não há sentimentos incontroláveis.
O espírito é o criador da própria emoção.
                                *
Não há dificuldade intransponível.
Cada aluno recebe lições conforme o entendimento que evidencia.
                                *
Não há perfeita alegria que viceje no insulamento.
A felicidade é bênção de luz que apenas medra no terreno da solidariedade.
                                *
Não há ponto final para o amor.
Amor é vida e a vida é eternidade."


 

(André Luiz, na obra “Estude e Viva”, Emmanuel e André Luiz/Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

"A LUZ SEGUE SEMPRE"

“E as suas palavras lhes pareciam como desvario, e não  as creram.” (Lucas, 24:11)  


"A perplexidade surgida no dia da Ressurreição do Senhor ainda é a mesma nos tempos que passam, sempre que a natureza divina e invisível ao olhar comum dos homens manifesta suas gloriosas mensagens. 
As mulheres devotadas, que se foram em romaria de amor  ao túmulo do  Mestre, sempre encontraram sucessores. Todavia, são muito raros os Pedros que se dispõem a levantar para a averiguação da verdade. 
Em todos os tempos, os transmissores de notícias de além­túmulo  peregrinaram na Terra, quanto hoje. 
As escolas religiosas deturpadas, porém, somente em raras ocasiões aceitaram o valioso concurso que se lhes oferecia. 
Nas épocas passadas, todos os instrumentos da revelação espiritual, com raras exceções, foram categorizados como bruxos, queimados na praça pública e, ainda hoje, são tidos por dementes, visionários e feiticeiros. É que a maioria dos companheiros de jornada humana vivem agarrados aos inferiores interesses de alguns momentos e as palavras da verdade imortalista sempre lhes pareceram consumado desvario. Entregues ao efêmero, não crêem na expansão da vida, dentro  do infinito e da eternidade, mas a luz da Ressurreição prossegue sempre, inspirando  seus missionários ainda incompreendidos."
("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 27 de dezembro de 2015

"O ORGULHO"

"Entre todas as imperfeições humanas, a mais comum e também a mais perniciosa é, sem dúvida, o orgulho.

       Orgulhamo-nos, todos, da posição que ocupamos na paisagem social, tratando com desdém os que se demoram em planos menos elevados. Não levamos em conta que a vida é cheia de surpresas e que, amanhã ou depois, poderemos sofrer uma queda que ponha por terra toda a nossa altanaria.

-o-
       A Doutrina Espírita, dando-nos a conhecer que não vivemos uma só vez, mas um sem número de vezes, no seio de todas as raças, num e noutro sexo, nas diversas camadas sociais, conhecendo as mais diferentes vicissitudes,  a fim de adquirirmos as experiências que cada uma  dessas condições pode ensejar-nos; lembramo-nos, outrossim, que nada deste mundo nos pertence, pois tudo terá que ser deixado aqui, exceto o que se constitui patrimônio inalienável do espírito; a sabedoria e as boas qualidades morais, mostra-nos a sem razão do orgulho, sob qualquer aspecto em que o analisemos, constituindo-se, destarte, o mais eficaz remédio para combatê-lo, o que vale dizer, para tornar a Humanidade menos soberba e, consequentemente, mais feliz!"

(“Páginas de Espiritismo Cristão”, Rodolfo Calligaris)

sábado, 26 de dezembro de 2015

"SALÁRIOS"

"E contentai­vos com o vosso soldo.” João Batista (Lucas, 3:14)  

"A resposta de João Batista aos soldados, que lhe rogavam esclarecimentos, é modelo de concisão e de bom senso. 
Muita gente se perde através de inextricáveis labirintos, em virtude da compreensão deficiente acerca dos problemas de remuneração na vida comum. 
Operários existem que reclamam salários devidos a ministros, sem cogitarem das graves responsabilidades que, não raro, convertem os administradores do mundo em vítimas da inquietação e da insônia, quando não seja em mártires de representações e banquetes. 
Há homens cultos que vendem a paz do lar em troca da dilatação  de vencimentos. 
Inúmeras pessoas seguem, da mocidade à velhice do corpo, ansiosas e descrentes, enfermas e aflitas, por não se conformarem com os ordenados mensais que as circunstâncias do caminho  humano lhes assinalam, dentro dos imperscrutáveis Desígnios.
 Não é por demasia de remuneração que a criatura se integrará nos quadros divinos. 
Se um homem permanece consciente quanto aos deveres que lhe competem, quanto mais altamente pago, estará mais intranqüilo. 
Desde muito, esclarece a filosofia popular que para a grande nau surgirá a grande tormenta. Contentar-­se cada servidor com o próprio salário é prova de elevada compreensão, ante a justiça do Todo­-Poderoso. 
Antes, pois, de analisar o pagamento da Terra, habitua­-te a valorizar as concessões do Céu."
("Pão Nosso", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

"PETIÇÕES DE NATAL"

"Senhor!... 
Quando criança, Só surgia o Natal, 
Eu te enfeitava o nome em flores de papel, 
E te rogava em oração, Tomada de esperança, 
Que me mandasses por Papai Noel, 
Uma boneca diferente, Que caminhasse à minha frente, 
Ou falasse em minha mão...

Noutro tempo, Senhor, 
Jovem pisando alfombras cor-de-rosa, 
De cada vez que ouvia, Anúncios de Natal, 
Deslumbrada de sonho, eu te pedia, 
Um castelo de amor e fantasia, 
Para o meu ideal.

Depois... Mulher cansada, Quando via o Natal, 
brilhando à porta, Minha pobre ansiedade quase morta, 
Multiplicava preces, E suplicava que me desses, 
Na velha angústia minha, A ilusão de ser amada, 
Embora, ao fim da estrada, Fosse triste e sozinha.

Hoje, Senhor, Alma livre, no Além, onde o consolo me refaz,
Ante a luz do Natal, novamente acendida, 
Agradeço-te, em paz, Contente e enternecida, 
As surpresas da morte e as lágrimas da vida!...

E, se posso implorar-te algo à bondade, 
Nunca me dês aquilo que eu mais queira, 
Dá-me a tua vontade, E o dom da compreensão,
Entre a humildade verdadeira, E a serena alegria, 
A fim de que eu te busque, dia-a-dia, 
Mestre do coração!..."


(" À Luz da Oração", Maria Dolores/Francisco Cândido Xavier)


quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

"RECORDANDO OS NATAIS COM CHICO XAVIER"

          "Recordo-me que nós, os frequentadores do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba (MG), aguardávamos a chegada do Natal, com ansiedade, para que, na agradável companhia de Chico Xavier, comemorássemos o nascimento de Jesus. Na véspera do dia 25, saíamos da casa do médium, em pequena caravana, percorrendo os bairros pobres da cidade, deixando para trás as tertúlias e os lautos banquetes com que costumávamos festejar a noite de Natal. Os nossos familiares, a princípio, estranhavam aquela nossa mudança de hábito; muitos, inclusive, rotulando-nos de fanáticos: - “Onde é que já se viu – diziam – deixar de passar o Natal com a família e com os amigos para visitar a periferia?!...”.
          Mas nada, de fato, se comparava àquela alegria íntima que Chico nos proporcionava, desfrutando de sua convivência – sentíamos que, em verdade, nunca festejáramos o Natal de forma tão condizente!
          Partíamos por volta das 20 horas do dia 24, e a abençoada peregrinação só era concluída na madrugada do dia 25, quando, há exatos dois mil anos, Jesus veio ao mundo ensinar-nos justamente o que Chico Xavier estava novamente nos ensinando – o amor aos semelhantes. Em torno das 3 horas da manhã do dia de Natal, escutando o cantar dos galos da vizinhança e sob o brilho sereno das estrelas irmãs daquela de Belém, acompanhávamos o médium numa prece, antes que fraternalmente nos abraçássemos e nos despedíssemos. A prece de encerramento da nossa peregrinação natalina era feita na casa de uma senhora, que nos recebia com bolos, biscoitos e pães-de-queijo, que se fazia acompanhar de fumegantes chás aromáticos – chá de canela, de cravo, de maçã e... um café feito na hora para quem desejasse espantar o sono.
          Era um exercício de paciência e de bondade. Em cada casa visitada por nós, Chico deixava uma pequena lembrança – brinquedos para crianças, roupas, pães, doces e, principalmente, muita alegria. Ele não tinha pressa – aliás, Chico nunca teve pressa. Entrava em todas as casas, conversava, sorria, fazia uma prece, contava uma história... Ia se revezando, de braços dados com uns e outros – todos esperávamos o momento de dar-lhe o braço e de ouvir-lhe mais de perto as palavras iluminadas de sabedoria. De quando em quando, no meio da noite, ele parecia fitar algo no céu estrelado e se transfigurava em silêncio, com os olhos marejados...
          Seguindo-o no carro que o conduzia, adentrávamos ruas estreitas quase intransitáveis, chegando a choupanas erguidas à beira de despenhadeiros ou a palhoças que, para ele, com certeza sugeriam uma estrebaria – era como se ele estivesse, naquela noite, numa roupagem diferente de rei, procurando avidamente, como três outros reis haviam procurado, o local do nascimento de uma criança...
          A peregrinação natalina de Chico Xavier, no entanto, começava nos primeiros dias de dezembro: a grande distribuição de cestas básicas no Grupo Espírita da Prece, a visita ao leprosário em Goiânia, aos doentes defogo selvagem em Uberaba, aos presos do Carandiru, em São Paulo...
            Diversas instituições espíritas sempre receberam de suas mãos algum tipo de auxílio para suas campanhas de Natal – doações financeiras que ele repassava, tendo o cuidado de colocar o dinheiro dentro de um envelope e de entregá-lo com a maior discrição possível. Nós mesmos, dele recebíamos para o Natal do Bittencourt Sampaio, a Márcia para o Natal da Cantina Maria João de Deus, o Sr. Joaquim Cassiano para o Natal do Vicente de Paulo, os irmãos João e Lázaro para o Natal do Lar Espírita de Lázaro...
          Interessante é que, por vezes, nos melindrávamos, porque ficávamos enciumados de outros companheiros ao seu lado; não tínhamos ainda percepção da grandeza daquela ora! Entendendo nossa infantilidade, Chico procurava dividir atribuições conosco: uns repartiam pães, outros tomavam conta das filas que se formavam nas ruas, alguns transmitiam passes nos doentes acamados ou proferiam preces...
          Em um casebre humilde, as crianças o recebiam com flores e canções natalinas; noutra residência pobre, folia-de-reis o esperava com bandeira do Divino – cantavam para ele, e ele, o tempo todo, segurando a bandeira... Lá fora, a multidão que sempre se aglomerou ao redor de Chico Xavier! Às vezes, tínhamos que sair às pressas: era muita gente para pouca coisa. Ainda não sabemos multiplicar pães e peixes para mais de cinco mil pessoas, fazendo sobrarem doze cestos...
          Inesquecíveis Natais com Chico Xavier! Inesquecíveis dias de tantas saudades e recordações!...
          De permeio, a sua mediunidade ímpar, sublime e bela! – as notícias de Jesus, as interpretações dos ensinamentos do Mestre, os recados do Mundo Espiritual, o agradável perfume dos campos da Galileia, o marulhar das águas do Tiberíades e o colorido das flores que margeavam as estradas de Cafarnaum...

          Chico, sem dúvida, é maior homem do que médium! A sua presença entre nós é algo da presença do próprio Cristo!..."          

("Chico Xavier, o Apóstolo da Fé: 75 Anos de Mediunidade",  Carlos A. Baccelli)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

"AFIRMAÇÃO"

        "Afirma sua convicção seguindo de passo firme.
       Enquanto o céu se colore de raios irisados e tudo sorri o cristão pouco difere do homem comum.
       No entanto, quando os dias escurecem, cobrindo-se de cúmulos carregados, faz-se necessário afirmar a fé.
       Palavra fácil nos júbilos não pode ficar silenciosa e sem vida nas aflições.
       Confiança nos dias de felicidade não deve permanecer apagada ante os perigos do testemunho.
       Crença libertadora em oásis perfumados não desaparece nas longas travessias dos areais.
       Lembra-te de Jesus.
       O Enviado Divino exaltou  humildade e não revidou a bofetada violenta; engrandeceu a pureza e fez da própria vida um lírio imaculado; abençoou a pobreza e desdenhou os tesouros do mundo; homenageou os simples e fez-se ignorar pelos poderosos; exaltou os perseguidos injustamente e deixou-se crucificar em silêncio; alentou os desanimados e os concitou ao resgate necessário; considerou os deserdados e caminhou sem posse alguma; valorizou a dor e ofereceu-se a morrer por todos...
       Em Canaã, ofereceu a todos a alegria festiva, e, no Gólgota, testificou confiança robusta. No matrimônio dos jovens rogou ao Pai Celeste que transformasse a água em vinho, enquanto na Cruz sorveu o vinagre e o fel como água pura...
       Pregando o Reino de Deus alçou o coração à condição de santuário excelso, mas fez do caráter nobre a base da Lei, através do dever reto nas linhas do amor e da caridade, acima de todos os outros requisitos.
       Afirma a fé que te honra os dias, quando tudo parecer distante ou tenebroso. Encontrando-te no campo a cultivar, mesmo que ele esteja eivado de plantas daninhas, labora de coração forte e mente esclarecida como quem ali encontra a oportunidade mantenedora do próprio equilíbrio, através da afirmação espontânea da tua fé n’Aquele que é a Fonte da Vida incessante."
(“Espírito e Vida”, Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco)

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

"REUNIÕES CRISTÃS"

“Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas da casa onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus e pôs-se no meio deles e disse-lhes: Paz seja convoscO.” (JOÃO, capítulo 20, versículo 19.) 

"Desde o dia da ressurreição gloriosa do Cristo, a Humanidade terrena foi considerada digna das relações com a espiritualidade. 

O Deuteronômio proibira terminantemente o intercâmbio com os que houvessem partido pelas portas da sepultura, em vista da necessidade de afastar a mente humana de cogitações prematuras. Entretanto, Jesus, assim como suavizara a antiga lei da justiça inflexível com o perdão de um amor sem limites, aliviou as determinações de Moisés, vindo ao encontro dos discípulos saudosos. 

Cerradas as portas, para que as vibrações tumultuosas dos adversários gratuitos não perturbassem o coração dos que anelavam o convívio divino, eis que surge o Mestre muito amado, dilatando as esperanças de todos na vida eterna. Desde essa hora inolvidável, estava instituído o movimento de troca, entre o mundo visível e o invisível. A família cristã, em seus vários departamentos, jamais passaria sem o doce alimento de suas reuniões carinhosas e íntimas. Desde então, os discípulos se reuniriam, tanto nos cenáculos de Jerusalém, como nas catacumbas de Roma. E, nos tempos modernos, a essência mais profunda dessas assembléias é sempre a mesma, seja nas igrejas católicas, nos templos protestantes ou nos centros espíritas. 

O objetivo é um só: procurar a influenciação dos planos superiores, com a diferença de que, nos ambientes espiritistas, a alma pode saciar-se, com mais abundância, em vôos mais altos, por se conservar afastada de certos prejuízos do dogmatismo e do sacerdócio organizado."
("Caminho, Verdade e Vida", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

"EXERCÍCIO DE COMPAIXÃO"

         "Se fosses o pedinte agoniado que estende a mão à bondade pública...
       Se fosses a mãezinha infeliz, atormentada pelo choro dos filhinhos que desfalecem de fome...
       Se fosses a criança que vagueia desprotegida à margem do lar...
       Se fosses o pai de família, atribulado, ante a doença e penúria que lhe devastam a casa...
       Se fosses o enfermo desamparado, suplicando remédio...
       Se fosses a criatura caída em desvalimento, implorando compreensão...
       Se fosses o obsidiado, carregando inomináveis suplícios interiores, para desvencilhar-se das trevas...
       Se fosses o velhinho atirado às incertezas da rua...
       Se fosses o necessitado que te roga socorro, decerto perceberias com mais segurança a função de fraternidade para sustento da vida.
       Se estivéssemos, no lado da dificuldade maior que a nossa, compreenderíamos, de imediato, o imperativo da caridade incessante e do auxílio mútuo.
       Reflitamos nisso. E nós, que nos afeiçoamos a estudos diversos, com vistas à edificação da felicidade e ao aperfeiçoamento do mundo, façamos
quanto possível, semelhante exercício de compaixão."


(“Caminho Espírita”, Albino Teixeira/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 20 de dezembro de 2015

"GLORIFIQUEMOS"

“Ora, a nosso Deus e Pai seja dada glória para todo o sempre” - Paulo
(Filipenses, 4:20)


"Quando o vaso se retirou da cerâmica, dizia sem palavras:
- Bendito seja o fogo que me proporcionou a solidez.
Quando o arado se ausentou da forja, afirmava em silêncio:
- Bendito seja o malho que me deu forma.
Quando a madeira aprimorada passou a brilhar no palácio, exclamava, sem voz:
- Bendita seja a lâmina que me cortou cruelmente,
preparando-me a beleza.
Quando a seda luziu, formosa.. no templo, asseverava no íntimo:
- Bendita seja a feia lagarta que me deu vida.
Quando a flor se entreabriu, veludosa e sublime, agradeceu, apressada:
- Bendita a terra escura que me encheu de perfume.
Quando o enfermo recuperou a saúde, gritou, feliz:
- Bendita seja a dor que me trouxe a lição do equilíbrio.
Tudo é belo, tudo é grande, tudo é santo na casa de Deus.
Agradeçamos a tempestade que renova, a luta que aperfeiçoa,  o sofrimento que ilumina.
A alvorada é maravilha do céu que vem após a noite na Terra.
Que em todas as nossas dificuldades e sombras seja nosso Pai glorificado para sempre."

("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 19 de dezembro de 2015

"A COMUNICAÇÃO ENTRE OS ENCARNADOS E OS DESENCARNADOS"

"Nós somos espíritos encarnados até chegar o dia de nossa morte. Já
sabemos que a morte não existe. O fenômeno a que denominamos
morte consiste na separação de nosso espírito imortal do corpo ao qual estamos ligados atualmente. A morte é a nossa libertadora.
Uma vez libertados do corpo, passaremos a viver no mundo espiritual.
Se como encarnados temos os meios de nos comunicar uns com os outros, não teremos também a possibilidade de comunicação com os espíritos?
Não haverá um meio do qual nos possamos servir para conversar com
aqueles que já partiram para o mundo espiritual e deles recebermos
notícias, palavras confortadoras e úteis ensinamentos morais?
O meio que nos põe em contato com os espíritos é a mediunidade.
A mediunidade é, pois, o sentido pelo qual entramos em relação com os espíritos e todos nós, homens e mulheres, a possuímos, embora em
diferentes graus.
Assim Deus, que é Bondade, permite-nos que continuemos a sentir vivos e palpitantes de amor aqueles que constituíram na Terra nossas mais queridas afeições."
("A mediunidade sem lágrimas", Eliseu Rigonatti)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

"NOS DOMÍNIOS DA VOZ"

"Observe como vai indo a sua voz, porque a voz é dos instrumentos mais importantes da vida de cada um.
A voz de cada pessoa está carregada pelo magnetismo dos seus próprios sentimentos.
Fale em tonalidade não tão alta que assuste e nem tão baixa 
que crie dificuldade a quem ouça.
Sempre aconselhável repetir com paciência o que já foi dito para 
o interlocutor, quando necessário, sem alterar o tom de voz, 
entendendo-se que nem todas as pessoas trazem audição impecável.
A quem não disponha de facilidades para ouvir, nuca dizer frases como estas: “Você está surdo?”, “Você quer que eu grite?”, “Quantas vezes quer você que eu fale?” ou “já cansei de repetir isso”.
A voz descontrolada pela cólera, no fundo, 
é uma agressão e a agressão jamais convence.
Converse com serenidade e respeito, colocando-se no lugar da 
pessoa que ouve, e educará sua suas manifestações verbais 
com mais segurança e proveito.
Em qualquer telefonema, recorde que no outro lado do fio está alguém que precisa de sua calma, a fim de manter a própria tranquilidade."

("Sinal  Verde", André Luiz/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

"PRECE E OBSESSÃO"



"A Providência Divina, pelas providências humanas, sustenta o amparo indiscriminado a todas as criaturas, mas estatui a reciprocidade em todos os processos de ação pelos quais a bondade da vida se manifesta.

Comparemos a prece e a obsessão ao anseio de saber e ao tormento da ignorância.
O professor esclarece o discípulo mas não lhe dispensa a aplicação direta ao ensino. E se o aluno é surdo-mudo, mesmo assim, para instruir-se, é obrigado a concentrar muitas das possibilidades da visão e da audição nas sutilezas do tato, se quer assimilar o que aprende.
Recorramos, ainda, à lição viva que surge, entre a doença e o remédio.
Administrar-se-á medicamento ao enfermo, mas não se pode eximi-lo do concurso necessário. E se o paciente não consegue ou não deve acolher os recursos precisos, através da boca, é constrangido a recebê-los por intermédio dos poros, das veias ou de outros canais do corpo.

Todo socorro essencial ao veículo físico reclama a participação do veículo físico.
Ninguém extingue a própria fome pelo esôfago alheio.
Assim, também, nas necessidades do espírito,
Na desobsessão, a prece indica a atividade libertadora, no entanto, não exonera o interessado da obrigação de renovar-se pelo serviço e pelo estudo, a fim de que se areje a casa íntima, de vez que todos aqueles que se acumpliciaram conosco, na prática do mal, em existências passadas, somente se transformam para o bem, quando nos identificam o esforço, por vezes difícil e doloroso, da nossa reeducação, na prática do bem.

Resumindo, imaginemos o irmão obsidiado, ainda lúcido, como sendo prisioneiro da própria mente, convertida então em cela escura e comparemos o socorro espiritual à lâmpada generosa.
Obsessão é o bolo pestífero transformado em caprichoso ferrolho na sombra. Oração é luz que acende.
A claridade traça a orientação do que se tem a fazer, mas o detento é chamado a tomar a iniciativa do trabalho para libertar a si mesmo, removendo corajosamente o tenebroso foco de atração."

("Opinião Espírita", Emmanuel e André Luiz/Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

"ESTUDO EVANGÉLICO NO LAR"

"Na expressiva república do lar, onde se produzem as experiências de sublimação, estabelece o estatuto do Evangelho de Jesus como diretriz de segurança e legislação de sabedoria, a fim de equilibrares e conduzires com retidão os que aí habitam em clima familial. 

Semanalmente, em regime de pontualidade e regularidade, abre as páginas fulgurantes onde estão insculpidos os "ditos do Senhor" e estuda com o teu grupo doméstico as sempre atuais lições que convidam a maduras ponderações, de imediata utilidade. Haurirás inusitado vigor que te fortalecerá do íntimo para o exterior, concitando-te à alegria. Compartirás, no exame das questões sempre novas na pauta dos estudos, dos problemas que inquietam os filhos e demais membros do clã, encontrando, pela inspiração que fluirá abundante, soluções oportunas e simples para as complexas dificuldades. debatendo com franqueza e honestidade as limitações e os impedimentos, que não raro geram atrito, estimulando animosidade no conserto de reparação na intimidade doméstica. 

Penetrarás elucidações dantes não alcançadas, robustecendo o espírito para as conjunturas difíceis em que transitarás inevitavelmente. Ensejar-te-ás diálogos agradáveis sob a diamantina claridade da fé e a balsâmica medicação da paz, estabelecendo vigorosos liames de entrosamento anímico e fraternal entre os participantes do ágape espiritual. 

Dramas que surgem na família; incompreensões que se agravam; urdiduras traiçoeiras; pessoas e rampa de perigo iminente; enfermidades em fixação; cerco obsessivo constritor; suspeitas em desdobramento pernicioso; angústias em crises, a caminho do autocídio; inquietações de vária ordem em painéis de agressividade ou loucura recebem no culto evangélico do lar o indispensável antídoto com as conseqüentes reservas de esclarecimento e coragem para dirimir equívocos, finalizar perturbações, predispor à paz e ajudar nos embates todos quantos aspirem à renovação, entusiasmo e liberdade. Onde se acende uma lâmpada, coloca-se um impedimento à sombra e à desfaçatez. No lugar em que a ordem elabora esquema de produtividade, escasseia a incúria e se debilita a estroinice. O convite do Evangelho, portanto, - lâmpada sublime e lei dignificante – tem caráter primeiro. Da mesma forma que a enxada operosa requisita braços diligentes e a terra abençoada espera serviço de proteção e cultivo, a lavoura do bem entre os homens exige trabalho contínuo e operários especializados. Começa, desse modo, na família, a tua obra de extensão à fraternidade geral. Inconseqüente arregimentar esforços de salvação externa e falires na intimidade doméstica, adiando compromissos. 

Faze o indispensável, da tua parte, todavia, se os teus se negarem compartir o ministério a que te propões, a sós, reservadamente na limitação da tua peça de dormir, instala a primeira lâmpada de estudo evangélico e porfia... Se, todavia, os teus filhos estiverem, ainda, sob a tua tutela, não creias na validade do conceito de deixá-los ir, sem religião sem Deus... Como lhes dás agasalho e pão, medicamento e instrução, vestuário e moedas, oferta-lhes, igualmente, o alimento espiritual, semeando no solo dos seus espíritos as estrelas da fé, que hoje ou mais tarde se transformarão na única fortuna de que disporão, ante o inevitável trânsito para o país do além-túmulo... Não te descures. 4 A noite da oração em família, do estudo cristão no lar, é a festiva oportunidade de conviver algumas horas com os Espíritos da Luz que virão ajudar-te nas provações purificadoras, em nome daquele que é o Benfeitor Vigilante e Amigo de todos nós."
("Celeiro de Bençãos", Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

"SACRIFÍCIO DE MÃE"

"Guardo-te, Mãe, a voz suave e mansa:
“Fala o nome de Deus, minha querida! ”
Repete: “Deus é a luz de nossa vida! ”
Como choro ao rever-te na lembrança!

Beijavas-me, depondo-me na rede...
Depois corrias ao fogão de brasa.
Sopa era o pão de sempre em nossa casa
E eu te olhava a chorar, com febre e sede.

Mandaste-me ao estudo com mesada,
Pedias mais serviço aos teus clientes
E nunca vi teus braços doentes
De tanto costurar na madrugada.

Entrei no clima da cidade grande...
Quanta humildade no que me escrevias,
Narrando-me tristezas e agonias,
Entretanto, a secura se me expande.

Vieste ver-me e comentando a viagem,
Reprovei-te o roupão de seriguilha...
Eu vestida de seda — tua filha —
Corrigia-te os erros de linguagem.

Ficaste triste, andando a passo lento,
E regressaste logo ao teu recanto.
Notando que saías, vi-me em pranto,
Alma ralada no arrependimento...

Hoje, Mãe, quero ouvir o teu perdão! ...
E por mais que te chame, chore e brade,
Só vejo em mim a sombra da saudade
Que me oprime e retalha o coração!..."


(“Senda para Deus”, Maria Barreto/Francisco Cândido

Xavier)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

"MARCAS"

“Desde  agora  ninguém  me  moleste,  porque  trago  no  meu corpo as marcas do Senhor Jesus.”  Paulo (Gálatas, 6:17)  

"Todas as realizações humanas possuem marca própria. Casas, livros, artigos, medicamentos, tudo exibe um sinal de identificação aos olhos atentos. Se medida semelhante é aproveitada na lei de uso  dos objetos transitórios, não se poderia subtrair  o mesmo princípio, na catalogação de tudo o que se refira à vida eterna. Jesus possui, igualmente, os sinais d’Ele. A imagem utilizada por Paulo de Tarso, em suas exortações aos gálatas, pode ser mais extensa. As marcas do Cristo  não são apenas as da cruz, mas também as de sua atividade na experiência comum.

 Em cada situação, o homem pode revelar  uma demonstração  do Divino  Mestre. Jesus forneceu  padrões educativos em todas as particularidades da sua passagem pelo mundo. O Evangelho no­lo  apresenta nos mais diversos quadros, junto ao trabalho, à simplicidade, ao pecado, à pobreza, à alegria, à dor, a glorificação e ao martírio. Sua atitude, em cada posição da vida, assinalou um traço  novo  de conduta para os aprendizes. Todos os dias, portanto, o  discípulo pode encontrar recursos de salientar suas ações mais comuns com os registros de Jesus. 

Quando termine cada dia, passa em revista as pequeninas experiências que partilhaste na estrada vulgar. Observa os sinais com que assinalaste os teus atos, recordando que a marca do Cristo é, fundamentalmente, aquela do sacrifício de si mesmo para o bem de todos."
(Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 13 de dezembro de 2015

"CUIDAR DA VIDA"

"Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procede a fonte da vida." Pv. 4:23.




"A fonte da verdadeira vida se enraíza com grande propriedade na engenhosa mecânica do coronário e do cardíaco. O coração é o símbolo da vida na vida de Deus.
-o-o-
Quem deseja cuidar da vida, cuida dos sentimentos que emanam do coração, órgão de luz e amor.
-o-o-
Exercita a caridade todos os dias, horas e minutos para que o teu coração possa bater no ritmo da harmonia divina.
-o-o-
Deixa-te penetrar pela alegria elevada, que o magnetismo que te circunda transformar-se-á em luz que te alimenta.
-o-o-
Perdoa aos que te ofendem e caluniam. A amizade unifica os valores humanos e divinos. Não esqueças de sorrir para quem busca o teu olhar com ansiedade.
-o-o-
A fome maior no mundo é a carência de afeto. O amor se desenvolve por força da palavra amar.
-o-o-
Cuida da vida, cuidando da tua educação espiritual, hoje e eternamente. Vê nos teus semelhantes a tua própria imagem para que possas dar a eles o que idealizas para ti.
-o-o-
A tua boca pode ser um canal sublimado dos teus sentimentos e a fonte maior deles está no teu coração. Cuida dele com carinho e o melhor itinerário para essa proteção é a benevolência sem especulação, a caridade sem permutas, o amor sem recompensa.
-o-o-
Sobreposto ao teu coração de carne, existe um coração de Deus. É o coração de Deus que segura a vida na vida da tua alma."

(“Gotas de Fé”, Carlos/João Nunes Maia)

sábado, 12 de dezembro de 2015

"PENSA UM POUCO"

“As  obras  que  eu  faço  em  nome  de  meu  Pai,  essas  testificam de mim.”  Jesus (João, 10:25)  


"É vulgar  a preocupação do homem comum, relativamente às tradições familiares e aos institutos terrestres a que se prende, nominalmente, exaltando-­se nos títulos convencionais que lhe identificam a personalidade. 

Entretanto, na vida verdadeira, criatura alguma é conhecida por  semelhantes processos. Cada Espírito traz consigo a história viva dos próprios feitos e somente as obras efetuadas dão a conhecer o valor ou o demérito de cada um. 

Com o enunciado, não desejamos afirmar que a palavra esteja desprovida de suas vantagens indiscutíveis; todavia, é necessário compreender­-se que o verbo é também profundo potencial recebido  da Infinita Bondade, como recurso divino, tornando­-se indispensável saber o que estamos realizando com esse dom do Senhor  Eterno. 

A afirmativa de Jesus, nesse particular, reveste­-se de imperecível beleza. Que diríamos de um Salvador que estatuísse regras para a Humanidade, sem partilhar­-lhe as dificuldades e impedimentos? 

O Cristo iniciou  a missão divina entre homens do campo, viveu  entre doutores irritados e pecadores rebeldes, uniu­-se a doentes e aflitos, comeu  o duro  pão dos pescadores humildes e terminou a tarefa santa entre dois ladrões. 

Que mais desejas? Se aguardas vida fácil e situações de evidência no  mundo, lembra-­te do Mestre e pensa um pouco."
("Pão Nosso", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

"SEMI-MORTOS"

          Um homem que descia de Jerusalém para Jericó caiu em poder de ladrões que o despojaram, cobriram de ferimento e o deixaram semimorto...”
        — Começa Jesus o ensinamento inesquecível da parábola.
-o-
        Em todos os tempos, encontramos também os semimortos da alma, nas estradas do mundo:
        Os caídos a golpes de incompreensão...
        Os desorientados que o ateísmo empurrou para o nevoeiro de sofrimento...
        Os mutilados da mente, que a calúnia atropelou em pleno trabalho...
        Os cansados de solidão...
        Os que se emaranharam no espinheiral da revolta...
        Os envenenados de desespero...
        Os perseguidos pela dúvida destrutiva...
        Os prisioneiros da obsessão...
        As vítimas do desânimo...
        Os que sucumbiram sob a hipnose de sugestões infelizes...
        Os feridos de angústia...
        Os que foram esquecidos na sombra da ignorância...
-o-
        Companheiros do mundo, sois Espíritos eternos, em viagem educativa na escola e na oficina do Planeta! Ao término da jornada conhecereis o que aprendestes e colhereis o que semeastes. A Terra é tão-somente a estalagem a que chegastes ontem e da qual partireis amanhã! Acumulais os tesouros da felicidade futura, aperfeiçoando-vos pelo estudo e servindo aos outros, quanto puderdes! ... Sobre tudo, meditai nos outros viajores em condições mais difíceis que as vossas e aproveitai o vosso privilégio de entender e de auxiliar! ..."

(“Nós”, Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

"VOCAÇÃO"

"A vocação é a soma dos reflexos da experiência que trazemos de outras
vidas.

É natural que muitas vezes sejamos iniciantes, nesse ou naquele setor de
serviço, diante da evolução das técnicas de trabalho que sempre nos reclamam
novas modalidades de ação; todavia, comumente, retomamos no berço a
senda que já perlustramos, seja para a continuação de uma obra deter minada,
seja para corrigir nossos próprios caminhos.

De qualquer modo, o titulo profissional, em todas as ocasiões, é carta de
crédito para a criação de reflexos que nos enobreçam.

O administrador, o juiz, o professor, o médico, o artista, o marinheiro, o
operário e o lavrador estão perfeitamente figurados naquela parábola dos
talentos de que se valeu o Divino Mestre para convidar-nos ao exame das
responsabilidades próprias perante os empréstimos da Bondade Infinita.
Cada espírito recebe, no plano em que se encontra, certa quota de
recursos para honrar a Obra Divina e engrandecê-la.

Acontece, porém, que, na maioria das circunstâncias, nos apropriamos
indebitamente das concessões do Senhor, usando-as no jogo infeliz de nossas
paixões desgovernadas, no aloucado propósito de nos ante-pormos ao próprio
Deus.

Daí a colheita dos reflexos amargos de nossa conduta, quando se nos
desgasta o corpo terrestre, com o doloroso constrangimento do regresso às
dificuldades do recomeço, em que o instituto da reencarnação funciona com
valores exatos.

E como cada região profissional abrange variadas linhas de atividade, o
juiz que criou reflexos de crueldade, perseguindo inocentes, costuma voltar ao
mesmo tribunal, onde exercera as suas luzidas funções, com as lágrimas de
réu condenado injustamente, para sofrer no próprio espírito e na própria carne
as flagelações que impôs, noutro tempo, a vítimas indefesas. 

O médico que abusou das possibilidades que lhe foram entregues, retorna ao hospital que
espezinhou, como apagado enfermeiro, defrontado por ásperos sacrifícios, a
fim de ganhar o pão. 

O grande agricultor que dilapidou as energias dos cooperadores humildes que o Céu lhe concedeu, para os serviços do campo, vem, de novo, à gleba que explorou com vileza de sentimento, na condição de pobre lidador, padecendo o sistema de luta em que prendeu moralmente as esperanças dos outros. 

Artistas eméritos, que transformaram a inteligência em trilho de acesso a desregramentos inconfessáveis, reaparecem como anônimos companheiros do pincel ou da ribalta, debaixo de inibições por muito tempo insolúveis, à feição de habilidosos trabalhadores de última classe. 

Mulheres dignificadas por nomes distintos, confiadas ao vicio e à dissipação, com
esquecimento dos mais altos deveres que lhes marcam a rota, freqüentemente
voltam aos lares que deslustraram, na categoria de infimas servidoras,
aprendendo duramente a reconquistar os títulos veneráveis de esposa e mãe...
E, comumente, de retorno suportam preterição e hostilidade, embaraços e
desgostos, por onde passem, experimentando sublimes aspirações e
frustrações amargosas, porqüanto é da Lei venhamos a colher os reflexos de
nossas próprias ações, implantados no ânimo alheio, retificando em nós
mesmos o manancial da emoção e da idéia, para que nos ajustemos à corrente
do bem, que parte de Deus e percorre todo o Universo para voltar a Deus."
("Pensamento e Vida", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)