segunda-feira, 17 de agosto de 2015

"MALEDICÊNCIA"

"Espinho cruel a ferir indistintamente é a palavra de quem acusa; caustico e corrosivo é o verbo da boca de quem relaciona defeitos; veneno perigoso é a expressão condenatória a vibrar nos lábios de quem malsina; lama pútrida, trescalando fétido, é a vibração sonora no aparelho vocal de quem censura; borralho escuro, ocultando a verdade, é a maledicência destrutiva.

A maledicência é cultura de inutilidade em solo apodrecido.

Maldizer significa destruir.
A verdade é como claro sol. A maledicência é nuvem escura. No entanto, é invariável a vitória da luz sobre a treva.

O maledicente é atormentado que se debate nas lavas da própria inferioridade. Tem a visão tomada e tudo vê através das pesadas lentes que carrega.

A palavra malsinante nasce discreta, muitas vezes, para incendiar-se perigosa, logo mais, culminando na calúnia devastadora.

Não há desejo de ajudar quando se censura. Ninguém ajuda condenando.

Não já socorro se, a pretexto de auxílio, se exibe as feridas alheias à indiferença de quem escuta.

Quanto possível, extingue esse monstro da paz alheia e da tua serenidade, que tenta dominar-te a vida.

Caridade é bênção sublime a desdobrar-se em silencioso socorro.

Volta as armas da tua oração e vigilância contra a praga da maledicência aparentemente ingênua, mas que destrói toda a região por onde prolifera.

Recusa a taça venenosa que a observação da impiedade coloca à tua frente.

Desculpa os erros dos outros, se é que erraram.

É muito mais fácil informar-se erradamente do que atingir-se o fulcro da observação exata.

As aparências não expressão realidades.

A forma oculta o conteúdo. Ninguém pode julgar pelo exterior.

Quando vier a tentação de acusar e apontar defeitos, lembra-te das próprias necessidades e limitações e, fazendo todo o bem possível, ao teu alcance, avança NA FIRME RESOLUÇÃO DE AMAR, e despertarás, além das sombras da carne por onde segues, num roteiro abençoado onde os corações felizes e livres buscam a Vida Verdadeira."



("Lampadário Espírita", Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)

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