quarta-feira, 10 de junho de 2015

"O PRIMEIRO DIA DA ERRATICIDADE"

       "Chegara o dia 2 de novembro de 1915 e mais de mês já havia transcorrido sobre a data de minha desencarnação.
       Nesse dia, sob o império de grande dissabor, que me advinha daquela incompreensão, dirigi-me tristemente à Igreja para orar, aproveitando a quietude de sua soledade. Lá penetrando, porém, compreendi que não me achava só, pois percebia que outras almas, talvez padecendo a mesma dor que eu experimentava, conservavam-se extáticas ao pé dos altares onde foram buscar um pouco de consolo e de esclarecimento.
       Todavia, assim que me entreguei aos arrebatamentos da prece, senti uma intraduzível vibração percorrer todas as fibras do meu ser, como se fosse sofrer um vágado, afigurando-se-me invadida pela influência do sono; mas durou poucos instantes, semelhante estado."
(“Cartas de uma morta”, Maria João de Deus/Francisco Cândido Xavier)

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