"Chegara o dia 2 de novembro de 1915 e mais de mês já
havia transcorrido sobre a data de minha desencarnação.
Nesse dia, sob o império de grande dissabor, que me
advinha daquela incompreensão, dirigi-me tristemente à Igreja para orar,
aproveitando a quietude de sua soledade. Lá penetrando, porém, compreendi que
não me achava só, pois percebia que outras almas, talvez padecendo a mesma dor
que eu experimentava, conservavam-se extáticas ao pé dos altares onde foram
buscar um pouco de consolo e de esclarecimento.
Todavia, assim que me entreguei aos arrebatamentos da
prece, senti uma intraduzível vibração percorrer todas as fibras do meu ser,
como se fosse sofrer um vágado, afigurando-se-me invadida pela influência do
sono; mas durou poucos instantes, semelhante
estado."
(“Cartas de uma morta”, Maria João de Deus/Francisco Cândido Xavier)
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