terça-feira, 30 de junho de 2015

"ADVERSÁRIOS ESPIRITUAIS"

        "A ação do bem provoca, inevitavelmente, uma reação de violência naqueles que se comprazem no clima da viciação.
        O esforço desprendido em favor da mudança emocional e psicológica das criaturas desperta um sentimento de revolta em muitos que se demoram nas licenças perniciosas.
        Porque há tentativas em prol de um mundo menos infeliz, surgem movimentos que pretendem manter o estado vigente.
***
        Há mentes que conspiram contra a tua dedicação e fidelidade ao ideal do bem.
        Não te causem estranheza as dificuldades que se apresentam ante as tuas disposições de serviço edificante.
        São inspiradas e promovidas  pelos adversários ocultos, que se atribuem o direito de malsinar e perseguir.
        Eles crivam a alma dos que lhe caem em desagrado com as farpas do ódio, gerando, em sua volta, cizânia, mal-estar e antipatia.
        Promovem inveja de curso perigoso e estabelecem mal-entendidos de efeitos desagradáveis.
        Excitam uns e adormecem outros, enquanto expõem o bom e o belo.
        Recorrem a expedientes desonestos, desde que te desanimem o esforço.
        Atrevem-se à agressão e armam os insensatos que convivem na mesma faixa vibratória, desejando paralisar-te o trabalho.
        São os Espíritos imperfeitos, os impiedosos, que se alimentam, que se alimentam dos pensamentos mais sórdidos, vivendo uma psicosfera densa, onde estabelecem o seu campo de ação e aí se movimentam, que se fazem adversários gratuitos.
        Respeita-os, sem os recear.
        Não sintonizes com os seus ardis, nem reajas pela revolta ou mágoa, a fim de que não sincronizes psiquicamente com eles ou os que se lhes fazem dóceis instrumentos.
        O bem dá-te uma couraça de resistência e defesa.
***
        Jesus, por todos os títulos, o Amigo Excelente, foi por eles visitado e, na ignorância em que se debatiam, não tergiversaram em intentar dificultar-Lhe o superior ministério. Como nada podiam conseguir diretamente, não desistiram: insuflaram invejas, ódios, perseguições e desequilíbrios contra o Senhor, que os venceu com o amor transcendente e sublime de que era dotado."
                                               

(“Roteiro de Libertação”, Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco)

segunda-feira, 29 de junho de 2015

"VINTE SERVIÇOS QUE O ESPIRITISMO FAZ POR VOCÊ"

"1 - Integra você  no conhecimento e sua posição de criatura eterna e
responsável, diante da vida.

2 - Expõe o sentido real das lições do Cristo e de todos  os outros mentores espirituais da Humanidade, nas diversas regiões do Planeta.

3 - Suprime-lhe as preocupações originárias do medo da morte, provando que  ela não existe.

4 - Revela-lhe o princípio da reencarnação, determinando o porquê da dor e das aparentes desigualdades sociais.

5 - Confere-lhe forças para suportar  as maiores vicissitudes do corpo,
mostrando a você que o instrumento físico nos reflete as condições ou
necessidades do espírito.

6 - Tranquiliza você  com respeito aos desajustes da parentela, esclarecendo que o lar recebe não somente os  afetos, mas também os desafetos de existências passadas, para a necessária regeneração.

7 - Demonstra-lhe que o  seu principal  templo para o culto da Presença Divina é a consciência.

8 - Liberta-lhe a mente de todos os tabus  em matéria de crença religiosa.

9 - Elimina a maior parte das suas preocupações acerca do futuro além da morte.

10 - Dá-lhe o conforto do intercâmbio com os entes queridos, depois de desencarnados.

11 - Entrega-lhe o conhecimento da mediunidade.

12 - Traça-lhe providências  para o combate ou para a cura da obsessão.

13 - Concede-lhe o direito à fé raciocinada.

14 - Destaca-lhe o imperativo da caridade por dever.

15 - Auxilia você a revisar e revalorizar os seus conceitos de trabalho e tempo.

16 - Concede-lhe a certeza natural de que, se beneficiamos ou prejudicamos alguém, estamos beneficiando  ou prejudicando a nós próprios.

17 - Garante-lhe serenidade e paz diante da calúnia ou da crítica.

18 - Ensina você a considerar adversários por instrutores.

19 - Explica-lhe que, por maiores sejam as suas dificuldades exteriores,
intimamente  você  é livre para melhorar ou agravar a própria situação.

20 - Patenteia-lhe que a fé ilumina o caminho, mas ninguém fugirá da lei  que manda atribuir a cada qual segundo as obras pessoais.

Essas são vinte das muitas bênçãos que o Espiritismo realiza em nosso favor.
Será curioso que cada um de nós pergunte a si mesmo o que estamos nós a fazer por   ele."


(André Luiz/ Waldo Vieira, em reunião pública da Comunhão Espírita Cristã em 22-10-65, em Uberaba, Minas.)

domingo, 28 de junho de 2015

"DOS ANIMAIS AOS MENINOS"


        "Meu pequeno amigo:
        Ouça.
        Não nos faça mal, nem nos suponha seus adversários.
        Somos imensa classe de servidores da Natureza e criaturas igualmente de Deus.
        Cuidamos da sementeira para que lhe não falte o pão, ainda que muitos de nossa família, por ignorância, ataquem os grelos tenros da verdura e das árvores, devorando germes e flores. Somos nós, porém, que, na maioria das vezes, garantimos o adubo às plantações e defendemo-las contra os companheiros daninhos.
        Se você perseguir-nos, sem comiseração por nossas fraquezas, quem lhe suprirá o lar de leite e ovos?
        Não temos paz em nossas furnas e ninhos, obrigados que estamos a socorrer as necessidades dos homens.
        Você já notou o pastor, orientando-nos cuidadosamente? Julgávamo-lo, noutro tempo, um protetor incondicional que nos salvava do perigo por amor e lambiamos-lhe as mãos, reconhecidamente. Descobrimos, afinal, que sempre nos guiava, ao fim de algum tempo, até ao matadouro, entregando-nos a impiedosos carrascos. Às vezes, conseguíamos escapar por momentos, tornando até ele, suplicando ajuda, e víamos, desiludidos, que ele mesmo auxiliava o verdugo a enterrar-nos o cutelo pela garganta adentro.
        A princípio, revoltamo-nos. Compreendemos, depois, que os homens exigiam nossa carne e resignamo-nos, esperando no Supremo Criador que tudo vê.
        As donas-de-casa que comumente nos chamam, gentis, através de currais, pocilgas e galinheiros, conquistam-nos a amizade e a confiança, para, em seguida, nos decretarem a morte, arrastando-nos espantados e semivivos à água fervente..
        Não nos rebelamos. Sabemos que há um Pai bondoso e justo, observando-nos, decerto, os padecimentos e humilhações, apreciando-nos os sacrifícios.
        De qualquer modo, todavia, estamos inseguros em toda parte. Ignoramos se hoje mesmo seremos compelidos a abandonar nossos filhinhos em lágrimas ou a separar-nos dos pais queridos, a fim de atendermos à refeição de alguém.
        Por que motivo, então, se lembrará você de apedrejar-nos sem piedade?
        Não nos maltrate, bom amigo.
        Ajude-nos a produzir para o bem.
        Você ainda é pequeno e, por isto mesmo, ainda não pode haver adquirido o gosto de matar. Não é justo, assim, colocar-nos de mãos postas, ante o seu olhar bondoso, esperando de seu coração aquele amor sublime que Jesus nos ensinou?"

(“Alvorada Cristã”, Neio Lúcio/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 27 de junho de 2015

"DEVERES DOS FILHOS"


            "Toda a gratidão sequer retribuirá a fortuna da oportunidade fruída através do renascimento carnal.
            O carinho e respeito contínuos não representarão oferenda compatível com a amorosa assistência recebida desde antes do berço.
            A delicadeza e a afeição não corresponderão à grandeza dos gestos de sacrifício e da abnegação demoradamente recebidos...
            Os filhos têm deveres intransferíveis para com os pais, instrumentos de Deus para o trâmite da experiência carnal, mediante a qual o Espírito adquire patrimônios superiores, resgata insucessos e comprometimentos perturbadores.
*
            Existem genitores que apenas procriam, fugindo à responsabilidade.
            Não compete, porém, aos filhos com severidade, desde que não são dotados da necessária  lucidez e correção para esse fim.
            Se fracassaram no sagrado ministério, não se furtarão à consciência, em forma da presença da culpa neles gravada.
            Auxiliá-los por todos os meios ao alcance é mister indeclinável, que o filho deve ofertar com extremos de devotamento e renúncias.
            A ingratidão dos filhos para com os pais é dos mais graves enganos a que se pode permitir o Espírito na sua marcha ascensional.
            A irresponsabilidade dos progenitores de forma alguma justifica a falência dos deveres morais por parte da prole.
            Ninguém se vincula a outrem através dos vigorosos liames do corpo somático, da família, sem justas, poderosas razões.
            Desincumbir-se das tarefas relevantes que o amor e o reconhecimento impõem — eis o impositivo que ninguém pode julgar lícito postergar.
*
            Ama e respeita em teus genitores a humana manifestação da paternidade divina.
            Quando fortes, sê-lhes a companhia e a jovialidade; quando fracos, a proteção e o socorro.
            Enquanto sadios, presenteia-os com a alegria e a consideração; se enfermos, com a assistência dedicada e a sustentação preciosa.
            Em qualquer situação ou circunstância, na maturidade e na velhice, afeiçoa-te àqueles que te ofertaram o corpo de que te serves para os cometimentos da evolução, como o mínimo que podes dispensar-lhes, expressando o dever de que te encontras investido."

(“Leis morais da vida”, Joanna de Ângelis/ Divaldo Pereira Franco)

sexta-feira, 26 de junho de 2015

"SEM RUÍDOS"


"Mas quando vier aquele Espírito de Verdade, ele vos guiará em toda a verdade". – Jesus - (João, 16:13)



        "O caminho de toda a Verdade é Jesus Cristo. O Mestre veio ao mundo instalar essa verdade para que os homens fossem livres e organizou o programa dos cooperadores de seu divino trabalho, para que se preparasse convenientemente o caminho infinito. No fim da estrada colocou a redenção e deu às criaturas o amor como guia.
Conforme sabemos, o guia é um só para todos. E vieram os homens para o serviço divino.
Com os cooperadores vinham, porém, os gênios sombrios, que se ombreavam com eles nas cavernas da ignorância.
A religião, como expressão universalista do amor, que é o guia, pairou sempre pura acima das misérias que chegaram ao grande campo; mas este ficou repleto das absurdidades. O caminho foi quase obstruído.
A ambição exigiu impostos dos que desejavam passar, o orgulho reclamou a direção dos movimentos, a vaidade pediu espetáculos, a conveniência requisitou máscaras, a política inferior estabeleceu guerras, a separatividade provocou a hipnose do sectarismo.
O caminho ficou atulhado de obstáculos e sombras e o interessado, que é o espírito humano, encontra óbices infinitos para a passagem.
O quadro representa uma resposta a quantos perguntarem sobre os propósitos do Espiritismo cristão, sendo que o homem já conhece todos os deveres religiosos. Ele é aquele Espírito de Verdade que vem lutar contra os gênios sombrios que vieram das cavernas da ignorância e invadiram o campo do Cristo.
Mas, guerrear como: Jesus não pediu a morte de ninguém. Sim, o Espírito de Verdade vem como a luz que combate e vence as sombras, sem ruídos. Sua missão é transformar, iluminando o caminho para que os homens vejam o amor, que constitui o guia único para todos, até à redenção."

(“Segue-me!...”, Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 25 de junho de 2015

"SEGUINDO"


        "Não te afastes do bem, ainda mesmo que a estrada se te mostre crivada de obstáculos.
        Não te detenhas.
        Ouvirás aqueles que se instalam na retaguarda a te repetirem, de longe, os sombrios vaticínios que os fizeram parar.
        Falam dos perigos imaginários da frente; relacionam conceitos das inteligências encharcadas de pessimismo; exaltam a filosofia da indiferença; ou destacam erros do passado, apedrejando inutilmente o futuro.
        Entrega ao tempo quantos se fixaram transitoriamente nas margens do caminho, receando calamidades e abismos, e prossegue adiante.
        Não importa encontres aqueles que se revelem capazes de te golpear a esperança.
        Recorda. O espinheiro não nos fere voluntariamente e sim porque ainda se faz conhecer por lâminas agressivas. A  pedra que faz tropeçar na Terra, não tem consciência disso; ela é apenas um calhau fora do lugar de servir.
        Espalha bondade e coragem, suportando com paciência as forças contrárias que, porventura se levantem, buscando barrar-te os passos.
        Caminha, amando e auxiliando e Deus te mostrará que ninguém se eleva, sem suor e sem lágrimas.
        Compreenderás que a lágrima na provação é o suor que purifica e que o suor no trabalho é a lágrima que aperfeiçoa.
        Ainda que experimente, de algum modo, o frio do entardecer, não te amedrontes perante as trevas.
        Acende a lâmpada de tua fé e prossegue servindo sempre.
        Os que caminham com Deus no coração transportam consigo os clarões da alvorada. E por mais espessas se façam as sobras nos cárceres da noite, ninguém consegue prender o esplendor do novo dia."

(“SOMENTE AMOR”, Meimei/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 24 de junho de 2015

"RESPEITO À VIDA"


            "O respeito à vida se fundamenta na lei natural, a lei de amor.
            Em todo lugar onde vige a vida do homem, cumpre o dever de respeitá-la, preservando-a.
            Não somente consideração pela sua existência, como esforço bem dirigido para sustentá-la.
            Respeito à natureza, aos minerais, aos vegetais, aos animais...
*
            A criança, que se acerca de ti, impõe-te o respeito que merece o futuro, nela em gérmen.
            O azedume, a rispidez, a impiedade, a dureza com que a receberes dela farão o cidadão desventurado, que a intemperança moldou.
            Ninguém tem o direito de espezinhar um ser em formação, sem incorrer no grave delito, que a Lei anota, de perturbar-lhe a marcha...
            O jovem, que procura o teu apoio, é digno de respeito, porque em trânsito orgânico e psíquico, nele se insculpem os comportamentos que mais o atinjam.
            As expressões da agressividade com que seja tratado despertarão nele o réprobo que dorme e poderia ser vencido, fossem outras as atitudes com que o recebessem...
            O adulto necessita de respeito.
            O hábito de pensar e falar mal do próximo facilita a deteriorização do conceito em torno das criaturas, facilitando o descrédito e a desconsideração pelos outros.
            Ninguém tem o direito de medir o comportamento de outrem pelas suas reações, nem julgar com os dados que se atribui possuir.
            Aquele que parece censurável está sob injunções que pedem ajuda e caridade, não reprimenda e desrespeito.
            O respeito à pessoa humana é impositivo cristão, dever que toda criatura é convidada a sustentar no relacionamento social.
            Alguém em ignorância espera a claridade do conhecimento; em doença, a dádiva do medicamento; em abandono, o contributo da solidariedade; em qualquer circunstância, a competente ajuda.
            Ajuda sempre!
            O ancião, em combalimento, tem necessidade do respeito pela existência vencida a penates e o apoio que as fracas forças esperam da juventude e da madureza dos homens...
            Respeito sempre!
*
            Coloca-te na situação do outro; procura pensar como o outro; compenetra-te da posição do outro e compreenderás a alta significação do que é o respeito que gostarias de receber, como desejarias ser tratado.
            Faze, então, conforme pretendes que façam contigo.
            Jesus atendeu a uma mulher aturdida, sem sindicar-lhe o passado, nem examinar-lhe o presente; abençoou as criancinhas, sem selecioná-las por casta ou posição social; recebeu os enfermos do caminho sem inquiri-los  quanto às causas das suas mazelas; ouviu o ladrão na cruz sem interroga-lo quanto aos motivos que o tornaram delinquente...
            A todos ajudou, amoroso, valorizando e socorrendo cada um com profundo respeito pela vida, respeito pela criatura."

( “Oferenda”, Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco)

terça-feira, 23 de junho de 2015

"NORMA DA VIDA"


"Sinto-te o coração dorido em prece
E perguntas, em pranto, alma querida e boa:
— “Como guardar a fé, sem que a prova nos doa
Nos recessos do ser?
Uma norma de paz haverá sobre a Terra,
Que consiga sanar as chagas da alma triste?”
Sem pretensão, respondo que ela existe:
— Trabalhar e esquecer.

A própria Natureza é um livro aberto.
Recorda o tronco antigo e a tempestade;
Desçam raios do céu, a nuvem brade,
Sob a crise da noite a estremecer,
Ei-lo, porém, ereto e firme, aguentando a
tormenta...
Quebra-se-lhe quase toda a ramaria,
Ele guarda, no entanto, as instruções da vida:
— Trabalhar e esquecer.

Vejo a terra humilhada na lavoura,
Ferida e massacrada
Ao peso do trator e entre golpes de enxada
Tem nos vulcões rugindo o seu bravo gemer...
Mas, mesmo assim, produz o pão do mundo,
Injuriada e revolvida
Atende a ordenação que recebe da vida:
— Trabalhar e esquecer.

O fio d’água que nasceu na serra,
Pouco a pouco se fez amplo regato,
Percorrendo quilômetros de mato,
A correr e a correr...
Dessedentando pombos e serpentes,
Sofre a baba do lobo que o domina
E segue para o mar, ante a norma divina:
— Trabalhar e esquecer!...

Assim também, alma querida e boa,
Se carregas contigo farpas de amargura,
Desencanto, tristeza, desventura,
Chora, mas faze o bem — nosso alto dever...
Quanto às pedra e empeços do caminho,
Desengano e aflição, mágoa e mudança,
Olvida!... E segue as vozes da esperança;
— Trabalhar e esquecer!..."
                

(Maria Dolores, na obra “Assembleia de Luz”, Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 22 de junho de 2015

"ASCENSÃO"


"Perguntai à flor vivente,
 De pétalas multicores,
 Que com mágicos olores
 Perfumam vosso ambiente,

 O que fazem cá no mundo,
 Tão viçosas, perfumadas,
 Pelas sendas desoladas
 Deste abismo tão profundo.

 Como sorrisos dos Céus,
 Essas flores perfumosas
 Responderiam formosas:
– “Nós marchamos para Deus!”

A ave que poetiza
 Com seus cânticos maviosos
 Vossos campos dadivosos
 Em beleza que harmoniza,

 Se perguntásseis também,
 Ela vos retrucaria:
- “Caminhamos na alegria,
 Para a Luz e para o Bem.”

Tudo pois, em ascensão,
 Marcha ao progresso incessante,
 A alvorada rutilante
 Da sublime perfeição.

 Segui pois, irmãos terrenos,
 Nessas trilhas luminosas,
 Caminhai sempre serenos,
 Entre lírios, entre rosas;

 Entre os lírios da Bondade,
 Entre as rosas da Ternura,
 Espargindo a caridade,
 Consolando a desventura.

 Só assim caminharemos
 Nessa eterna evolução,
 E no Bem conquistaremos
 A suprema perfeição."


 ( Casimiro Cunha, na obra " Parnaso de Além Túmulo", Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 21 de junho de 2015

"ENFERMIDADE"

"Ninguém poderá dizer que toda enfermidade, a rigor, esteja vinculada aos processos de elaboração da vida mental, mas todos podemos garantir que os processos de elaboração da vida mental guardam positiva influenciação sobre todas as doenças.

Há moléstias que têm, sem dúvida, função preponderante nos serviços de purificação do espírito, surgindo com a criatura no berço ou seguindo-a, por anos a fio, na direção do túmulo.

As inibições congeniais, as mutilações imprevistas e as enfermidades dificilmente curáveis catalogam-se, indiscutivelmente, na tabela das provações necessárias, como certos medicamentos imprescindíveis figuram na ficha de socorro ao doente; contudo, os sintomas patológicos na experiência comum, em maioria esmagadora, decorrem dos reflexos infelizes da mente sobre o veículo de nossas manifestações, operando desajustes nos implementos que o compõem.

Toda emoção violenta sobre o corpo é semelhante a martelada forte sobre a engrenagem de máquina sensível, e toda aflição amimalhada é como ferrugem destruidora, prejudicando-lhe o funcionamento.

Sabe hoje a medicina que toda tensão mental acarreta distúrbios de importância no corpo físico.

Estabelecido o conflito espiritual, quase sempre as glândulas salivares paralisam as suas secreções, e o estômago, entrando em espasmo, nega-se à produção de ácido clorídrico, provocando perturbações digestivas a se expressarem na chamada colite mucosa. Atingido esse fenômeno primário que, muita vez, abre a porta a temíveis calamidades orgânicas, os desajustamentos gastrintestinais repetidos acabam arruinando os processos da nutrição que interessam o estímulo nervoso, determinando variados sintomas, desde a mais leve irritação da membrana gástrica até a loucura de abordagem complexa.

O pensamento sombrio adoece o corpo são e agrava os males do corpo enfermo.

Se não é aconselhável envenenar o aparelho fisiológico pela ingestão de substâncias que o aprisionem ao vício, é imperioso evitar os desregramentos da alma que lhe impõem desequilíbrios aviltantes, quais sejam aqueles hauridos nas decepções e nos dissabores que adotamos por flagelo constante do campo íntimo.

Cultivar melindres e desgostos, irritação e mágoa é o mesmo que semear espinheiros magnéticos e adubá-los no solo emotivo de nossa existência, é intoxicar, por conta própria, a tessitura da vestimenta corpórea, estragando os centros de nossa vida profunda e arrasando, conseqüentemente, sangue e nervos, glândulas e vísceras do corpo que a Divina Providência nos concede entre os homens, com vistas ao desenvolvimento de nossas faculdades para a Vida Eterna.

Guardemos, assim, compreensão e paciência, bondade infatigável e tolerância construtiva em todos os passos da senda, porque somente ao preço de nossa incessante renovação mental para o bem, com o apoio do estudo nobre e do serviço constante, é que superaremos o domínio da enfermidade, aproveitando os dons do Senhor e evitando os reflexos letais que se fazem acompanhar do suicídio indireto."

("Pensamento e Vida", Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier)

sábado, 20 de junho de 2015

"ESPIRITISMO E NÓS"


" Se o doente solicita receita e não aplica o remédio...

 Se o aluno fichado na escola não lhe freqüenta as aulas...

 Se o viajante necessita chegar à estação, com passagem adquirida, e não toma o comboio...

 Se o lavrador inicia a plantação e larga o trabalho à conta do vento...

 Não culpe o médico, não acuse o professor, não reprove a condução, nem malsine a terra.

 Assim também, o Espiritismo, junto de nós, quando lhe conhecemos os sagrados objetivos, sob a direção de Jesus.

 Se nos reconhecemos necessitados de melhoria se aspiramos à luz, se temos sede de paz, se queremos felicidade e não nos dispomos a usá-lo em nós, por instrumento da própria renovação, não nos queixemos senão de nós mesmos."



("Caminho Espírita", Albino Teixeira/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 19 de junho de 2015

"AMPARA SEMPRE"

 "Se a treva do mal procura
 Mergulhar-te na amargura,
 Não te aflijas, meu irmão!...
 Olvida o fel que te invade
 E acende a luz da bondade
 No templo do coração.

 Muitas vezes a ironia,
 Sob a cólera sombria,
 É grito de angústia e dor.
 Alma revolta na vida
 É como a terra ferida,
 Necessitada de amor.

 Ampara sempre... O Caminho
 Nem sempre será de arminho
 Que te convide a cantar.
 Terás, igualmente, um dia,
 A luta, o pranto e a agonia
 Por viver e atravessar.

 Alguém clama ou desespera?
 Silêncio! Trabalho e espera
 Na alegria calma e sã...
 Sobre a noite brilha a aurora
 E, além das sombras de agora,
 O dia volta amanhã."



("Cartas do Coração", João de Deus/ Francisco Cândido Xavier)


quinta-feira, 18 de junho de 2015

"O CRISTO ESTÁ NO LEME"






"Meus amigos, que o amparo de Nossa Mãe Santíssima nos agasalhe e ilumine os corações.

 Cristo, no centro da edificação espírita, é o tema básico para quantos esposaram em nossa Doutrina o ideal de uma vida mais pura e mais ampla.

 Confrange a quantos já descerraram os olhos para a verdade eterna, além da morte, o culto da irresponsabilidade a que muitos de nossos companheiros se devotam, seja na dúvida sistemática ou na acomodação com os processos inferiores da experiência humana, quando o Espiritismo traduz retorno ao Cristianismo puro e atuante, presidindo à renovação da Terra.

 Com todo o nosso respeito à pesquisa enobrecedora, cremos seja agora obsoleta qualquer indagação acerca da sobrevivência da alma por parte daqueles que já receberam o conhecimento doutrinário, porque semelhante conhecimento é precisamente o seio sagrado de nossos compromissos diante do Senhor.

 Há mais de dez milênios, nos templos do Alto Egito e da antiga Etiópia, os fenômenos mediúnicos eram simples e correntios; entre assírios e caldeus de épocas remotíssimas, praticava-se a desobsessão com alicerces no esclarecimento dos Espíritos infelizes; precedendo a antigüidade clássica, Zoroastro, na Pérsia, recebia a visitação de mensageiros celestiais e, também antes da era cristã, na velha China, a mediunidade era desenvolvida com a colaboração da música e da prece.

 Mas, o intercâmbio com os desencarnados, excetuando-se os elevados ensinamentos nos santuários iniciáticos, guardava a função oracular do magismo, entremeando-se nos problemas corriqueiros da vida material, fosse entre guerreiros e filósofos, mulheres e comerciantes, senhores e escravos, nobres e plebeus.

 É que a mente do povo em Tebas e Babilônia, Persépolis e Nanquim, não contava com o esplendor da Estrela Magna — Nosso Senhor Jesus-Cristo —, cujo reino de amor vem sendo levantado entre os homens. 

 Na atualidade, porém, o Evangelho brilha na cultura mundial, ao alcance de todas as consciências, cabendo-nos simplesmente o dever de anexá-lo à própria vida.

 Espíritas! Com Allan Kardec, retomastes o facho resplendente da Boa-Nova, que jazia eclipsado nas sombras da Idade Média!

 Compreendamos nossa missão de obreiros da luz, cooperando com o Senhor na construção do mundo novo!...

 Não ignorais que a civilização de hoje é um grande barco sob a tempestade... Mas, enquanto mastros tombam oscilantes e estalam vigas mestras, aos gritos da equipagem desarvorada, ante a metralha que incendeia a noite moral do mundo, Cristo está no leme!

 Servindo-o, pois, infatigavelmente, repitamos, confortados e felizes:

 Cristo ontem, Cristo hoje, Cristo amanhã!...

 Louvado seja o Cristo de Deus!"


 (Bittencourt Sampaio, na obra " Instruções Psicofônicas", Autores Diversos/ Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 17 de junho de 2015

"INFORTÚNIO MATERNO"





"Em pleno hospital da Espiritualidade, pobre criatura estendeu-nos o olhar suplicante e rogou:

- O senhor consegue escrever para a Terra?

- Quando mo permitem - repliquei entre pesaroso e assombrado.

Quem era aquela mulher que me interpelava desse modo?

A fisionomia escaveirada exibia recordações da morte. A face inundada de pranto tinha esgares de angústia e as mãos esqueléticas e entrefechadas davam a idéia de garras em forma de conchas.

Dante não conseguiria trazer do Inferno imagem mais desolada de sofrimento e terror.

- Escreva, escreva! - repetia chorando.

- Mas escrever a quem?

- Às mulheres... - clamou a infeliz. - Rogue-lhes não fujam da maternidade nobre e digna... peço não façam do casamento uma estação de egoísmo e ociosidade... 

Os soluços a lhe rebentarem do peito induziam-nos a doloroso constrangimento.

 E a infeliz contou em lágrimas:

- Estive na Terra, durante quase meio século... Tomei corpo entre os homens, após entender-me com um amigo dileto que seguiu, antes de mim, no rumo da arena carnal, onde me recebeu nos braços de esposo devotado e fiel. Com assentimento dos instrutores, cuja bondade nos obtivera o retorno à escola física, comprometemo-nos a recolher oito filhinhos, oito corações de nosso próprio passado espiritual, que por nossa culpa direta e indireta jaziam nas fumas da crueldade e da indisciplina... Cabia-nos acolhê-los carinhosamente, renovando-lhes o espírito, ao hálito de nosso amor... Suportar-lhes-íamos as falhas renascentes, corrigindo-as pouco a pouco, ao preço de nossos exemplos de bondade e renúncia... Nós mesmos solicitáramos semelhante serviço... Para alcançar mais altos níveis de evolução, suplicamos a prova reparadora... Saberíamos morrer gradativamente no sacrifício pessoal, para que os associados de nossos erros diante da Lei Divina recuperassem a noção da dignidade.

A triste narradora fez longa pausa que não ousamos interromper e continuou:

- Entretanto, casando-me com Cláudio, o amigo a que me reportei, fui mãe de um filhinho, cujo nascimento não pude evitar... Paulo, o nosso primogênito, era uma pérola tenra em nossas mãos... Despertava em meu ser comoções que o verbo humano não consegue reproduzir... Ainda assim, acovardada perante a luta, por mais me advertisse o esposo abençoado, transmitindo avisos e apelos da Vida Superior, detestei a maternidade, asilando-me no prazer... Cláudio era compelido a gastar largas somas para satisfazer-me nos caprichos da moda... Mas a frivolidade social não era o meu crime. .. Nas reuniões mundanas mais aparentemente vazias pode a alma aprender muito quando resolve servir ao bem. .. Cristalizada, contudo, na preguiça, qual flor inútil a viver no luxo dourado, por doze vezes pratiquei o aborto confesso... Surda aos ditames da consciência que me ordenava o apostolado maternal, expulsei de mim os antigos laços que em outro tempo se acumpliciavam comigo na delinqüência, assassinando as horas de trabalho que o Senhor me havia facultado no campo feminino... E, após vinte anos de teimosia delituosa, ante o auxílio constante que me era conferido pelo Amparo Celestial, nossos Benfeitores permitiram, para minha edificação, fosse eu entregue aos resultados de minha própria escolha... Enlaçada magneticamente àqueles que a Divina Bondade me restituiria por filhos ao coração e aos quais recusei guarida em minha ternura, fui obrigada a tolerar-lhes o assalto invisível, de vez que, seis deles, extremamente revoltados contra a minha ingratidão, converteram-se em perseguidores de minha felicidade doméstica... Fatigado de minhas exigências, meu esposo refugiou-se no vício, terminando a existência num suicídio espetacular... Meu filho, ainda jovem, sob a pressão dos perseguidores ocultos que formei para a nossa casa, caiu nas sombras da alienação mental,desencarnando em tormento indescritível num desastre da via pública, e eu... pobre de mim, abordando a madureza, conheci a dolorosa tumoração das próprias entranhas... A veste carnal, como que horrorizada de minha presença, expulsou-me para os domínios da morte, onde me arrastei largo tempo, com todos os meus débitos terrivelmente agravados, sob a flagelação e o achincalhe daqueles a quem podia ter renovado com o bálsamo de meu leite e com a bênção de minha dor...

A desditosa enferma enxugou as lágrimas com que nos acordava para violenta emoção e terminou:

- Fale de minha experiência às nossas irmãs casadas e robustas que dispõem de saúde para o doce e santo sacrifício de mãe! Ajude-as a pensar... Que não transformem o matrimônio na estufa de flores inebriantes e improdutivas, cujo perfume envenenado lhes abreviará o passo na direção das trevas... Escreva!... Diga-lhes algo do martírio que espera, além da morte, quantos quiseram ludibriar. a vida e matar as horas.

A mísera doente, sustentada por braços amigos, foi conduzida a vasta câmara de repouso e, impressionados com tamanho infortúnio, tentamos cumprir-lhe ri desejo e transmitir-lhe a palavra; contudo, apesar do respeito que consagramos à mulher de nosso tempo, cremos que o nosso êxito seria mais seguro se caminhássemos para um cemitério e assoprássemos a mensagem para dentro de cada túmulo."


 ("Contos e Apólogos", Irmão X/ Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 16 de junho de 2015

"MONTANHA ACIMA"


"Não reproves a dor que te reclama
Ao trabalho do amor que aperfeiçoa,
Não te esqueças da flor humilde e boa
Que desabrocha no montão de lama.

Chora, padece e crê... Espera e ama...
E ainda mesmo na sombra que atraiçoa,
Faze do bem a fúlgida coroa
Do serviço a que o mundo te conclama.

Não recues na jornada para a frente.
Fira-te embora a lágrima pungente,
Segue, montanha acima, calmo e forte!

Para quem busca do Céu, a luz não tarda,
Mas aquele que volta à retaguarda
Recebe a estagnação, a treva e a morte."



(Arnold de Souza , na obra  "Cartas do Coração", Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 15 de junho de 2015

"LIXO E LUXO"




"Às vezes, dizes: “Trabalho
 É carroção que não puxo.”
 E avanças devagarinho
 Para a gaiola do luxo.
 Lá dentro, acabas suando,
 Qual estudante no espicho,
 Aprendendo, muito tarde,
 Que o ócio é cama de lixo.

 Entornas grandes promessas
 Em fala, sonho, debuxo,
 No entanto, buscas, primeiro,
 Conforto, destaque, luxo...
 Consomes a força e o tempo
 Em sono, prato, cochicho,
 E, um dia, clamas debalde
 No escuro montão do lixo.

 Anseias dinheiro a rodo,
 Cheque e cheque em papelucho,
 Regalo de toda espécie,
 Caminho talhado em luxo...
 Mas, depois de tanto fausto,
 Tanto enfeite, tanto nicho,
 Mergulhas além da morte
 Na grande maré do lixo.

 Não conserves a existência
 Por tesouro no cartucho.
 Muita gente afunda e morre
 No antigo atascal do luxo.
 O bem de todos é a lei
 Que a vida guarda a capricho.
 Repara que todo excesso
 Vem do luxo e cai no lixo."


 ( "Antologia dos Imortais", Erasmo Junior/Francisco Cândido Xavier) 

domingo, 14 de junho de 2015

"OUVE A TUA CONSCIÊNCIA"



"A Lei de Deus está escrita na consciência da criatura humana.

Essa lúcida contestação dos Mentores da Humanidade ao codificador do Espiritismo, Allan Kardec, abre espaço à Psicologia para melhor entender os conflitos e os comportamentos complexos que enfrenta.

Para que a consciência possa contribuir saudavelmente em favor da conduta humana torna-se indispensável o hábito da reflexão, a fim de que os níveis primários em que se apresenta ceda lugar à iluminação em estágio mais avançado.

É compreensível que o Espírito em condições aflitivas tenha dificuldade de identificar a Lei de Deus nele ínsita. Porque predomina a matéria, as sensações mais grosseiras na sua existência, permanece como solo crestado que não permite à semente nele plantada romper-lhe a couraça, facultando que desabrochem as potências adormecidas.

Em razão da sensualidade e dos apegos aos prazeres imediatos e desgastantes, continua em germe a essência divina nos refolhos dessa área superior da psique – a consciência.

O hábito, porém, de silenciar a ansiedade e os tormentos íntimos, de buscar entender-lhes a procedência e a presença nos painéis mentais, faculta perceber os conteúdos de que se constituem, para discernir com segurança o que é edificante e o que lhe é prejudicial.

Acostumado a agir por impulsos, quase automáticos, dá vigor à natureza animal de que se reveste, quando deveria promover a espiritual, que germina e avança atraída pelo Deotropismo no rumo da plenitude.

Condicionamentos impostos pelos instintos básicos que governam a existência na sua fase inicial de desenvolvimento intelecto-moral, à medida que adquire conhecimentos para a lógica existencial, experiência os lampejos da consciência digna que libera a Lei de Deus, que está sintetizada no amor.

Na razão direta em que o amor sobrepõe-se à violência e aos fatores da agressividade, mais valiosos contributos são cedidos com o consequente enriquecimento de paz e de alegria de viver.

Ninguém existe destituído de consciência, exceção feita àqueles que expiam graves delitos em renascimentos assinalados pelas limitações e deformidades cerebrais...

Todos os seres que pensam dispõem do auxílio da consciência para fazer o que pode e deve, sempre quando se lhe torne lícita a realização.

A acomodação defluente da preguiça mental em alguns indivíduos impedem-no de avançar nos comportamentos corretos.

Deus, a todos os Seus filhos concedeu consciência do dever, que proporciona as habilidades indispensáveis à conquista da iluminação.

Essa sublime herança vincula todos os membros da Criação ao Genitor Celeste.

Ouve a tua consciência sempre que te encontres em conflito, em dificuldade de definir rumos e comportamentos adequados.

Reflexiona em silêncio e com calma, permitindo que a inspiração superior seja captada e o discernimento te aponte a melhor conduta a seguir.

Evita o costume doentio de transferir para os outros a tarefa de decidir por ti, de viver sob os conselhos dos demais como se fosses um parasita psíquico.

Liberta-te do morbo da queixa e desperta para entender que todos sofrem, têm problemas, mesmo que os não demonstrem, porque a sabedoria que possuem ao aconselhar é resultado dos caminhos percorridos, das aflições superadas e dos testemunhos ultrapassados.

Por outro lado, evita o costume de aconselhamentos e de orientações, de narrar as tuas vivências, como se fossem as mais importantes do mundo.

O que hajas vivenciado é importante para ti e nem sempre será regra geral de bom proceder para todos.

Cada ser humano é uma unidade muito complexa e especial, que faz parte da unidade universal, com as características próprias e as conquistas positivas e negativas adquiridas.

Quando delegas a outrem aconselhar-te, não estás disposto realmente a seguires a diretriz que te seja oferecida. Normalmente, buscas conselhos e bengalas psicológicas até encontrares o que realmente gostaria que te dissessem aquilo que te é agradável e compensador. Esse comportamento inconsciente é uma forma autodefensiva, porque aquilo que te venha a acontecer não será somente de tua responsabilidade.

O crescimento intelectual, assim como o de natureza moral, é trabalhado continuamente, sem interrupção nem saltos gigantes.

A cada momento uma conquista nova, um descobrimento que se incorpora aos conteúdos arquivados na mente.

Permitindo-te ouvir a consciência, serás inspirado à oração que te fortalecerá o ânimo e te auxiliará a fruir paz.

 Quanto mais auscultes a consciência e exercites a reflexão do pensamento, mais se expandirão as possibilidades e os registros legais se te farão claros e lúcidos, e te auxiliarão na conquista da felicidade e da harmonia interior, estimuladoras para os avanços a níveis superiores da evolução.

Não te detenhas, pois, em queixumes e rogativas de orientação, como se estivesses desequipado dos instrumentos para alcançar a vitória sobre as circunstâncias e provações necessárias.

Confia em Deus, na proteção dos teus Amigos espirituais e também nos teus valores, esses que vens amealhando durante a reencarnação.

 Jesus, que é o Guia da Humanidade, sempre buscava a solidão para reabastecer a consciência com a Lei de Deus, e permanecer como o amor na expressão máxima que se conhece, mesmo quando não amado.

Não tenhas sofreguidão para tudo resolver sem pensar, sem aprofundar a concentração.

Diante de todo e qualquer aconselhamento que peças e recebas, não deixes de consultar a tua consciência."

(Joanna de Ângelis - Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica da noite de 17 de março de 2014, no Centro Espírita Caminho da Redenção, Salvador, Bahia)