"1. Dizem que há muito episódios no Evangelho que não são verdadeiros. Como
identificar ali o pensamento de
Jesus?
Ao escrever “O Evangelho segundo o Espiritismo”, Kardec,
sabiamente, deteve-se na moral do Cristo, sobrepondo-se aos conflitos
exegéticos.
2. Semelhante procedimento não limita o entendimento do
Evangelho?
A mensagem cristã está toda contida na recomendação
basilar de Jesus: “Amai-vos uns aos outros”.
3. Não obstante dois mil anos de Cristianismo, o ser
humano ainda não conseguiu vivenciar essa orientação. O que está
faltando?
Jesus recomendou que devemos amar o semelhante como a
nós mesmos. O problema está aí. Falta-nos o parâmetro do amor ao semelhante. Não
amamos a nós mesmos.
4. Por que não amamos a nós
mesmos?
A característica fundamental do ser humano, no estágio
de evolução em que nos encontramos, é o egoísmo. Com ele pode haver paixão mas
dificilmente sobrará espaço para o amor.
5. E qual a
diferença?
Paixão é instinto, autoafirmação, prazer a qualquer
preço, sem perspectiva além da hora presente. Amor é sentimento, é desejo de
doar-se, realizando-se no bem que estenda ao amado.
6. Pode dar um
exemplo?
O vício é um impulso passional. O viciado deseja
momentos de satisfação e prazer, envolvendo-se com o álcool, o fumo, as drogas.
Não há nenhuma preocupação com o mal que faz a si mesmo. Cogita da satisfação
presente sem pensar nas amarguras do futuro.
7. E o indivíduo que tem amor por si
mesmo?
Este procurará o melhor para seu corpo, seu espírito,
sua vida, sustentando o equilíbrio e a harmonia, tanto física quanto
espiritualmente. Constrói o futuro de bênçãos a partir de nobres iniciativas do
presente.
8. Onde encaixaríamos a recomendação de Jesus — fazer ao
semelhante o bem que desejaríamos nos fosse
feito?
A Regra Áurea é o atalho divino para o amor. Na medida
em que procuramos observá-la sufocamos o egoísmo. Sem ele fica fácil amar a nós
mesmos e ao semelhante."
(“Não pise na bola”, Richard
Simonetti)
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