domingo, 5 de dezembro de 2010

"SERIA INÚTIL"



“Respondeu-lhes: Já vo-lo disse e não ouvistes; para
que o quereis tornar a ouvir?” – (João, 9:27.)


"É muito freqüente a preocupação de muitos religiosos, no
sentido de transformarem os amigos compulsoriamente, conclamando-
os às suas convicções particularistas. Quase sempre se
empenham em longas e fastidiosas discussões, em contínuos jogos
de palavras, sem uma realização sadia ou edificante.
O coração sinceramente renovado na fé, entretanto, jamais
procede assim.
É indispensável diluir o prurido de superioridade que infesta
o sentimento de grande parte dos aprendizes, tão logo se deixam
conduzir a novos portos de conhecimento, nas revelações gradativas
da sabedoria divina, porque os discutidores de más inclinações
se incumbem de interceptar-lhes a marcha.
A resposta do cego de nascença aos judeus argutos e inquiridores
é padrão ativo para os discípulos sinceros.
Lógico que o seguidor de Jesus não negará um esclarecimento
acerca do Mestre, mas se já explicou o assunto, se já tentou
beneficiar o irmão mais próximo com os valores que o felicitam,
sem atingir o alheio entendimento, para que discutir? Se um homem
ouviu a verdade e não a compreendeu, fornece evidentes
sinais de paralisia espiritual. Ser-lhe-á inútil, portanto, escutar
repetições imediatas, porque ninguém enganará o tempo, e o sábio
que desafiasse o ignorante rebaixar-se-ia ao título de insensato.
Não percas, pois, as tuas horas através de elucidações minuciosas
e repetidas para quem não as pode entender, antes que lhe
sobrevenham no caminho o sol e a chuva, o fogo e a água da
experiência.
Tens mil recursos de trabalhar em favor de teu amigo, sem
provocá-lo ao teu modo de ser e à tua fé."
("Pão Nosso", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

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