Vejo-te, estrela em forma de anjo,
velando noite a noite, ao meu lado,
enquanto te buscava o colo por brando
ninho.
Teu sorriso era a própria bênção de
Deus, sustentando-me horas e,
misturando beijos e lágrimas, alentaste-me
a vida.
Quantas vezes procurei nos teus olhos a
inspiração do caminho, não saberia
dizer... Sei apenas que, em nossa casa,
levantavas-te com a aurora, esgueirando-te
em silêncio para que não interrompêssemos
o repouso, preparando-nos o pão de que
recebias sempre o derradeiro pedaço.
Sei, Mãezinha, que escravizada ao
fogão e à pia de lavar, trabalhavas de
manso, voltando o rosto sereno para dizer
que éramos os teus tesouros, quando
alguém se queixava de nós.
Nunca te disseste cansada, ainda mesmo
quando os nossos gestos de ingratidão
te faziam aflita e muda.
Frequentemente, surpreendia-te a
cantar chorando, sem que pudesse
perceber os espinhos que te dilaceravam a
alma, porque teus lábios respondiam
sorrindo às minhas perguntas,
sossegando-me a inquietação.
Passou o tempo e volto hoje, de alma
renovada em tua renúncia, para ofertar-te
as flores de meu afeto.
Quisera trazer-te o próprio Céu, em
meu impulso de amor, entretanto, sou eu
ainda que me ajoelho aos teus pés, para
rogar-te em prece de gratidão: -
— Mãezinha querida, deixa-me
descansar de novo, no arminho de teu
regaço! E, enquanto choro de alegria para
agradecer a Deus a luz de tua presença,
guarda minhas mãos entre as tuas e
ensina-me, Doce Anjo, a orar outra vez."
MEIMEI
(“Temas da Vida “, Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)
Sem comentários:
Enviar um comentário