sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

"ABNEGAÇÃO"



Reunião pública de 9/11/59
Questão nº 912


"No estudo da abnegação, fitemos em Cristo o exemplo máximo.
Emissário de Deus entre os homens, podia exigir um palácio para nascer,
mas preferiu asilar-se no abrigo dos animais.
Podia freqüentar, na meninice, os mais altos grêmios filosóficos e religiosos
da nação que o contava entre os seus; todavia, preferiu as rudes experiências
da carpintaria de Nazaré.
Podia aderir aos programas de dominação dos maiorais em Jerusalém,
impondo-lhes a sua própria condição de missionário excepcional; entretanto,
preferiu incorporar-se ao trabalho de pescadores humildes, revelando-se a eles
sem violência.
Podia escolher as damas ilustres para entreter-se, com elas, acerca do Reino
de Deus, através de tertíflas afetivas no terraço de casas nobres; contudo,
preferiu entender-se com as mulheres simples do povo, sem esquecer a filha
de Magdala, submetida aos flagelos da humilhação.
Podia insinuar-se no ambiente mais íntimo de Caif ás ou Pilatos e
agradar’lhes a parentela para ganhar influência; no entanto, preferiu aproximar-
Se dos enfermos esquecidos na via pública.
Podia acumular ouro e prata, mobilizando os poderes de que dispunha,
mas preferiu viver entre os desfavorecidos do mundo, sem reter uma pedra
onde repousar a cabeça.
Podia afastar Iscariotes do círculo doméstico, depois de perceber-lhe os
primeiros sinais da deserção; todavia, preferiu conservá-lo entre os aprendizes,
para não lhe frustrar as oportunidades de reajuste.
Podia agitar a multidão contra os detratores de sua causa; entretanto,
preferiu que os detratores a comandassem.
Podia recorrer à justiça de modo a defender-se contra a perseguição sem
motivo; no entanto, preferiu morrer perdoando aos algozes, alinhando-Se entre
os condenados à morte sem culpa.
Não te despreocupes, assim, da abnegação dentro da própria vida, a fim de
que possas auxiliar as vidas que te rodeiam.
Supérfluo que nos enfeita é carência que aflige os outros.
O grande egoísmo da Humanidade é a soma dos pequenos egoísmos de
cada um de nós.
Sofrer por obrigação é resgate humano, mas sofrer para que outros não
sofram é renúncia divina.
Ninguém sabe se existe virtude nos prisioneiros da expiação; entretanto, a
virtude mostra-se viva em todo aquele que, podendo acolher-se ao bem
próprio, procura, acima de tudo, o bem para todos.
Se podes exigir e não exiges, se podes pedir e não pedes, se podes complicar
e não complicas, se podes parar de servir e prossegues servindo, estarás
conquistando o justo merecimento.
Não vale, pois, reclamar a abnegação dos outros para a melhoria do
mundo, porque o próprio Cristo nos ensinou, à força de exemplos, que a
melhoria do mundo começa de nós."
("Religião dos Espíritos", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"EM PLENA PROVA"



Reunião pública de 26/10/59

Questão nº 266


"Aguardas a melhora que parece tardia...

Suspiras em vão pelo amigo ideal...

Anseias inutilmente pela concórdia doméstica...
Clamas debalde pelo socorro em serviço...
Todavia, mesmo nos transes mais duros, espera com paciência.
*
Ontem devastamos lares alheios.
Hoje é preciso reconstruí-los.
Ontem traçamos caminhos de lodo e sombra aos pés dos outros.
Hoje é preciso purificá-los.
Ontem retínhamos sem proveito a fortuna de todos.
Hoje é preciso devolvê-la em trabalho, acrescida de juros.
Ontem cultivamos aversões.
Hoje é preciso desfazê-las, a preço de sacrifício.
Ontem abraçamos o crime, supondo preservar-nos e defender-nos.
Hoje é preciso reparar e solver.
Ontem cravamos no próximo o espinho do sofrimento.
Hoje é preciso experimentá-lo por nossa vez.
*
Se sobes calvário agreste, irriga em suor e pranto a senda para o futuro.
Qual ocorre ao enfermo que solicita assistência adequada antes da
consulta, imploraste, antes do berço, a prova que te agracia.
Aspirando a sanar as chagas do pretérito, comissionaste o próprio destino
para que te entregasse à existência o problema inquietante e a frustração
temporária, o embaraço imprevisto e a trama da obsessão, o parente amargoso
e a doença difícil.
Não atraiçoes a ti mesmo, fugindo ao merecimento da concessão.
Milhares de companheiros desenleados da carne suplicam o ensejo que já
desfrutas.
Mergulhados na dor maior, tudo dariam para obter a dor menor em que te
refazes.
*
Desse modo, quando estiveres em oração, sorvendo a taça de angústia, na
sentença que indicaste a ti próprio diante das Leis Divinas, roga a bênção da
saúde e a riqueza da paz, a luz da consolação e o favor da alegria, mas pede a
Deus, acima de tudo, o apoio da humildade e a força da paciência."
("Religião dos Espíritos", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

"TERAPIA DO TRABALHO"

"Contou-nos Terezinha Pousa Paiva, nossa já conhecida narradora, que, certa dia, quando estava no Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, chegou uma mulher bem vestida e elegante, denotando tratar-se de pessoa bem situada socialmente. Contudo, seu olhar pervagava, às vezes, perdido, demonstrando uma certa alienação mental. Essa mulher, aproximando-se do Chico, pediu-lhe uma orientação. E, ele, atendendo-a, relatou a seguinte história:

Havia uma mulher, que tinha vários perseguidores, que a molestavam constantemente, nunca a deixando em paz. Aconteceu que essa mulher, por orientação de alguém, passou ao trabalho, de manhã à tarde, durante todos os dias da semana, inclusive nos feriados, fins de semana e dias santos, confeccionando roupas para os desvalidos.

De vez em quando, seus perseguidores compareciam ao local de seu trabalho, a fim de verificarem se ela ainda continuava trabalhando, ou se já o havia abandonado, na intenção de retomar a possessão. Mas encontravam-na sempre nas tarefas, com a mente toda ocupada no serviço.

E o tempo corria.

De quando em quando, um dos perseguidores convidava os outros:

–Como é, pessoal, vamos ver como está a fulana?

E quando lá chegavam, encontravam-na sempre no trabalho.

E assim fizeram por várias vezes.

Escoaram-se dez anos. Seus obsessores, ao se aproximarem, mais uma vez, constataram que ela permanecia fiel ao trabalho e ao compromisso assumido, com a mente absorvida no capricho da agulha e da ideias renovadas.

Um deles, adiantando-se, falou:

– Essa não tem jeito, não! Desistamos! Deixemo-la, rapazes! Vamos embora!

E lá se foram e nunca mais voltaram..."



("Chico Xavier – Casos Inéditos", Weimar Muniz de Oliveira)

"A ninguém submetas..."

"A ninguém submetas
aos teus caprichos.
Jamais prometas o que não
possas cumprir.
Não cries expectativas 
que frustrarás.
Auxilia a quem quer que seja
a encontrar o próprio caminho.
Incentiva o crescimento alheio.
Compreende limitações.
Não queiras saber dos outros
mais do que deves saber de ti.
As ofensas que te são feitas não 
te preocupem tanto quanto as 
ofensas que possas fazer.
Toma a iniciativa de servir e 
sê maleável em teus
pontos de vista.
Em favor da paz, dispõe-te a
ouvir em silêncio tudo que te 
dizem e silencia o que não 
deves dizer."

("Teu Lar", Irmão José/Carlos A. Baccelli)
"As pessoas viajam para procurar maravilhas no
topo das montanhas, nas altas ondas do mar,
nos longos cursos dos rios, na vasta extensão do aceano,
no movimento circular das estrelas,
e passam por si mesmas sem se maravilhar."
(Santo Agostinho)
"É por teres grande valor que a tua palavra te pede responsabilidade,
o teu trabalho solicita perfeição, o teu pensamento exige 
cuidado e o teu coração demanda firmeza.
Se não tivesses valor, nada te seria pedido.
Mas, o teu valor não se resume às exigências e deveres. Ele te é,
sobremodo, poderosa força de alegria, esperança e ação. Se
te reclama deveres e verdade, o seu maior significado é 
ser teu beneficiador, operando as melhorias de 
conformidade com as tuas crenças positivas.
Confia no teu valor.
O teu valor vem de Deus.
Quando mais empregas o teu valor, mais ele aparece."

("Sempre Alegre", Lourival Lopes)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

"AMIGOS"





Reunião pública de 19/10/59
Questão nº 938


"À medida que avances, montanha acima, nas trilhas da evolução, é
possível que muitos de teus amigos se transformem, porque não possam ver o
que vês.
É qual se o vinho capitoso surgisse transfigurado em resíduo de fel, ou
como se o brilhante longamente acariciado se metamorfoseasse em pedra
falsa.
Consagras-te agora à luz.
Dormitam muitos na sombra.
Escolhes hoje servir.
Demoram-se muitos reclamando o serviço alheio.
Buscas presentemente a verdade.
Afeiçoam-se muitos à máscara da ilusão. Desapegas-te de prazeres
inferiores e posses materiais.
Algemam-se muitos à egolatria.
Estranhando-te a nova atitude, quase sempre te classificam os anseios de
elevação com adjetivos injuriosos.
Porque não mais te acomodas nas trevas, há entre eles quem te chame
orgulhoso.
Porque conservas a humildade na luz da abnegação, há entre eles quem te
chame covarde.
Porque não mais te relaciones com a mentira, há entre eles quem te chame
fanático.
Porque esqueces a ti mesmo no culto do amparo a outrem, há entre eles
quem te chame idiota.
Entretanto, ama-os, mesmo assim, sem exigir que te amem, cultivando o
trabalho que a vida te confiou.
O serviço sustentado nas tuas mãos falará, sem palavras, de teus bons
propósitos a criaturas diferentes que, tangidas pelo divino amor, chegarão de
outros campos em teu auxilio.
Para isso, porém, é indispensável não entres no labirinto das lamentações
vinagrosas.
Censurar é ferir, e queixar-se é perder tempo.
Renuncia, pois, à satisfação da convivência com aqueles que, embora
continuem amados em teu coração, não mais te comunguem as esperanças.
Se te esquecerem, perdoa.
Se te desprezarem, perdoa mais uma vez.
Se te insultarem, perdoa novamente.
Se te atacarem, perdoa sempre.
Seja qual for a maneira pela qual te apareçam, nos dias da incompreensão,
ajuda-os quanto puderes.
O silêncio em serviço é uma prece que fala.
Deus que concede à semente o refúgio da terra e a bênção da chuva para
que germine, em louvor do pão, dar-te-á também outras almas, com as quais te
associes para a glória do bem."
("Religião dos Espíritos", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"EXAMINADORES"




Reunião pública de 15/6/59
Questão nº 258
"Observando a Terra, do ponto de vista espiritual, podemos compará-la a
imensa escola, com vários cursos educativos.
O aluno inicia o aprendizado pelo número de matrícula.
O Espírito começa o grande estágio carnal pela certidão do berço.
O primeiro ingressa na classe que lhe compete.
O segundo é conduzido ao ambiente a que mais se ajusta.
Pequeninos, sorriem no jardim da infância, ensaiando idéias da vida.
Almas primitivas, na verdura da selva, adquirem noções de comportamento.
Há crianças, nas letras primárias, dominando o alfabeto.
Há irmãos, em lutas menores, penetrando os domínios da experiência.
Existem jovens, nos bancos da instrução intermediária, disputando
conquistas mais altas.
Possuímos inúmeros companheiros em tarefa importante, marchando para
mais elevados conhecimentos.
Contam-se, ainda, aqueles que se ergueram às instituições de ensino
superior, buscando a especialização profissional ou científica, de modo a
participarem da elite cultural, no progresso da Humanidade.
Vemos, igualmente, corações amadurecidos, a transitarem na universidade
do sofrimento, procurando as aquisições de amor e sabedoria que lhes
confiram acesso ao escol da sublimação, na Espiritualidade Vitoriosa.
Assim, pois, se te vês no círculo das grandes aflições ou dos grandes
problemas, é que já ascendeste aos centros de adestramento maior para a
assimilação de virtudes excelsas.
Recebe, desse modo, os parentes difíceis e os amigos complexos, os
adversários gratuitos e os irmãos desafortunados, tanto quanto aqueles que te
apedrejam e ferem, perseguem e caluniam, por examinadores constantes de
teu aproveitamento nas ciências da alma, por instrutores na luta cotidiana...
Cada um deles, hora a hora, te examina o grau de paciência e serviço,
caridade e benevolência, perdão e fé viva, bom ânimo e entendimento.
E, lembrando-te de que o próprio Cristo sofreu ironia e espancamento entre
eles, no dia da cruz, asserena-te na banca de provas em que te encontras,
aprendendo a valorizar, em teu próprio favor, o poder da humildade e a força da
compaixão."
("Religião dos Espíritos", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

"EXPERIMENTE HOJE"



       "Agradecer a Deus os benefícios da vida e valorizar os recursos do próprio corpo.
-0-
       Trabalhar e servir além do próprio dever, quanto lhe seja possível.
-0-
       Observar, ainda mesmo por instantes, a beleza da paisagem que lhe emoldura a presença.
-0-
       Nada reclamar.
-0-
       Comentar unicamente os assuntos edificantes.
-0-
       Refletir nas qualidades nobres de alguma pessoa com a qual os seus sentimentos ainda não se afinem.
-0-
       Falar sem azedume e sem agressividade na voz.
-0-
       Ler algum trecho construtivo.
-0-
       Praticar, pelo menos, uma boa ação, sem contar isso a pessoa alguma.
-0-
       Cultivar tolerância para com a liberdade dos outros sem atrapalhar a ninguém.
-0-
       Atendamos diariamente a semelhante receita de atitude e, em breve tempo, realizaremos a conquista da paz."

(“Busca e acharás”, André Luiz/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

"EXISTÊNCIA DE DEUS"

"Conta-se que um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor e com
tanto carinho, cada noite, que, certa vez, o rico chefe de grande caravana chamou-
o à sua presença e lhe perguntou:
— Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quando
nem ao menos sabes ler?
O crente fiel respondeu:
— Grande senhor, conheço a existência de Nosso Pai Celeste pelos
sinais dele.
— Como assim? — indagou o chefe, admirado.
O servo humilde explicou-se:
— Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como
reconhece quem a escreveu?
— Pela letra.
— Quando o senhor recebe uma jóia, como éque se informa quanto ao
autor dela?
— Pela marca do ourives.
O empregado sorriu e acrescentou:
— Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe,
depois, se foi um carneiro, um cavalo ou um boi?
— Pelos rastros — respondeu o chefe, surpreendido.
Então, o velho crente convidou-o para fora da barraca e, mostrando-lhe o
céu, onde a Lua brilhava, cercada por multidões de estrelas, exclamou, respeitoso:
- Senhor, aqueles sinais, lá em cima, não podem ser dos homens!
Nesse momento, o orgulhoso caravaneiro, de olhos lacrimosos, ajoelhou-se
na areia e começou a orar também."
("Pai Nosso", Meimei/Francisco Cândido Xavier)

"MENSAGEIROS DIVINOS"





Reunião pública de 18/5/59
Questão nº 501


"Ser-nos-á sempre fácil discernir a presença dos mensageiros divinos, ao
nosso lado, pela rota do bem a que nos induzam.
Ainda mesmo que tragam consigo o fulgor solar da Vida Celeste, sabem
acomodar-se ao nosso singelo degrau nas lides da evolução, ensinando-nos o
caminho da Esfera Superior. E ainda mesmo se alteiem a culminâncias
sublimes na ciência do Universo, ocultam a pró pria grandeza para guiar-nos
no justo aproveitamento das possibilidades em nossas mãos.
Sem ferir-nos de leve, fazem luz em nossas almas, a fim de que vejamos
as chagas de nossas deficiências, de modo a que venhamos saná-las na luta
do esforço próprio.
Nunca se prevalecem da verdade para esmagar-nos em nossa condição de
espíritos devedores, usando-a simplesmente como remédio dosado para
enfermos, para que nos ergamos ao nível da redenção, e nem se valem da
virtude que adquiriram para condenar as nossas fraquezas, empregando-a tãosó
na paciência incomensurável em nosso favor, de modo a que a tolerância
nos não desampare à frente daqueles que sofrem dificuldades de entendimento
maiores que as nossas.
Se nos encontram batidos e lacerados, jamais nos aconselham qualquer
desforço ou lamentação, e, sim, ajudam-nos a esquecer a crueldade e a
violência, com força bastante para não cairmos na posição de quem nos insulta
ou injuria, e, se nos surpreendem caluniados ou perseguidos, não nos inclinam
à revolta ou ao desânimo, mas recompõem as nossas energias
desconjuntadas, sustentando-nos na humildade e no serviço cóm que possamos
reajustar o pensamento de quem nos apedreja ou difama.
Erigem-se na estrada por invisível apoio aos nossos desfalecimentos
humanos, e aclaram-nos a fé na travessia das dores que fizemos por merecer.
São rosas no espinheiral de nossas imperfeições, perfumando-nos a
agressividade com o bálsamo da indulgência, e estrelas que brilham na noite
de nossas faltas, acenando-nos com a confiança no esplendor da alvorada
nova, para que não chafurdemos o coração no lodo espesso do crime.
E, sobretudo, diante de toda ofensa, levantam-nos a fronte para o Justo
dos justos que expirou no madeiro, por resistir ao mal em suprema renúncia,
entre a glória do amor e a bênção do perdão."
("Religião dos Espíritos", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 26 de dezembro de 2010

"TUDO É AMOR"




"Observa, amigo, em como do amor tudo provém e no amor tudo se resume.

Vida – é o Amor existencial.

Razão – é o Amor que pondera.

Estudo – é o Amor que analisa.

Ciência – é o Amor que investiga.

Filosofia – é o Amor que pensa.

Religião – é o Amor que busca Deus.

Verdade – é o Amor que se eterniza.

Ideal – é o Amor que se eleva.

Fé – é o Amor que se transcende.

Esperança – é o Amor que sonha.

Caridade – é o Amor que auxilia.

Fraternidade – é o Amor que se expande.

Sacrifício – é o Amor que se esforça.

Renúncia – é o Amor que se depura.

Simpatia – é o Amor que sorri.

Altruísmo – é o Amor que se engrandece.

Trabalho – é o Amor que constrói.

Indiferença – é o Amor que se esconde.

Desespero – é o Amor que se desgoverna.

Paixão – é o Amor que se desequilibra.

Ciúme – é o Amor que se desvaira.



Egoísmo – é o Amor que se animaliza.

Orgulho – é o Amor que enlouquece.

Sensualismo – é o Amor que se envenena.

Vaidade – é o Amor que se embriaga.

 Finalmente, o ódio, que julgas ser a antítese do Amor, não é senão o próprio Amor que adoeceu gravemente.

Tudo é Amor.
Não deixes de amar nobremente.

Respeita, no entanto, a pergunta que te faz, a cada instante, a Lei Divina: “Como?”

(“Apostilas da Vida”, André Luiz/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

"OFERTA DE NATAL"

"Senhor!
Enquanto as melodias do Natal nos enternecem, recordamos também, ante o céu
iluminado, a estrela divina que te assinalou o berço na palha singela!...
De novo, alcançam-nos os ouvidos as vozes angélicas:
- Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra, boa vontade para com os homens!...
E lembramo-nos do tópico inesquecível da narrativa de Lucas (Evangelho de Lucas
2:8-11):
“Havia na região da manjedoura pastores que viviam nos campos e velavam
pelos rebanhos durante a noite; e um anjo do Senhor desceu onde eles se achavam e
a glória do Senhor brilhou ao redor deles, pelo que se fizeram tomados de assombro...
O anjo, porém, lhes disse: não temais! Eis que vos trago boas novas de grande
alegria, que serão para todo o povo... É que hoje vos nasceu, na cidade de David, o
Salvador, que é o Cristo, o Senhor”.
*
Desde o momento em que os pastores maravilhados se movimentaram para ver
te, na hora da alva, começaste, por misericórdia tua, a receber os testemunhos de
afeição dos filhos da Terra.
Todavia, muito antes que te homenageassem com o ouro, o incenso e a mirra,
expressando a admiração e a reverência do mundo, o teu cetro invisível se dignou
acolher, em primeiro lugar, as pequeninas dádivas dos últimos!
Só tu sabes, Senhor, os nome daqueles que algo te ofertaram, em nome do
amor puro, nos instantes da estrebaria:
A primeira frase de bênção...
A luz da candeia que principiou a brilhar quando se apagaram as irradiações do
firmamento...
Os panos que te livraram do frio...
A manta humilde que te garantiu o leito improvisado...
Os primeiros braços que te enlaçaram ao colo para que José e Maria
repousassem...
A primeira tigela de leite...
O socorro aos pais cansados...
Os utensílios de empréstimo para que te não faltasse assistência...
A bondade que manteve a ordem, ao redor a manjedoura, preservando-a de
possíveis assaltos...
O feno para o animal que devia transportar-te...
*
Hoje, Senhor, que quase vinte séculos transcorreram, sobre o teu nascimento,
nós, os pequeninos obreiros desencarnados, com a honra de cooperar em teu
Evangelho Redivivo, pedimos vênia para algo te ofertar... Nada possuindo de nós,
trazemos-te as páginas simples que Tu mesmo nos inspiraste, os pensamentos de
gratidão e de amor que nos saíram do coração, em forma de letras, em louvor de tua
infinita bondade!
Recebe-os, ó Divino Benfeitor! Com a benevolência com que acolheste as
primeiras palavras e respeito e os primeiros gestos de carinho com que as criaturas
rudes e anônimas te afagaram na gloriosa descida à Terra!... E que nós – espíritos
milenares fatigados do erro, mas renovados na esperança – possamos rever-te a
figura sublime, nos recessos do coração, e repetir, como o velho Simeão, após
acariciar-te na longa vigília do Templo:- “Agora, Senhor, despede em paz os teus servos, segundo a tua palavra, porque
os nossos olhos viram a salvação!...”.
("Antologia Mediúnica do Natal", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

"NATAL DO CORAÇÃO"


"Abençoadas sejam as mãos que, em memória de Jesus, espalham no Natal a
prata e o ouro, diminuindo a miséria e a necessidade, a fome e a nudez!...
Entretanto, se não forem iluminadas pelo amor que ajuda sempre, esses
flagelos voltarão amanhã, como a erva daninha que espreita a ausência do
lavrador.
Não retenhas, assim, a riqueza do coração que poder dar, tanto quanto o maior
potentado da Terra!
Deixa que a manjedoura de tua alma se abra, feliz, ao Soberano Celeste, para
que a luz te banhe a vida.
Com Ele, estenderás o coração onde estiveres, seja para trocar um pensamento
compassivo com a palavra escura e áspera ou para adubar uma semente de
esperança, onde a aflição mantém o deserto! Com Ele, inflamarão de júbilo os
olhos de algum menino triste e desamparado e uma simples criança, arrebatada
hoje ao vendaval, pode amanhã ser o consolo da multidão... Com Ele, podes
oferecer a bênção da tolerância aos que trabalham contigo, transformando o altar
de teu coração em altar de Deus!...
Que tesouro terrestre pagará o gesto de compreensão no caminho empedrado,
o sorriso luminoso da bondade no espinheiro da sombra e a oração do carinho e do
entendimento no instante da morte?
Natal no espírito é a comunhão com Ele próprio.
Ainda que te encontres em plena solidão na manjedoura do infortúnio, sai de ti
mesmo e reparte com alguém o dom inefável de tua fé.
Lembra-te de que Ele, em brilhando na manjedoura, tinha consigo apenas o
amor a desfazer-se em humildade, e, em agonizando na cruz, possuía apenas o
coração, a desfazer-se em renúncia...
Mas, usando tão somente o coração e o amor, sem uma pedra onde repousar a
cabeça, converteu-se no Salvador do Mundo, e, embora coroado de espinhos, fez
se o Rei das Nações para sempre."
(Meimei, "Antologia Mediúnica do Natal", Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)

"RENOVAÇÃO"



"Quando o espinho buscar-te o coração
E puderes dizer – bendito sejas!
Quando a pedrada visitar-te o peito
E exclamares – bendita sejas tu!
Quando a prova amargosa e redentora
Requisitar-te a casa ao pranto escuro
E lembrares que há sombras
Mais terríveis que a tua em muita gente;
Quando inclinares teus ouvidos calmos
À irritação e à cólera dos outros,
Perdoando as ofensas e esquecendo-as;
Quando a dor inspirar-te
O canto excelso e doce da esperança;
Então tua alma içada à luz Celeste,
Sob a glória da vida superior,
Viverá luminosa e preparada
Para o Reino do Amor..."


("Nosso Livro", Rodrigues de Abreu/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

"ESCOLA DA BENÇÃO"

Cap. XV – Item 4

"Sofres cansaço da vida, dissabores domésticos, deserção de
amigos, falta de alguém...
Por isso, acordaste sem paciência, tentando esquecer.
Procuraste espetáculos públicos que te não distraíram e usaste
comprimidos repousantes que não te anestesiaram o coração.
Entretanto, para teu reconforto, pelo menos uma vez por semana,
sai de ti mesmo e busca na caridade a escola da bênção.
Em cada compartimento aprenderás diversas lições ao contacto
daqueles que lêem na cartilha das dores que desconheces.
Surpreenderás o filme real da angústia no martírio silencioso
dos que jazem num catre de espinhos, sem se queixarem, e a emocionante
novela das mães sozinhas que ofertam, gemendo, aos
filhos nascituros a concha do próprio seio como prato de lágrimas.
Fitarás homens tristes, suando penosamente por singela fatia
de pão, como atletas perfeitos do sofrimento, e os que disputam
valorosamente com os animais um lugar de repouso ao pé de ruínas
em abandono.
Observarás, ainda mais, os paralíticos que sonham com a alegria
de se arrastarem, os que se vestem de chagas esfogueantes,
suplicando um momento de alívio, os que choram mutilações trazidas
do berço e os que vacilam, desorientados, na noite total da
loucura.
Ver-te-ás, então, consolado, estendendo consolo, e, ajustado a
ti mesmo, volverás ao conforto da própria casa, murmurando, feliz:
– Obrigado, meu Deus!"
(Meimei, "O Espírito da Verdade", Autores Diversos/ Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

"ORAÇÃO DO NATAL"


"Rei Divino, na palha singela, porque te fizeste criança, diante dos homens, quando podias ofusca-los com a grandeza do Teu Reino?
Soberano da Eternidade, porque estendeste braços pequerruchos e tenros aos 
pastores humildes, mendigando-lhes proteção, quando o próprio firmamento te 
saudava com uma estrela sublime, emoldurada de melodias celestes?
Certamente o asilo de nossa alma, para converte-la em harpa nas Tuas mãos.
Preferias esmolar segurança e carinho, para que, em te amando, de algum 
modo, na manjedoura esquecida, aprendêssemos a amar-nos uns aos outros.
Tornavas-Te pequenino para que a sombra do orgulho se desfizesse, em torno 
de nossos passos, e pedias compaixão, porque não nos buscavas por adornos do 
Teu carro de triunfo, como vassalos de Tua Glória, mas, sim, por amigos 
espontâneos de Tua causa e por tutelados de Tua bênção...
E modificante assim, o destino das nações. Colocaste o trabalho digno, onde a 
escravidão gerava a miséria, acendeste a claridade do perdão, onde a noite do ódio 
assegurava o império do crime, e ensinaste-nos a servir e a morrer, para que a 
vida se tornasse mais bela...
É por isso que, ajoelhados em espírito, recordando-Te o berço pobre, 
ofertamos-Te o coração...
Arranca-o, Senhor, da grade do nosso peito, enferrujado de egoísmo, e faze-o 
chorar de alegria, no deslumbramento de Tua luz!... Conduze-nos, ainda, aos 
tesouros da humildade, para que o poder sem amor não nos enlouqueça a 
inteligência, e deixa-nos entoar o cântico dos pastores, quando repetia, em prantos 
jubilosos, a mensagem dos anjos:
- Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens!..."
(Meimei,"Antologia Mediúnica do Natal",
Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)

"ENCONTRO DE NATAL"


"Recolhes as melodias do Natal, guardando o pensamento engrinaldado pela
ternura de harmoniosa canção...
Percebes que o Céu te chama a partilhar os júbilos da exaltação do Senhor nas
sombras do mundo.
Entretanto, misturada ao regozijo que te acalenta a esperança, carregas a
névoa sutil de recôndita angústia, como se trouxesses no peito um canteiro de rosas
orvalhado de lágrimas!...
É que retratas no espelho da própria emoção o infortúnio de tantos outros
companheiros que foram inutilmente convidados para a consagração da alegria.
Levantaste no lar a árvore da ventura doméstica, de cujos galhos pendem os frutos
do carinho perfeito; entretanto, não longe, cambaleiam seguidores de Jesus,
suspirando por leve proteção que os resguarde contra o frio da noite; banqueteias-
te, sob guirlandas festivas, mas, a poucos passos da própria casa, mães e crianças
desprotegidas aguardando o socorro do Cristo, enlanguescem de fadiga e
necessidade; repetes hinos comovedores, tocados pela serena beleza que dimana
dos astros; no entanto, nas vizinhanças, cooperadores humildes do Mestre choram
cansados de penúria e aflição; abraças os entes queridos, desfrutando excessos de
reconforto; contudo, à pequena distância, esmorecem amigos de Jesus, implorando
quem lhes dê a bênção de uma prece e o consolo de uma palavra afetuosa, nas
grades dos manicômios ou no leito dos hospitais...
Sim, quando refletes na glória da Manjedoura, sentes, em verdade, a presença
do Cristo no coração!
Louva as doações divinas que te felicitam a existência, mas não te esqueças de
que o Natal é o Céu que se reparte com a Terra, através do eterno amor que se
derramou das estrelas.
Agradece o dom inefável da paz que volta, de novo, enriquecendo-te a vida,
mas divide a própria felicidade, realizando, em nome do Senhor, a alegria de
alguém!..."

(Meimei,
"Antologia Mediúnica do Natal",
Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

"LIBERTAÇÃO ESPIRITUAL"

"A criatura terrestre pode realmente:

Aproveitar-se de leis que não subscreve;
Manobrar vantagens que não conquista;
Cruzar caminhos que não talha;
Habitar a casa que não levanta;
Comer o pão que não produz;
Trajar o fio que não tece;
Ampliar processos de reconforto que não inventa;
Colaborar na execução de programas que não planeja;
Utilizar veículos que não fabrica;
Medicar-se com elementos que desconhece...
Todas essas operações conseguem a pessoa humana efetuar, ignorando, muitas vezes, onde o bem, onde o mal, onde a sombra, onde a luz.
Devemos convencer-nos, no entanto, de que, para libertar-se, efetivamente, diante da vida, a criatura terrestre há de raciocinar com a própria cabeça.
Ninguém pode viver a toda hora, com discernimento emprestado.
É por isso que somos chamados, na Doutrina Espírita, a estudar instruindo-nos, e, pela mesma razão, advertiu-nos Jesus de que apenas o conhecimento da verdade nos fará livres.

Se aspirarmos, assim, à conquista da emancipação espiritual para a imortalização, é forçoso que cada um de nós desenvolva, com esforço próprio, as sementes da verdade que traz consigo."

("Caminho Espírita",  Albino Teixeira/Francisco Cândido Xavier)