— Senhor Divaldo, quando o senhor não vem proferir a palestra eu me levanto e vou embora.
Eu redargui-lhe, surpreso:
— Ao tomar esta atitude a senhora faz um grande mal, pois que, na minha idade atual eu ireidesencarnar em breve e aí eu gostaria de saber o que a senhora fará. Irá deixar o Espiritismo?
— Eu acho que sim!
— Então, penso que lhe fiz um grande mal! Em vez de conduzi-la a Jesus, eu o fiz em direção a mim, por mais que me tenha esforçado, para apagar-me, enquanto Ele brilhasse! Peço-lhe desculpas por haver-lhe apontado o caminho errado! Entretanto, recomendo-lhe procurar um psicólogo para
cuidar do seu transtorno de comportamento, que me parece grave. Se a senhora pensa que me está agradando, na verdade está-me produzindo uma grande dor moral. E se acredita que, com isso, irá ter maior acesso a mim, infelizmente dificultou o intento!
Ao tomar uma atitude enérgica, desfazemos imediatamente qualquer tipo de ilusão. Não adianta deixar para depois e prolongar as fantasias de alguém que já está com a mente perturbada.
Não seja de estranhar que em nossas instituições surjam periodicamente fenômenos dessa natureza, em que alguém se encanta com o médium. O médium exala, na sua energia, um plasma psíquico muito especial. Muitas pessoas reagem a essa emissão de energia desenvolvendo ódio ou antipatia por ele. Outras, no entanto, sentem-se tocadas afetivamente, pois esse plasma tem o poder de atração. E nessa atração começam a querer fazer exigências e a querer manobrá-lo. Como o médium tem a característica de ser passivo, porque a sua faculdade o torna dócil, quem se lhe acerca, logo se acha no direito de querer governá-lo, com as exceções normais. Esses indivíduos
acreditam que o médium é ingênuo e por isso precisa ser guiado por alguém mais habilidoso. Só que se esquecem de que o padrão de conduta do médium é diferente da linha horizontal do comportamento profano. Desde que ainda não podemos ter uma conduta absolutamente vertical, o padrão de comportamento do médium deve ser sempre uma linha inclinada, no sentido ascendente.
E aqueles que estão na horizontalidade, sem o desejo de ascender, com os seus conflitos e exigências acabam por perturbar-lhe a existência.Diante dessas pessoas, o médium deve ter altivez, no bom sentido da palavra, para esclarecer:
“Desculpe-me! Mas o nosso afeto não permite que você administre os meus hábitos!”. Não poucas vezes, assim tenho procedido com lealdade. Quando noto que a pessoa irá extrapolar, sorrio e elucido: “Perdoe-me, mas eu sei conduzir-me. Se me portei até aqui antes de você chegar, é natural
que eu continue a jornadear de agora em diante sem que os amigos se envolvam”.
Não há idade para encontrarmos pessoas desequilibradas que se apaixonem por nós. E por isso eu gostaria de dizer aos médiuns mais jovens e mais atraentes: tenham muito cuidado! Essa é uma das válvulas para perturbação..."
("Sexo e Consciência", Divaldo Pereira Franco, organizado por Luiz Fernando Lopes)
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