"Espíritos culpados!
Somos quase
todos.
Julgávamos que o poder transitório
entre os homens nos fosse conferido como sendo privilégio e imaginário
merecimento, e usamo-lo por espada destruidora, aniquilando a alegria dos
semelhantes...
Contudo, renascemos nos últimos
degraus da subalternidade, aprendendo quanto dói o cativeiro da
humilhação.
Acreditávamos que a moeda farta nos
situasse a cavaleiro dos desmandos de consciência...
Entretanto, voltamos à arena
terrestre, em doloroso pauperismo, experimentando a miséria que infligimos aos
outros.
Admitíamos que as vítimas de nossos
erros deliberados se distanciassem, para sempre de nós, depois da
morte...
Mas tornamos a encontrá-las no lar,
usando nomes familiares, no seio da parentela, onde nos cobram, às vezes com
juros de mora, as dívidas de outro tempo, em suor do rosto, no sacrifício
constante, ou em sangue do coração, na forma de
lágrimas.
Supúnhamos que os abusos do sexo nos
constituíssem a razão de viver e corrompemos o coração das almas sensíveis e
nobres com as quais nos harmonizávamos, vampirizando-lhes a
existência...
No entanto, regressamos ao mundo em
corpos dilacerados ou deprimidos, exibindo as estranhas enfermidades ou as
gravosas obsessões que criamos para nós mesmos, a estampar na apresentação
pessoal a soma deplorável de nossos desequilíbrios.
-o-o-
Espíritos
culpados!
Somos quase
todos.
A Perfeita Justiça, porém, nunca se
expressa sem a Perfeita Misericórdia, e abre-nos a todos, sem exceção, o serviço
do bem, que podemos abraçar na altura e na quantidade que desejarmos, como
recurso infalível de resgate e reajuste, burilamento e
ascensão.
Atendamos às boas obras quanto nos
seja possível.
Cada migalha de bem que faças é luz
contigo, clareando os que amas.
E assim é porque, de conformidade
com as Leis Divinas, o aperfeiçoamento em nós mesmos depende de
nós."
(“Justiça Divina”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
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