segunda-feira, 31 de agosto de 2015

"ADVERTÊNCIA"


"Em nossas atividades da noite de 17 de junho de 1954, antes do socorro habitual aos irmãos conturbados e sofredores, havíamos efetuado breve leitura acerca da mediunidade e do amor cristão, preparando ambiente adequado às nossas tarefas. E, ao término da reunião, fomos agradavelmente surpreendidos com a visita de um novo amigo que não conhecíamos pessoalmente, em nossas lides de intercâmbio — Argeu Pinto dos Santos —, logo identificado por um de nossos companheiros que lhe foi filho na experiência física. Espírita convicto, Argeu militou na mediunidade, em Cachoeiro de Itapemirim, Estado do Espírito Santo, trazendo-nos na presente mensagem o resultado de seus próprios estudos.


 Meus amigos, vossa leitura desta noite abordou, com oportunos ensinamentos, a mediunidade e o amor fraterno. Dois temas vivos que se conjugam, encarecendo a excelência do serviço que repousa em nossas mãos.

 É importante lembrar que o Espiritismo é o Evangelho redivivo e puro, atuando, de novo, entre os homens, a fim de que não sejamos inclinados ao vampirismo, admiravelmente rotulado de preciosidade doutrinal.

 De nossa parte, usufruimos também o privilégio de partilhar a tarefa espírita, no setor mediúnico, em passado próximo.

 E, agora, cremo-nos habilitados a declarar que espiritista algum, enquanto na carne, consegue avaliar em toda a sua extensão o tesouro de bênçãos que lhe enriquece a alma, porque semelhantes bênçãos exprimem o trabalho e a responsabilidade com que devemos assimilar a nossa Doutrina, venerável escultora do caráter cristão em nossa própria vida.

 O nosso Ênio dará testemunho das notícias que vos trazemos.

 Depois do regresso à Pátria Espiritual, reconhecemos que a mediunidade não basta só por si. Espíritos que se graduam na esfera do sentimento, nos mais diversos tons evolutivos, acompanham de perto a marcha humana e é preciso evitar a companhia daqueles irmãos que, embora exonerados do corpo denso, jazem ainda profundamente vinculados às sensações inferiores do campo físico, a fim de que não venhamos a transformar o nosso movimento de elevação moral em descida às zonas escuras de subnivel.

 É fácil observar que muitos companheiros começam abraçando a fé e acabam esposando preocupações subalternas.

 Muitos iniciam o apostolado, assinalando a grandeza dos compromissos que assumem, entretanto, por vezes, olvidam, apressados, que Espiritismo é ascensão com Jesus ao calvário de nosso acrisolamento para a Luz Divina e confiam-se a entidades que ainda sofrem o fascínio do comércio malsão, metamorfoseando-Se em caçadores do êxito mundano, no qual tantos nos barateiam o estandarte de princípios sagrados, convertendo-o na bandeira cinzenta do desânimo para todos os que nos batem à porta, suspirando por socorro espiritual e terminando, desapontados, diante do nosso exemplo desencorajador.

 A mediunidade, para triunfar, precisa reconhecer que o amor fraterno é a chama capaz de purificá-la.

 Compete-nos hipotecar nossas forças à obra de redenção das nossas atividades, porqüanto não é justo oferecer pão ao faminto e agasalho aos nus, relegando-lhes o espírito à sombra da ignorância.

 É louvável dar o que temos nas mãos; contudo, é mais importante dar nossas mãos para que o ajudado aprenda a ajudar-se.

 Consideramos indispensável uma campanha de boa-vontade, suscetível de alijar da nossa luta benemérita tudo aquilo que represente acomodação com o menor esforço, para que o nosso ideal traduza lição de Nosso Senhor Jesus-Cristo em nossas atitudes de cada hora.

 Para isso, porém, é inadiável o esforço ingente de nossa própria regeneração, de modo a não perdermos tanta esperança na música das palavras vazias.

 Devemos estabelecer a competência mediúnica em base de solidariedade humana, a expressar-se em serviço aos semelhantes, entendendo, no entanto, que ninguém pode servir, ignorando como servir.

 Disso decorre o impositivo de luz em nosso cérebro e em nosso coração, para que o serviço espiritista Seja realização do Divino Mestre conosco e por nós.

 Arejemos, pois, o mundo íntimo no santuário da educação, para que a mediunidade e o amor não se escravizem à sombra, e roguemos ao Pai Celestial nos conceda a precisa coragem de viver o Evangelho de Jesus, hoje e sempre."

(Argeu Pinto dos Santos, na obra "Instruções Psicofônicas",  Autores Diversos/ Francisco Cândido Xavier)

domingo, 30 de agosto de 2015

"TÉCNICAS INFELIZES"

“... a vossa tristeza se tornará em alegria.”
(João – 16:20)


"Um olhar agressivo.
Um gesto intempestivo.
-o-
A palavra contundente.
O verbete irônico.
-o-
A censura pertinaz.
A conversa leviana.
-o-
A indiferença proposital.
O descaso programado.
-o-
A expressão de subestima.
A atitude autossuficiente.
-o-
O reproche sistemático.
A desatenção ostensiva.
-o-
       Quando você está de mal consigo mesmo, permite que essas penosas ocorrências o façam antipático.
       Muitas inimizades podem ser evitadas se você aplicar outros métodos.
       Embora contrafeito interiormente não esparza mau-humor.
       Aquele que você agora desconsidera, quiçá defrontará amanhã em posição diferente, quando alguma necessidade estiver a visitar-lhe a vida...
       Não use as técnicas que produzem animosidade.
       Embora sofrido e triste, faça amigos, plantando almas para o seu jardim de bênçãos e alegrias futuras."
(“Momentos de decisão”, Marco Prisco/Divaldo Pereira Franco)

sábado, 29 de agosto de 2015

"ENSINA-NOS A ORAR"

"O planalto da Judéia se eleva naquele local a quase 830 metros acima do nível do mar, sendo ali o seu ponto culminante. Ephrém é região bucólica, onde os damasqueiros se arrebentam em flores, se vestem de frutos, e as tulipas se multiplicam em campos verdejantes com a abundância do sol dourado, cujos poentes se demoram em fímbrias coloridas, contrastando com as sombras das noites em vitória. . .
A aldeia de Ephrém ou Efraim é um amontoado de casas singelas entre flores silvestres e roseiras variadas, situando-se sobre um largo terraço fértil do planalto árido, onde, no entanto, abundam nascentes cantantes e de cujas bordas se avistam no longo vale que
se esconde em baixo das imensas costas talhadas a pique em alcantis, pelo lado do Moab, o tranquilo Jordão e o mar Morto. Dali, a visão dos horizontes é um convite à meditação, fazendo que o homem se apequene ante a grandeza de Deus.
Naquela paisagem tudo são convites às coisas divinas.
Nesse plano de exuberante beleza, o Mestre elucida os companheiros fiéis, quanto à comunhão com o Pai. Já lhes falara diversas vezes sobre a necessidade da oração e em muitas ocasiões deles se apartara para o silêncio da prece. Ensimesmado, frequentemente
buscava a soledade para a ligação com Deus. através desse ministério ardente e apaixonado.
* * *
Os livros da fé ancestral, todos eles, se reportam à exaltação do Senhor, mediante o "abrir a boca" da alma e falar aos divinos ouvidos.
Aquela será a última primavera que passariam juntos. Os colóquios, as lições serão interrompidos, Êle o sabe. Ministra as últimas instruções. O Cordeiro inocente logo mais deverá marchar na direção do matadouro. Quanto há, no entanto, ainda, a dizer! São"crianças espirituais" aqueles companheiros, bulhentos e sem a noção exata do que lhes será pedido.
O tempo urge!
As Suas vigílias são maiores e Seus solilóquios mais demorados.
* * *
Retornava desse colóquio, e a placidez da face denotava a vitalidade haurida no intercâmbio com o Pai...
Os discípulos aguardam-No com carinho, ansiedade, e inquirem-No quanto à melhor forma de orar, como dizer todos os ditos da alma Àquele que é a Vida e que sabe das necessidades de cada um em particular e de todos simultaneamente. . .
Havia, sim, em todos, o desejo veemente de aprender com o Rabi, — que tantas lições lhes dispensará antes com invulgar sabedoria! — a mais eficiente das orações.
Inquiriam, porém: "se Deus nos conhece e sabe o de que temos maior urgência, por que se há de Lh'o rogar? Como fazê-lo, então?"
— "Ensina-nos a orar!" — pediu um dos discípulos, amigo devotado.
Seus olhos estavam incendiados de luz e nele havia aquela confiança pura da criança que se entrega em total doação e aguarda em tranquilidade enobrecida.
O Mestre relanceou o olhar pelas faces expectantes daqueles que O buscavam seguir e desejavam adquirir forças para, no futuro, se entregarem inteiramente ao Evangelho nascente; depois de sentir as ânsias que através dos tempos estrugiriam nos continuadores
da Sua Doutrina, pelos caminhos do futuro, sintetizou as necessidades humanas em sete versos, os mais simples e harmoniosos que os humanos ouvidos jamais escutaram, proferindo a oração dominical.
As frases melódicas cantaram delicadas através dos Seus lábios como se um coral angélico ao longe modulasse um cantochão de incomparável melodia, acompanhando suavemente.
Uma invocação:
"Pai Nosso que estás nos Céus;" (*)
Glorificação d'Aquêle que é a vida da vida, Causa Causica do existir, Natureza da Natureza — Nosso Pai!
Três desejos do ser na direção da Vida, após a referência sublime ao Doador de Bênçãos:
"Santificado seja o Teu Nome.
"Venha a nós o Teu Reino,
"Seja feita a Tua vontade, na terra como no céu;"
Eloquentes expressões de reconhecimento ao Altíssimo; humildade e submissão da alma que ora e se subordina às inexauríveis fontes da Mercê Excelsa; entrega total, em confiança ilimitada. Exaltação do Pai nas dimensões imensuráveis do Universo; respeito
à grandeza da Sua Criação, através da alta consideração ao Seu Nome; resignação atual diante das Suas determinações divinas e divina presciência.
Canto de amor e abnegação!
Três rogativas, em que o homem compreende a própria pequenez e se levanta, súplice, confiante, porém, em que lhe não será negado nada daquilo que solicita:
"O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje;
"Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores;
"Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos de todo o mal."
A base da manutenção do corpo é o alimento sadio, diário, equilibrado, tanto quanto a vitalidade do espírito é a sintonia com as energias transcendentes — dá-nos hoje!
Sustento para a matéria e força para o espírito, de modo a prosseguir no roteiro de redenção, no qual exercita as experiências evolutivas.
Reconhecimento dos erros, equívocos e danos causados a si mesmo e ao próximo — perdoa-nos!, — ensejando reparação, através da oportunidade de refazer e recomeçar sem desânimo, superando-se e ajudando aos que nos são vítimas — como perdoamos aos que nos devem!...
Forças para as fraquezas, em forma de misericórdia de acréscimo, multiplicando as construções das células e das energias espirituais; reconhecimento das incontáveis fragilidades que a cada instante nos sitiam e nos surpreendem — livra-nos de todo o mal!
* * *
A musicalidade sublime canta em balada formosa na pauta da Natureza, conduzida pelo vento.
A mais singela, a mais completa oração jamais enunciada.
Há emoções nos espíritos que reconhecem a responsabilidade de conduzirem o sublime legado na direção do futuro.
A ponte de intercâmbio entre os dois planos do mundo está lançada. Transitarão, agora, as forças mantenedoras do equilíbrio.
"Pedi e dar-se-vos-á;" — exorou o Pomicultor Divino.
"Ensina-nos a orar!" — rogara o discípulo ansioso.
As virações daquela hora embalsamam o ar de mil odores sutis e constantes, e há festa nos corações.
O Reino de Deus está, agora, mais próximo. Divisam-se os seus limites e se vislumbram as suas construções...
Nenhum abismo, nenhum óbice. Vencidas as indecisões, os caminhos se abrem, convidativos, oferecendo o intercâmbio.
Aqueles homens que se levantarão logo mais da insignificância que os limita e irão avançar no rumo do infinito, doravante, orando, estarão em comunhão permanente com o Pai.
O homem sobe ao Pai no Céu — o Pai desce ao homem na Terra.
Já não há um díptico.
Do solilóquio chega-se ao diálogo.
E do diálogo o espírito sai refeito, num grande silêncio de paz e vitalidade, exaltando o amor de Deus na potencialidade inexcedível da oração.
"Ensina-nos a orar!"
"Pai Nosso que estás nos Céus. . . "


(*) Conquanto as divergências entre os textos de Mateus (6:9-15) e Lucas (11:1-4) preferimos as anotações do primeiro, embora aquele situasse a preciosa oração, em continuidade ao Sermão do Monte. Assim o fazemos, considerando a métrica e o ritmo que se observam nas narrações das línguas semitas e por registrar a omissão de todo um verso nas anotações de Lucas. Outrossim, tomamos como lugar da ocorrência as circunvizinhanças da aldeia de Ephrém ou Efraim ao invés do Monte das Oliveiras, conforme a situam diversos exegetas e historiadores escriturísticos.
(Nota da Autora espiritual)

("Luz do Mundo", Amélia Rodrigues/Divaldo Franco)

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

"UM CURSO RÁPIDO DE RELAÇÕES HUMANAS"

"As seis palavras mais importantes:
Eu admito que cometi um erro.
As cinco palavras mais importantes:
Você fez um bom trabalho.
As quatro palavras mais importantes:
Qual a sua opinião?
As três palavras mais importantes:
Se você puder...
As duas palavras mais importantes:
Muito obrigado.
A palavra mais importante:
Nós.
A palavra menos importante:
Eu."

(“Não pise na bola”, Richard Simonetti)

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

"AUXÍLIO AOS DESENCARNADOS"

"Considera o coração que te antecedeu na grande viagem da morte, não como a criatura aniquilada, mas como alguém que continua a viver.

 Se ainda ontem, no mundo, em lhe retendo o corpo enfermo ou agonizante, desfazias-te em carinhosa assistência, hipotecando-lhe solidariedade e ternura, por que razão lhe infligirás, agora, o nominável suplício do desespero, atirando-lhe brasas ao coração?

 Se a saudade e a distância te flagelam a alma, não te esqueças de que invisibilidade não quer dizer ausência.

 Fortalece-te para o ministério da fé que vence a dúvida e lembra-te de que o viajor amado te requisita socorro e compreensão.

 Por vezes, vagueará nas trevas transitórias do próprio “eu”, entre as paixões que ainda o subjugam...

 Oferece-lhe o clarão silencioso da prece calma e sincera, através da qual as almas se comunicam, vencendo o espaço além.

 Terá deixado problemas na retaguarda, agrilhoando-se a eles, no círculo desilusões a que se afeiçoa...

 Ajuda-o, amparando-lhe as penas e os dissabores, para que siga, valoroso, ao encontro da Luz Divina.

 Em muitas ocasiões, terá legado ao lar pobreza e provação, desalento e infortúnio...

 Alivia-o, envolvendo-lhe os entes amados no clima de tua amizade pura a exprimir-se em valiosas migalhas de carinho e reconforto.

 Em muitas circunstâncias, permanecerá enovelado nas teias do arrependimento tardio.

 Liberta-o, com teu devotamento amigo, auxiliando-o a colocar a bênção do amor onde, imprevidente, terá situado o espinheiro do ódio.

 Recorda que serás amanhã o morto imaginário entre os vivos da Terra e estende a oração e a bondade, em favor dos que partem antes de ti, para que a bondade e a oração dos outros estejam contigo, no dia em que te ausentares também."

 ("Intervalos", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

"CONFLITOS OCULTOS"

"Sofres perseguições
Em ocultos conflitos.

Amargas provações
E lutas desgastantes.

A cruz te pesa tanto,
Que, por vezes, vacilas.

A angústia te domina
O coração em transe.

Porém, não desanimes
Da paz e da alegria.

A se crivar de espinhos,
A roseira floresce."

(“Pão da Alma”, Irmão José/Carlos A. Baccelli)

terça-feira, 25 de agosto de 2015

"ASSIM FALOU JESUS"

.


"Disse o Mestre: "Buscai e achareis". Mesmo nos céus, você pode fixar a atenção na sombra da nuvem ou no brilho da estrela...
Afirmou o Senhor: "Cada árvore é conhecida pelos frutos". Alimentar-se com laranja ou intoxicar-se com pimenta é problema seu...
Proclamou o Cristo: "Orai e vigiai para não entrardes em tentação, porque o espírito, em verdade, está pronto, mas a carne é fraca". O espírito é o futuro e a vitória final mas a carne é o nosso próprio passado, repleto de compromissos e tentações...
Ensinou o Mentor Divino: "Não condeneis e não sereis condenados". Não critique o próximo, para que o próximo não critique a você...
Falou Jesus: "Quem se proponha conservar a própria vida, perdê-la-á". Quando o arado descansa, além do tempo justo, encontra a ferrugem que o desgasta...
Disse o Mestre: "Não vale para o homem ganhar o mundo inteiro, se perder sua alma". A criatura faminta de posses e riquezas materiais, sem trabalho e sem proveito, assemelha-se, de algum modo, a pulga que desejasse reter um cão para si só...
Afirmou o Senhor: "Não é o que entra pela boca que contamina o espírito”. A pessoa de juízo são come o razoável para rendimento da vida, mas os loucos ingerem substâncias desnecessárias para rendimento da morte...
Ensinou o Mentor Divino: "Andai enquanto tendes luz". O corpo é a máquina para a viagem do progresso e todo relaxamento corre por conta do maquinista...
Proclamou o Cristo: "Orai pelos que vos perseguem e caluniam". Interessar-se pelo material dos caluniadores é o mesmo que se adornar você, deliberadamente, com uma lata de lixo...
Falou Jesus: "A cada um será concedido segundo as próprias obras". Não se preocupe com os Outros, a não ser para ajudá-los; pois que a Lei de Deus não conhece Você pelo que você observa, mas simplesmente através daquilo que você Faz..."
("O Espírito da Verdade", André Luiz/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

"COMPANHEIROS DE JORNADA"

         "Tu os encontras nos mais variados caminhos da existência corporal.
       São companheiros de evolução, que se multiplicam em todo lugar, nem sempre, porém, amigos das tuas aspirações.
       Estão na mesma trilha que tu, o que não quer dizer que marchem de acordo contigo.
       Muitas vezes competirão por nonadas, disputando honrarias enganosas, que deixam ressaibo de amargura.
       Alguns, constituir-te-ão dificuldade a vencer, erguendo-se como obstáculos à tua frente.
       Inúmeros, sorrindo contigo, transformando-se, facilmente, em adversários rigorosos.
       Enganados, nos propósitos que acalentam, não trepidam em convidar-te a duelos de qualquer tipo, desde que te possam suprimir ou afastar-te do seu caminho. No entanto, assim é a marcha.
-o-
       Cada mente vibra na faixa que lhe é própria.
       Cada sentimento irradia a força daquilo que anela.
       Cada pessoa reflete o que aspira interiormente.
       Cada companheiro tem o seu próprio destino.
       Enquanto eles te podem utilizar, a fim de se projetarem, demonstram-te amizade.
       Na razão que lhe serves de apoio, apresentam-se simpáticos.
       Do que possuas e lhes brindes, sorrirão com afabilidade, fazendo festa ao teu lado.
       Não te agastes com eles.
       Assim agem, porque essa é a estrutura moral de cada um deles.
       Quando possível, desculpa-os, ajudando-os.
       Porque estão equivocados e não sabem ser amigos, torna-te para com eles o que gostarias que fossem em relação a ti.
-o-
       Nem todos, porém, são assim.
       É possível que constituam um grupo menor, todavia, mais eficiente.
       Aqueles, os frívolos, são bulhentos e estes, os amigos, são discretos.
       Estão sempre no lugar onde precisas; surgem nos momentos mais inesperados; apresentem-se sem alarde e são eficientes.
       Os primeiros, os companheiros difíceis, são testes para as tuas resistências e convites para a tua evolução. Os segundos, que representam a bondade e o estímulo da vida, constituem a resposta do Amor de Deus às tuas preces e ações nobres.
       São todos, entretanto, companheiros de jornada, a quem deves estimar.
-o-
       Mesmo Jesus, não esteve indene à presença desses diferentes companheiros.
       Houve quem O acusasse, O traísse, O abandonasse, O negasse, constituindo-se-Lhe instrumento para o testemunho. Até hoje, no entanto, não faltam aqueloutros que O amam, O seguem e dão-Lhe a vida, a fim de que Ele brilhe iluminando todas as consciências humanas."
(“Luz da Esperança”,  Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)

domingo, 23 de agosto de 2015

"A PREGUIÇA"

"A preguiça é um grave defeito da vontade, caracterizando-se pela falta de impulso para o trabalho.
       Muitos preguiçosos são francamente do “dolce far niente”. Sua filosofia é:”plantando, dá; não plantando, dão; então, não planto, não.”

       Jesus condena, com veemência, a ociosidade e a preguiça, ao mesmo tempo que exalta o espírito de trabalho, estimulando-o com reiteradas promessas de recompensa.
       Haja vista a parábola dos trabalhadores e das diversas horas do trabalho, a dos dois filhos, a das dez virgens, a dos talentos, a do servo vigilante etc.
       Não bastasse o testemunho de sua própria vida, que foi um belíssimo exemplo de trabalho, quer como humilde carpinteiro na oficina de José, quer como carinhoso médico dos enfermos e sofredores de todos os matizes, quer ainda como incansável arauto da Boa Nova, assim se expressou Ele certa vez: “Meu Pai até agora não cessa de trabalhar e eu obro também incessantemente.” (João, 5:7)

       A Doutrina Espírita, estendendo e aprofundando os ensinamentos evangélicos, adverte-nos que “cada um terá que dar contas da inutilidade voluntária de sua existência, inutilidade sempre fatal à felicidade futura”, e que, para garantir uma boa situação no mundo espiritual, “não basta que o homem não pratique o mal, cumprindo-lhe fazer o bem no limite de suas forças, porquanto responderá por todo o mal que haja resultado de não haver praticado o bem.”
       Saibamos, portanto, aproveitar todos os instantes de nossa vida, empregando-os em alto útil, para que, ao se findarem nossos dias à face da Terra, possamos ser incluídos entre aqueles que as vozes do Céu proclamam bem-aventurados, “porque suas obras o acompanham” (Apoc., 14:13)

(“Páginas de Espiritismo Cristão”, Rodolfo   Calligaris)

sábado, 22 de agosto de 2015

"VIOLÊNCIA"


       "Não se queixe da vida.
       Trabalhe e conserve bondade e paciência para com todos.
       Um homem irritado visitava extenso pomar, descarregando o próprio azedume nas árvores, sacudindo-as intempestivamente.
       Muitos troncos amigos aceitaram a injúria com serenidade. Uma jaqueira, porém, ao ser rudemente agitada, sem querer deixou cair um de seus frutos sobre a cabeça do agressor, causando-lhe o hematoma que lhe precedeu a morte."

(Hilário Silva, em  “Aulas da Vida”, Espíritos Diversos/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

"ALTERCAÇÃO"

"Surge, inesperada, com ou sem motivo que a justifique.
        Tome vulto e leva às mais cruéis consequências, se não é policiada a tempo.
        Tem início numa palavra destituída de maldade, num olhar de aparente reproche, numa negativa, ou simplesmente em nada...
        A altercação é virose que contamina com facilidade.
        Perturba o discernimento, desarmoniza a emoção e deixa rastros significativos no comportamento alterado.
-o-o-
        Os alternadores sempre encontram motivo para as suas discussões infrutíferas.
        Desarmonizados em si mesmos, agradam-se quando ferem e encontram respostas para os duelos verbais que, não raro, levam a ações deploráveis.
        A altercação é portadora de alta carga prejudicial de cólera, que atinge quem lhe tomba nas redes perversas e àquele com quem se debate.
-o-o-
        Provocado, e convidado diretamente à altercação, desvia o assunto ou desvia-te do agressor.
        Ele talvez “nada tenha a perder”, conforme alguns apregoam no auge da discussão.
        Tu tens a paz que deves preservar, o bem-estar que não podes tisnar com a perturbação, e os sagrados compromissos com a vida.
        Não te detenhas, nunca, em altercação, porquanto todos aqueles que se permitem induzir, deixam-na arranhados, quando não saem vítimas de sutis mutilações emocionais ou orgânicas, graças aos golpes que sofrem."
(“Episódios diários”, Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

"NOS MOMENTOS GRAVES"

"Use calma. A vida pode ser um bom estado de luta, mas o estado de guerra nunca será uma vida boa.
*
       Não delibere apressadamente. As circunstâncias, filhas dos Desígnios Superiores, modificam-nos a experiência, de minuto a minuto.
*
       Evite lágrimas inoportunas. O pranto pode complicar os enigmas ao invés de resolvê-los.
*
       Se você errou desastradamente, não se precipite no desespero. O reerguimento é a melhor medida para aquele que cai.
*
       Tenha paciência. Se você não chega a dominar-se, debalde buscará o entendimento de quem não o compreende ainda.
*
       Se a questão é excessivamente complexa, espere mais um dia ou mais uma semana, a fim de solucioná-la. O tempo não passa em vão.
*
       A pretexto de defender alguém, não penetre o círculo barulhento. Há pessoas que fazem muito ruído por simples questão de gosto.
*
       Seja comedido nas resoluções e atitudes. Nos instantes graves, nossa realidade espiritual é mais visível.
*
       Em qualquer apreciação, alusiva a segundas e terceiras pessoas, tenha cuidado. Em outras ocasiões, outras pessoas serão chamadas a fim de se referirem a você.
*
       Em hora alguma proclame seus méritos individuais, porque qualquer qualidade excelente é muito problemática no quadro de nossas aquisições. Lembre-se de que a virtude não é uma voz que fala, e, sim, um poder que irradia."
(“Agenda Cristã”, André Luiz/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

"TAREFAS MÚTUAS"

"Aceita a fatalidade do progresso.

Porque se rogue na Terra auxílio aos Amigos Espirituais, não admitas estejam eles sem necessidade do Teu concurso.

Os corações se entrelaçam e as vidas se tocam, à feição das estradas e das fontes que se identificam nos mesmos objetivos.

Aqui, alguém esmorece na provação, abeirando-se do suicídio.

Nesse mesmo lugar, sentinelas invisíveis de abnegação te aguardam a presença e o apoio, para que inicies a obra socorrista com a frase humanitária e encorajadora que essas mesmas sentinelas saberão suplementar.

Ali, esse ou aquele obreiro da beneficência está prestes a cair em desânimo...

Benfeitores do Mais Além te esperam junto de semelhante trabalhador, de modo a que promovas ligeiro gesto de auxílio, capaz de transferi-lo das cinzas da tristeza para as fontes da esperança.

Mães agoniadas estão desfalecentes entre o desalento e a penúria...

Emissários do Bem contam contigo para alguma demonstração de fraternidade, junto delas, incumbindo-se de te manipular a colaboração em recursos providenciais para socorrê-las.

Crianças infelizes se aproximam da delinqüência...

Mensageiros da Vida Superior, em derredor, te pedem amparo que transformarão em reconforto a assistência, em benefício dos pequeninos.

Amigos da Caridade, renteando com irmãos enfermos e necessitados em lares e hospitais, recintos de tratamento e instituições outras, te solicitam o socorro possível que se encarregam de converter em colaboração eficiente, no apoio a eles, qualquer que seja a migalha de proteção que lhes possas oferecer.

Amor é solidariedade.

Progresso é intercâmbio.

Auxilia e auxiliar-se-te-á.

Ilumina a estrada de alguém e estarás iluminando a ti mesmo.

Abençoa o próximo e teus caminhos se farão abençoados.

Ajuda-te sempre, especialmente ajudando aos outros, e o Céu te ajudará."



("Busca e Acharás", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 18 de agosto de 2015

"INSTRUMENTO DOS CÉUS"


          "Não são poucas as almas que mergulham nos fluidos terrenos, com labores específicos na esfera do bem, em nome do Eterno Pai, realizando os seus serviços com maior ou menor divulgação, de conformidade com a área das suas atuações.
        No estágio terrestre, o venerando “médico dos pobres”, o luminoso Adolfo Bezerra de Menezes, que, das íntimas terras do Ceará, foi desenvolver a sua lide nas paragens coloniais do Rio de Janeiro, tornou-se uma luz viva, ensinando com a sua prática o que é o real Evangelho em ação.
        Travou contato com a Doutrina Espírita, através de cujos ensinos pode estruturar a sua obra de socorro e de orientação às pessoas, com as excelências do amor e com os rasgos da bondade, que o fizeram merecedor das homenagens justas dos irmãos terrenos, quanto das alegrias e conquistas, portas a dentro das regiões infinitas do espírito liberto.
        Bezerra, embora um homem simples, não tornou-se comum, nem se fez banal, imprimindo nobreza moral aos seus atos na reencarnação consagradora.
        Bezerra, em sendo um profissional na área médica, não limitou-se às paisagens superficiais do corpo físico, mas buscou penetrar as engrenagens profundas das almas, donde procedem as bases de todos os problemas de enfermidades que explodem no soma.
        Bezerra desempenhou sua lide junto ao diálogo com os mortos, porém, não se permitiu impermeabilizar, não adotou posição arrogante, tampouco mecanizou a espiritual relação. Amou, sofreu, chorou, vibrou de todos os modos com os que com ele se defrontaram, portadores dos conflitos e dramas, os mais variados e indizíveis, nos serviços do intercâmbio mediúnico, dando valor a esses momentos singulares que o Senhor dos espíritos permite sejam vividos no mundo.
        A esse espírito feliz, instrumento bendito de Deus, nas estradas do bem, pela Terra, nossa homenagem de carinho, enquanto rumamos para os mesmos sítios, com esperança e fé, a mirar-nos nos exemplos venturosos desse venerando Apóstolo."
(“Vida e Mensagem”,  Francisco de Paula Vitor/ J. Raul Teixeira)

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

"MALEDICÊNCIA"

"Espinho cruel a ferir indistintamente é a palavra de quem acusa; caustico e corrosivo é o verbo da boca de quem relaciona defeitos; veneno perigoso é a expressão condenatória a vibrar nos lábios de quem malsina; lama pútrida, trescalando fétido, é a vibração sonora no aparelho vocal de quem censura; borralho escuro, ocultando a verdade, é a maledicência destrutiva.

A maledicência é cultura de inutilidade em solo apodrecido.

Maldizer significa destruir.
A verdade é como claro sol. A maledicência é nuvem escura. No entanto, é invariável a vitória da luz sobre a treva.

O maledicente é atormentado que se debate nas lavas da própria inferioridade. Tem a visão tomada e tudo vê através das pesadas lentes que carrega.

A palavra malsinante nasce discreta, muitas vezes, para incendiar-se perigosa, logo mais, culminando na calúnia devastadora.

Não há desejo de ajudar quando se censura. Ninguém ajuda condenando.

Não já socorro se, a pretexto de auxílio, se exibe as feridas alheias à indiferença de quem escuta.

Quanto possível, extingue esse monstro da paz alheia e da tua serenidade, que tenta dominar-te a vida.

Caridade é bênção sublime a desdobrar-se em silencioso socorro.

Volta as armas da tua oração e vigilância contra a praga da maledicência aparentemente ingênua, mas que destrói toda a região por onde prolifera.

Recusa a taça venenosa que a observação da impiedade coloca à tua frente.

Desculpa os erros dos outros, se é que erraram.

É muito mais fácil informar-se erradamente do que atingir-se o fulcro da observação exata.

As aparências não expressão realidades.

A forma oculta o conteúdo. Ninguém pode julgar pelo exterior.

Quando vier a tentação de acusar e apontar defeitos, lembra-te das próprias necessidades e limitações e, fazendo todo o bem possível, ao teu alcance, avança NA FIRME RESOLUÇÃO DE AMAR, e despertarás, além das sombras da carne por onde segues, num roteiro abençoado onde os corações felizes e livres buscam a Vida Verdadeira."



("Lampadário Espírita", Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)

domingo, 16 de agosto de 2015

"PREFÁCIO"

"Senhor!
 Quando me deres
 O privilégio do renascimento
 No berçário do mundo, ante as necessidades que apresento
 E aquelas que não vejo,
 Eis, Senhor, o desejo
 Em que dia por dia me aprofundo:
 Deixa-me renascer em qualquer parte,
 Entretanto, que eu possa acompanhar-te
 Onde constantemente continuas
 Trabalhando e servindo em todas as estradas
 Para que eu também tenha as mãos marcadas
 Como trazes as tuas...

 Quanta ilusão quando me debatia
 Crendo que o desespero fosse prece,
 A rogar-te alegria e esperança
 Sem que nada fizesse!

 Imitava na Terra o lavrador
 A temer a pedra e lama, vento e bruma,
 Aguardando milagres de colheita
 Sem plantar coisa alguma.

 Entretanto, Senhor, agora sei
 Que o trabalho é divino compromisso,
 Estímulo do Céu guiando-nos os passos
 E que, atendendo à semelhante lei
 Puseste ambas as mãos em nossos braços
 Por estrelas de amor e de serviço.

 Assim, quando efetues
 As esperanças em que me agasalho
 E estiver entre os homens, meus irmãos,
 Que eu me esqueça em trabalho
 E me lembre das mãos...

 Não me dês tempo para lastimar-me,
 Que eu busque tão-somente a luz que me acenas...
 No anseio de seguir-te
 Quero o trabalho apenas. 

 Dá que eu seja contigo, onde estiveres,
 Uma rósea de paz... Que eu seja alguém
 Sem destaque e sem nome
 Que se olvide no bem.

 E se um dia uma cruz de provas e de agravos
 Reclamar-me a tarefa e o coração,
 Não me largues ao susto a que me enleie,
 Ajuda-me a entregar as próprias mãos aos cravos
 Da incompreensão que me rodeie,
 Entre bênçãos e fé e preces de perdão!

 Não consintas que eu volte ao tempo morto
 Da ilusão convertida em desconforto,
 Dá-me os calos da paz nas tarefas do bem,
 A servir sem perguntar a quem...

 Ouve, celeste amigo,
 Aspiro a estar contigo,
 Longe de minhas horas desregradas,
 Onde sempre estiveste e sempre continuas
 Plantando o amor em todas as estradas,
 Para que eu também tenha as mãos marcadas
 Como trazes as tuas... "

("Mãos Marcadas", Maria Dolores/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 15 de agosto de 2015

"LUTA"

"Meus amigos.
          Agradeçamos na luta o clima renovador.
          Nela possuímos o celeiro da experiência, onde o espírito é capaz de amealhar os tesouros incorruptíveis da sabedoria e do amor.
*
          A luta é alimento, pão da alma, força de crescimento do ser para a vida maior.
*
          Sem que a vida e as morte estabeleçam conflito na Terra, a imortalidade não se divinizaria para os homens.
*
          É necessário que a claridade combata a sombra, que a alegria sobrepuje o sofrimento, que a esperança fustigue a descrença, a fim de que possamos selecionar os valores que nos habilitem à vitória espiritual a que nos destinamos.
*
          No mundo terrestre — bendita escola multimilenária do nosso aperfeiçoamento espiritual — tudo é exercício, experimentação e trabalho intenso.
*
          Do atrito nasce a luz, quanto o equilíbrio nasce do esforço de adaptação.
*
          É imperioso que nos resignemos a perder quanto signifique roupagem servida e inútil para que nosso espírito avance, no turno da transformação para as luzes mais altas.
*
          Sem que a semente abandone o envoltório, não há germinação para a sementeira; sem o calor asfixiante o vaso nobre deixaria de existir; e, sem o cinzel que martiriza a pedra selvagem, a obra-prima da escultura jamais seria arrancada à matéria bruta para o nosso ideal de beleza.
*
          Somos, porém, mais que a semente, mais que o vaso, mais que a estátua...
          Somos filhos de Deus, em desenvolvimento, que podemos acelerar, aceitando as injunções da luta, ou que podemos atrasar, com a nossa preferência pelo repouso ou pela inércia.
*
          Abracemos os nossos deveres, ainda que pesados, porque somente da cruz que é nossa, do testemunho que nos fala de perto e do Calvário que nos pertence é que surgirá para a nossa vida a eterna ressurreição."
(Aires de Oliveira,  na obra “Comandos do Amor”, de Francisco Cândido Xavier – Espíritos Diversos)

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

"HUMILDADE CELESTE"

"Ninguém mais humilde que Ele, o Divino Governador da Terra.

Podia eleger um palácio para a glória do nascimento, mas preferiu sem mágoa a manjedoura simples.

Podia reclamar os princípios da cultura para o seu ministério de paz e redenção; contudo, preferiu pescadores singelos para instrumentos sublimes do seu verbo de luz.

Podia articular defesa irresistível a fim de dominar a governança política; no entanto, preferiu render-se à autoridade, presente em sua época, ensinando que o homem deve entregar ao mundo o que o mundo pertence, e a Deus o que é de Deus.

Podia banir de pronto do colégio apostólico o amigo invigilante, mas preferiu que Judas conseguisse os seus fins, lamentáveis e escusos, descerrando-lhes aos pés o caminho melhor.

Podia erguer-se ao Sol da plena vida eterna, sem voltar-se jamais ao convívio humilhante daqueles que o feriram nos tormentos da cruz; no entanto, preferiu regressar para o mundo, estendendo de novo as mãos alvas e puras aos ingratos da véspera.

Podia constranger o espírito de Saulo a receber-lhe as ordens, mas preferiu surgir-lhe acordar, meditar e servir, em favor de si mesmo.

Em Cristo, fulge sempre a humildade celeste, pela qual aprendemos que, quanto mais poder, mais amplo o trilho augusto aberto as nossas almas para que nos façamos, não apenas humildes pelos padrões da Terra, mas humildes enfim pelos padrões de Deus."

("Antologia Mediúnica do Natal", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

"LUTADORES INCOMPREENDIDOS"

  "Ampliando os horizontes da vida, na Terra, muitas vezes tombaram, em plena tarefa, os vanguardeiros do progresso humano.
        Inspirados obreiros dos ideais superiores sofreram escárnio e zombaria, caindo, quase sempre, sob o fardo de aflições superlativas.
        Nicolau Copérnico, depois de demonstrar o duplo movimento dos planetas sobre si mesmos e à volta do Sol, desencarna, humilhado, após impiedosas acusações.
        Lucílio Venini, expendendo nobres e avançados conceitos sobre a vida, deixa queimar-se vivo em Tolosa, condenado por crimes de ateísmo, magia e astrologia...
        ...E o Jesuíta Fabre, Galileu, Dáscoli, Lavoisier, Fulton, experimentaram calúnias e perseguições, penetrados pelas farpas da inveja e queimados no ácido do despeito dos contemporâneos pela audácia de penetrarem horizontes ainda não vislumbrados.
        Artistas e poetas, pensadores e filósofos, cientistas e pesquisadores para atestarem a elevação dos postulados em que criam, renunciaram a todo prazer, ligados ao ideal superior que os sustentavam, sem desânimo nem rancor.
        Entre eles, os lutadores incompreendidos, Allan Kardec, o inolvidável Codificador da Doutrina Espírita, teve o coração sitiado pela ofensa gratuita, enquanto trabalhava para oferecer à Humanidade a bênção da Revelação dos Espíritos, atestando que a glória da imortalidade se faz precedida de lutas acerbas e sem limites.
        Recordando, igualmente, a figura incomparável do Embaixador Celeste que aportou em Nazaré, há dois mil anos, afirmamos que a Doutrina Espírita, que hoje no-Lo desvela, é o cisne feito de luz, que veio dos Céus à Terra, cantando a glória da Vida Imperecível para que os homens emerjam da Terra aos Céus, na semeadura do verdadeiro amor..
        Espírita! Enquanto ruge a tormenta, exulte!
        Aqueles que o apedrejam não o podem atingir.
        Os que o perseguem são benfeitores ignorados.
        Tenha fé, tenha ânimo, porque as ideias combatidas pela violência se farão triunfadoras pelos seus exemplos e renúncias.
        E, firmado no exemplo de Jesus, o Vencedor invencível, e no estoicismo de Kardec, o Codificador inesquecível, leve a Bandeira da Doutrina Espírita a todas as gentes, mesmo que, aparentemente, os seus dias se tornem pardacentos e o Sol não mais fulgure, tão turvada esteja a paisagem pelas sombras da maldade. Erga-se e entoe o hino de fé com que o Espiritismo conclama todas as criaturas ultrajadas da Terra, que aguardam os Céus o Consolador que já está com você, há cem anos, para a arrancada final da grande luta, no campo íntimo de cada alma!"

"Eurípedes Barsanulfo, na obra “Crestomatia da Imortalidade”, de Divaldo Pereira Franco – Diversos Espíritos)

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

"MEDITAÇÃO"


    "Reserva-te alguns minutos para a meditação, antes de tomares atitudes de assumires compromissos.
    Os melhores conselhos que recebas são guias e não soluções.
    Os teus problemas pertencem-te e a ti cabe solucioná-los.
    Transferir responsabilidades para os outros é fugir ao dever.
    Como não é justo que te acredites responsável por tudo, também não é correto que culpes os outros por todas as ocorrências infelizes que te alcancem.
    Renovação moral é compromisso para já, e não para oportunamente.
    Cada vez que postergas a ação dignificadora em favor de ti mesmo, as circunstâncias se tornam mais complexas e difíceis.
*
    Em ti próprio estão as respostas para as interrogações que bailam em tua mente.
    Aclimata-te ao silêncio interior e ouvirás com clareza as diretrizes para equacioná-las.
    No dia-a-dia aprenderás a te encontrares, se o intentares sempre.
    Um dia é valioso período de tempo, cheio de incidentes para serem resolvidos e rico de oportunidades, para elevação pessoal.
    Ganha cada momento, fazendo uma após a outra cada tarefa, e terminarás a jornada em paz.
    Reflexiona, portanto, antes de agires, para que, arrependido, não venhas a meditar só depois."
(“Episódios diários”, Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)

terça-feira, 11 de agosto de 2015

"NÃO SABEM""

        "Muitos companheiros da Terra que perderam entes queridos em processos de crueldade estimariam ouvir-lhes as impressões do Mais Além, com referências à provas sofridas ao se despedirem do Plano Físico.
        E as respostas, comumente, lhes soariam aos ouvidos, insuflando-lhes surpresa e admiração.
        Os desencarnados que se reconhecessem livres das estreitezas humanas lhes surgiriam ao entendimento por advogados de seus próprios algozes.
        Filhos abatidos pelas armas de salteadores infelizes pediriam o perdão dos pais em benefício deles, , compreendendo-lhes os suplícios da consciência culpada; pais sacrificados por pessoas inescrupulosas solicitariam a tolerância e a bondade dos descendentes para quantos lhes promoveram a destruição da existência terrestre; criaturas violentadas no próprio corpo e seviciadas até a desencarnação suplicariam o socorro dos entes amados para aqueles que lhes impuseram a morte; e amigos massacrados por agressores voltariam da Vida Maior,  implorando compaixão para quantos lhes tramaram a perda.
        Se, algum dia, tiveres de ouvir os seres queridos, transportados para a Vida Superior, sob pesados golpes da delinquência, não guardes ideia de condenação e vindita. Quantos deles já se encontrem identificados com os ensinamentos de Jesus, te rogarão piedade e amor para com os perseguidores que os feriram, de vez que todos aqueles que atormentam e arrasam os seus próprios irmãos não sabem o que fazem."

(Meimei, na obra “SOMENTE AMOR”, Maria Dolores e Meimei/Francisco Cândido Xavier)