domingo, 11 de maio de 2014

"DIZES-TE"

Questão Nr. 888 de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, de Allan Kardec, pelo Espírito Emmanuel.

       "Dizes-te pobre; entretanto, milionários de todas as procedências dar-te-iam larga fortuna por ínfima parte do tesouro da tua fé.
       Dizes-te desorientado; contudo, legiões de companheiros, cujo passo a cegueira física entenebrece, comprar-te-iam por alta recompensa leve migalha  da visão que te favorece, para contemplarem pequena faixa da Natureza.
       Dizes-te impedido de praticar o bem; todavia, multidões de pessoas algemadas aos catres da enfermidade oferecer-te-iam bolsas repletas por insignificante recurso da locomoção com que te deslocas, de maneira a se exercitarem no auxílio aos outros.
       Dizes-te desanimado, sem te recordares, porém, de que vastas fileiras de mutilados estariam dispostos a adquirir, com a mais elevada quota de ouro, a riqueza dos teus pés e a bênção de teus braços.
       Dizes-te em provação, mas olvidas que, na triste enxovia dos manicômios inúmeros sofredores cederiam quanto possuem para que lhes desses um pouco de equilíbrio e de lucidez.
       Dizes-te impossibilitado de ajudar com a luz da palavra; no entanto, mudos incontáveis fariam sacrifícios ingentes para deter algum recurso do verbo claro que te vibra na boca.
       Dizes-te desamparado; entretanto, milhões de criaturas dariam tudo o que lhes define a posse na vida para usar um corpo harmônico qual o teu, a fim de socorrerem os filhos da expiação e do sofrimento.
       Por quem és, não lavres certidão de incapacidade contra ti mesmo.
       Lembra-te de que um sorriso de confiança, uma prece  ternura, uma frase de bom ânimo, um gesto de solidariedade e um minuto de paz não tem preço na Terra.
       Antes de censurar o irmão que traz consigo a prova esfogueante das grandes propriedades, sai de ti mesmo e auxiliar o próximo que, muita vez, espera simplesmente uma palavra de entendimento e de reconforto, para transferir-se da treva à luz.
       E, então, perceberás que a beneficência é o cofre que devolve patrimônios temporariamente guardados a distância das necessidades alheias, e que a caridade, lídima e pura, é amor sempre vivo, a fluir, incessante, do amor de Deus."
(“Religião dos Espíritos”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier) 

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