"No capítulo da insatisfação, urge considerar que dispomos
atualmente,
na Terra, de avançadas ciências psicológicas, ensinando-nos a
conhecer
as deficiências e inibições dos outros, entretanto, muito
dificilmente reconhecemos com elas o impositivo de estudarmos, não apenas
a
fim de entendê-las, mas igualmente com o objetivo de
aceitar-nos tais quais
somos.
Admitimos os desajustes e desequilíbrios alheios, todavia, em se
tratando dos nossos, muito freqüentemente calmos em aflição e rebeldia,
aniquilando, tantas vezes, valiosas possibilidades
de serviço em nossas
mãos.
Cada um de nós se coloca em determinado degrau de trabalho
e de
elevação para atender aos Desígnios da Vida Superior,
traçados em auxílio a
nós mesmos.
Esse é doente ainda; outro convalesce de longa enfermidade
espiritual; aquele carrega as conseqüências de antigos desequilíbrios;
aquele outro dispõe de reduzida instrução;
e aquele outro ainda
transporta consigo próprio os resultados
graves de inquietantes débitos
contraídos.
Todos somos, no entanto, filhos imortais de Deus e, pelos
mecanismos
da Divina Providência, cada qual de nós está situado por si
mesmo
nas condições justas, nas quais venhamos a receber novas
oportunidades de trabalho e aprendizagem, reajustamento
e melhoria,
reequilíbrio e renovação.
Ainda assim, se teimamos em não reconhecer a
realidade que nos é própria, perderemos tempo precioso e também correremos o
risco de comprar à inveja e ao ciúme, ao ódio e ao desespero, sofrimento e
problemas de que não temos a menor necessidade.
Antes as provas e
tribulações que nos cerquem, aceitemo-nos como somos, a fim de extrairmos de nós
com sinceridade o máximo de bem
de que sejamos capazes na ampliação do bem
geral, porque a vida é um parque de promoções permanente para quem trabalho e
serve e todo espírito que se aceita qual é, de modo a fazer de si o melhor que
pode, para logo se desvencilhar de qualquer sombra, a fim de engajar-se na
jornada bendita do próprio burilamento, partilhando a conquista incessante de
luz e mais luz."
("Mãos Unidas", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
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