sexta-feira, 6 de setembro de 2013

"ESTADOS DE ESPÍRITO"


Agradeço esta reflexão à amiga e seguidora deste blog Regina Silva.

"Em nosso esforço coletivo para vivenciar virtudes temos optado por desenvolver “estados de espírito”.
Entendemos que é muito mais fácil evoluir desenvolvendo determinados estados de espírito, do que ficar policiando cada pensamento, palavra, gesto, etc..
Então, já faz algum tempo que estamos procurando cultivar a PACIÊNCIA, a AMOROSIDADE, o PERDÃO e a HUMILDADE...
Mas o que é exatamente humildade? É fazermo-nos pequenos, menores do que somos na realidade? É minimizar nossos valores?
Certamente, não.
A humildade é uma percepção clara da nossa real condição. Nem para mais, nem para menos.
Se for para mais nos levará ao orgulho, porque a idéia de sermos mais evoluídos do que nossa realidade acarreta envaidecimento, já que, pela nossa pouca evolução, estamos ainda muito predispostos a cair nessa ilusão.
Se forçarmos nossa percepção para menos, isto nos levará a uma situação irreal e à diminuição da nossa auto-estima, o que é prejudicial para nossa vida e evolução.
Mas como podemos encontrar nossa real condição? Aprofundando o auto-conhecimento.
Mas é preciso ter cuidado porque geralmente ao mergulharmos em nossa intimidade nessa busca, temos como foco, mesmo inconsciente, encontrar valores ainda não descobertos.
Hoje, pela manhã, ao fazer a caminhada diária, tive ocasião de entender essa questão por um ângulo diferente.
Numa prece pedi a Deus e aos espíritos benfeitores que me ajudassem a me tornar humilde, a conhecer minha realidade mais íntima, a fim de que esse conhecimento me ajudasse nesse desiderato.
Pus-me então a refletir, percebendo que um amigo espiritual conduzia minhas reflexões e, assim, na busca à minha realidade, comecei por fazer um questionamento.
Se nunca tivesse tido orientação, assistência e participação espiritual em minhas ações e na condução da minha vida, como eu seria ou estaria agora?
Era uma questão difícil, mas importante. E como entremostrava um universo excessivamente vasto, achei melhor fixar-me apenas na minha vida como espírita.
Voltei então atrás no tempo, desde os primeiros passos neste caminho, perguntando-me sempre como teria sido se os espíritos não me tivessem auxiliado, orientado e conduzido?
Dessas perguntas restou um saldo que certamente estava bem abaixo do esperado.
Percebi então que não seria, na minha realidade, o que hoje “estou”, e nesse caminhar rememorativo cheguei ao momento em que comecei a atuar na divulgação do Espiritismo ao público externo: coluna no jornal, programas em rádios, peças teatrais, livros, vídeos e muitas outras atividades que se foram desdobrando ante meu olhar interior. Mas esse olhar já era diferente. Ao perguntar-me como teria sido se não tivesse recebido assistência espiritual em cada etapa, em cada momento... só encontrava o vazio. Não havia respostas.
Fui trazendo à memória a forma como todas essas ações começaram e percebi com absoluta clareza que mãos invisíveis sempre conduziram absolutamente tudo.
Tudo que tenho escrito, todas as iniciativas, tudo sempre começou e continuou pela ação deles. Até mesmo isto que estou escrevendo agora, foi-me intuído por eles. Nada do que fiz e faço é de minha exclusiva lavra. Na verdade, sou apenas a mão que executa.
Como segundo passo, comecei a imaginar como eu seria hoje, não tivesse sido “levada” para este caminho. Talvez fosse uma dona-de-casa unicamente preocupada com os afazeres domésticos e as conversas com as vizinhas, dissecando a vida dos outros, ou detalhando os acidentes, crimes e fofocas ocorridos mais recentemente. Talvez fosse uma profissional inteiramente tomada pelas atividades e a luta pela sobrevivência. Provavelmente estaria enfrentado situações as mais amargurosas e sofridas, em difíceis resgates, sem poder contar com o apoio e amparo dos amigos espirituais. Em qualquer dessas situações eu me via como uma pessoa absolutamente insignificante. Pior ainda, ao pensar que sem a assistência dos amigos espirituais, quem sabe poderia ter-me tornado alguém de presença negativa, maléfica.
Que terrível “virada”!
Já olhava os transeuntes percebendo-me abaixo de todos, sem qualquer valor. Senti então, não exatamente humildade, mas uma terrível sensação de inferioridade e de impotência, e o desânimo começou a se instalar.
Mas antes que se instalasse e, certamente com ajuda do benfeitor espiritual, lembrei-me de um dos pontos desta Agenda, o equilíbrio.
Se analisasse com equilíbrio, entenderia que em todo esse andamento da minha vida como espírita houve também minha participação, embora mínima:
a) deixei que me conduzissem, agindo com o valor da “boa vontade”;
b) assumi o compromisso firmado antes da minha reencarnação, procurando fazer a minha parte;
c) esforcei-me por me conectar com o “mais alto” através da prece, das atitudes e ações, dentro da minha limitada evolução e, apesar das quedas e tropeços, não desisti;
d) tenho procurado ser a “mão que executa”, mesmo sem ter sempre executado da melhor maneira.
Com essas observações já deu para respirar mais aliviada, mas a “queda na realidade” foi extremamente marcante.
Acredito que daqui em diante, se meus pensamentos convergirem para o que “estou”, olharei para mim mesma procurando imaginar como seria e como estaria, não fosse a assistência e ajuda dos benfeitores espirituais. Assim poderei ver a minha realidade, a minha verdadeira condição, e isto me ajudará a caminhar no rumo da humildade e, no lugar do orgulho, começar a construir um espaço para a gratidão, com profunda admiração pelo grandioso valor, o amor, que leva tantos a acolherem e a ajudarem tantos outros de forma absolutamente desinteressada. (A referência é aos espíritos benfeitores.)
Quando “caímos na realidade” percebemos que não há razões para nos sentirmos engrandecidos por nossas constatações distorcidas, pelos elogios recebidos ou por quaisquer outras razões. Tudo em nossas vidas será motivo de gratidão àqueles que nos assistem e motivação para buscarmos cada vez mais nosso crescimento interior.”
(Extraído do opúsculo ‘Agenda Mínima para Evoluir”. Pode ser baixado, na íntegra, pelo link:
http://www.mundoespiritual.com.br/download/agenda.doc

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