"Lenta, mas, sistematicamente, vai-se
arraigando na personalidade do homem o hábito infeliz da queixa e da
reclamação.
Insubordinado, em razão da predominância dos próprios
instintos agressivos, o indivíduo sempre encontra motivos para apresentar-se
insatisfeito.
Saúde ou doença, trabalho ou desemprego, alegria ou
tristeza, calor ou frio, servem-lhe sempre de pretexto para queixar-se,
para reclamar.
Instala-se, esse vício, fixando-se no comportamento, que
se torna azedo e desagradável, ao tempo em que fomenta distonias íntimas,
neuroses, abrindo campo para que se originem diversas
enfermidades.
O
queixoso padece de hipertrofia da esperança e do
otimismo.
Atrai a desdita e sintoniza com a amargura, passando a
sofrer aquilo de que aparenta desejar libertar-se.
Para quem deseja encontrar, nunca faltam motivos de
queixas e reclamações.
*
Estabelece, no teu cotidiano, o compromisso de
solucionar dificuldades, ao invés de gera-las, ou complica-las quando se te
apresentem.
Silencia o queixoso, propondo-lhe fazer o melhor que lhe
esteja ao alcance em detrimento do tempo perdido em
reclamações.
O
azedume responde pela ideia malsã de tudo ver de forma negativa, engendrando
mecanismos de falso martirológio.
O
queixoso, normalmente, gosta da indolência e se compraz no
pessimismo.
Põe sol e beleza nas tuas paisagens, passando de uma
para outra área de ação sem o fardo do mau humor, efeito de algo desagradável
que por acaso tenha-te acontecido na anterior.
Quem sabe confiar e trabalha, sempre alcança a meta que
busca."
(“Episódios diários”, Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)
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