terça-feira, 11 de junho de 2013

"CONHECIMENTO E SABEDORIA"

“Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade.”(II Timóteo, cap. 3 e v.7)


          "Escrevendo a Timóteo, Paulo o adverte contra a falácia dos “que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade”.
          De fato, existem espíritos assim: leem muito, manuseiam livros raríssimos, dominam idiomas diversos, têm invejável formação acadêmica, mas não possuem a luz da sabedoria.
          Conhecem, mas não sabem...
          Teorizam, todavia, não demonstram...
          Repetem com exatidão impressionante o que a memória registra, contudo não se revelam capazes de expressar com clareza as próprias ideias...
          É que o conhecimento integral da Verdade exige muito mais que cultura e intelectualidade.
          Sem os tropeços da vida, ninguém se diploma na escola da experiência.
          Paulo fora brilhante rabino, conhecia as Escrituras, expressava-se com grande eloquência, mas,  quanto tomou contato com o Evangelho, teve, inclusive, de reaprender a falar.
          Antes, nada enxergava, além da “letra que mata”...
          Enquanto não padeceu na carne, não despertou para mais amplos e profundos conhecimentos da Verdade.
          Só depois que os seus olhos se fecharam para os preconceitos do mundo é que a sua visão interior se abriu para as realidades que ignorava.
          A terrível descoberta de seus equívocos fez que ele procurasse a solidão de uma tenda no deserto, para meditar.
          Substituiu antigos pergaminhos da Lei por humilde tear, onde passava horas entregues a si mesmo.
          Apenas algumas poucas anotações de Levi sobre as inolvidáveis lições do Mestre revolucionaram todos os conhecimentos filosóficos que detinha.
          Mais tarde, ele próprio reconheceria que “a ciência incha” e que as muitas letras fazem delirar...
          Em contato com os apóstolos, que eram chamados “pobres de espírito”, admirou-se da sabedoria que fluía naturalmente de suas palavras rudes.
          Ninguém como Estêvão o impressionara tão vivamente perante o Sinédrio e reduzira a pó todos os seus argumentos contra os seguidores do Caminho.
          Para conhecimento da Verdade, mais que aprender, é necessário viver.
          Desenvolver a intuição.
          Enxergar a essência das coisas.
          Sofrer.
          Doar.
          Descerrar  a mente e o coração.
          Conquistar a humildade.
          Não olvidemos que a Sabedoria de Jesus, quando Ele contava apenas 12 anos de idade, confundiu os doutores do Templo e, mais tarde, desnorteou o próprio Nicodemos, quando tecia comentários alusivos à reencarnação: “Tu és mestre em Israel, e não sabes estas coisas?” (João, 3 – 10)."

(“Evangelho e Doutrina”, Irmão José/Carlos A. Baccelli)

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