“Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao
conhecimento da verdade.”(II Timóteo, cap. 3 e v.7)
"Escrevendo a Timóteo, Paulo o adverte contra a falácia
dos “que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da
verdade”.
De
fato, existem espíritos assim: leem muito, manuseiam livros raríssimos, dominam
idiomas diversos, têm invejável formação acadêmica, mas não possuem a luz da
sabedoria.
Conhecem, mas não sabem...
Teorizam, todavia, não
demonstram...
Repetem com exatidão impressionante o que a memória
registra, contudo não se revelam capazes de expressar com clareza as próprias
ideias...
É
que o conhecimento integral da Verdade exige muito mais que cultura e
intelectualidade.
Sem os tropeços da vida, ninguém se diploma na escola da
experiência.
Paulo fora brilhante rabino, conhecia as Escrituras,
expressava-se com grande eloquência, mas, quanto tomou contato com
o Evangelho, teve, inclusive, de reaprender a falar.
Antes, nada enxergava, além da “letra que
mata”...
Enquanto não padeceu na carne, não despertou para mais
amplos e profundos conhecimentos da Verdade.
Só
depois que os seus olhos se fecharam para os preconceitos do mundo é que a sua
visão interior se abriu para as realidades que
ignorava.
A
terrível descoberta de seus equívocos fez que ele procurasse a solidão de uma
tenda no deserto, para meditar.
Substituiu antigos pergaminhos da Lei por humilde tear,
onde passava horas entregues a si mesmo.
Apenas algumas poucas anotações de Levi sobre as
inolvidáveis lições do Mestre revolucionaram todos os conhecimentos filosóficos
que detinha.
Mais tarde, ele próprio reconheceria que “a ciência
incha” e que as muitas letras fazem delirar...
Em
contato com os apóstolos, que eram chamados “pobres de espírito”, admirou-se da
sabedoria que fluía naturalmente de suas palavras
rudes.
Ninguém como Estêvão o impressionara tão vivamente
perante o Sinédrio e reduzira a pó todos os seus argumentos contra os seguidores
do Caminho.
Para conhecimento da Verdade, mais que aprender, é
necessário viver.
Desenvolver a intuição.
Enxergar a essência das coisas.
Sofrer.
Doar.
Descerrar a mente e o
coração.
Conquistar a humildade.
Não olvidemos que a Sabedoria de Jesus, quando Ele
contava apenas 12 anos de idade, confundiu os doutores do Templo e, mais tarde,
desnorteou o próprio Nicodemos, quando tecia comentários alusivos à
reencarnação: “Tu és mestre em Israel, e não sabes estas coisas?” (João, 3 –
10)."
(“Evangelho e Doutrina”, Irmão José/Carlos A. Baccelli)
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