Reunião Pública de 8.12.61
1ª Parte, cap. VII § 21
"A justiça humana, conquanto respeitável, freqüentemente julga os fatos que considera
puníveis pelos derradeiros lances de superfície, mas a Justiça Divina observa todas as
ocorrências, desde os menores impulsos que lhe deram começo.
***
Identificaste os culpados pelas tragédias, minuciosamente descritas na imprensa; no entanto
muitas vezes tudo ignoras acerca das inteligências que as urdiram na sombra.
Viste pais e mães, aparentemente felizes e vigorosos, tombarem na desencarnação
prematura, minados por sofrimentos indefiníveis, mas não enxergaste os filhos
inconseqüentes que lhe exauriram as forças.
Anotaste os companheiros que desertaram da construção espiritual, censurando-lhes o
esmorecimento e o recuo; todavia, nato te apercebeste dos amigos levianos que lhes
exterminaram a tenra sementeira de luz no apontamento escarnecedor.
Reprovaste os que se renderam à perturbação e à loucura, estranhando-lhes a suposta
fraqueza; entretanto, não chegaste a conhecer os verdugos risonhos do campo social e
doméstico, que os ficharam no cadastro do manicômio.
Acusaste os irmãos que caíram em desdita e falência, classificando-os na lista dos
celerados; contudo nem de leve assinalaste a presença daqueles que os sitiaram no beco da
aflição sem remédio.
***
Não queremos, com isso, consagrar o regime da irresponsabilidade.
Todos respiramos, no Universo, ante a luz da Justiça.
O autor de uma falta, naturalmente, responderá por ela.
Nos tribunais da imortalidade, cada espírito devedor resgata as suas próprias contas. No
entanto, em todas as circunstâncias, saibamos semear o bem esparzir o bem, sustentar o
bem e cooperar para o bem, de vez que as nossas ações provocam nos outros ações
semelhantes, e se aquele que faz o mal é passível de pena, aquele que organiza o mal,
conscientemente, sofrerá pena maior."
("Justiça Divina", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
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