sexta-feira, 31 de agosto de 2012

"REFUGIA-TE EM PAZ"


“Havia muitos que iam e vinham e não tinham tempo
para comer.”
(Marcos, 6:31)


"O convite do Mestre, para que os discípulos procurem lugar à parte, a fim
de repousarem a mente e o coração na prece, é cada vez mais oportuno.
Todas as estradas terrestres estão cheias dos que vão e vêm, atormentados
pelos interesses imediatistas, sem encontrarem tempo para a recepção de alimento
espiritual. Inúmeras pessoas atravessam a senda, famintas de ouro, e voltam
carregadas de desilusões. Outras muitas correm às aventuras, sedentas de novidade
emocional, e regressam com o tédio destruidor.
Nunca houve no mundo tantos templos de pedra, como agora, para as
manifestações de religiosidade, e jamais apareceu tamanho volume de desencanto
nas almas.
A legislação trabalhista vem reduzindo a atividade das mãos, como nunca;
no entanto, em tempo algum surgiram preocupações tão angustiosas como na
atualidade.
As máquinas da civilização moderna limitaram espantosamente o esforço
humano, todavia, as aflições culminam, presentemente, em guerras de arrasamento
científico.
Avançou a técnica da produção econômica em todos os setores,
selecionando o algodão e o trigo por intensificar-lhes as colheitas, mas, para os
olhos que contemplam a paisagem mundial, jamais se verificou entre os encarnados
tamanha escassez de pão e vestuário.
Aprimoraram-se as teorias sociais de solidariedade e nunca houve tanta
discórdia.
Como acontecia nos tempos da permanência de Jesus no apostolado, a
maioria dos homens permanece no vaivém dos caminhos, entre a procura
desorientada e o achando falso, entre a mocidade leviana e a velhice desiludida,
entre a saúde menosprezada e a moléstia sem proveito, entre a encarnação perdida e
a desencarnação em desespero.
Ó meu amigo, se adotaste efetivamente o aprendizado com o Divino
Mestre, retira-te a um lugar à parte, e cultiva os interesses de tua alma.
É possível que não encontres o jardim exterior que facilite a meditação,
nem algum pedaço de natureza física onde repouses do cansaço material, todavia,
penetra o santuário, dentro de ti mesmo.
Há muitos sentimentos que te animam há séculos, imitando, em teu íntimo,
o fluxo e o refluxo da multidão. Passam apressados de teu coração ao cérebro e
voltam do cérebro ao coração, sempre os mesmos, incapacitados de acesso à luz
espiritual. São os princípios fantasistas de paz e justiça, de amor e felicidade que o
plano da carne te impôs.
Em certas circunstâncias da experiência transitória, podem ser úteis,
entretanto, não vivas exclusivamente ao lado deles. Exerceriam sobre ti o cativeiro
infernal.
Refugia-te no templo à parte, dentro de tua alma, porque somente aí
encontrarás as verdadeiras noções da paz e da justiça, do amor e da felicidade reais,
a que o Senhor te destinou."
("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

"MOMENTOS DE AFLIÇÃO E PROVA"




"Momentos de aflição e prova surgem pelo caminho, inesperados, concitando à disciplina espiritual indispensável ao processo evolutivo do ser.
Águas serenas que são açoitadas por fortes vendavais; paisagens tranqüilas que se modificam ao império de tempestades violentas; climas de paz que se convertem em campos de lutas rudes; viagem segura, que se torna perigosa, objetivos próximos de conquistados, que se perdem de repente; saúde que cede à enfermidade; amigos dedicados, que vão adiante; adversários vigorosos, que surgem ameaçadores; problemas econômicos, que aparecem, constringentes, tantos são os motivos de aflição e prova, que ninguém avança, na Terra, sem os experimentar.
Enquanto domiciliado no corpo, espírito algum se encontra em segurança, vitorioso, isento de experiências difíceis, de possíveis insucessos.
Os momentos de prova e aflição constituem recursos de aferição dos valores morais de cada um, mediante os quais o homem deve adquirir mais valiosas expressões iluminativas como suportes para futuros investimentos evolutivos.
Por isso, todos somos atingidos por tais métodos de purificação.
Vigia-te. no momento de aflição e prova, a fim de que não compliques, por precipitação, o teu estado íntimo.
Suporta o vendaval do testemunho com serenidade; recebe a adaga da acusação indébita com humildade; aceita o ácido da reprimenda injusta com nobreza; medita diante do sofrimento com elevação de sentimentos.
Todos os momentos difíceis cedem lugar a outros; os de paz e compreensão.
Não te desalentes, exatamente quando deves fortalecer-te para a luta.
São os instantes difíceis que as resistências morais devem estar temperadas, suportando as constrições que ameaçam derruir as fortalezas íntimas.
Quando estiveres a ponto de desfalecer, procura refúgio na oração.
Orando, renovar-se-ão tuas paisagens mentais e morais, elevando-te o ânimo e reconfortando-te espiritualmente.
Jesus, que não tinha qualquer dívida a resgatar e que é o Sublime Construtor da Terra, enquanto conosco não esteve isento dos momentos de aflição, demonstrando, amoroso, como vencê-los a todos, e, ao mesmo tempo, ensinando a técnica de como retirar do aparente mal as proveitosas lições da felicidade.
Considera-Lhe os testemunhos, e, em qualquer momento em que sejas defrontado pela aflição ou prova, enfrenta as circunstâncias e extrai do amor a parte melhor da tua tarefa de santificação."
("Oferenda", Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)

"TERCEIRA ORDEM – ESPÍRITOS IMPERFEITOS"


"101. Características gerais– Predominância da matéria sobre o Espírito.
Propensão ao mal. Ignorância, orgulho, egoísmo e todas as más paixões
que são suas conseqüências.
Eles têm a intuição de Deus, mas não o compreendem.
Nem todos são essencialmente maus. Entre alguns há mais leviandade,
inconseqüência e malícia do que verdadeira maldade. Alguns não fazem
o bem nem o mal; mas, apenas pelo fato de não fazerem o bem, já
demonstram sua inferioridade. Outros, ao contrário, se comprazem no mal
e ficam satisfeitos quando encontram a ocasião de o fazer.
Podem aliar a inteligência à maldade ou à malícia; mas qualquer que
seja seu desenvolvimento intelectual, suas idéias são pouco elevadas e
seus sentimentos mais ou menos inferiores.
Seus conhecimentos sobre as coisas do mundo espírita são limitados e
o pouco que sabem se confunde com as idéias e os preconceitos da vida
corporal. Eles podem nos dar apenas noções falsas e incompletas, mas o observador
atento encontra, muitas vezes, em suas comunicações imperfeitas,
a confirmação das grandes verdades ensinadas pelos Espíritos Superiores.
Seu caráter se revela pela sua linguagem. Todo Espírito que em suas
comunicações revela um mau pensamento pode ser classificado na terceira
ordem. Por conseqüência, todo mau pensamento que nos é sugerido
vem de um Espírito dessa ordem.
Eles vêem a felicidade dos bons e isso é, para eles, um tormento
incessante, porque sentem todas as agonias que originam a inveja e o
ciúme.
Conservam a lembrança e a percepção dos sofrimentos da vida corporal
e essa impressão é, muitas vezes, mais dolorosa do que a realidade. Sofrem,
verdadeiramente, pelos males que suportaram em vida e pelos que fizeram os
outros sofrer. E como sofrem por longo tempo, acreditam que irão sofrer para
sempre. A Providência, para puni-los, permite que assim pensem.
Pode-se dividi-los em cinco classes principais:"
("O Livro dos Espíritos", Allan Kardec)

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

"NA LUZ DA JUSTIÇA"


Reunião Pública de 8.12.61
1ª Parte, cap. VII § 21

"A justiça humana, conquanto respeitável, freqüentemente julga os fatos que considera
puníveis pelos derradeiros lances de superfície, mas a Justiça Divina observa todas as
ocorrências, desde os menores impulsos que lhe deram começo.
***
Identificaste os culpados pelas tragédias, minuciosamente descritas na imprensa; no entanto
muitas vezes tudo ignoras acerca das inteligências que as urdiram na sombra.
Viste pais e mães, aparentemente felizes e vigorosos, tombarem na desencarnação
prematura, minados por sofrimentos indefiníveis, mas não enxergaste os filhos
inconseqüentes que lhe exauriram as forças.
Anotaste os companheiros que desertaram da construção espiritual, censurando-lhes o
esmorecimento e o recuo; todavia, nato te apercebeste dos amigos levianos que lhes
exterminaram a tenra sementeira de luz no apontamento escarnecedor.
Reprovaste os que se renderam à perturbação e à loucura, estranhando-lhes a suposta
fraqueza; entretanto, não chegaste a conhecer os verdugos risonhos do campo social e
doméstico, que os ficharam no cadastro do manicômio.
Acusaste os irmãos que caíram em desdita e falência, classificando-os na lista dos
celerados; contudo nem de leve assinalaste a presença daqueles que os sitiaram no beco da
aflição sem remédio.
***
Não queremos, com isso, consagrar o regime da irresponsabilidade.
Todos respiramos, no Universo, ante a luz da Justiça.
O autor de uma falta, naturalmente, responderá por ela.
Nos tribunais da imortalidade, cada espírito devedor resgata as suas próprias contas. No
entanto, em todas as circunstâncias, saibamos semear o bem esparzir o bem, sustentar o
bem e cooperar para o bem, de vez que as nossas ações provocam nos outros ações
semelhantes, e se aquele que faz o mal é passível de pena, aquele que organiza o mal,
conscientemente, sofrerá pena maior."
("Justiça Divina", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 28 de agosto de 2012

"NO DIA DA INCERTEZA"

“Nós, porém, temos a mente de Cristo”.
– Paulo (I CORÍNTIOS, 2:16)


"Para qualquer de nós, chega o minuto das grandes hesitações.
Trabalhamos, por tempo enorme, no encalço de determinada realização e eis que, de
chofre, todo o nosso esforço parece perdido...
Buscávamos diretrizes no exemplo de alguém, que aceitávamos como possuindo
bastante virtude para guiar-nos a vida e esse alguém falha desastradamente no instante
preciso em que mais lhe requisitamos as luzes...
Contávamos com certos recursos para o atendimento a compromissos diversos e esses
recursos como que se evaporam, deixando-nos amarguradamente frustrados...
Retínhamos elementos valiosos que nos garantiam segurança e tranqüilidade e, por
circunstâncias inelutáveis, nos vemos privados deles, largados à prova, sem alegria e
sem direção...
Todos somos surpreendidos pelo dia nublado de incerteza em que nos reconhecemos
perplexos.
Por dentro, ansiedade; por fora, consternação...
Não nos sintamos, porém, sozinhos.
Dispomos da mente de Cristo, o Divino Mestre da Alma.
Roguemos a Jesus caminho e sustento.
A hora da incerteza, é, sobretudo, a hora da prece.
Quando a sombra chega é o momento de fazer luz."
("Palavras da Vida Eterna", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

"EM ESPÍRITO"

“Mas, se pelo espírito mortificardes as obras da carne, vivereis.”
– Paulo. (Romanos, 8:13).



"Quem vive, segundo as leis sublimes do espírito, respira em esfera diferente do próprio campo material em que ainda pousa os pés.

Avançada compreensão assinala-lhe a posição íntima.

Vale-se do dia qual aprendiz aplicado que estima na permanência sobre a Terra valioso tempo de aprendizado que não deve menosprezar.

Encontra, no trabalho, a dádiva abençoada de elevação e aprimoramento.

Na ignorância alheia, descobre preciosas possibilidades de serviço.

Nas dificuldades e aflições da estrada, recolhe recursos à própria iluminação e engrandecimento.

Vê passar obstáculos, como vê correr nuvens.

Ama a responsabilidade, mas não se prende à posse.

Dirige com devotamento, contudo, foge ao domínio.

Ampara sem inclinações doentias.

Serve sem escravizar-se.

Permanece atento para com as obrigações da sementeira, todavia, não se inquieta pela colheita, porque sabe que o campo e a planta, o Sol e a chuva, a água e o vento pertencem ao Eterno Doador.

Usufrutuário dos bens divinos, onde quer que se encontre, carrega consigo mesmo, na consciência e no coração, os próprios tesouros.

Bem-aventurado o homem que segue vida afora em espírito! Para ele, a morte aflitiva não é mais que alvorada de novo dia, sublime transformação e alegre despertar!"

("Pão Nosso", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 26 de agosto de 2012

"ESTÍMULO FRATERNAL"




“O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, 
por Cristo Jesus.”- Paulo. (Filipenses, 4:19.)

"Não te julgues sozinho na luta purificadora, porque o Senhor suprirá todas as nossas necessidades.

Ergue teus olhos para o Alto e, de quando em quando, contempla a retaguarda.

Se te encontras em posição de servir, ajuda e segue.

Recorda o irmão que se demora sem recursos, no leito da indigência.

Pensa no companheiro que ouve o soluço dos filhinhos, sem possibilidades de enxugar-lhes o pranto.

Detém-te para ver o enfermo que as circunstâncias enxotaram do lar.

Pára um momento, endereçando um olhar de simpatia à criancinha sem teto.

Medita na angústia dos desequilibrados mentais, confundidos no eclipse da razão.

Reflete nos aleijados que se algemam na imobilidade dolorosa.

Pensa nos corações maternos, torturados pela escassez de pão e harmonia no santuário doméstico.

Interrompe, de vez em quando, o passo apressado, a fim de auxiliares o cego que tateia nas sombras.

É possível, então, que a tua própria dor desapareça aos teus olhos.

Se tens braços para ajudar e cabeça habilitada a refletir no bem dos semelhantes, és realmente superior a um rei que possuísse um mundo de moedas preciosas, sem coragem de amparar a ninguém.

Quando conseguires superar as tuas aflições para criares a alegria dos outros, a felicidade alheia te buscará, onde estiveres, a fim de improvisar a tua ventura.

Que a enfermidade e a tristeza nunca te impeçam a jornada.

É preferível que a morte nos surpreenda em serviço, a esperarmos por ela numa poltrona de luxo.

Acende, meu irmão, nova chama de estímulo, no centro da tua alma, e segue além...Sê o anjo da fraternidade para os que te seguem dominados de aflição, ignorância e padecimento.

Quando plantares a alegria de viver nos corações que te cercam, em breve as flores e os frutos de tua sementeira te enriquecerão o caminho."

("Fonte Viva", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 25 de agosto de 2012

"As almas ou Espíritos..."

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

"Tomemos um exemplo...."

"Tomemos um exemplo: um homem está perdido num deserto,
sofre terrivelmente de sede, sente-se desfalecer. Cai ao chão; pede a
Deus para ampará-lo e espera; nenhum anjo lhe vem dar de beber.
Contudo, um bom Espírito lhe sugere a idéia de levantar-se e seguir
um dos atalhos que vê diante de si. Então, por um impulso instintivo,
reúne suas forças, levanta-se e anda. Chega a uma elevação e descobre,
ao longe, um riacho; nesse momento retoma a coragem. Se tiver
fé, exclamará: “Obrigado, meu Deus, pelo pensamento que me inspirastes
e pela força que me destes”. Se não tiver fé, dirá: “Que boa
idéia eu tive! Que sorte de tomar o atalho da direita e não o da esquerda;
algumas vezes, a sorte realmente nos ajuda! Quanto me felicito
por minha coragem e por não ter me deixado abater!”
Mas, se dirá, por que o bom Espírito não lhe disse claramente:
“Siga este atalho e encontrará o que necessita”? Por que não se mostrou
para guiá-lo e sustentá-lo no seu desfalecimento? Desse modo,
o teria convencido da intervenção da Providência. Foi, antes de mais
nada, para lhe ensinar que é preciso ajudar-se a si mesmo e fazer uso
de suas próprias forças. Depois, pela incerteza, Deus coloca à prova
a confiança que depositamos n'Ele e a nossa submissão à sua vontade.
Aquele homem estava na situação da criança que cai e que, ao
perceber alguém, grita e espera que a levantem. Se não vê ninguém,
faz um esforço e se levanta sozinha."
("O Evangelho Segundo o Espiritismo")

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

"LIBERTEMOS"

“Disse-lhes Jesus: desatai-o e deixai-o ir.”
(JOÃO, 11:44.)


"É importante pensar que Jesus não apenas arrancou Lázaro à sombra do túmulo.
Trazendo-o, de volta, à vida, pede para que seja restituído à liberdade.
“Desatai-o e deixai-o ir” – diz o Senhor.
O companheiro redivivo deveria estar desalgemado para atender às próprias
experiências.
Também nós temos, no mundo da própria alma, os que tombam na fossa da negação.
Os que nos dilaceram os ideais, os que nos arrastam à desilusão, os que zombam de
nossas esperanças e os que nos lançam em abandono assemelham-se a mortos na cripta
de nossas agoniadas recordações.
Lembrá-los é como reavivar velhas úlceras.
Entretanto, para que nos desvencilhemos de semelhantes angústias, é imperioso retirálos
do coração e devolvê-los ao sol da existência.
Não basta, porém, esse gesto de libertarão para nós. É imprescindível haja de nossa
parte auxílio a eles, para que se desagrilhoem.
Nem condená-los, nem azedar-lhes o sentimento, mas sim exonerá-los de todo
compromisso, ajustando-os a si próprios.
Aqueles que libertamos de qualquer obrigação para conosco, entregando-os à bondade
de Deus, mais cedo regressam à luz da compreensão.
Se alguém, assim, caiu na morte do mal, diante de ti, ajuda-o a refazer-se para o bem;
entretanto, além disso, é preciso também desatá-lo de qualquer constrangimento e deixá-la ir."
("Palavras da Vida Eterna", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

"NO ESTUDO DA SALVAÇÃO"

“E todos os dias acrescentava o Senhor à Igreja aqueles
que se encontravam em salvação.” (ATOS, 2:47.)


"A expressão fraseológica do texto varia por vezes, acentuando que o Senhor
acrescentava à comunidade apostólica todos aqueles “que estavam se salvando” ou “que
se iam salvar”.
De qualquer modo, porém, a notícia serve de base a importante estudo da salvação.
Muita gente acredita que salvar-se será livrar-se de todos os riscos, na conquista da
suprema tranqüilidade.
Entretanto, vemos o Cristo apartando as almas em processo de salvação para
testemunho incessante no sacrifício.
Muitos daqueles que foram acrescentados, ao serviço da Igreja nascente,
conheceram aflição e martírio, lapidação e morte.
Designados por Jesus para a Obra Divina, não se forraram à dor.
Mãos calejadas em duro trabalho, conheceram sarcasmos soezes e vigílias atrozes.
Encontraram no Excelso Amigo não apenas o Benfeitor que lhes garantia a
segurança, mas também o Mestre ativo que lhes oferecia a lição em troca do
conhecimento e a luta como preço da paz.
É que salvar não será situar alguém na redoma da preguiça, à distância do suor na
marcha evolutiva; tanto quanto triunfar não significa deserção do combate.
Consoante o ensinamento do próprio Cristo, que não isentou a si mesmo do selo
infamante da cruz, salvar é, sobretudo, regenerar, instruir, educar e aperfeiçoar para a
Vida Eterna."
("Palavras de Vida Eterna", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 21 de agosto de 2012

"Nem sempre a perda do rebanho..."

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

"COMBATE INTERIOR"

“Tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e agora ouvis
estar em mim.” — Paulo. (FILIPENSES, CAPÍTULO 1, VERSÍCULO 30.)

"Em plena juventude, Paulo terçou armas contra as circunstâncias comuns,
de modo a consolidar posição para impor-se no futuro da raça. Pelejou por
sobrepujar a inteligência de muitos jovens que lhe foram contemporâneos,
deixou colegas e companheiros distanciados. Discutiu com doutores da Lei e
venceu-os. Entregou-se à conquista de situação material invejável e conseguiua.
Combateu por evidenciar-se no tribunal mais alto de Jerusalém e
sobrepôs-se a velhos orientadores do povo escolhido. Resolveu perseguir
aqueles que interpretava por inimigos da ordem estabelecida e multiplicou
adversários em toda parte. Feriu, atormentou, complicou situações de amigos
respeitáveis, sentenciou pessoas inocentes a inquietações inomináveis,
guerreou pecadores e santos, justos e injustos...
Surgiu, contudo, um momento em que o Senhor lhe convoca o espírito a
outro gênero de batalha — o combate consigo mesmo.
Chegada essa hora, Paulo de Tarso cala-se e escuta...
Quebra-se-lhe a espada nas mãos para sempre.
Não tem braços para hostilizar e sim para ajudar e servir.
Caminha, modificado, em sentido inverso. Ao invés de humilhar os outros,
dobra a própria cerviz.
Sofre e aperfeiçoa-se no silêncio, com a mesma disposição de trabalho
que o caracterizava nos tempos de cegueira.
É apedrejado, açoitado, preso, incompreendido muitas vezes, mas
prossegue sempre, ao encontro da Divina Renovação.
Se ainda não combates contigo mesmo, dia virá em que serás chamado a
semelhante serviço.
Ora e vigia, prepara-te e afeiçoa o coração à humildade e à paciência.
Lembra-te, meu irmão, de que nem mesmo Paulo, agraciado pela visita
pessoal de Jesus, conseguiu escapar."
("Pão Nosso", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 19 de agosto de 2012

"CONQUISTA DE PAZ"

"Em muitas ocasiões, especialmente quando se te agravam as situações difíceis, perguntas a esmo, como conquistar serenidade, de maneira a varar os percalços do dia-a-dia.
-o-
       Imagina-te no lugar daqueles que se te fazem motivos de irritação e examina-te um tanto mais.
-o-
       Se, em teu grupo de trabalho, desempenhasses a função de chefe, atormentado de problemas e conflitos, estarias talvez em mais duras condições de intemperança mental, quando isso acaso acontecesse.
-o-
       Caso te visses na posição do subalterno, faceando, às vezes, amargos dramas domésticos, é provável evidenciasses mais lentidão no serviço a fazer, quando viesse a suceder.
-o-
       Considerando a possibilidade de seres o doente que te incomoda, quando isso se verifique,  decerto não te reconhecerias com menos intolerância diante do sofrimento.
-o-
       Na hipótese de haveres sofrido as longas tentações da criatura julgada em erro, é possível houvesses descido a mais baixo nível.
-o-
       Se te notasses na posição enfermiça da pessoa que te ofendeu, ignoras se não terias ferido alguém com mais ímpeto.
-o-
       Analisemos, através das lentes da introspecção e reconhecer-nos-emos imensamente distantes da condição dos anjos. Isso nos ensinará que os companheiros com os quais convivemos nem sempre conseguirão apresentar, por enquanto, qualidades que ainda não possuímos e raciocínios mais profundos nos farão sentir a necessidade de calma e tolerância, de uns para com os outros, em todos os momentos inquietantes da vida."
***
(“Calma”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sábado, 18 de agosto de 2012

"VIGILÂNCIA MENTAL"


"A vigilância é sempre a eterna âncora da alma, apoiada no fundo do mar tempestuoso da mente, a nos garantir a tranquilidade, disciplinando uma profusão de pensamentos diários, de maneira a serem úteis no seu campo de ação.

Sensibilizemos, pois, a consciência pela força da caridade, pelo ambiente da prece, na luz da fé, para que possamos sentir, antes de pensar, o teor das ideias. Quando os pensamentos estão em projetos, nas profundezas da vida, é mais fácil consertá-los, ou desvencilharmo-nos deles com a simples borracha da disciplina; ao passo que, depois de concretizados, dando forma aos sentimentos, tornar-se-á mais difícil a sua remoção, mesmo no campo reversivo, dada à coesão ocorrida por junção protogenética, com sintonia profunda de elementos sutis.

Quando acontece à alma viver em plano superior das emoções, por descuido, formar pensamentos negativos, conhecendo o processo de desintegrá-los, tais pensamentos, ao se formarem, são fotografados pela mente em milhões de ângulos, impregnando todo o cosmo orgânico e psíquico. O inconsciente demorará a acompanhar as vibrações escuras que viajam em todo o complexo humano, para desfazer-se das suas características malfazejas, bombardeando, aqui e ali, seus conglomerados de energias retardadas.

É bom notar o valor da vigilância, para que o corpo e a mente não sofram o castigo da imprudência. Devemos nos manter diligentes frente aos impulsos mentais inferiores, pois eles nos causam distúrbios de difícil reparo.

Resguardo não é medo. É bom senso a nos ajudar em ângulo diferente. Copiemos a natureza da árvore, quando sofre um golpe de afiada lâmina que aparece no seu ciclópico tronco; a emoção da planta se agita bem antes de ser ferida e os recursos aparecem por vias inumeráveis a desfazer o perigo iminente.

A mente humana adestrada perceberá os pensamentos inferiores bem antes da sua formação conata e deverá procurar os recursos que a inteligência lhe capacitou e a evolução lhe garantiu, para que o trabalho não se torne mais difícil. Em todos os casos, quem não se deu com a bênção da vigilância, procure fazer o melhor ao seu alcance. Trabalhe, lute na limpeza da mente, arranque o joio e queime pelos processos alcançados. Mas não fique parado.

Se já despertastes do sono, esforçai-vos para vos absterdes dos vícios e hábitos incômodos. É dignidade do espírito, não obstante, a sabedoria nos pede para que não deixemos seus lugares vazios. A supressão requer algo no lugar do suprimido. Se estais vos desvencilhando do ódio, colocai em sua área o amor. Se a vingança já está se desfazendo em vosso coração, não vos esqueçais de alimentar o perdão. Se a dúvida está desaparecendo dos vossos caminhos, tratai da fé com todos os seus recursos virtuosos.

Essa é a verdadeira vigilância do iniciado. O resguardo sem fanatismo ambiente a alma para grandes voos espirituais, sem acobertar erros, nem exagerar na rota da perfeição sem preparo.

Sabeis por que aconselhamos a escolha das sementes, que deveis plantar na lavoura mental? Achamos que estais conscientes do fato. No entanto, é bom que falemos mais. A repetição gera firmeza, principalmente no trato com a verdade. O plantio invigilante de ventos dá nascimento a tempestades, que arruínam o próprio dono.

Meus filhos, se começais hoje na educação da mente, tereis certeza da reversão da própria natureza inferior. Tereis que lutar com vós mesmos, muito, mas muito tempo, mas podeis carregar a convicção de que vencereis. Já dizia Jesus aos seus discípulos: "Aquele que perseverar até o fim será salvo".

Aquele que não esmorecer nesse empreendimento sagrado de educar a si mesmo, de limpar a mente, de criar nos campos férteis dos pensamentos áreas compatíveis com a luz, onde poderão nascer as mais belas diretrizes da alma, ajustando todas as emoções em uma dialética mental, conseguirá a transmutação dos desejos inferiores em sementes de luz, para que as plantas, flores e frutos sejam produtos do amor."

(“Horizontes da Mente”, Miramez/João Nunes Maia)

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

"ESCALA ESPÍRITA"



"100. Observações preliminares: A classificação dos Espíritos é baseada
no grau de seu adiantamento, nas qualidades que adquiriram e nas imperfeições
de que ainda devam se livrar. Essa classificação não tem nada de
absoluto. Cada categoria apenas apresenta um caráter nítido em seu conjunto,
mas de um grau a outro a transição é insensível e nos extremos as
diferenças se apagam como nos reinos da natureza, nas cores do arcoíris,
ou, ainda, como nos diferentes períodos da vida do homem. Pode-se
formar um número de classes mais ou menos grande, segundo o ponto
de vista de que se considere a questão. Ocorre o mesmo com todos os
sistemas de classificações científicas: esses sistemas podem ser mais ou
menos completos, mais ou menos racionais, mais ou menos cômodos
para a inteligência, mas, quaisquer que sejam, não mudam em nada as
bases da ciência. Assim, os Espíritos interrogados sobre esse ponto pu-
deram variar no número de categorias sem que isso tenha conseqüências.
Armaram-se alguns contestadores da Doutrina com essa contradição
aparente, sem refletir que os Espíritos não dão nenhuma importância ao
que é puramente convencional. Para eles, o pensamento é tudo. Deixam
para nós a forma, a escolha dos termos, as classificações, numa palavra,
os sistemas.

Acrescentamos ainda esta consideração, que jamais se deve perder
de vista: é que entre os Espíritos, assim como entre os homens, há os
muito ignorantes, e nunca será demais se prevenir contra a tendência de
acreditar que todos devem saber tudo só porque são Espíritos. Qualquer
classificação exige método, análise e conhecimento profundo do assunto.
Portanto, no mundo dos Espíritos, aqueles que têm conhecimentos limitados
são, como na Terra, os ignorantes, incapazes de abranger um conjunto
para formular um sistema. Só imperfeitamente conhecem ou compreendem
uma classificação qualquer. Para eles, todos os Espíritos que
lhes são superiores são de primeira ordem, sem que possam apreciar as
diferenças de saber, capacidade e moralidade que os distinguem entre si,
como faria entre nós um homem rude em relação aos homens civilizados.
Mesmo os que têm capacidade de o fazer podem variar nos detalhes, de
acordo com seus pontos de vista, principalmente quando uma divisão
como esta não tem limites fixados, nada de absoluto. Lineu, Jussieu e
Tournefort proclamaram, cada um, seu método, e a botânica não se alterou em
nada por causa disso. É que o método deles não inventou as plantas, nem seus
caracteres. Eles apenas observaram as semelhanças e funções com as quais
depois formaram grupos ou classes. Da mesma maneira procedemos nós. Não
inventamos os Espíritos, nem seus caracteres. Vimos e observamos. Nós os
julgamos por suas palavras e seus atos, depois os classificamos por semelhanças,
baseando-nos em dados que eles próprios nos forneceram.

Os Espíritos admitem geralmente três categorias principais ou três grandes
divisões. Na última, a que está no início da escala, estão os Espíritos
imperfeitos, caracterizados pela predominância da matéria sobre o Espírito
e pela propensão ao mal.

Os da segunda são caracterizados pela predominância do Espírito
sobre a matéria e pelo desejo do bem: esses são os bons Espíritos. Os
da primeira categoria atingiram o grau supremo da perfeição: são os Espíritos
puros.

Essa divisão nos parece perfeitamente racional e apresenta características
bem definidas. Só nos faltava ressaltar, mediante um número
suficiente de subdivisões, as diferenças principais do conjunto. Foi o que
fizemos com o auxílio dos Espíritos, cujas instruções benevolentes nunca
nos faltaram.

Com o auxílio desse quadro será fácil determinar a categoria e o grau
de superioridade ou inferioridade dos Espíritos com os quais podemos
entrar em contato e, por conseguinte, o grau de confiança e de estima que
merecem. É de certo modo a chave da ciência espírita, visto que apenas
ele pode nos explicar as anomalias, as diferenças que apresentam as comunicações,
ao nos esclarecer sobre as desigualdades intelectuais e morais
dos Espíritos. Observaremos, todavia, que nem sempre os Espíritos pertencem
exclusivamente a esta ou aquela classe. Seu progresso apenas
se realiza gradualmente e, muitas vezes, mais num sentido do que em
outro, e podem reunir as características de mais de uma categoria, o que
se pode notar por sua linguagem e seus atos."
("O Livro dos Espíritos", Allan Kardec)

"SOFRERÁS PERSEGUIÇÕES"

"E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão
perseguições." - Paulo. (II TIMÓTEO, 3:12.)

"Incontestavelmente, os códigos de boas maneiras do mundo são sempre
respeitáveis, mas é preciso convir que, acima deles, prevalecem os códigos de Jesus,
cujos princípios foram por Ele gravados com a própria exemplificação.
O mundo, porém, raramente tolera o código de boas maneiras do Mestre Divino.
Se te sentes ferido e procuras a justiça terrestre, considerar-te-ão homem sensato;
contudo, se preferes o silêncio do Grande Injustiçado da Cruz, ser-te-ão lançadas ironias à
face.
Se reclamas a remuneração de teus serviços, há leis humanas que te amparam,
considerando-te prudente; mas se algo de útil produzes sem exigir recompensa,
recordando o Divino Benfeitor, interpretar-te-ão por louco.
Se te defendes contra os maus, fazendo valer as tuas razões, serás categorizado
por homem digno; entretanto, se aplicares a humildade e o perdão do Senhor, serás
francamente acusado de covarde e desprezível.
Se praticares a exploração individual, disfarçadamente, mobilizando o próximo a
serviço de teus interesses passageiros, ser-te-ão atribuídos admiráveis dotes de
inteligência e habilidade; todavia, se te dispões ao serviço geral para benefício de todos,
por amor a Jesus, considerar-te-ão idiota e servil.
Enquanto ouvires os ditames das leis sociais, dando para receber, fazendo algo
por buscar alheia admiração, elogiando para ser elogiado, receberás infinito louvor das
criaturas, mas, no momento em que, por fidelidade ao Evangelho, fores compelido a tomar
atitudes com o Mestre, muita vez com pesados sofrimentos para o teu coração, serás
classificado à conta de insensato.
Atende, pois, ao teu ministério onde estiveres, sem qualquer dúvida nesse
particular, certo de que, por muito tempo ainda, o discípulo fiel de Jesus, na Terra, sofrerá
perseguições."
("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

"INVERNO"


"Procura vir antes do inverno." - Paulo. (II TIMÓTEO, 4:21.)


"Claro que a análise comum deste versículo revelará a prudente recomendação de
Paulo de Tarso para que Timóteo não se arriscasse a viajar na estação do frio forte.
Na época recuada da epístola, o inverno não oferecia facilidades à navegação.
É possível, porém, avançar mais longe, além da letra e acima do problema
circunstancial de lugar e tempo.
Mobilizemos nossa interpretação espiritual.
Quantas almas apenas se recordam da necessidade do encontro com os
emissários do Divino Mestre por ocasião do inverno rigoroso do sofrimento? quantas se
lembram do Salvador somente em hora de neblina espessa, de tempestade ameaçadora,
de gelo pesado e compacto sobre o coração?
Em momentos assim, o barco da esperança costuma navegar sem rumo, ao sabor
das ondas revoltas.
Os nevoeiros ocultam a meta, e tudo, em torno do viajante da vida, tende à
desordem ou à desorientação.
É indispensável procurar o Amigo Celeste ou aqueles que já se ligaram,
definitivamente, ao seu amor, antes dos períodos angustiosos, para que nos instalemos
em refúgios de paz e segurança.
A disciplina, em tempo de fartura e liberdade, é distinção nas criaturas que a
seguem; mas a contenção que nos é imposta, na escassez ou na dificuldade, converte-se
em martírio.
O aprendiz leal do Cristo não deve marchar no mundo ao sabor de caprichos
satisfeitos e, sim, na pauta da temperança e da compreensão.
O inverno é imprescindível e útil, como período de prova benéfica e renovação
necessária. Procura, todavia, o encontro de tua experiência com Jesus, antes dele."
("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

"CULTIVA A PAZ"

"E, se ali houver algum filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; e, se não, ela
voltará para vós." - Jesus. (LUCAS, 10:6.)

"Em verdade, há muitos desesperados na vida humana. Mas quantos se apegam,
voluptuosamente, à própria desesperação? quantos revoltados fogem à luz da paciência?
quantos criminosos choram de dor por lhes ser impossível a consumação de novos
delitos? quantos tristes escapam, voluntariamente, às bênçãos da esperança?
Para que um homem seja filho da paz, é imprescindível trabalhe intensamente no
mundo Intimo, cessando as vozes da inadaptação à Vontade Divina e evitando as
manifestações de desarmonia, perante as íeis eternas.
Todos rogam a paz no Planeta atormentado de horríveis discórdias, mas raros se
fazem dignos dela.
Exigem que a tranqüilidade resida no mesmo apartamento onde mora o ódio
gratuito aos vizinhos, reclamam que a esperança tome assento com a inconformação e
rogam à fé lhes aprove a ociosidade, no campo da necessária preparação espiritual.
Para esmagadora maioria dessas criaturas comodistas a paz legítima é realização
muito distante.
Em todos os setores da vida, a preparação e o mérito devem anteceder o benefício.
Ninguém atinge o bem-estar em Cristo, sem esforço no bem, sem disciplina
elevada de sentimentos, sem iluminação do raciocínio. Antes da sublime edificação,
poderão registrar os mais belos discursos, vislumbrar as mais altas perspectivas do plano
superior, conviver com os grandes apóstolos da Causa da Redenção, mas poderão
igualmente viver longe da harmonia interior, que constitui a fonte divina e inesgotável da
verdadeira felicidade, porque se o homem ouve a lição da paz cristã, sem o propósito
firme de se lhe afeiçoar, é da própria recomendação do Senhor que esse bem celestial
volte ao núcleo de origem como intransferível conquista de cada um."
("Vinha de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 14 de agosto de 2012

“Fracassado é o que deixa de tentar"


            "Encare de frente a sua luta, seja ela qual for,  meu amigo. Não se deixe intimidar. A luta é fácil para os que não pararam para examinar-lhe a causa, as dificuldades, refazer o rumo, corrigir o esforço e engrandecer a esperança, desabrochando a potência que é o valor de nossas vidas.
            O pânico embota a mente, bloqueando-lhe as possibilidades de pensar com serenidade.
            A preocupação exagerada, a ansiedade, são fatores que tornam difícil qualquer ação equilibrada.
            Desanuvie sua mente e pense que para Deus não há impossível.
            Não se julgue um fracassado porque as coisas não têm dado certo para você. Quem sabe se não está sendo preparado para tarefa mais importante e de maior responsabilidade para o seu espírito, através das lutas e das quedas que tem levado?
            O atleta treina muito antes de ser considerado em condições de enfrentar uma competição. Não desanime com as derrotas. Prossiga treinando e perseguindo seu ideal.
            Assim você deve proceder. Perseverando sempre sem desfalecimento.
            Algo talvez lhe falte para melhor aproveitamento nas suas investidas.
            Se você se coloca na condição de autossuficiente, mesmo que às vezes faça uma prece, não se torna consciente dos planos de Deus. Não quer aceitar que não estamos aqui para obter aquilo que queremos, mas o que viemos buscar, e precisamos realmente fazer e aprender.
            Não sabemos realmente o que buscamos, mas a nossa inabalável confiança na suprema sabedoria deve nos colocar sempre esperançosos e confiantes, certos de que se não nos acovardarmos, mas, ao contrário, colocarmo-nos sempre em ação, fazendo o que nos compete fazer, a coragem, a fé e a esperança nos sustentarão, não nos abandonando nunca, e a nossa luta será vitoriosa."
(“...A Verdade e a Vida”, Cenyra Pinto)  

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

"SERVE E CONFIA"



       “Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados...” — PAULO (I Corintios, 1:9)





      "Frequentemente, aparecem os companheiros que se dizem inabilitados para a tarefa que se lhes conferiu.


       Assumiram compromissos de que se afastam nas primeiras dificuldades, alegando incompetência; iniciam empreendimentos de que se retiram, logo surjam certos empeços, declarando-se frágeis para o trabalho a fazer.


       E retardam a execução de serviços que lhes carreariam paz e felicidade sem delonga maior.


*


       Se te sentes na órbita de semelhante problema, persevera no dever que abraçaste e não temas.


       As Leis Divinas jamais falham.


       A Natureza não espera frutos de laranjeira nascente.


       A Vida não senta a criança na cátedra do professor.


       Se repontam horas de crise nos encargos que te competem, mantém-te firme no lugar de trabalho em que o mundo te colocou e cultiva a certeza de que não te faltará auxílio para a concretização do bem a que te dedicas.


       Rememoremos as palavras do Apóstolo Paulo, quando nos assevera: “Fiel é Deus pelo qual fostes chamados”, conscientizando-nos de que Deus não nos deixará tentar empresa alguma, acima das forças de que possamos dispor. Com semelhante dedução, prossigamos nas tarefas em que fomos engajados, com vistas ao bem de todos, agindo e aprendendo, trabalhando e servindo, ante a bênção de Deus."


(“Ceifa de Luz”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

domingo, 12 de agosto de 2012

"DIFERENTES ORDENS DE ESPÍRITOS"

"96. Os Espíritos são iguais ou há entre eles alguma hierarquia?
– Eles são de diferentes ordens, de acordo com o grau de perfeição a
que chegaram.

97. Há um número determinado de ordens ou de graus de perfeição
entre os Espíritos?
– O número é ilimitado. Não há entre essas ordens uma linha de demarcação
como limite, e, assim, as divisões podem ser multiplicadas ou
restringidas à vontade. No entanto, considerando-se as características
gerais, podem reduzir-se a três principais.
Em primeiro lugar, os que chegaram à perfeição: os Espíritos puros.
Os da segunda ordem são os que atingiram o meio da escala: o desejo do
bem é sua preocupação. Os do último grau, ainda no início da escala, são
os Espíritos imperfeitos, caracterizados pela ignorância, pelo desejo do
mal e por todas as más paixões que retardam seu adiantamento.

98. Os Espíritos da segunda ordem têm apenas o desejo do bem,
ou terão também o poder de praticá-lo?
Têm esse poder segundo o grau de sua perfeição: uns têm a ciência,
outros a sabedoria e a bondade, mas todos ainda têm provas a cumprir.

99. Os Espíritos da terceira ordem são todos essencialmente maus?
– Não; uns não fazem o bem nem o mal; outros, ao contrário, se
satisfazem no mal e sentem prazer quando encontram a ocasião de o
fazer. E há ainda os Espíritos levianos ou zombadores, mais brincalhões do
que maus, que se satisfazem antes na malícia do que na maldade e que
encontram prazer em mistificar e causar pequenas contrariedades das quais
se riem."
("O Livro dos Espíritos", Allan Kardec)

"ENCOLORIZAS-TE?"



            "Irrupção aturdente que, à semelhança de lavas vulcânicas, procede do teu âmago, a cólera converte-se em substância fatal.


            Aos poucos, se não te reeducas, essas lavas, em se derramando de ti sobre ti mesmo, conseguem, pouco a pouco, corroer a tua expressão de equilíbrio em processo de construção vagarosa em tua alma.


            Por que te encolerizas pelas avenidas ou pelos guetos terrestres? 


            Encolerizas-te, por certo, ao veres-te contestado por alguém que supões te seja inferior. Quem é essa pessoa para opor-se a mim?


            Encolerizas-te, possivelmente, quando, atalhado por alguém que sabes te seja superior em qualquer ângulo dos caminhos. Por que essa pessoa destrata-me ou me desmerece desse modo?


            Encolerizas-te quando não consegues alcançar os objetivos que traçaste, positivos ou negativos. Por que tudo sai errado comigo?


            Encolerizas-te se a condução que esperas não vem ou vem com a lotação completa e não pára para levar-te. Ora, estou há tanto tempo esperando e ela passa direto...


            Encolerizas-te ante a administração mal desenvolvida; perante a política que não te atende; diante de pessoas que não te aceitam.  Encolerizas-te pelo tempo ruim no fim de semana; pela visita indesejada que te impede fazer outro programa; pelo balconista desatento que te atende mal.


            Doença soez, morbo desagregador, a cólera se nutre na vala fétida do orgulho, fazendo-te admitir que és ou que deves ser alguém intocável, embora saibas estar num orbe de provações e de expiações, desde as mais simples às mais inabordáveis, por sua gravidade.


            Detém-te para meditar, porque te estarás matando, engendrando suicídio infeliz por desfalcar as tuas energias vitais, deixando-te espiritualmente depauperado.


            Cada vez que te encolerizas, te assemelhas a uma pessoa em processo de loucura, incontrolável, indomável, vexaminosa.


            Cada vez que te encolerizas, ao te recompores já não te assentarás, psiquicamente, onde estavas antes da alucinação. Ao te acalmares estarás mais desgastado, e, aos poucos, de crise em crise, perturbar-te-ás de morte. Um infarto, um acidente vascular, uma apoplexia, muitas vezes têm raízes nos acessos coléricos que não corrigiste a tempo.


            Renova-te. Faze esforço por te reeducares. Somente o tempo nobremente aproveitado conseguirá conferir-te galardão de emancipação espiritual, com o exercício da calma, da indulgência, do perdão, a fim de que sejas feliz."


 (“Revelações da Luz”, Camilo/J. Raul Teixeira)