sábado, 28 de julho de 2012

"ANTE O SOL ETERNO"


“Vim trazer fogo à Terra” – disse-nos o Senhor.

Semelhantes palavras do Divino Mestre podem induzir o discípulo invigilante aos mais
estranhos pensamentos.
É preciso, porém, exumar o espírito da letra, na alimentação de nossas almas, tanto
quanto, no fruto, para o serviço da refeição, liberamos a polpa do envoltório que a
constringe.
Jesus não se propunha ombrear com o petroleiro comum, intérprete da indisciplina e do
desespero.
Cristo trazia-nos calor ao espírito enregelado na indiferença e no vício de séculos
incessantes...
Chama viva para extinguir as trevas de nosso passado obscuro e delituoso, lume para
clarear a senda que nos cabe trilhar nos sacrifícios do presente, a caminho do grande
porvir que a vida nos reserva...
Flama de brio restaurador com que nos cabe atender aos compromissos esposados no
esforço regenerativo e braseiro rubro de responsabilidade, que, situado no campo de
nossa consciência, impeça a germinação ou o crescimento do joio venenoso da crueldade
e do ódio...
Labareda de fé renovadora, suscetível de purificar-nos o sentimento e soerguê-lo à
prática da caridade genuína, e pira ardente de amor que nos aprume a alma arrojada ao
pó de velhas desilusões, a fim de que possamos penetrar, como filhos de Deus, o
santuário de nossa sublimação para a divina imortalidade...
Se ouviste, pois, a palavra de Jesus, decerto conduzes contigo não mais o frio do
desânimo ou a paralisia da ociosidade e da queixa, porque terás inflamado o próprio
coração, ao sol glorioso da compreensão e do trabalho incessantes, única força capaz de
levantar-nos, enfim, do antigo vale de negação e da morte."
***
C. Dossi, em “Note Azzurre 4.265”: El último peldaño de adversa fortuna es el primero denla próspera. - O derradeiro degrau da escada da desgraça, pode ser o primeiro da
felicidade."


("Escrínio de Luz", Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

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