"O distinto higienista, depois de examinar pobre homem doente, falou-lhe com severidade afetuosa:
- Já sei que o senhor é pai de família. É responsável pela esposa e quatro filhos menores; entretanto, quero adverti-lo. É preciso que tome mais cuidado na defesa da própria saúde. Calafete as gretas que haja em sua moradia, contra o assalto dos "barbeiros" contaminados. Sirva água fervida às crianças. Fiscalize o banheiro, desinfetando os vasos em serviço. Noto que o senhor não tem preservado a própria residência. Basta uma observação superficial para que se veja o que fazem as amebas. Higiene, meu amigo, é preciso higiene em casa.
- Mas, doutor - replicou o enfermo, quando pode, enfim, dizer alguma coisa -, nós não temos casa. Moramos, há quatro anos, debaixo da ponte velha.
*
Aproveite, enquanto é possível, os seus dotes materiais nas tarefas do bem e verifique os conselhos que você dá. Às vezes, muita gente, a quem você prega austeramente o heroísmo da virtude, está simplesmente com necessidade de pão."
("Bem-aventurados os simples", Valérium/ Waldo Vieira)
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